Planejamento e Controle Financeiro
Planejamento e Controle Financeiro
Planejamento e Controle Financeiro
CONTROLE FINANCEIRO
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
M528p
ISBN 978-85-53158-28-7
CDD 657.72
Maurício Euclides de Melo
APRESENTAÇÃO.................................................................... 07
CAPÍTULO 1
Princípios de Administração Financeira..............................09
CAPÍTULO 2
Demonstração de Resultados..............................................35
CAPÍTULO 3
Alavancagem Financeira e Operacional..............................61
CAPÍTULO 4
Fluxo de Caixa Para Pequenos Negócios...........................81
CAPÍTULO 5
Negociação com Bancos, Credores e Devedores...........115
CAPÍTULO 6
Novas Moedas: Riscos e Oportunidades Para
Pequenas Empresas.............................................................137
APRESENTAÇÃO
Manter a saúde financeira de uma empresa, assim como na sua vida
pessoal, é essencial para que se tenha sucesso no alcance dos seus objetivos.
Ao avaliar o plano de negócios de uma empresa, por exemplo, um dos capítulos
mais discutidos pelos investidores é o de finanças, no qual se verifica o retorno
do investimento, a necessidade de capital, os custos de operação e outros
indicadores financeiros do negócio. No dia a dia, é essencial que se tenha capital
suficiente para cumprir com as obrigações com fornecedores, por exemplo, que
esse dinheiro seja apenas o suficiente, pois ele possui valor no tempo, e capital
parado perde valor.
Para cada tipo de negócio existe uma área de concentração dos estudos de
administração financeira que impacta mais no seu empreendimento. Por exemplo,
ter noção de capital de giro é muito importante para quem trabalha no comércio
tradicional, já para quem atua em empresas inovadoras, que possuem uma curva
de crescimento exponencial, conhecer a demonstração de resultados, o fluxo de
caixa e a alavancagem pode ser essencial para fazer avaliação do seu negócio e
trazer mais investidores.
Bons estudos!
C APÍTULO 1
Princípios de Administração
Financeira
10
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
ContextualiZação
Em empresas grandes, a área de finanças é vista pelos demais
departamentos com um misto de admiração e frustração. Isso ocorre, pois, a
área de finanças é uma engrenagem fundamental para a qual são bombeadas
as receitas e integralização de capital, e de onde saem os recursos para os
investimentos e custeio da empresa. Se ela não possui recursos, todo o restante
da empresa perde a sua função. Assim, quando os projetos da companhia
ocorrem conforme o planejado, a área de finanças é vista como um braço amigo,
aquele que suporta a operação e fornece o capital necessário, contudo, quando é
necessário contingenciar recursos, o departamento financeiro acaba frustrando as
intenções dos demais departamentos.
Finanças e Empresas
Para iniciarmos nossos estudos em planejamento e controle financeiro, cabe
conceituar o termo finanças, de um modo geral. Gitman (2002, p. 4) define finanças
como a arte de gerir o dinheiro, para o autor “a área de finanças preocupa-se
com os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados à
transferência de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais”,
ou seja, a área de finanças engloba todas as áreas ligadas à gestão de dinheiro,
assim, temos desde os processos cotidianos de contas a pagar e a receber, como
as transações no mercado financeiro, os sistemas bancários, entre outras áreas.
O termo finanças é amplo e pode ser usado tanto para empresas quanto para as
finanças pessoais.
11
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Para você que está cursando esta disciplina, é interessante perceber que
o conhecimento e a habilitação profissional na área de finanças podem ofertar
oportunidades para a sua carreira. Gitman (2002) divide estas oportunidades em
duas grandes áreas: serviços financeiros e administração financeira.
12
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
a) Firmas Individuais
Segundo Gitman (2002), uma firma individual é um tipo de empresa que tem
uma única pessoa como proprietária. Trata-se de uma micro ou pequena empresa,
por vezes ligada a algum tipo de profissional liberal, como arquiteto, advogado, ou
então ao comércio varejista, de serviços e construção civil. Uma característica é
que o proprietário possui responsabilidade ilimitada, e seu patrimônio pessoal, e
não somente o capital integralizado na empresa, pode ser utilizado para quitar
dívidas junto aos credores.
13
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
como define Gitman (2002, p. 6) é um “ente artificial criado por lei”. A definição de
ente artificial pode soar estranha, mas ela faz sentido quando você desdobra o
conhecimento de sociedade por ações. As chamadas S/A são capazes de contratar
e adquirir bens em seu nome, de ajuizarem ações e serem também acionadas na
justiça. A responsabilidade nesse tipo de sociedade é limitada e seus proprietários
segregam o risco de ter seu patrimônio pessoal afetado diretamente por ações
realizadas em nome da companhia.
Existem pelo menos duas figuras que distinguem as S/A das outras
formas jurídicas: os acionistas e o conselho de administração. Os proprietários
não realizam diretamente a gestão do seu empreendimento, em vez disso,
eles elegem um conselho de administração que, segundo Gitman (2002) é a
autoridade máxima na gestão da empresa, definindo a sua política geral. O
conselho de administração, por sua vez, seleciona o presidente ou CEO (chief
executive officer) que comandará a empresa em suas atividades diárias. Veja
na figura a seguir, como existe uma diferença entre os acionistas, conselho de
administração e presidente. No próprio organograma, fica clara a diferenciação
da gestão do dia a dia da organização com os acionistas e seus representantes,
isso ocorre para que o conselho possa ser independente, e garantir o interesse
dos acionistas, monitorando e fiscalizando a gestão realizada pelo presidente.
Este precisa ter em mente que não é o proprietário da companhia e não pode
conduzi-la para o interesse próprio, precisa maximizar o retorno do acionista, o
que pode significar, em certas ocasiões, assumir determinados riscos que por sua
própria avaliação não o faria. Por exemplo, para uma companhia que já possui
um produto bem estabelecido no mercado, que rende um faturamento razoável
para manter as contas da empresa em dia, garantindo uma boa remuneração ao
seu presidente, este tenderia a não descapitalizar a empresa para investir em
novos produtos, arriscando a saúde financeira da companhia, mas poderia estar
deixando passar uma oportunidade de maximizar o retorno ao acionista. Assim, o
presidente responde às políticas determinadas pelo conselho de administração,
representantes dos interesses dos acionistas.
14
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
elegem o
conselho de
administração Proprietários
que contrata o
Presidente
(CEO) Administradores
Tesoureiro Controller
Gerente de
planejamento Gerente Gerente Gerente de Gerente de
financeiro de caixa do fundo contabilidade contabilidade
e captação de pensão gerencial financeira
de fundos
15
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
16
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A Função de Administração
Financeira
Quando falamos em pequenas empresas tendemos a pensar em estruturas
pequenas e enxutas, com pouca hierarquia e poucos departamentos. Isso é sim
verdade, mas não podemos pensar que uma pequena empresa bem-sucedida não
terá as funções inerentes a uma organização comum. Assim, em uma pequena
empresa teremos também funções organizacionais que são melhor identificadas
em grandes corporações. A função financeira, segundo Antonik (2016), é uma
atividade que pertence à profissão de administrador, e não ao economista e
contador, apesar de relacionar-se intimamente com conceitos econômicos e
contábeis, como podemos verificar na Figura a seguir.
17
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
MACROECONOMIA
Política econômica e MICROECONOMIA
FERRAMENTAS
monetária, indicadores Níveis de preços,
Matemática financeira,
econômicos. tendências, riscos,
comercial, serviços
Atividade econômica, juros, inflação
bancários, custos
nível de emprego, Mercado, marketing.
crescimento global.
CONTABILIDADE
Reconhecimento
da receita na
venda do produto
Regime de caixa
Regime contábil
18
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
EMPRESÁRIO,
PROPRIETÁRIO
DIRETOR GERAL
19
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Vamos usar um exemplo bastante simples para ilustrar uma análise marginal.
Suponha que você tenha uma padaria, e pretenda lançar um pão sem glúten
caseiro, para aproveitar esse nicho de alimentação saudável e obter receitas
acessórias com produtos de terceiros. Para isso, é preciso locar uma máquina
nova, treinar funcionários, ter uma parte da cozinha totalmente esterilizada de
farinha de trigo e outros produtos que contenham glúten. Resumindo, os dados
utilizados na análise são os seguintes (dados completamente fictícios).
