Administração Financeira
Administração Financeira
Administração Financeira
FINANCEIRA
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof. Ivan Tesck
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Revisão de Conteúdo: Rubia Carla Erthal de Souza
Revisão Gramatical: Iara de Oliveira
Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
658.15
K67v Knuth, Valdecir
Administração financeira / Valdecir Knuth. Indaial :
UNIASSELVI, 2017.
271 p. : il.
ISBN 978-85-69910-38-1
1. Administração Financeira.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Valdecir Knuth
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Finanças Empresariais ..........................................................11
CAPÍTULO 2
Gestão Financeira .................................................................73
CAPÍTULO 3
Engenharia Econômica........................................................141
CAPÍTULO 4
Orçamento Empresarial......................................................193
APRESENTAÇÃO
Em um mercado competitivo e passando por um período de recessão econômica,
o gestor financeiro da empresa precisa estar atento a todas as oscilações do mercado
onde a empresa atua. Na verdade, o gestor financeiro precisa acompanhar a
economia, o mercado, a política, as flutuações cambiais para que possa tomar as
decisões de forma correta para a empresa.
Para tanto, é importante ler cada unidade com atenção e fazer as atividades
de aprendizagem. Mas, lembre-se! O conteúdo apresentado nesta disciplina tem a
finalidade de enriquecer os seus conhecimentos e, com isso, aumentar a capacidade
de pô-lo em prática na sua vida profissional, o que resultará na melhoria da gestão
financeira e, consequentemente, na melhoria dos resultados financeiros da empresa.
Porém, busque mais informações e procure estar sempre atualizado, pois as
exigências do mercado nos reservam desafios constantes e a busca do conhecimento
aliada à determinação e ao saber fazer é fundamental.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
ConteXtualiZação
As atividades relacionadas à análise financeira gerencial ou gestão financei-
ra, ou, ainda, conhecida como administração financeira, são percebidas como um
conjunto de métodos e técnicas que se utiliza para o melhor gerenciamento dos
recursos financeiros da entidade, e que tem por objetivo maximizar o capital inves-
tido pelos acionistas, sob a forma de lucros ou resultados (WERNKE, 2008).
FunDamentos De Finanças
Empresariais
Como vimos, as atividades relacionadas à análise financeira têm a função
de maximizar a riqueza dos sócios/proprietários/investidores/acionistas. Para
isso, buscamos em Teixeira e Ramos (2011) as atribuições que o gestor financeiro
deve ter e que podem ser resumidas em três atividades básicas:
De fato, conforme
a) efetivação de análise e planejamento financeiro; Manfredini (2001,
b) tomada de decisões de investimentos; e p. 1), “o lucro,
dentro de critérios
c) tomada de decisões de financiamento.
perfeitamente
adequados, pode
Então, podemos entender que as atividades organizacionais da ser manipulado.
empresa envolvem recursos financeiros, logo, devem orientar-se à Caixa não tem jeito.
geração do lucro para a empresa. De fato, conforme Manfredini (2001, Como dizem em
p. 1), “o lucro, dentro de critérios perfeitamente adequados, pode ser Wall Street, lucro
é opinião; caixa é
manipulado. Caixa não tem jeito. Como dizem em Wall Street, lucro é
fato”.
opinião; caixa é fato”.
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Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Para Bruni e Famá (2007), o resultado positivo contábil pode ser obtido por
meio de:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Teixeira e Ramos (2011, p. 3-4) salientam que “[...] essa função tem a
responsabilidade pela obtenção dos recursos indispensáveis ao desempenho
financeiro da organização e pela formulação de uma estratégia voltada para a
otimização da aplicação desses recursos, colaborando de forma expressiva para
o sucesso do empreendimento”.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
a) Gestão do caixa: identificar quais são os dias que a empresa terá sobra ou
falta de caixa.
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Administração Financeira
O gestor financeiro deve pautar suas decisões com base nos relatórios
das demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração
do Resultado do Exercício. Para tanto, são necessários análise e planejamento
financeiros. De acordo com Teixeira e Ramos (2011), são pelo menos três as
principais atribuições do gestor financeiro:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Atividades de Estudos:
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De acordo com Hoji (2004, p. 22), “as atividades de uma empresa podem
ser agrupadas, de acordo com a natureza, em: operações, investimentos e
financiamentos”.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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A EVolução Da ContaBiliDaDe
A contabilidade surgiu nos primórdios da humanidade. Vejamos o que Tessari
(2013, p. 3-4) aborda:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Usuários Da ContaBiliDaDe
Os usuários da Contabilidade podem ser todas as pessoas – físicas ou
jurídicas, públicas ou privadas, internas ou externas – e que tenham algum tipo
de interesse nos resultados da empresa ou entidade. Esses usuários podem ser:
governos nos diversos níveis, administradores, sócios ou acionistas, fornecedores,
financiadores e demais credores, clientes, empregados, integrantes do mercado
financeiro e de capitais, dentre outros.
Complementando, Araújo (2009, p. 5-6) afirma que “em geral, toda pessoa,
física ou jurídica, possui algum patrimônio; logo, podemos dizer que todos
se interessam pela informação contábil”. Conforme o interesse do usuário, a
informação contábil pode servir a diversos propósitos:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Fiscalização
- Buscar indícios de sonegação de impostos.
Tributária
- Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital de giro
próprio, da solidez econômico-financeira, buscando identificar se há
garantia acessória para o início ou continuidade no fornecimento dos
Comissões de bens ou serviços.
Licitação O art. 31, da Lei Federal n. 8.666/93, prevê que o uso de índices
extraídos das demonstrações contábeis limitar-se-á à demonstração
da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos
que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato.
- Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus
empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.)
Empregados e
- Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover sua
Sindicatos
remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta de
oportunidades de emprego.
Fonte: Silva (2010, p. 8).
RelatÓrios ContáBeis
Existem diferentes tipos de relatórios contábeis obrigatórios e não obrigatórios
de acordo com a Lei n. 11.638/07, e Marion (2012, p. 44) apresenta os diversos
tipos de relatórios contábeis que podem ser gerados, separando-os em grupos.