20
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Fonte: O autor.
21
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Atividade de Estudos:
OBJetivo da Empresa
Se alguém te perguntasse, qual o objetivo de uma empresa, o que você
responderia? Lucro? Essa talvez seja a resposta mais recorrente, ao menos é
a medida de desempenho de uma organização que é mais conhecida. Antonik
(2016, p. 5) afirma que “o lucro é a razão última de qualquer negócio estabelecido
em uma economia de mercado”. No entanto, o autor também faz uma importante
ponderação, afirmando que acima do lucro está a maximização da riqueza ao
acionista. Você deve estar se perguntando se o lucro e a riqueza não seriam
sinônimos em uma perspectiva empresarial. Sem dúvida que a riqueza de um
proprietário de uma empresa tem muito a ver com a lucratividade ou potencial de
lucratividade de uma companhia, mas a perseguição do lucro a qualquer custo não
deve ser o objetivo de uma empresa, não se ela quiser ser duradoura. O lucro tem
um conceito de curto prazo, se pensarmos em um horizonte contábil, resume-se a
22
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
um exercício, um ano. O lucro como único objetivo pode fazer com que a empresa
se destrua no longo prazo. Vou exemplificar para melhorar a compreensão. Um
dono de restaurante que sacrifique a qualidade da comida, sempre utilizando de
alimentos de origem duvidosa, e com mão de obra mal qualificada,
A maximização
com o intuito de melhorar sua margem de lucratividade, tenderá a da riqueza, por
fechar suas portas num futuro não muito longínquo. “A maximização outro lado, contém
da riqueza, por outro lado, contém uma visão de longo prazo, pois se uma visão de
preocupa com a qualidade do produto ou serviço, com a satisfação do longo prazo, pois
cliente e sua fidelização” (ANTONIK, 2016, p. 6). Uma empresa que se preocupa com
a qualidade do
tenha por objetivo maximizar a riqueza do seu proprietário tem uma
produto ou serviço,
visão mais estratégica, posiciona-se perante os concorrentes de forma com a satisfação
consistente e oferece valor ao seu cliente. do cliente e sua
fidelização.
Atividade de Estudos:
23
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
As alíquotas incidem
Empresas com sobre o faturamento Se a empresa tiver pou-
Lucro
faturamento anu- total, a partir de per- co lucro, pode ser mais
Presum-
al menor do que centuais predeter- vantajoso optar pelo lu-
ido
R$ 48 milhões minados conforme a cro real.
atividade executada.
24
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A determinação das
Os indicados
bases de cálculo de Importante ter um en-
pela Receita Fed-
Lucro IRPJ e CSLL é sem- quadramento adequa-
eral e o próprio
arbitrado pre a do lucro presu- do perante a Receita
contribuinte. Me-
mido, com acréscimo Federal.
diante condições.
de 20%.
25
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
a) Função Planejamento
26
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
educação em gestão. Saiba, portanto, que você que está cursando esta pós-
graduação está a alguns passos à frente. Em pesquisa realizada pelo Sebrae
(2016), podemos perceber que 25% dos micro e pequenos empresários alegaram
problemas de gestão como um dos motivos determinantes para o fechamento das
empresas. Se levarmos em consideração que impostos, custos, despesas, juros,
vendas, demanda e concorrência podem ser objeto de um prévio planejamento,
e elas correspondem a 50% dos motivos alegados como determinantes para o
fechamento das micro e pequenas empresas. Podemos inferir que problemas
de gestão e planejamento de forma ampla, correspondem a 75% dos motivos
determinantes para o fechamento de empresas. Para quem vai montar um negócio
próprio, é uma informação bastante relevante e quem deixar de considerá-la tem
grandes chances de estar nesta estatística nos próximos anos, afinal, apesar de
estar em queda, a taxa de mortalidade de empresas no Brasil ainda é alta, 23,4%
das empresas criadas há dois anos, em 2012, fecharam as portas. Este índice,
em 2008, era de 45.8%.
27
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
b) Função Investimento
28
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
29
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Termina a
Iniciada a fabricação
fabricação
Recebe
PMV duplicata
Entrada de PMF (40 dias)
PMC (65 dias) (150 dias)
MP no estoque
PME (30 dias)
0 dias 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias
PTE (85 dias)
Vamos imaginar que a companhia citada seja uma fábrica de móveis para
o varejo que está iniciando suas atividades. No dia zero a empresa recebe a
matéria-prima para a fabricação dos móveis (madeiras, parafusos, fixadores, lixa,
tinta, fitas, puxadores, acabamentos, dentre outros), os quais deixa estocados
durante trinta dias até finalizar sua linha de montagem e treinar funcionários. O
pagamento negociado com os fornecedores é realizado a prazo, em 30 dias a
contar do recebimento. Após esse período, inicia a fabricação, que leva mais 40
dias para concluir. Com o produto acabado, leva 15 dias até fechar a venda dos
móveis a uma grande rede varejista, a qual negocia um prazo de 65 dias para o
pagamento, ou seja, a empresa começou a ter custos no dia 30, quando pagou
seus fornecedores e despesas internas (funcionários, aluguel etc.), terminou o
produto no dia 70 e só recebeu no dia 150. O ciclo que compreende o período
30
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Atividades de Estudos:
31
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Algumas ConsideraçÕes
Este capítulo teve a intenção de ser uma introdução ao planejamento e
controle financeiros aplicados a pequenos negócios. Iniciamos resgatando uma
visão ampla da área financeira e suas principais aplicações, como a área de
serviços financeiros e a administração financeira. Embora distintas, estas áreas
se correlacionam, pois, a administração financeira interna das empresas se
relaciona com instituições financeiras, seja para aplicar suas receitas, seja para
tomar financiamento para executar suas atividades.
32
Capítulo 1 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
ReFerÊncias
ANTONIK, L. R. Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas
empresas. São Paulo: Elsevier, 2016.
33
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
34
C APÍTULO 2
Demonstração de Resultados
36
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
ContextualiZação
Você já ouviu falar nessa expressão: o poder de uma nação está diretamente
relacionado à estabilidade de suas instituições? Esta expressão está presente
no trabalho de North (2003 apud ANTONIK, 2016). Douglas Cecil North é um
economista americano que desenvolveu uma teoria sobre o amadurecimento das
instituições, a qual fazia referência à correlação entre o grau de amadurecimento
das instituições de determinados países ao seu nível de desenvolvimento
econômico e social. A partir deste trabalho, ficou evidente que quanto mais uma
nação possuía um alto grau de amadurecimento institucional (leia-se baixos níveis
de corrupção, leis que não se alteram facilmente, consenso no judiciário quanto à
interpretação destas, funcionários públicos capacitados, serviço público eficiente
etc.) maior era o grau de desenvolvimento de uma nação, ou seja, menores eram
os seus níveis de pobreza e maior a sua renda per capita, educação, sensação
de segurança etc. North (2008 apud ANTONIK, 2016, p. 107) afirma que “as
instituições podem ser interpretadas como sendo as regras de um certo jogo,
que determinam o que os jogadores podem fazer”. Aqui entra muito o conceito
de normativas em um sentido amplo, que engloba não só as instruções de um
modo geral, como leis, decretos, resoluções, assim como os próprios entes que
os elaboram e fiscalizam.
37
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
ContaBilidade Gerencial
O papel de um instituto contábil sólido é importante no ambiente empresarial
para que se possa ter transparência na gestão das empresas e uma certeza de
que estas estão agindo conforme as regras do jogo. Entretanto, esse papel contábil
é também importante para o sucesso do próprio negócio. Verificamos que uma
das funções de um administrador financeiro é o planejamento financeiro, como
recorda Antonik (2016). Este planejamento visa estabelecer uma previsão de uma
situação futura desejada para o empreendimento, elencando os custos, despesas
e receitas necessários para o alcance deste objetivo. Em termos financeiros, o
planejamento se traduz em um orçamento, uma planilha que permite simular as
operações financeiras da companhia no curto, médio e longo prazo. No entanto,
de nada adianta planejar se o empreendedor não acompanhar o desempenho da
sua companhia. Essa é uma parte fundamental do processo de planejamento:
a mensuração e controle dos resultados. A partir disso, o empreendedor poderá
ajustar a sua mira para atingir o alvo. Utilizando-se de mecanismos de controle, é
possível rever o planejamento inicial com vistas a alcançar o objetivo.