Veja a figura a seguir:
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Administração Financeira
Dois dos principais relatórios que o gestor financeiro deverá utilizar para a
tomada de decisões na sua empresa são o BP – Balanço Patrimonial e a DRE –
Demonstração do Resultado do Exercício.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Como você pode perceber, há vários tipos de relatórios que são gerados
pela Contabilidade e cada um possui suas particularidades para atender às
necessidades de cada usuário que, por sua vez, os utiliza para o seu processo de
decisão na sua empresa ou entidade governamental.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Atividades de Estudos:
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Demonstração Do ResultaDo Do
EXercÍcio (DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), de acordo com sua
própria nomenclatura, especifica a situação econômica da empresa, que pode
refletir Lucro ou Prejuízo. Este é um demonstrativo contábil que apresenta, de
forma vertical, o resultado das atividades normais da empresa, sempre iniciando
pelas vendas brutas, descontando-se os custos e despesas que foram gerados
durante determinado período.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
dentro do conceito da Lei n. 6.404-76, abrangem também as despesas O art. 187 da Lei n.
líquidas para financiar suas operações; os resultados líquidos 6.404-76 estabelece
das atividades acessórias da empresa são também considerados que, para se chegar
operacionais”. ao lucro operacional,
serão deduzidas
as “despesas
O art. 187 da Lei n. 6.404-76 estabelece que, para se chegar ao
com as vendas,
lucro operacional, serão deduzidas as “despesas com as vendas, as as despesas
despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e financeiras,
administrativas e outras despesas operacionais” (BRASIL, 1976). deduzidas das
receitas, as
Nas contas de resultado, a estrutura da DRE se apresenta da despesas gerais e
administrativas e
seguinte forma:
outras despesas
operacionais”
(BRASIL, 1976).
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Administração Financeira
Uma receita
também pode provir
de investimentos: a Receitas
empresa pode, por
exemplo, receber A Receita pode ser explicada como um fluxo de elementos para
juros relativos a o Ativo, na forma de dinheiro, títulos a receber ou outros tipos de bens
depósitos bancários
e dinheiros provenientes de terceiros, estando sempre relacionada à
ou a títulos emitidos
por terceiros e de venda de mercadorias ou produtos, ou à prestação de serviços. Uma
sua propriedade. receita também pode provir de investimentos: a empresa pode, por
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Ver o Novo Código Civil, Lei n. 10.406/2002, art. 1.267, que aborda
sobre o conceito da propriedade e tradição nas operações empresariais.
Note que o Patrimônio Líquido pode ser aumentado de outra maneira que não
por meio de uma receita. Por exemplo, o aumento do capital, por parte dos sócios
ou proprietários, leva ao aumento do Patrimônio Líquido, mas não é receita, pois
não é um ganho decorrente das atividades da empresa.
Despesas
As despesas possuem a conotação ou o mesmo entendimento de custos,
podendo, muitas vezes, serem confundidos. Porém os custos são os gastos
que compõem um produto e as despesas são todos os gastos necessários para
a empresa obter receitas. São os esforços que a empresa tem para fazer a
“máquina” girar.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Administração Financeira
Custos
Para Crepaldi (1998, p. 56), os “[...] custos são gastos (ou sacrifícios
econômicos) relacionados com a transformação de ativos (exemplo: consumo
de matéria-prima ou pagamento de salários)”. De acordo com o autor, podemos
entender que os custos são os gastos atribuídos na transformação e produção
de novos bens, utilizando os bens materiais da empresa, como a matéria-prima
e demais componentes necessários ao processo industrial, para transformar e/ou
criar outros tipos de bens materiais.
Isso mesmo!
No processo industrial utilizam-se determinados bens para
transformar novos bens!
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Fonte: O autor.
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Gastos
Os Gastos podem ser aplicados em todos os bens e serviços adquiridos, não
importando a forma de pagamento, seja com matéria-prima, seja com material de
expediente, máquinas, veículos ou contratação de serviços em geral. Podem ser
aplicados tanto na produção como na área administrativa e de vendas.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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InVestimentos
O Investimento consiste em tudo o que é necessário para o desenvolvimento
das atividades. Por exemplo: uma indústria necessita de materiais e máquinas.
Os materiais são classificados temporariamente como investimentos circulantes,
pois serão consumidos no processo produtivo (estão localizados nos Estoques da
empresa), e as máquinas são classificadas como investimentos permanentes (no
Ativo Imobilizado), pois se restringem ao uso na transformação dos materiais para
o produto final.
Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial é um dos relatórios mais importantes da contabilidade.
Conforme Knuth et al. (2014, p. 150), pode ser definido como:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Figura 5 – Relação Entre as Atividades das Empresas, o Balanço Patrimonial
e a Demonstração do Resultado
Administração Financeira
EQuação Patrimonial
Para dar sequência ao entendimento da estrutura do balanço patrimonial,
vamos identificar alguns tipos de equações patrimoniais existentes.
A = ATIVO
P = PASSIVO
PL = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Vejamos:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
São os valores que a empresa deve pagar até 360 dias. As contas estão
ordenadas pela sua exigibilidade, começando por aquelas de prazo mais curto,
como empréstimos, contas a pagar, dívidas com fornecedores, impostos a
recolher e provisões (são as despesas incorridas, geradas, ainda não pagas,
mas já reconhecidas pela empresa, como imposto de renda, férias, 13° salário,
salários a pagar, etc.).
AtiVo
A principal característica que se pode visualizar em um Ativo é o benefício
futuro que pode advir desse bem. De forma simples, costumeiramente, atribui-se
a bens e direitos da empresa o conceito de Ativo, sendo assim, todos os bens e
direitos que a empresa detém são seus ativos, como veículos, dinheiro, móveis,
imóveis, máquinas, etc.
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Administração Financeira
qualquer benefício presente ou futuro para essa entidade. Nesse caso, não será
considerado esse bem um ativo, devendo, portanto, ser retirado do ativo.
PassiVo
O Passivo representa todas as obrigações que uma empresa possui com
terceiros, também conhecido como Capital de Terceiros ou Obrigações Exigíveis.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Patrimônio LÍQuiDo
O Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, ou seja,
aqueles valores remanescentes de suas atividades e que pertencem aos seus
sócios. Exatamente por pertencerem aos proprietários das entidades, também é
conhecido como Capital Próprio ou Obrigações não Exigíveis.
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Administração Financeira
FluXo De CaiXa
Neste item, vamos aprender a elaborar e analisar um Fluxo de Caixa. A
respeito disso, Gitman (2001, p. 117) salienta que:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Vejamos outro modelo, desta vez adaptado de Yoshitake e Hoji (1997, p. 153).
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Atividades de Estudos:
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
Algumas ConsiDeraçÕes
Prezado(a) acadêmico(a), finalizamos o capítulo 1!