38
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Imagine que você tem por objetivo perder peso, por exemplo, e que sua
balança não é confiável, pois dependendo da condição climática pode pesar dois
quilos a mais ou a menos. Assim, por mais que você modifique sua alimentação,
não saberá exatamente se está diminuindo ou aumentando o seu peso. A
contabilidade é como se fosse uma balança, precisa ser confiável e estável, de
modo que as empresas possam aferir seu resultado, sabendo que ao aplicarem
seus esforços em determinada ação que o altere, este será corretamente
identificado pelas demonstrações contábeis.
Apuração
de resultados
Análise de
desempenho
DemonstraçÕes de Resultado
AtravÉs da ContaBilidade
Evidenciar o resultado de uma determinada empresa não é tarefa simples.
Como já abordamos, para termos um resultado confiável, é preciso adotar
normas e critérios amplamente aceitos, assim, tanto o empreendedor quanto
outras pessoas e entidades interessadas na empresa poderão ter certeza de
que a empresa está traçando um caminho virtuoso ou necessita de ajustes em
sua rota para melhorar o desempenho. A utilização deste arcabouço de normas
exige profissionais capacitados e dedicados, mas o empreendedor deverá saber
ler e interpretar o resultado destes relatórios contábeis, de modo que possa ter a
exata noção do caminho que estão tomando as finanças da sua empresa. Antonik
(2016) afirma que as peças fundamentais para análise de desempenho de uma
organização são as seguintes:
39
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
40
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
41
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Todos os meses
Compra de Contador lança o contador
máquina por a compra no lança 1/60
R$ 6.000,00 imobilizado na despesa
(R$100,000)
Compra de O contador
material de lança a compra
Nada
escritório por diretamente
R$82,00 no resultado
42
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
43
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Capital
(Realizável Social
a longo Reservas
Prazo e de Capital
Permanente) Reservas
de Lucro • Patrimônio
Líquido
44
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Passivo
Contas a pagar R$ 25.282,44 R$ 23.074,14 -R$ 2.208,30
Despesas provisionadas R$ 5.943,95 R$ 7.199,03 R$ 1.255,08
Empréstimos de curto prazo R$ 8.826,13 R$ 17.652,25 R$ 8.826,13
Total dos passivos correntes R$ 40.052,52 R$ 47.925,42
Empréstimos de longo prazo R$ 26.478,38 R$ 35.304,50 R$ 8.826,13
Capital social R$ 44.130,63 R$46.337,16 R$ 2.206,53
Lucros retidos R$ 10.691,00 R$ 19.133,27 R$ 8.442,28
Patrimônio Líquido R$ 54.821,62 R$ 65.470,43
Total dos passivos R$ 121.352,52 R$ 148.700,35
Fonte: Tracy (2007) apud Antonik (2016, p. 119).
No Patrimônio Líquido, segundo Gitman (2002, p. 38), ficam “os direitos dos
proprietários da empresa, portanto, contém as contas de capital social, reservas
de capital, e reservas de lucro, por exemplo”. No caso da empresa NIW Produtos
Florestais Ltda., o Patrimônio Líquido é composto pelas contas de
Segundo
capital social e lucros retidos. Gitman (2002), a
demonstração de
Com a DRE e o Balanço Patrimonial em mãos, o administrador fluxos de caixa
financeiro possui ferramentas importantes para começar a elaborar representa o resumo
a demonstração do Fluxo de caixa, que também se apoia em outros das entradas e
saídas de dinheiro
relatórios financeiros gerenciais.
em uma companhia,
em um determinado
c) Demonstrações do Fluxo de Caixa (DFC) período, sempre
de acordo com o
Segundo Gitman (2002), a demonstração de fluxos de caixa momento exato
representa o resumo das entradas e saídas de dinheiro em uma em que ocorrem,
companhia, em um determinado período, sempre de acordo com ou seja, o regime
adotado é o regime
o momento exato em que ocorrem, ou seja, o regime adotado é o
de caixa.
regime de caixa.
45
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Vamos explorar o exemplo da empresa NIW Produtos Florestais Ltda., que nos
apresenta uma DRE, já apresentada acima (Quadro 6), um Balanço Patrimonial
(Quadro 7) para montarmos um demonstrativo do fluxo de caixa (Quadro 10). Para
compreender o conceito destes três instrumentos, nós iremos transitar entre esses,
portanto, fique atento para não se perder quando mencionarmos um determinado
quadro, ele pode não ser o quadro que está na sequência. Vamos partir das contas
da DRE para montarmos a nossa demonstração de fluxo de caixa.
46
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
caixa, temos que ter o cuidado de observar que “algumas despesas são
pagas depois de incorridas, pois quando compramos insumos ou outros
bens necessários à produção ou à prestação de serviços negociamos
um prazo com os fornecedores”. Isso pode ocorrer também com os
salários dos funcionários, pois algumas empresas pagam a remuneração
de seus colaboradores no quinto dia útil do mês seguinte ao mês
trabalhado. Os salários são contabilizados no mês a que se referem,
mas o desembolso de caixa ocorre no mês subsequente. Pode ocorrer
também o inverso, algumas despesas operacionais podem incorrer
antecipadamente, como o pagamento de um sinal para um pedido de
mobiliário para área administrativa. Essa informação pode ser difícil de
encontrar nos relatórios contábeis, devendo haver registros específicos
de todas despesas incorridas na empresa. No caso da NIW Produtos
Florestais, foi possível verificar em outros relatórios gerenciais que, do
valor contabilizado de R$ 87.557,72 em 2012, R$ 916,15 ficou para ser
pago em 2013, ou seja, do valor de R$ 23.074,14, de Contas a Pagar,
existente no Balanço Patrimonial (quadro 7), R$ 916,15 são referentes a
despesas operacionais.
47
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
O Quadro 9 traz um resumo das diferenças entre a DRE 2011 e 2012, dos
quais podemos destacar os itens que compõem o cômputo do fluxo de caixa
mencionado acima. Entram nesta conta, a margem bruta (R$ 5.569,73, que são
as variações das contas Receita Operacional Líquida e Custo da Mercadoria
Vendida), o total das despesas operacionais, acrescentando a depreciação e as
despesas financeiras.
48
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Assim, temos que o Fluxo de Caixa Líquido é a soma do lucro Assim, temos que
o Fluxo de Caixa
líquido com a diferença das apurações entre o regime de caixa e as
Líquido é a soma
competências das contas: Margem Bruta, Despesas Operacionais do lucro líquido com
(Somada a Depreciação) e Despesas Financeiras. a diferença das
apurações entre o
Outra forma de demonstrar o fluxo de caixa seria realizar um regime de caixa e
quadro com as variáveis de fluxo de caixa das atividades operacionais, as competências
das contas: Margem
de investimento e financiamento. Esse demonstrativo de fluxo de caixa
Bruta, Despesas
é mais completo e traz informações até agora não abordadas, como as Operacionais
atividades de investimento e financiamento. (Somada a
Depreciação)
e Despesas
Financeiras.
Redução em despesas
R$ 352,60
pré-pagas
Depreciação R$ 7.850,84
Fluxo de caixa
das atividades Redução no Contas a
-R$ 2.208,30
operacionais Pagar
Aumento de despesas
R$ 1.255,08
provisionadas
Fluxo de caixa
das atividades de Aumento no imobilizado -R$ 10.754,63
investimento
49
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Aumento em empréstimo
R$ 8.826,13
de curto prazo
Aumento no caixa
R$ 20.855,34
durante o ano
Caixa no início
R$ 30.695,41
do ano
Caixa no final
R$ 51.550,75
do ano
Atividades de Estudos:
50
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Índices Financeiros
Os índices financeiros são uma importante ferramenta para analisar o
desempenho de uma organização. Gitman (2002) afirma que os índices financeiros
medem duas categorias basicamente: o risco e o retorno. Assim, através do
Balanço Patrimonial e da DRE podemos calcular o risco financeiro atrelado a uma
determinada empresa, assim como o retorno que oferece ao acionista ou ao seu
proprietário. Estes índices são também muito utilizados por instituições bancárias,
para determinar a taxa de juros de um financiamento, por exemplo. Para empresas
que possuem um risco maior, as taxas de juros são maiores, haja vista que o
risco de inadimplemento das parcelas de um financiamento são maiores. Do
mesmo modo, potenciais investidores em empresas, além de averiguar o risco,
também analisarão o retorno ofertado, para ver se estão compatíveis e aceitáveis.