Por final, você compreendeu o que é o Fluxo de Caixa e quais são os modelos
existentes, bem como as particularidades de cada modelo, que podem contribuir
para as atividades do gestor financeiro da empresa.
ReFerÊncias
ANTHONY, Robert N. Management accounting. In: IUDÍCIBUS, Sérgio de
(Coord.). Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
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FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade. Teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1997. Vol. I.
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Capítulo 1 Finanças Empresariais
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo, Atlas,
2012.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
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Administração Financeira
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C APÍTULO 2
Gestão Financeira
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Capítulo 2 Gestão Financeira
ConteXtualiZação
A importância dos estudos e da aplicação do tema Gestão Financeira para o
sucesso empresarial pode estar intrinsicamente relacionada à seguinte contribuição:
“Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro” (GITMAN,
2004, p. 4). Por esse motivo, entendemos que o aparelho circulatório do dinheiro,
tanto no cotidiano das empresas como de pessoas físicas, envolve todas as
operações dos recebimentos e pagamentos dos compromissos financeiros.
Por conseguinte, o ato de receber e pagar nos remete a outro pensamento que
está relacionado com a sobra do dinheiro, a sobra do caixa, que é quase como o
lucro das operações das empresas.
Então, a Gestão Financeira é uma atividade que de forma dinâmica Então, a Gestão
deve começar por você. Cada pessoa deve aprender a gerenciar o seu Financeira é uma
dinheiro, fazê-lo render. Se o candidato tiver um histórico conhecido de atividade que de
problemas financeiros pessoais, é difícil que a empresa o promova ou forma dinâmica deve
começar por você.
o contrate ao cargo de gestor financeiro. Se a pessoa não consegue
gerenciar seus próprios recursos, imagine os da empresa.
É importante mencionar que o gestor financeiro precisa estar atento para todas
as mudanças políticas e econômicas do mercado, pois essas mudanças poderão ter
impacto direto na demanda da produção e vendas da empresa e, por conseguinte,
na geração do Fluxo de Caixa. E se houver mudanças na demanda da produção e
vendas da empresa, poderá haver alterações na formação dos preços dos produtos.
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Administração Financeira
Análise Financeira
A Contabilidade possui estreito relacionamento com a Gestão Financeira.
O Balanço Patrimonial permite a elaboração e a utilização de uma ferramenta
chamada Análise das Demonstrações Contábeis, que permite visualizar se a
empresa consegue gerar determinado grau de liquidez ou de rentabilidade, para
que possa gerar riqueza ao investidor ou acionista, assim como gerar caixa para
pagar todos os seus compromissos financeiros, eliminando os riscos financeiros.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
Para termos uma ideia da real importância dos resultados destes indicadores,
devemos lembrar que as instituições financeiras os utilizam para a avaliação dos
riscos no momento da liberação dos créditos para as empresas.
Contudo, não devemos nos ater somente aos indicadores apurados pelas
informações do Balanço Patrimonial, mas, sim, buscar demais informações,
como o Fluxo de Caixa publicado pelas empresas de capital aberto, assim como
a publicação das notas explicativas da empresa nas quais constam informações
relevantes sobre os investimentos e as captações de recursos da empresa.
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Administração Financeira
De que forma?
Para garantir a Para garantir a segurança do controle nas ações dos gestores da
segurança do
controle nas ações empresa, é interessante acompanhar mensalmente (apuração com
dos gestores base nos balancetes mensais da empresa) os resultados apurados
da empresa, com o uso dos indicadores econômicos e financeiros.
é interessante
acompanhar
mensalmente Também podemos acompanhar a taxa de retorno do acionista
(apuração com base
nos balancetes mensalmente e, assim, controlar se é possível a empresa atingir o
mensais da empresa) resultado desejado ao final do exercício social ou não.
os resultados
apurados com o
uso dos indicadores Também é importante ressaltar que os gestores das empresas
econômicos e deverão visualizar o que acontece com seus concorrentes, e porque
financeiros.
não dizer em constituir uma equipe que monitore as atividades dos
seus concorrentes, para gerar informações estratégicas do mercado. Com
isso, é possível construir ferramentas que possibilitem melhorar os resultados
econômicos e financeiros da empresa.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
UtiliZação De InDicaDores
Agora vamos estudar alguns indicadores de avaliação dos resultados e de
liquidez da empresa, e, também, o comportamento das alocações dos recursos
financeiros em determinados tipos de contas contábeis, ou grupos de contas, o
que possibilita identificar o grau de agressividade ou moderação de investimentos.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
Fonte: O autor.
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Fonte: O autor.
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Atividades de Estudos:
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Fonte: O autor.
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Fonte: O autor.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
InDicaDores De LiQuiDeZ
Uma das ferramentas muito utilizadas para a avaliação da capacidade de
pagamentos da empresa é o que chamamos de Indicadores de Liquidez. O termo
liquidez vem da palavra “liquidar”, pagar.
Segundo Matarazzo
Segundo Matarazzo (2010), os indicadores de liquidez
(2010), os
apresentam a base da saúde financeira da empresa. indicadores de
liquidez apresentam
Pode haver certas confusões em relação aos indicadores a base da saúde
de liquidez, pois estes não representam em nenhum momento a financeira da
capacidade da geração do caixa da empresa, mas faz o comparativo empresa.
com determinadas contas contábeis. Analisando determinadas contas contábeis
do Ativo em comparação com determinadas contas contábeis do Passivo, pode-se
identificar a solidez financeira da empresa, isso quando os Ativos forem maiores
que os Passivos. Nesse caso, demonstra que a empresa possui capacidade para
pagamento dos seus compromissos, mas não garante que ela irá pagar seus
compromissos em dia.
a) Liquidez corrente
Isso também quer dizer que a empresa tem um prazo de até um ano para
gerar caixa e pagar as contas que vencem neste período.
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Administração Financeira
Assaf Neto (2012, p. 177), quando se depara com estes resultados, explica
que “[...] quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da
empresa em financiar suas necessidades de capital de giro”.
b) Liquidez seca
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Capítulo 2 Gestão Financeira
empresas comerciais tendem a ter estoques que mais facilmente são realizados
em dinheiro. Já as empresas industriais, além de ter um ciclo operacional maior,
possuem três tipos de estoques: os estoques de materiais e embalagens,
estoques em processo de elaboração e estoques de produtos acabados.