Esses são motivos bastante importantes para que você tenha uma contabilidade
confiável, de modo a não distorcer essas informações e passar uma mensagem
errada da sua situação financeira da companhia. Neste capítulo, trabalharemos
quatro grupos de conceitos de índices:
- Índices de liquidez.
- Índices de atividade.
- Índice de endividamento.
- Índice de rentabilidade.
a) Índice de liquidez
O índice de liquidez,
O índice de liquidez, segundo Gitman (2002), mede a capacidade segundo Gitman
da empresa cumprir obrigações de curto prazo a medida em que elas (2002), mede a
ocorrem. Esse índice é considerado a solvência geral da empresa. capacidade da
Uma liquidez baixa costuma indicar que uma dificuldade financeira empresa cumprir
de caixa se avizinha e pode trazer problemas de fluxo de caixa. Os obrigações de curto
prazo a medida em
índices de liquidez comumente utilizados são:
que elas ocorrem.
Ativo Circulante
Índice de Liquidez Corrente =
Passivo Circulante
51
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
R$ 92.211,83
= 1,92
R$ 47.925,42
Temos um número, agora temos que interpretá-lo. Aqui é que mora o perigo,
pois não existe uma ciência exata na interpretação destes índices. Em geral,
quanto mais alto for o índice, mais líquida a empresa é. Gitman (2002) afirma
que a aceitação de índices de liquidez menores está relacionada à previsibilidade
dos fluxos de caixa. Assim, em empresas que possuem contratos de longo prazo
firmes, ou demandas que não variam muito, conseguem ter um fluxo de entradas
de caixa previsíveis e podem lidar com Passivo Circulante mais próximo do Ativo
Circulante. São exemplos destas empresas as concessionárias de serviço público.
R$ 92.211,83 – R$ 22.124,45
= 1,46
R$ 47.925,42
52
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
b) Índices de atividade
Os índices de
Os índices de atividade, segundo Gitman (2002, p. 47) “medem atividade, segundo
a velocidade com que as várias contas são convertidas em vendas ou Gitman (2002,
caixa – entradas ou saídas”. Ainda que a liquidez tenha a capacidade p. 47) “medem a
velocidade com que
em indicar a facilidade com que Ativos e Passivos se tornam entradas
as várias contas
ou saída de caixa, nos índices de atividade estamos lidando com são convertidas em
questões relacionadas diretamente à operação da companhia, como o vendas ou caixa –
giro do estoque e giro total do ativo. entradas ou saídas”.
R$ 149.508,03
= 6,76
R$ 22.124,45
• Giro do ativo total: o giro do ativo total indica a eficiência que a empresa
possui para utilizar seus ativos e transformá-los em vendas. O cálculo do
giro de ativo total é feito da seguinte forma:
53
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Vendas
Giro do ativo total =
Ativo total
R$ 257.772,46
= 1,73
R$ 148.700,35
Podemos dizer, então, que o ativo total da empresa girou 1,73 vezes em 2012.
Quanto maior o giro do ativo total, mais eficiente é a empresa em transformar
seus ativos em vendas. No caso da NIW Produtos Florestais Ltda., girar quase
duas vezes o ativo total em um ano é um bom resultado.
c) Índice de endividamento
R$ 17.652,25 + R$ 35.304,50
= 36%
R$ 148.700,35
54
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
R$ 12.855,87
= 2,91
R$ 4.413,59
d) Índices de rentabilidade
55
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Lucro bruto
Margem de lucro bruto =
Receita de vendas
R$ 108.264,43
= 42%
R$ 257.772,46
Assim, temos que a empresa NIW produtos florestais Ltda. apresenta uma
margem de lucro bruto de 42%, que pode ser comparada a outras empresas do
mesmo setor, ou mesmo na evolução anual.
Lucro líquido
Margem de lucro líquido =
Receita de vendas
R$ 8.442,28
= 3,3%
R$ 257.772,46
56
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Lucro líquido
Retorno do ativo total =
Ativo total
R$ 8.442,28
= 5,7%
R$ 148.700,35
Isso quer dizer que para cada real investido em ativos na companhia, ela
retornou 5,7 centavos. Para termos uma análise mais criteriosa, é importante
compararmos este retorno com outras empresas do mesmo setor, ou mesmo
verificar a evolução deste índice ano após ano.
Atividade de Estudos:
57
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Total do Realizável
R$ 20.000,00 Capital Social R$ 4.700,00
a longo prazo
Lucros acumulados R$ 1.800.000,00
ATIVO PERMA- Total do Patrimônio
R$ 1.964.700,00
NENTE Líquido
Máquinas e equi-
R$ 20.000,00
pamentos
Veículos R$ 50.000,00
Móveis e utensílios R$ 27.000,00
Instalações R$ 70.000,00
Equipamentos de
R$ 48.000,00
computação
Total Permanente R$ 215.000,00
58
Capítulo 2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Algumas ConsideraçÕes
Neste capítulo entramos em alguns temas que são essenciais para o
administrador financeiro, mas que geralmente são terceirizados e pouco acessados
pelo proprietário de pequenas empresas: os relatórios contábeis. Por mais que as
pequenas empresas não sejam obrigadas, em sua maioria, a publicar tais relatórios,
como a DRE, Balanço Patrimonial e Demonstrativo do Fluxo de Caixa, é importante
que os gestores financeiros os utilizem como ferramenta gerencial.
Desse modo, fica claro como a contabilidade pode ser uma ferramenta de gestão
importante para o alinhamento da estratégia financeira de um empreendimento.
A partir desses relatórios, podemos planejar metas futuras e corrigir traçados, de
modo que o objetivo de longo prazo da empresa seja alcançado.
ReFerÊncias
ANTONIK, L. R. Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas
empresas. São Paulo: Elsevier, 2016.
59
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
60
C APÍTULO 3
Alavancagem Financeira e Operacional
62
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
ContextualiZação
Não sei se você já fez uso de ferramentas de administração na sua vida
pessoal, como uma planilha de orçamento para controlar suas finanças ou para
fazer um planejamento de férias, por exemplo. Poder aplicar estes conhecimentos
na vida pessoal, com certeza é uma das vantagens de se conhecer essa área de
estudos mais profundamente. Quando lidamos com pequenos negócios, às vezes,
fazemos o inverso, trazemos nossas práticas pessoais para dentro da companhia,
sem analisar tecnicamente as consequências que isso traz para o negócio.
63
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Gitman (2002, p. 434) diz que “em virtude do seu efeito sobre o valor,
o administrador financeiro deve saber como medir e avaliar a alavancagem,
particularmente ao tomar decisões sobre a estrutura de capital da empresa”. Quando
se fala em estrutura de capital, está se falando sobre o montante de capital próprio
e de terceiros que será utilizado na companhia para financiar suas operações.
64
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
juros para ninguém, como é que esse dinheiro terá custo? Você pode ser o dono
do dinheiro, mas está aplicando no negócio para receber um retorno sobre ele,
correto? Então, o custo deste dinheiro está relacionado às oportunidades que
você deixa de usufruir para aplicar no projeto. Assim, se tiver uma oportunidade
de aplicar R$ 100.000,00 no seu negócio - no qual eu arriscar esse capital com
os contratos de financiamento que irei realizar, com dívidas trabalhistas, além
de todas as incertezas presentes no mercado, como aceitação do produto,
variação da demanda, obsolescência etc. - é comum que espere receber mais
do que receberia se aplicasse o mesmo montante em um investimento financeiro
com histórico de rendimento e garantido por um fundo garantidor de crédito do
governo. Assim, se este investimento conservador render uma taxa de juros média
de 10% a.a., espera-se que o negócio, pelo risco associado a ele, renda mais.
Assim, poderia dizer que o custo do capital próprio seria o equivalente a 10%
a.a., pois se está deixando de aplicar recursos neste rendimento garantido para
arriscar no meu negócio. Segundo Gitman (2002) o capital próprio é representado
no Balanço Patrimonial pelo Patrimônio Líquido, no qual ficam concentrados os
valores das ações, capital ordinário, e lucros retidos.
Balanço patrimonial
Estrutura
Ativo
Patrimônio líquido de capital
Ações preferenciais Patrimônio total
líquido (capital
Capital ordinário
próprio)
Ações ordináriais
Lucros retidos
65
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
66
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
Assim, para obtermos uma fórmula para determinar o lucro operacional (lucro
antes de juros e imposto de renda) temos a seguinte equação:
CF
Q=
P - CV
67
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
CF R$ 2.500,00
Q = = = 500 unidades
P - CV R$ 10 - 5
Representação
Item algébrica
Receita de vendas (P x Q)
Menos: custos operacionais fixos - CF
Alavancagem operacional Menos: custos operacionais variáveis - (CV X Q)
Lucro antes de juros e imposto de renda Laji
68
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
Atividades de Estudos:
69
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Alavancagem Operacional
Segundo Gitman (2002), a alavancagem operacional ocorre quando temos
custos fixos presentes na estrutura de resultados da empresa. Isto significa
dizer que quando temos a possibilidade de utilizar custos fixos para aumentar
a rentabilidade do LAJIR da empresa, temos demonstrada a existência de uma
alavancagem operacional. Segundo Gitman (2002, p. 437) “podemos
“Podemos definir definir alavancagem operacional como a possibilidade de uso dos
alavancagem
custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações de
operacional como
a possibilidade de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda
uso dos custos (LAJIR)”.
operacionais fixos
para ampliar os Para termos uma melhor compreensão da alavancagem
efeitos de variações operacional, nada melhor do que nos utilizarmos de um exemplo.
de vendas sobre o
Para facilitar, vamos recorrer ao exemplo da nossa loja de pôsteres,
lucro da empresa
antes de juros e já mencionada por Gitman (2002). Lembrando então das premissas
imposto de renda iniciais da nossa loja: Preço de venda (P) = R$ 10,00; Custo
(LAJIR)”. operacional variável (CV) = R$ 5,00 por unidade; Custo operacional
fixo (CF) = R$ 2.500,00. Com este conjunto de variáveis, a figura a
seguir (gráfico da alavancagem operacional) demonstra que para uma quantidade
de 1.000 unidades vendidas, nós conseguimos um LAJIR de R$ 2.500,00 e
para uma quantidade de 1.500,00 unidades, este LAJIR cresce 100%, ou seja,
passa a ser de R$ 5.000,00. A utilização do gráfico é muito interessante, pois nos
proporciona a visualização de múltiplos cenários em único instrumento.
70
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
71
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
72
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
Atividade de Estudos:
73
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Assim, para os exemplos hipotéticos utilizados nas figuras 10 e 11, nos quais
houve variação na quantidade de produtos vendidos, temos o seguinte grau de
alavancagem.
+ 100%
Caso 1 – GAO = =2
+ 50%
- 100%
Caso 2 – GAO = =2
- 50%
Como temos um resultado maior que 1, fica evidente que tanto no caso 1,
quanto no caso 2, há uma importante alavancagem operacional.
referência Q = Q X (P – CV) - CF
Onde temos:
74
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
A empresa pode gerenciar o custo operacional jogando custos que são fixos
para variáveis e vice e versa. Por exemplo, se deixarmos de pagar um vendedor
apenas através de comissão e implantarmos um salário fixo com uma variável
perante as vendas, estamos deixando de ter um percentual do custo variável direto
sobre as vendas, e aumentando nosso custo fixo. O mesmo pode ocorrer em um
contrato de aluguel, o qual pode ser alterado para refletir um modelo híbrido, uma
parte fixa e uma parte variável conforme as vendas.
75
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Atividade de Estudos:
Alavancagem Financeira
Assaf e Martins (1989 apud ANTONIK, 2016) afirmam que a alavancagem
financeira ocorre quando a empresa toma recursos de terceiros a um custo Z e
aplica estes recursos na empresa com um rendimento a uma taxa X. Claramente,
para esta operação ser vantajosa, Z deve ser menor que X, de uma forma
razoável. A diferença entre essas taxas se refletirá no patrimônio líquido da
empresa, aumentando-o ou diminuindo-o.
76
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
Veja o apanhado que Ferreira Filho et al. (2010) traz sobre o uso de
fontes de recurso no momento de se criar um novo negócio. O artigo é
interessante, pois foca nas micro e pequenas empresas, principalmente
na questão da consciência do empreendedor em analisar e comparar
o custo e o retorno de cada tipo de capital aportado. Importante atentar
também para os dados relacionados ao acesso ao financiamento de
micro e pequenas empresas no Brasil. Boa leitura. Acesse: <http://www.
imb.go.gov.br/pub/conj/conj18/artigo07.pdf>.
TRCP
GAF =
TRA
Lucro Líquido
TRA =
Ativo Total
77
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
R$ 160.000,00 (L.L.)
TRA = 16%
R$ 1.000.000,00 (A.T.)
TRCP 16%
GAF = = = 1
TRA 16%
R$ 160.000,00 (L.L.)
TRA = 16%
R$ 1.000.000,00 (A.T.)
TRCP 20,5%
GAF = = = 1,28 ou 28 %
TRA 16%
78
Capítulo 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
Isto significa dizer que, na situação anterior, na qual não havia nenhuma
alavancagem financeira, os proprietários da empresa possuíam um retorno de
R$ 16% sobre o seu capital próprio, que era de R$ 1.000.000,00. Agora, com a
alavancagem, os proprietários investem menos (R$ 400.000,00) e obtém um retorno
maior R$ 20,5%. Assim, ainda restam R$ 600.000,00 na conta dos proprietários
para serem utilizados em outros projetos ou investimentos financeiros.
Atividade de Estudos:
Alavancagem Total
Gitman (2002) afirma que a alavancagem total é um reflexo da alavancagem
operacional e financeira, ou seja, a alavancagem total é uma combinação dos
dois tipos de alavancagem. Assim, se a empresa possui um grau elevado de
alavancagem operacional e financeira, também terá um alto grau de alavancagem
total, isto também ocorre no inverso, se os graus de alavancagem financeira e
operacional forem baixos, a alavancagem total também será baixa.
79
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
pode não estar no caixa da empresa, ou, se está no caixa, possui um passivo a
ser quitado com terceiros.
Algumas ConsideraçÕes
Neste capítulo, começamos a conhecer ferramentas importantes no
planejamento da concepção da estrutura de capital da empresa. Iniciamos
compreendendo o que é estrutura de capital da empresa, e onde localizar
a estrutura de capital próprio e de terceiros nas demonstrações contábeis,
especificamente o balanço patrimonial.
ReFerÊncias
ANTONIK, L.R. Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas
empresas. São Paulo: Elsevier, 2016.
80
C APÍTULO 4
Fluxo de Caixa Para Pequenos
Negócios
82
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
ContextualiZação
Vamos começar contextualizando este capítulo com uma afirmação de Gitman
(2002, p. 84): “o fluxo de caixa, o sangue da empresa, é o tema de preocupação
básica do administrador financeiro”. Esta afirmação tem um impacto forte na
expressão: “o sangue da empresa”. No corpo humano, o sangue leva nutrientes,
células de defesa, oxigênio e outros elementos essenciais para a sobrevivência.
Assim, na empresa, o fluxo de caixa afeta toda a organização. Por mais que a
empresa possua um balanço lucrativo, se a equação do fluxo de caixa não estiver
bem resolvida, a empresa acaba deixando de operar, entrando em falência em
seus vários órgãos; a produção para, sem produção as vendas deixam de ocorrer,
sem vendas o capital de giro falta, os salários atrasam, os credores acionam a
empresa na justiça e aí o processo de quebra já está em andamento.