Devemos atentar, segundo Marion (2010), que nem sempre quando uma
empresa possui um baixo índice de liquidez seca, ela está com a situação
financeira apertada. O autor exemplifica um supermercado que possui um
investimento em estoque elevadíssimo e que não há duplicatas a
Marion (2010)
receber porque só vende à vista, esse índice só pode ser baixo. ainda afirma que
Nesse caso, para determinarmos se um índice de liquidez seca de um o estoque é o item
supermercado é bom, é necessário comparar seu índice com o índice mais manipulável no
dos demais supermercados. balanço. Ele pode
se tornar obsoleto,
antiquado a
Marion (2010) ainda afirma que o estoque é o item mais
qualquer momento,
manipulável no balanço. Ele pode se tornar obsoleto, antiquado a ou, ainda, pode ser
qualquer momento, ou, ainda, pode ser um item perecível. um item perecível.
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Assaf Neto (2012, p. 177) explica de outra forma o que significa a liquidez
seca e afirma que:
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Capítulo 2 Gestão Financeira
Mas para evitar qualquer falha na apuração dos indicadores de Mas para evitar
liquidez, orienta-se que determinados ajustes para reclassificação das qualquer falha
Despesas Antecipadas sejam feitos no grupo de contas do Patrimônio na apuração dos
Líquido, pois esses ajustes presumem a redução do resultado durante indicadores de
o período que as despesas forem sendo amortizadas, conforme Marion liquidez, orienta-se
que determinados
(2010).
ajustes para
reclassificação
c) Liquidez geral das Despesas
Antecipadas
Um indicador interessante para ser avaliado é o de Liquidez sejam feitos no
Geral (LG). Neste indicador, apenas se deve desconsiderar o Ativo grupo de contas
do Patrimônio
Imobilizado, pois este serve para gerar as atividades operacionais da
Líquido, pois esses
empresa. ajustes presumem
a redução do
De acordo com Silva (2007), o índice de liquidez geral mostra o resultado durante
valor que a empresa possui em recursos financeiros, assim como bens o período que as
e direitos realizáveis em curto e em longo prazo, para quitar todos os despesas forem
sendo amortizadas,
compromissos financeiros de curto e longo prazo da empresa (suas
conforme Marion
dívidas do Passivo Circulante e Passivo Não Circulante). (2010).
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Administração Financeira
d) Liquidez imediata
Esse tipo de indicador não é muito usual para fins gerenciais, uma vez que
ele apenas demonstra “quanto” a empresa dispõe de recursos em Caixa e Bancos
para liquidar todos os seus compromissos do Passivo Circulante.
Seria como dizer: “Irei pagar parte das dívidas ou todas as dívidas que
vencem em até 1 ano com o dinheiro que tenho em caixa e bancos”.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
InDicaDores De EnDiViDamento
Embora se trate de um assunto bastante amplo, abordaremos, nesta
seção, três aspectos relevantes de indicadores: garantia de capital de terceiros;
composição do endividamento e imobilização do patrimônio líquido.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
b) Composição do endividamento
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Capítulo 2 Gestão Financeira
InDicaDores De Giro
Nesta seção, estudaremos três tipos de indicadores de giro que estão
relacionados ao índice de giro de contas a receber, índice de giro de contas a
pagar e índice de giro de rotação de estoques.
Quanto aos aspectos legais, devem ser considerados como venda realizada
quando mercadoria, produto, serviço passa à propriedade da empresa ou pessoa
que o(a) adquire e ocorre no momento da entrega, embarque, despacho ou
remessa ao destinatário.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
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Administração Financeira
Por essa situação, vamos identificar também qual é o giro do Contas a Pagar
da Empresa A.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
É interessante
Interpretando os resultados obtidos com o uso deste exemplo, o
para a empresa
prazo médio de pagamento das contas a pagar da empresa esteve, que o prazo médio
em X1, na ordem de 38,2917 dias, e, para o exercício social de X2, de contas a pagar
reduziu para 33,3144 dias. Não é interessante para a empresa gerar sempre esteja alto
essa queda, porém, para o período de X3, o resultado saltou para para haver maior
39,5304 dias de média de contas a pagar da empresa. folga para quitar os
compromissos com
os fornecedores,
É interessante para a empresa que o prazo médio de contas mas isso somente
a pagar sempre esteja alto para haver maior folga para quitar os é viável se não
compromissos com os fornecedores, mas isso somente é viável se incorrerem juros
não incorrerem juros onerosos. onerosos.
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Administração Financeira
Com base nos modelos de gestão de estoque, a empresa deve atingir uma
determinada meta indicada nos padrões de estratégias que deverá ser sempre
estoque zero. Mas em todo o segmento há características pré-determinadas pelo
mercado, e o estoque sempre sofrerá influência direta dos efeitos mercadológicos.
As empresas do segmento industrial têm a frequência da rotação de seus
estoques menor que as empresas do segmento comercial ou varejista.
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Capítulo 2 Gestão Financeira
InDicaDores De RentaBiliDaDe
Os indicadores de rentabilidade apuram o rendimento proporcionado
pelo investimento da empresa. Temos dois tipos de indicadores, o baseado
na rentabilidade do Patrimônio Líquido, também conhecido como retorno do
acionista, e o retorno do investimento total do ativo (também permite identificar o
Payback geral da empresa).
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Administração Financeira
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Capítulo 2 Gestão Financeira
Marion (2010) explica que esse indicador pode ser definido como uma medida
da capacidade da empresa em gerar lucro líquido durante diversos períodos e,
assim, poder capitalizar-se para remunerar o Custo do Capital Próprio e o Custo
do Capital de Terceiros.
105
Administração Financeira
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Capítulo 2 Gestão Financeira
107
Administração Financeira
conhecer se existe algum tipo de risco de falência. Com esse tipo de informações,
é possível avaliar com alguma razoabilidade o grau de segurança e detectar com
antecedência qual a situação financeira de uma empresa.
A falta de dinheiro em caixa para a empresa em curto prazo pode ser gerada
pelos seguintes motivos:
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Capítulo 2 Gestão Financeira
FI: X1 + X2 + X3 – X4 – X5
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Administração Financeira
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Capítulo 2 Gestão Financeira
SOLVÊNCIA: de 0 até 7.
PENUMBRA: de -3 até 0.
INSOLVÊNCIA: de -7 até -3.
Atividades de Estudos:
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Administração Financeira
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Custo Do Capital
Em Administração Financeira todos os pontos a serem observados são
importantes. Mas um ponto deve ser olhado com muito carinho pelo gestor
financeiro, pois este representa o quanto a empresa deverá desembolsar em juros
para trazer dinheiro.
112
Capítulo 2 Gestão Financeira
Quando o gestor opta por realizar algum tipo de investimento, deve Quando o gestor
observar o custo desse investimento, ou seja, o custo da captação de opta por realizar
recursos para otimizar esse investimento para que os resultados não algum tipo de
sejam comprometidos. investimento, deve
observar o custo
desse investimento,
Conforme Bartel (2011), neste tipo de aplicação do capital, as
ou seja, o custo
empresas devem alavancar os seus resultados, sejam operacionais da captação de
e/ou financeiros. E o ponto de equilíbrio é uma das ferramentas recursos para
indispensáveis para que se conheça o ponto de alavancagem. otimizar esse
investimento para
a) Custo do capital próprio e custo do capital de terceiros que os resultados
não sejam
comprometidos.
Quando da constituição de uma empresa, há a necessidade de
aplicar recursos financeiros para que possa estruturar-se e gerar as primeiras
unidades produtivas. Esses recursos podem ser oriundos da captação de
recursos de capital próprio (que representa os recursos dos sócios da empresa)
ou do capital de terceiros (que são os recursos emprestados, financiados com os
não sócios).
113
Administração Financeira
114
Capítulo 2 Gestão Financeira
115
Administração Financeira
Fórmulas:
CMPC (Bruto) = ((CP x Taxa CP) + (CT x Taxa CT)) / (CP + CT)
116
Capítulo 2 Gestão Financeira
CMPC (Líquido) = ((CP x Taxa CP) + ((CT x Taxa CT) x (1-IR))) / (CP + CT)
Dados:
Capital Próprio X1 = R$ 16.723.208
Capital de Terceiros X1 = R$ 2.500.985 (Curto Prazo) + R$ 2.965.380 (Longo
Prazo) = R$ 5.466.265
Nesse caso, a taxa do CMPC Bruto está na ordem de 17,4634% como custo
de capital para manter a empresa A.
117
Administração Financeira
Fonte: O autor.
118
Capítulo 2 Gestão Financeira
• Resultado Operacional.
• Planejamento da apuração do IRPJ/CSLL.
• Capacidade para gerar resultados para quitar os juros sobre capital de
terceiros, o valor do IRPJ/CSLL e os dividendos dos investidores.
• Economia do IRPJ/CSLL gerada pela captação dos recursos.
Nesse caso, a taxa do CMPC Bruto está na ordem de 20,25% como custo de
capital para manter os investimentos na empresa A.
119
Administração Financeira
120
Capítulo 2 Gestão Financeira
Fonte: O autor.
121
Administração Financeira
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
122
Capítulo 2 Gestão Financeira
123
Administração Financeira
124
Capítulo 2 Gestão Financeira
125
Administração Financeira
126
Capítulo 2 Gestão Financeira
De acordo com Bartel (2011), para cada ponto percentual que variar a receita
operacional, teremos uma variação de 3,33 pontos percentuais no resultado.
127
Administração Financeira
Capital De Giro
Outro assunto fundamental no estudo da Gestão Financeira, mas que,
infelizmente, muitas empresas desconhecem, é o seu “capital de giro”.
O capital de giro são os recursos financeiros de curto prazo que são utilizados
para compras de matérias-primas, pagamentos de salários dos funcionários,
cobranças de duplicatas em menos de 1 ano, além de outras contas.
129
Administração Financeira
Pode existir uma Pode existir uma relação entre risco (liquidez) e retorno (lucratividade)
relação entre risco no que se refere à proporção entre ativo e passivo circulante
(liquidez) e retorno operacionalizada pela empresa.
(lucratividade) no
que se refere à
proporção entre ativo Caso a empresa direcione seus recursos financeiros das contas
e passivo circulante
operacionalizada de ativos que apresentem elevada liquidez financeira (caixa, bancos
pela empresa. e aplicações financeiras) em relação ao total do seu ativo, a sua
liquidez imediata será maior. Transformará esses recursos em dinheiro
rapidamente, e, portanto, menor será o risco financeiro que estará assumindo.
Com isso, conseguirá pagar as suas dívidas de forma mais rápida. Dessa
forma, o gestor financeiro da companhia estará realizando uma administração
conservadora.
130
Capítulo 2 Gestão Financeira
NCG Condição
Aumenta Maior PMP e/ou Menor PMR
Diminui Menor PMP e/ou Maior PMR
Onde:
NCG = Necessidade de Capital de Giro
PMP = Prazo Médio de Pagamentos
PMR = Prazo Médio de Recebimentos
131
Administração Financeira
Para evitar que o NCG seja negativo, as empresas deverão trabalhar com
Capital de Giro Positivo sempre, pois os pagamentos terão previsão para ocorrer,
mas os recebimentos poderão não ocorrer em data certa.
Seria muito bom para as empresas que pudessem receber todas as vendas à
vista, e pudessem realizar todas as compras a prazo. Mas não é dessa forma que
ocorre, pois a empresa precisa passar por um ciclo de:
Isso quer dizer que se faz necessário apurar o ciclo operacional, o ciclo
financeiro e o ciclo econômico em que a empresa está inserida.
132
Capítulo 2 Gestão Financeira
133
Administração Financeira
Então:
134
Capítulo 2 Gestão Financeira
Período de estoque:
135
Administração Financeira
Contas a receber:
Ciclo Operacional:
Ciclo de Caixa:
Ciclo de Caixa Ciclo Operacional – período de contas a pagar.
Vamos buscar em Assaf Neto e Silva (2009, p. 22), o que corresponde cada
ciclo:
136
Capítulo 2 Gestão Financeira
Atividades de Estudos:
137
Administração Financeira
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas ConsiDeraçÕes
Prezado(a) acadêmico(a), com isso finalizamos o capítulo 2.
ReFerÊncias
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços. 10. ed. são Paulo:
Atlas, 2012.
138
Capítulo 2 Gestão Financeira
COLLINS, James. Como calcular o giro de contas a pagar. Site Ehow Brasil.
Tradução Marcos Vinicios de Araújo Barros. Disponível em: <http://www.ehow.
com.br/calcular-giro-contas-pagar-como_63290/>. Acesso em: 04 abr. 2016.
139
Administração Financeira
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
140
C APÍTULO 3
Engenharia Econômica
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Explicar o que é o capital (ou valor presente), a taxa de juros, o montante (ou
valor futuro) e a inflação.