83
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
84
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Pagamento
de compras Compras
Matérias- Contas a crédito
Vendas Ativo Fixo
primas a pagar
Depreciação
Produto Despesas
em processo Participação
gerais
Produto
Compras
acabado
Vendas
Despesas
operacionais Caixa
(incluindo e títulos
depreciação e juros) negociáveis (3) Fluxos de financiamento
Empréstimo
Pagamento Exigível
Restituição (curto e
Imposto de renda
longo prazo)
Restituição
85
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Atividade de Estudos:
86
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
87
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Passivo
Contas a pagar R$ 25.282,44 R$ 23.074,14 -R$ 2.208,30
Despesas provisionadas R$ 5.943,95 R$ 7.199,03 R$ 1.255,08
Empréstimos de curto prazo R$ 8.826,13 R$ 17.652,25 R$ 8.826,13
Total dos passivos correntes R$ 40.052,52 R$ 47.925,42
Empréstimos de longo prazo R$ 26.478,38 R$ 35.304,50 R$ 8.826,13
Capital social R$ 44.130,63 R$46.337,16 R$ 2.206,53
Lucros retidos R$ 10.691,00 R$ 19.133,27 R$ 8.442,28
Patrimônio Líquido R$ 54.821,62 R$ 65.470,43
Total dos passivos R$ 121.352,52 R$ 148.700,35
Fonte: Tracy (2007 apud ANTONIK 2016, p. 119).
88
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Gitman (2002) faz uma importante ressalva, afirmando que caso essa
variação aponte um resultado negativo, significa então que temos uma entrada de
caixa, uma vez que a empresa vendeu mais ativos permanentes do que acumulou
neste mesmo período.
Assim, podemos afirmar que a NIW Produtos Florestais gerou um caixa livre
negativo para os acionistas no montante de - R$ 19.858,80. Esta saída de caixa
se deve ao alto valor investido em ativos circulantes líquidos: R$ 25.397.27.
89
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Atividade de Estudos:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
90
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Orçamento de Caixa
O orçamento de
O orçamento de caixa de uma empresa é um instrumento de caixa de uma
planejamento, segundo Gitman (2002), muito utilizado para prever as empresa é um
entradas e as saídas de caixa, utilizado para planejamento de curto instrumento de
prazo, mas que também pode ser utilizado como uma forma de estimar planejamento,
o valor de uma empresa e a sua viabilidade econômico-financeira. segundo Gitman
(2002), muito
utilizado para
Vamos, agora, abordar as etapas necessárias para a construção prever as entradas
de um orçamento de caixa, que são: mensuração da previsão de e as saídas de
vendas, preparação do orçamento de caixa e o cálculo do fluxo líquido caixa, utilizado
de caixa, saldo final, financiamentos e saldo excedente de caixa. para planejamento
de curto prazo,
mas que também
a) Previsão de vendas
pode ser utilizado
como uma forma
Segundo Gitman (2002) a previsão de vendas é um ingrediente de estimar o valor
básico do planejamento de caixa da empresa. Esta afirmação é muito de uma empresa
importante, pois é a partir de uma previsão de vendas bem realizada e a sua viabilidade
econômico-
que a empresa poderá estabelecer seu faturamento e sua necessidade
financeira.
de produção, por exemplo. A partir daí também é possível estabelecer
o nível de custos e despesas necessárias para operar a empresa. Quanto maior
for a fidelidade dos dados de vendas apurados, melhor será o orçamento de caixa
da companhia, e o proprietário terá uma maior certeza do resultado que poderá
ser apurado. Segundo Gitman (2002) é possível realizar uma previsão de vendas
baseada em dados externos, internos ou em uma combinação dos dois.
91
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
92
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Perceba que da venda realizada, apenas uma parte é recebida à vista, 20%,
50% recebido em um mês e 30% e 50% em dois meses.
93
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
94
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Atividade de Estudos:
95
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
96
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Gitman (2002, p. 130) afirma que “as técnicas de valor futuro Gitman (2002, p.
medem os fluxos de caixa no final da vida de um projeto” e as 130) afirma que “as
técnicas de valor
técnicas de valor presente, no início (data zero)”.
futuro medem os
fluxos de caixa no
final da vida de
um projeto” e as
técnicas de valor
presente, no início
(data zero)”.
Valor composto
Valor
futuro
0 1 2 3 4 5
Final do ano
Valor
presente
Desconto
97
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
a) Valor futuro
Como você viu, valor futuro corresponde ao saldo final de uma aplicação,
de um investimento. Assim, utilizamos o conceito de juros compostos para
capitalizarmos um montante inicial (valor presente) em um determinado período, e
assim, obtermos o valor futuro. A fórmula do valor futuro é a seguinte:
VFn = VP x (1 + i)n
Onde:
Vamos supor que você faça uma aplicação de R$ 800,00 do seu saldo de
excedente de caixa do ano de 2017 em uma renda fixa que rende 6% ao ano. Em
cinco anos, qual seria o seu rendimento? Vamos calcular.
98
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
VF₅ = $ 1.070,40
VP= $ 800
0 1 2 3 4 5
Final do ano
Atualmente, estas fórmulas são pouco utilizadas de forma manual, mas sim
através de planilhas eletrônicas, como o Microsoft Excel. Gitman (2002) ilustra
como o cálculo pode ser feito através desta ferramenta.
99
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Assim, como você pode ver na Figura 16, um valor de R$ 1,00 assume
diferentes valores futuros quando variamos as suas taxas e períodos de
capitalização.
0 1 2 3 4 5
Final do ano
Onde:
100
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Uma maneira mais eficiente de realizar este cálculo seria através de uma
planilha eletrônica, a qual podemos verificar exemplificada na Figura 19.
b) Valor presente
Gitman (2002, p. 137) afirma que o valor presente também conhecido como
desconto de fluxo de caixa, tem como objetivo responder pergunta: “se posso
obter i% aplicando meu dinheiro, qual é o máximo que estou disposto a pagar
agora pela oportunidade de receber VFn reais daqui a n períodos?”. Esse processo
é a lógica inversa de capitalização ou juros compostos, que vimos anteriormente,
no cálculo do valor futuro. Nós iremos descontar o fluxo de caixa a uma taxa (i),
que agora passa a ter o nome de taxa de desconto, ou outros sinônimos que você
verá na literatura, como custo de oportunidade, taxa mínima de atratividade, custo
de oportunidade e retorno exigido. A fórmula do valor presente é a seguinte:
101
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
VFn 1
VP
= = VFn x n
(1 - i )
n
(1 + i )
Onde:
R$ 1.700,00 R$ 1.700,00
VP = = = R$ 918,42
(1 + 0,08)8 1,851
FV₈= $ 1.700
VP= $ 918,42
102
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Na Figura 23, podemos verificar que para cada anuidade é feito um cálculo
de valor presente, sendo estas somadas ao final, mostrando o valor presente total
da série.
103
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Final do ano
0 1 2 3 4 5
$ 648,20
599,90
555,80
514,50
476,70
Valor presente $ 2.795,10
Onde:
n
1
FVPAi,n = ∑
(1 + i )
t
t =1
104
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Um modo mais eficiente de calcularmos este valor presente para uma série
de anuidades ordinárias é a utilização de uma planilha eletrônica. A Figura 24
demonstra como este cálculo pode ser realizado na planilha.
Indicadores de ViaBilidade de
ProJetos
Como já comentamos, na área de finanças, os administradores lidam com
diversas oportunidades de investimento e uma das atividades deste profissional
é a de selecionar projetos viáveis e que maximizem a riqueza do proprietário
da companhia. Para isso, existem pelo menos três técnicas de análise, que
são também indicadores da viabilidade de projetos: Período de Payback, Valor
Presente Líquido e Taxa Interna de retorno. Estas duas últimas técnicas, segundo
Gitman (2002), baseiam-se nos conceitos de valor do dinheiro no tempo.
Vamos utilizar um exemplo base, trazido por Gitman (2002, p. 338) para
ilustrar nossos conceitos a partir deste momento, o qual será adaptado para
nossa realidade brasileira. A empresa Copy & Paste Soluções Gráficas Ltda. está
analisando dois projetos de investimentos. O projeto A prevê um investimento
inicial de R$ 42.000,00, com fluxo de anuidade ordinária de recebíveis de R$
14.000,00 anuais durante 5 anos. O projeto B tem um investimento inicial de R$
45.000,00 com um recebimento de R$ 28.000,00 no primeiro ano, R$ 12.000,00
no segundo e uma sequência de anuidades de R$ 10.000,00 nos três anos
subsequentes, totalizando também cinco anos de recebimentos.
105
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
a) Payback
Gitman (2002) destaca que o payback é visto como uma técnica não
sofisticada de análise de viabilidade e aceitação de projetos, uma vez que não
leva em consideração o valor do dinheiro no tempo.