142
Capítulo 3 Engenharia Econômica
ConteXtualiZação
Basicamente tudo na nossa vida está relacionado à matemática. Quando
recebemos o salário, temos que separar os recursos para cada tipo de conta a
ser paga, como mercado, abastecer o carro, faturas de energia elétrica, água,
telefone. Assim, lidamos com a matemática em nosso cotidiano.
A Matemática Financeira em
Engenharia Econômica
O desenvolvimento das atividades da Matemática Financeira tem como
objeto estudar o valor do dinheiro no tempo.
143
Administração Financeira
Isso significa que dentro de um ano, assim que esse valor do capital for
resgatado, o valor recebido será de R$ 404.200,00.
Portanto, o valor do dinheiro no tempo está ligado diretamente aos juros, pois
uma determinada quantia, hoje, equivale à outra no futuro.
De acordo com De acordo com Kuhnen e Bauer (1994, p. 20), “de forma genérica,
Kuhnen e Bauer podemos então afirmar que o estudo da equivalência de valores
(1994, p. 20), “de datados constitui o objetivo da MATEMÁTICA FINANCEIRA”.
forma genérica,
podemos então A matemática financeira está presente no nosso cotidiano
afirmar que o estudo
envolvendo operações como poupança, empréstimo, investimento
da equivalência de
valores datados e taxa de juros, compra, venda, aluguel e investimentos (DOLZAN
constitui o objetivo JÚNIOR, 2009). Para compreendê-la, precisamos conhecer os seus
da MATEMÁTICA principais conceitos básicos, que são os seguintes:
FINANCEIRA”.
a) Capital ou Valor Presente (PV): é o valor inicial em uma operação financeira
realizada por pessoa física ou jurídica, ou este é o valor à vista quando adquirimos
algum tipo de produto. Ainda, poderia ser considerado como o valor que se empresta
a outra pessoa em um determinado período de tempo. Para Hoji (2000, p. 62), “capital
corresponde ao recurso financeiro que seu proprietário cede temporariamente ao
tomador. É chamado também de principal”. É representado pelas letras C = Capital
ou PV = Valor Presente (inglês = Present Value).
144
Capítulo 3 Engenharia Econômica
c) Taxa de Juro (i): A taxa de juros é o coeficiente que se obtém pela relação
estabelecida entre o valor do juro de um período e o capital emprestado. Dessa
maneira, é o valor do juro em determinado período, e este pode ser expresso
da forma unitária ou percentual (0,15 ou 15%, respectivamente). É cobrada em
operações de empréstimo por quem emprestou ou paga ao investidor quando
houver investimento do dinheiro (aplicação), podendo ser estabelecida em período
diário, mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual. Geralmente, os períodos
mais utilizados são o mensal e o anual.
145
Administração Financeira
Conforme Hoji (2000, Conforme Hoji (2000, p. 63), “prazo é o espaço de tempo que o
p. 63), “prazo é o capital fica em poder do tomador”. É utilizado em atividades comerciais,
espaço de tempo envolvendo a venda ou a compra a prazo. Por exemplo: A compra de
que o capital fica em um computador em 10 prestações mensais.
poder do tomador”.
146
Capítulo 3 Engenharia Econômica
147
Administração Financeira
Regimes De CapitaliZação
Existem dois O regime de capitalização ocorre em uma transação financeira
tipos de regime que envolve o capital, um período de tempo para aplicação e
de capitalização: uma determinada taxa de juros. Existem dois tipos de regime de
simples e composto. capitalização: simples e composto.
a) Capitalização simples
Se a taxa é 6% a.m. (ao mês), então, 4 meses equivalem 24% (6% a.m.
x 4 meses). Em seguida, multiplica-se o capital de R$ 10.000,00 pelos 24%, e
o resultado será o valor dos juros do período. Para apurar o valor do montante
soma-se o valor dos juros ao capital.
148
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
b) Capitalização composta
149
Administração Financeira
e dos juros acumulados até o período anterior. Nesse caso, existe o conceito
dos juros sobre juros, ou seja, o valor dos juros aumenta a cada mês porque vai
gerando novos juros.
150
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
151
Administração Financeira
Juros Simples
A partir dessa fase, no seu material de estudos, vamos estudar alguns
exemplos de juros simples, de acordo com alguns modelos propostos e resolvidos
com o uso de fórmulas cujos exemplos ilustram bem as utilidades da matemática.
Além disso, contêm exercícios que permitem o aperfeiçoamento e a fixação de
seu conhecimento.
J = PV X i X n
Onde se lê:
J = Juros
PV = Capital (Valor Presente, ou Present Value em inglês)
n = Tempo (ou período)
i = Taxa
152
Capítulo 3 Engenharia Econômica
J = PV X i X n
Se:
PV = R$ 130.000,00
i = 4% ao mês
n = 3 anos
153
Administração Financeira
J = P.V. x i X n
J = R$ 130.000,00 X 0,04 X 36
J = R$ 187.200,00
J = P.V. X i X n
PV = ?
i = 2,5% ao mês
n = 2 anos
J = R$ 2.500,00
Vamos ao cálculo:
J = PV X i X n
R$ 2.500,00 = PV x 0,025 x 24
R$ 2.500,00 = PV x 0,60
PV = R$ 2.500,00 / 0,60
PV = R$ 4.166,67
154
Capítulo 3 Engenharia Econômica
J = P.V. X i X n
PV = R$ 40.000,00
i = ? mês
n = 36 meses
J = R$ 25.000,00
Nesse caso, a taxa deverá ser mensal porque o tempo também foi
informado em meses.
J = PV X i X n
R$ 25.000,00 = R$ 40.000,00 X i X 36
R$ 25.000,00 = R$ 1.440.000,00 X i
i = R$ 25.000,00 / R$ 1.440.000,00
i = 0,017361111
155
Administração Financeira
J = PV X i X n
PV = R$ 300.000,00
i = 3,00% ao mês
n = ? meses
J = R$ 27.000,00
Uma vez que a taxa é mensal, o tempo também será considerado em meses.
Ajustando a taxa percentual para decimal, temos:
i = 3,00/100
i = 0,0300
J = PV X i X n
R$ 27.000,00 = R$ 300.000,00 X 0,0300 X n
R$ 27.000,00 = 9.000,00 X n
n = R$ 27.000,00 / 9.000,00
n = 3,00 meses.
Podemos usar até duas casas após a vírgula ou mais, se necessário for.
Atividades de Estudos:
156
Capítulo 3 Engenharia Econômica
157
Administração Financeira
158
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Vamos a um exemplo.
FV = PV X (1 + i X n)
Logo:
FV = Montante (capital + juros)
PV = Capital ou Valor Presente
n = Tempo
i = taxa
Vejamos um exemplo:
159
Administração Financeira
PV = R$ 400.000,00
i = 2,00% ao mês
n = 30 meses
FV = R$ ?
FV = PV X (1 + i X n)
FV = R$ 400.000,00 X (1 + 0,0200 X 30)
FV = R$ 400.000,00 X (1,60)
FV = R$ 640.000,00
Juros Compostos
Os juros compostos têm seu fundamento no regime de capitalização
composta. Nesta modalidade de transação financeira, os juros incidem sobre o
capital inicial e, também, sobre os juros acumulados até o último período. Por
isso, a cada período os juros aumentam.
De acordo com De acordo com Kuhnen e Bauer (1994, p. 69), “em capitalização
Kuhnen e Bauer composta, os juros aumentam a cada período de capitalização
(1994, p. 69), exatamente o valor dos juros produzidos pelos juros do período
“em capitalização
imediatamente anterior”.
composta, os
juros aumentam
a cada período Conforme Hoji (2000, p. 70), no regime de juros compostos:
de capitalização
exatamente o [...] os juros produzidos em cada período são integrados ao
capital constituído no início dos respectivos períodos, para
valor dos juros
produzirem novos juros nos períodos seguintes, ou seja, no
produzidos pelos regime de juros compostos, incidem juros sobre capital inicial e
juros do período sobre os próprios juros.
imediatamente
anterior”.
Uma das ferramentas utilizadas para fazer o cálculo dos juros
compostos é a calculadora financeira HP 12C.
160
Capítulo 3 Engenharia Econômica
161
Administração Financeira
A fórmula é a seguinte:
FV = PV X (1 + i) n
Vejamos um exemplo:
FV = PV X (1 + i)n
FV = R$ 250.000,00 X (1 + 0,0180)36
FV = R$ 250.000,00 X 1,900728156
FV = R$ 475.182,04
n = 36
i = 1,80
PV = - 250.000,00 (Deve-se digitar 250.000,00 CHS PV para registrar o valor
negativo)
PMT = 0,00
FV = 475.182,04
36 n
1,80 i
250.000,00 CHS PV
FV Apresentará o resultado em R$ 475.182,04.
162
Capítulo 3 Engenharia Econômica
PV = FV / (1 + i)n
163
Administração Financeira
PV = FV / (1 + i)n
PV = R$ 76.813,34 / (1 + 0,010)36
PV = R$ 76.813,34 / 1,430768784
PV = R$ 53.686,76
164
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Atividades de Estudos:
165
Administração Financeira
capital, formam um novo valor atual, valor presente, capital (PV), para o próximo
período, ou melhor, para o próximo intervalo”.
Logo:
ln = Logaritmo Neperiano ou Natural
FV = Future Value (Valor Futuro)
PV = Present Value (Valor Presente ou Atual)
i = Taxa
n = Número de Períodos
Exemplo:
166
Capítulo 3 Engenharia Econômica
n = ???
i = 1,0
PV = 53.686,76 CHS (Para transformar número positivo em número negativo)
FV = 76.813,34
Ou
53.686,76 CHS PV
76.813,34 FV
1,0 i
n
167
Administração Financeira
168
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Esse cálculo pode ser feito pela calculadora financeira HP 12C, pressionando
as seguintes teclas:
n = 36
i = ???
PV = 53.686,76 CHS (Para transformar número positivo em número negativo)
PMT = 0,00
FV = 76.813,34
Ou
169
Administração Financeira
53.686,76 CHS PV
76.813,34 FV
36 n
i
170
Capítulo 3 Engenharia Econômica
171
Administração Financeira
d=Nxixn
Sendo que:
d – Desconto comercial
N – Valor futuro do título, valor no vencimento ou valor nominal
i – Taxa de juros
n – Quantidade de dias para o vencimento do título
N = R$ 3.000,00
i = 2,50% a.m.
n = 120 dias
d = R$ ???
Logo:
d=Nxixn
d = R$ 3.000,00 x 0,0250 x 4
d = R$ 300,00
172
Capítulo 3 Engenharia Econômica
VL = N - d
VL – Valor líquido
d – Desconto comercial
N – Valor Nominal ou no Vencimento do Título.
N = R$ 3.800,00
i = 2,85% a.m.
n = 42 dias
VL = R$ ???
Taxa = mensal
Tempo = dias
Reduzindo a taxa para dias, temos: 2,85% ao mês, divididos por 30 dias.
Logo:
d=Nxixn
d = R$ 3.800,00 x 0,00095 x 42
d = R$ 151,62
173
Administração Financeira
Podemos concluir VL = N - d
que a empresa
VL = R$ 3.800,00 – R$ 151,62
recebeu o valor
líquido de R$ VL = R$ 3.648,38
3.648,38, sendo que
o Banco cobrou pela Podemos concluir que a empresa recebeu o valor líquido de R$
transação um valor 3.648,38, sendo que o Banco cobrou pela transação um valor de R$
de R$ 151,62. 151,62.
Exemplo:
VL = N - d - tarifa
VL = R$ 3.800,00 – R$ 151,62 – R$ 30,00
VL = R$ 3.618,38
Atividades de Estudos:
174
Capítulo 3 Engenharia Econômica
____________________________________________________
____________________________________________________
175
Administração Financeira
PM = 1.182.500
25.500
176
Capítulo 3 Engenharia Econômica
O cálculo pode ser feito com o uso da calculadora financeira HP12C. Nesse
caso, deve-se usá-la de forma correta, conforme os passos a seguir:
2º Em seguida, digite os valores dos dias e dos títulos para calcular o prazo
médio da seguinte forma:
Exemplo:
35 ENTER 8.500 Σ+
45 ENTER 5.000 Σ+
55 ENTER 12.000 Σ+
g6
Resultado = 46,372549 dias
TaXa EFetiVa
Conforme Groppelli
São tarifas e impostos cobrados sobre a operação de desconto. e Nikbakht (1998,
Essas despesas incidem sobre o valor de desconto de títulos. p. 54, grifo dos
autores), “a taxa
Conforme Groppelli e Nikbakht (1998, p. 54, grifo dos autores), “a taxa
de desconto ou de
de desconto ou de capitalização é uma taxa de juro aplicada a uma capitalização é uma
série de futuros pagamentos ou recebimentos ajustados ao risco e à taxa de juro aplicada
incerteza do fator tempo”. a uma série de
futuros pagamentos
Para Kuhnen e Bauer (1994, p. 77-78), taxa efetiva: ou recebimentos
ajustados ao risco e
É a taxa que realmente é paga no período em à incerteza do fator
que foi fornecida, independente do período de tempo”.