106
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
0
1 2 3 4 5
$ 42.000
Final do ano
Projeto B
$ 28.000 $ 12.000 $ 10.000 $ 10.000 $ 10.000
0
1 2 3 4 5
$ 45.000
Final do ano
107
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Segundo Gitman Segundo Gitman (2002, p. 342), Valor Presente Líquido (VPL)
(2002, p. 342), Valor “é obtido subtraindo-se o investimento inicial de um projeto (FC0), do
Presente Líquido
valor presente de suas entradas de caixa (FCt), descontadas a uma
(VPL) “é obtido
subtraindo-se o taxa igual ao custo de capital da empresa (K).”, ou seja:
investimento inicial
de um projeto (FC0), VPL = Valor presente das entradas de caixa – Investimento Inicial
do valor presente
de suas entradas
de caixa (FCt ),
n
FCt
descontadas a uma
=VLP ∑ (1 + K )
t =1
t
− FC0
capital da empresa = ∑ ( FC
t =1
t x FVPk ,t ) − FC0
(K)”.
k=10%
53.071
VPLA= $ 11.071
108
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Segundo Gitman (2002), quando o VPL é maior que zero, a empresa está
obtendo um retorno superior ao seu custo de capital, portanto, mantendo o valor
da empresa e gerando mais riqueza aos seus proprietários.
A taxa interna de retorno (TIR) é, segundo Gitman (2002), uma das técnicas
mais sofisticadas de orçamento de capital, e, também, uma das mais difíceis de
109
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
n
FCt
=$0 ∑ (1 + TIR )
t =1
t
− FC0
n
FCt
∑ (1 + TIR)
t =1
t
= FC0
110
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
TIR?
42.000
VPLA= $ 0 TIRA= 19,9%
Perceba que, ainda que a empresa estipule dois pontos percentuais acima
do custo de capital da empresa, chegando a uma taxa mínima de atratividade de
12%, ambas as TIRs são bastante superiores, sendo a do projeto A: 19,9% e a
do projeto B: 21.7%. Se os dois projetos tiverem riscos semelhantes, podemos
afirmar que a escolha deve se dar pelo projeto B, uma vez que este apresenta
uma TIR maior.
Atividade de Estudos:
111
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Algumas ConsideraçÕes
Começamos o presente capítulo com uma revisão do conceito de fluxo de
caixa, verificando a sua importância para a gestão financeira de uma empresa,
uma vez que o fluxo de caixa demonstra todas as entradas e saídas de recursos
na organização.
112
Capítulo 4 FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
Concluímos, assim, esse capítulo sobre fluxo de caixa para pequenos negócios.
Espero que você tenha aprendido a importância deste tema para o planejamento e
gestão das organizações, sejam elas pequenas, médias ou grandes.
ReFerÊncias
ANTONIK, L.R. Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas
empresas. São Paulo: Elsevier, 2016.
113
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
114
C APÍTULO 5
Negociação com Bancos, Credores
e Devedores
116
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
ContextualiZação
Nesta disciplina, uma questão que vem sendo bastante reforçada até o
momento é a diferenciação entre os regimes de competência e caixa. Esta
diferenciação é importante não só didaticamente, para que você entenda os
regimes contábeis e financeiros, mas também por uma questão estratégica: o
lucro ocorre em um regime contábil, mas a efetiva disponibilização de dinheiro
para a empresa ocorre no regime de caixa. A empresa pode lucrar e não ter
liquidez, ao mesmo tempo em que pode ter prejuízo, mas ter dinheiro em caixa.
117
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
CrÉdito
O crédito, como corroboram Maia (2007) e Antonik (2016) é fundamental
para toda a sociedade, uma vez que ele alavanca e multiplica a capacidade que
as empresas e os consumidores possuem de poder fazer negócios. Sem essa
ferramenta, as transações seriam limitadas à disponibilidade de recursos com
liquidez imediata, o que geraria um volume de negócios muito menor. Muitos
empresários até podem imaginar que não se utilizam de crédito, mas talvez
estejam se limitando a um conceito de crédito mais estreito, como o financiamento
bancário. Este conceito pode ser descrito por Schrickel (1995 apud MAIA, 2007,
p. 11) no qual ele define o crédito como “todo ato de vontade ou disposição de
alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um
terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente,
depois de decorrido o tempo estipulado”.
Assim, de forma Este conceito de crédito pode ser melhor compreendido por
bastante sintética,
Sandroni (1999 apud MAIA, 2007, p. 11): “crédito é a transação
podemos conceituar
crédito como o comercial em que um comprador recebe imediatamente um bem ou
ato de tomarmos serviço adquirido, mas só fará o pagamento depois de algum tempo
um serviço ou determinado”.
adquirirmos
um produto, Esse último conceito é mais amplo, e agrega também as simples
sem realizar o
transações comerciais nas quais há postergação de pagamento.
pagamento de
imediato. Assim, de forma bastante sintética, podemos conceituar crédito
como o ato de tomarmos um serviço ou adquirirmos um produto, sem
realizar o pagamento de imediato.
Se adquirimos uma
matéria-prima,
Se adquirimos uma matéria-prima, com promessa de pagamento
com promessa
de pagamento para daqui 30 dias, estamos tomando um crédito direto com nosso
para daqui 30 fornecedor, e este passa a ser nosso credor.
dias, estamos
tomando um crédito Em vez de financiarmos diretamente com o fornecedor,
direto com nosso poderíamos negociar um desconto sobre o valor de face das
fornecedor, e este mercadorias, pagando tudo à vista. Para isso, podemos utilizar nosso
passa a ser nosso
caixa, ou então pegar dinheiro emprestado com terceiros, como
credor.
as instituições financeiras, os bancos. Entretanto, para que essa
modalidade seja interessante, é importante que o percentual de desconto à vista
supere os juros que serão pagos pelo financiamento.
118
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
É preciso ter noção de que vender a prazo, muitas vezes, é a única forma de
tornar um negócio viável, mas ao mesmo tempo, entregar um produto ou serviço
agora para receber em períodos futuros traz consigo um risco de não recebimento.
Esse risco de não ingresso dos recursos no tempo devido abre uma lacuna no
fluxo de caixa da empresa, que precisa ser preenchida. Historicamente, é possível
calcular o percentual de inadimplência e, por consequência, o montante de recursos
que provavelmente deixarão de ingressar no caixa da empresa. Para cobrir esta
lacuna, a empresa pode tomar empréstimos ou transferir o risco da cobrança para
um terceiro, como ocorre nas vendas a prazo através do cartão de crédito.
119
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Antonik (2016) afirma que as micro e pequenas empresas são aquelas mais
propensas ao risco de crédito, e um dos motivos que mais impactam neste risco
refere-se à análise do crédito.
120
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
Política de
crédito “frouxa”,
cliente satisfeito
Tudo que é
bom dura Vendas
pouco disparam
Risco de crédito
aumenta
significativamente
Análise de CrÈdito
Maia (2007) afirma que para acreditar naqueles que demandam crédito são
necessários basicamente dois elementos: tempo e informação. Essa afirmação
se baseia na premissa de que só se pode confiar em quem se conhece. E para
conhecer alguém é necessário tempo e histórico de transações passadas.
121
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Os Cs do CrÉdito
Antonik (2016) afirma que a empresa pode usar como apoio ao processo
decisório para concessão de crédito ao cliente uma ferramenta de análise
denominada os Cs do crédito. Se analisarmos a concessão de crédito a pessoa
física, temos 5 Cs, quando falamos em crédito a pessoa jurídica, segundo Maia
(2007), adicionamos um sexto C.
122
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
123
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
124
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
Atividade de Estudos:
InadimplÊncia
Segundo Maia (2007), inadimplência trata-se de uma quebra de contrato, de
uma falta de pagamento de um crédito contratado, acordado, que foi exigido no
tempo programado e não foi quitado pelo tomador. A regra é o pagamento na
data acordada, mas a exceção ocorre e deve ser bem analisada e contabilizada
pelo fornecedor do crédito. Maia (2007) afirma que o adimplemento, o pagamento
das dívidas, possui inclusive uma função social, haja vista que permitem uma
recirculação de dinheiro, de crédito, de capital. À medida que as taxas de
inadimplência caem, os juros acompanham, permitindo uma maior concessão de
crédito e aumento do consumo, por consequência a economia melhora, gerando
mais renda, mais riqueza para a nação.
Maia (2007) utiliza o código civil para demonstrar que existem dois tipos
de inadimplência. A absoluta, que ocorre quando obrigação que deixou de ser
cumprida e não pode ser realizada de forma útil ao credor. Para este tipo de
inadimplência há previsão de pagamento de juros e atualização monetária e ainda
há possibilidade de responsabilizar o devedor por danos morais.
125
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Entender a Entender o
natureza da motivo da falta Negociar
dívida de recursos a dívida
(inadimplência
1) Dívidas de investimento.
2) Dívidas de capital de giro.
3) Dívidas para cobrir fluxos de caixas negativos.
• Dívidas de investimento
126
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
127
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Fonte: O autor.
128
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
c) Negociando a dívida
Segundo o Sebrae (2016a), uma vez que a dívida se faz presente, e que já
foram revistos os processos operacionais da empresa, de modo que ela possa
ampliar seu desempenho, é chegada a hora de renegociar a dívida com seus
credores.
O Sebrae (2016a) afirma que outros valores além do saldo de caixa disponível
ao longo dos períodos podem ser levantados com o intuito de ajudar a amortizar a
dívida, como a venda de alguns ativos, como veículos, máquinas e equipamentos,
imóveis. Contudo é necessário realizar uma análise para que a venda destes
ativos não impacte em fluxos de caixa futuros, ou seja, para que esta venda não
prejudique as operações da empresa.
129
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
130
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
Atividade de Estudos:
É preciso ter um plano de liquidação para quando houver algum atraso, assim
alertas podem ser emitidos para corrigir lapsos daqueles clientes que tenham
131
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Etapa 3: caso nenhuma das ações das etapas anteriores tenham tido sucesso,
e não se estabeleceu um plano de negociação, a divulgação do débito junto ao
mercado pode pressionar o devedor a entrar em contato e estabelecer este canal.
Isto pode ocorrer junto a órgãos especializados de proteção de crédito, por exemplo.
132
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
Atividade de Estudos:
Algumas ConsideraçÕes
Neste capítulo entramos em um assunto diferente de todos vistos até aqui
na nossa disciplina de planejamento e controle financeiro: inadimplência e
negociação.
133
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
134
Capítulo 5 NEGOCIAÇÃO COM BANCOS, CREDORES E DEVEDORES
ReFerÊncias
ANTONIK, L. R. Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas
empresas. São Paulo: Elsevier, 2016.
135
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
136
C APÍTULO 6
Novas Moedas: Riscos e Oportunidades
Para Pequenas Empresas
Identificar novas moedas que podem ser aplicadas a micro e pequenos negócios.
138
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
ContextualiZação
Como vimos no Capítulo 1, a área de finanças se entrelaça com diversas
outras áreas de estudos, sendo a área de economia e contabilidade aquelas
com afinidades mais tradicionais e presentes na maioria das bibliografias que
trabalham sobre o tema. Ao longo da nossa disciplina fomos tratando a área
de finanças como uma instituição, que precisa demonstrar certa tradição nas
suas ações, de modo que possam se medir os resultados da companhia com
confiabilidade e solidez. Estes preceitos são muito importantes para a gestão da
empresa e podemos dizer que eles são fundamentos do estudo de finanças.
139
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
a) Escambo
b) Metal
140
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
c) Moeda tradicional
d) Moeda de papel
Segundo o Banco Central do Brasil (s.d.), na Idade Média, era Com o passar do
comum as pessoas armazenarem suas riquezas com ourives e este, tempo, os governos
como forma de garantia, lhes atribuía um recibo. Este recibo passou, assumiram o
então, a circular como forma de pagamento e passaram a exercer controle de emissão
a função de moeda. No país, segundo o Banco Central do Brasil de cédulas e
moedas para coibir
(s.d.), os primeiros bilhetes que foram negociados foram emitidos
a falsificação e
pelo Banco do Brasil, em 1810, e possuíam grafados à mão o seu garantindo o poder
valor comercial, assim como as conhecidas folhas de cheques. Com de pagamento. Os
o passar do tempo, os governos assumiram o controle de emissão Bancos Centrais
de cédulas e moedas para coibir a falsificação e garantindo o poder assumem este papel
de pagamento. Os Bancos Centrais assumem este papel na imensa na imensa maioria
das nações.
maioria das nações.
141
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
e) Sistema Monetário
142
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
143
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
h) Novas Moedas
144
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
145
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
de punições para quem realizou a venda. FATF (2014) alerta que mesmo
que algumas moedas virtuais não sejam conversíveis, é comum que
ocorra a existência de uma espécie de mercado paralelo, no qual estas
moedas são transacionadas. Este é um caso típico dos programas de
milhagens de companhias aéreas, nos quais há um ambiente específico
para aquisição e acumulação de pontos (milhas), os quais podem ser
trocados por passagens aéreas ou então por produtos específicos em
redes comerciais parceiras.
As moedas virtuais não conversíveis são todas centralizadas: isto ocorre pela
sua definição, pois existe um emissor central que estabelece regras que as tornam
não conversíveis. Em contrapartida, as moedas virtuais conversíveis podem ser
tanto centralizadas ou descentralizadas.
146
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
Centralizada Descentralizada
Possui administrador central, comer-
Usuários (não administrador);
cialização; existe terceiro que valida
não existe terceiro que valida
as operações; pode ser
as operações; pode ser trocado
Conversível
por moeda fiduciária.
trocado por moeda real.
Exemplo: Bitcoin.
Exemplo: Second Life Linden Dollars.
147
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Esse tipo de moeda pode ser adquirido diretamente pelos usuários dos
jogos eletrônicos na plataforma ou ser recebido por recompensa em atividades
exercidas dentro do próprio jogo. A conversibilidade auxilia no atrativo para
compra da moeda, pois o usuário poderá revertê-la em moeda real caso desista
de utilizá-los na plataforma virtual, contudo, há sempre uma taxa de câmbio na
conversão, tanto para compra, quanto para venda.
Mariotto (2015, p. 39) afirma que “os Programas de Fidelidade são esquemas
estruturados pelas empresas permitindo a concessão de benefícios de forma
sistemática ao cliente”. Os benefícios identificáveis pelo usuário dos programas
de fidelidade são os descontos ou prêmios, mas também existem as sensações
de status, participação de um grupo social, agradecimento e reciprocidade.
148
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
149
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Imediata A prazo
• Criptomoedas
150
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
Segundo Boff e Ferreira (2015), esta questão de ser autolimitado simula uma
escassez e aproxima o bitcoin ao comércio de metais preciosos, como o ouro.
151
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Atividades de Estudos:
152
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Barreto (2017) afirma que o uso de moedas virtuais podem trazer inúmeras
vantagens, sendo que aquelas relacionadas à redução e, em alguns casos, a
eliminação dos custos de transação entre os intermediários que fornecem e
verificam a veracidade das transações é uma delas. Essas vantagens estão mais
presentes com relação às criptomoedas, pois possuem claramente este propósito,
o de fornecer anonimato nas transações e realizá-las com uma verificação de
veracidade colaborativa.
153
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Segundo Barreto (2017), outro risco das moedas virtuais é a baixa preocupação
com segurança, uma vez que não possuem protocolos de segurança específicos.
154
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
A FATF (2014) ainda alerta para o risco de usos ilícitos da moeda, como
lavagem de dinheiro ou financiamento de organizações criminosas, dada a
dificuldade em rastrear os proprietários e as transações correspondentes.
Algumas ConsideraçÕes
No presente capítulo fizemos um resgate histórico da evolução do dinheiro,
da moeda, nas transações comerciais. Começamos abordando a técnica mais
rudimentar de troca de mercadorias: o escambo. Ficou claro desde o início das
trocas de mercadorias que algumas mercadorias possuíam mais valor do que
outras e a tendência em se concentrar em algumas, como o sal, o gado e o café,
por exemplo.
155
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
156
Capítulo 6 NOVAS MOEDAS: RISCOS E OPORTUNIDADES PARA
PEQUENAS EMPRESAS
ReFerÊncias
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Origem e evolução do dinheiro. Disponível em:
<http://www.bcb.gov.br/htms/origevol.asp>. Acesso em: 20 fev. 2018.
157