177
Administração Financeira
Vejamos um exemplo:
Valor do Desconto:
d=Nxixn
d = R$ 57.900,00 x 0,032 x 3
d = R$ 5.558,40
Valor Líquido:
VL = N - d - tarifa
VL = R$ 57.900,00 – R$ 5.558,40 – R$ 300,00
VL = R$ 52.041,60
De acordo com Dolzan Júnior (2009), deve-se dividir o valor nominal pelo
valor líquido e, depois, subtrair 1 do resultado. Em seguida, multiplicar o resultado
por 100, depois dividir o resultado pelo número de dias, multiplicando esse novo
resultado por 30.
178
Capítulo 3 Engenharia Econômica
TEM = 0,125079424 x 30
TEM = 3,752382711 %
179
Administração Financeira
com custos e despesas mais elevados que períodos anteriores. O que significa
cada um deles, como aplicá-los e suas consequências é o que vamos estudar a
partir de agora.
Depreciação, AmortiZação e
EXaustão
O ativo imobilizado O ativo imobilizado contém elementos que têm um período de vida
contém elementos econômica útil. Com exceção de alguns itens, por exemplo, terrenos, a
que têm um período diminuição de valor destes elementos deve ser contabilizada e registrada
de vida econômica periodicamente, durante a sua vida útil econômica, em algumas contas
útil.
específicas, que são a depreciação, a amortização e a exaustão.
Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 194), o art. 183, § 2º, da Lei
n. 6.404/76, estabelece estas contas, conforme segue:
a) Depreciação
180
Capítulo 3 Engenharia Econômica
181
Administração Financeira
182
Capítulo 3 Engenharia Econômica
b) Amortização
183
Administração Financeira
c) Exaustão
InFlação
A inflação pode ser definida como o aumento generalizado e constante
dos preços, resultando na perda do poder aquisitivo da moeda. É um fenômeno
essencialmente monetário, causado pelas novas emissões de papel-moeda, que,
injetadas no sistema, elevam substancialmente os meios de pagamentos, sob a
rápida propagação do efeito multiplicador da moeda escritural.
Hoji (2000, p. 55) confirma estas palavras, dizendo que “pode-se definir a
inflação, de forma simplista, como sendo o aumento generalizado de preços,
que provoca a redução do poder aquisitivo da moeda. Se ocorrer a redução
generalizada de preços, esse fenômeno econômico se chama deflação”.
184
Capítulo 3 Engenharia Econômica
ConseQuÊncias Da InFlação
Devemos estar atentos a um processo inflacionário, pois ele pode ocasionar
grandes impactos na política econômica do país, que são os seguintes:
185
Administração Financeira
186
Capítulo 3 Engenharia Econômica
O combate à
A intensidade da inflação determina o aumento de preços. inflação é definido
Numa inflação rastejante, o aumento geral de preços ocorre de forma pelo conjunto de
suave e quase imperceptível. Todavia, em uma inflação galopante medidas tomadas
(hiperinflação), ocorre um aumento intenso do nível geral dos preços. pelo governo do
país com objetivo
de atuar e influir
O combate à inflação é definido pelo conjunto de medidas
sobre o mecanismo
tomadas pelo governo do país com objetivo de atuar e influir sobre o de produção,
mecanismo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços, distribuição e
denominado de política econômica. O alcance e o conteúdo de uma consumo de
política econômica variam de acordo com cada país, dependendo do bens e serviços,
grau de diversificação de sua economia, da natureza do regime social denominado de
política econômica.
187
Administração Financeira
O Estado exerce sua atividade através de uma série de medidas que visam
ao desenvolvimento econômico e consequente controle da inflação, conforme
Possamai (2003, p. 28, grifo do autor).
188
Capítulo 3 Engenharia Econômica
Atividades de Estudos:
189
Administração Financeira
Algumas ConsiDeraçÕes
Prezado(a) acadêmico(a), finalizamos o capítulo 3.
ReFerÊncias
DOLZAN JÚNIOR, Natal. Apostila de matemática comercial e financeira:
educação a distância. Blumenau: IADE – Instituto de Administração e Direção de
Empresas, 2009.
190
Capítulo 3 Engenharia Econômica
191
Administração Financeira
192
C APÍTULO 4
Orçamento Empresarial
Entender o que são orçamentos e como podem ser aplicados nas empresas.
194
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
ConteXtualiZação
Muitas vezes, indagamo-nos sobre a aplicabilidade e utilidade do Orçamento.
Nesse sentido, algumas perguntas são frequentes, tais como: é viável implantar
um sistema orçamentário? Qual é o grau do retorno de informações que pode
fornecer para o gestor? Qual é o custo financeiro e de treinamento de pessoal
qualificado para a sua implantação?
Toda empresa deve possuir metas e objetivos, caso contrário, Toda empresa deve
ficará difícil alcançar o sucesso no mercado. O sistema orçamentário possuir metas e
contribui para a fixação dessas metas e objetivos, e a integração de objetivos, caso
cada subsistema orçamentário auxilia a gestão de cada unidade de contrário, ficará difícil
negócio (centros de responsabilidades), além de possibilitar uma efetiva alcançar o sucesso no
mercado.
delegação de poderes, pois o alto executivo não interfere nas atividades
operacionais (delegação de autoridade e cobranças de responsabilidades).
O Processo Orçamentário
De modo geral, o controle orçamentário parece ser complexo. Mas muitos
dos processos orçamentários podem ser simplificados se o gestor dispuser de
uma equipe preparada para a sua implantação, que corresponder à estrutura
organizacional da empresa. Passarelli e Bomfim (2004, p. 17-18) diz que:
195
Administração Financeira
196
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
197
Administração Financeira
Sistema Empresa
Podemos dizer que uma empresa é definida como uma união de esforços
financeiros, físicos e intelectuais, com a finalidade de criar e, consequentemente,
transacionar produtos e serviços no mercado interno e/ou externo, resultando
na formação e circulação de capital que possa trazer benefícios econômicos e
utilidade social.
Beer (1969, p. 25) define que “qualquer coisa que consiste em partes unidas
entre si pode ser chamada de sistema, podem ser apontadas como agregados
de pedaços e peças [...]”. Para Bio (1985, p.18), o sistema é “[...] um conjunto
de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que
Em uma empresa,
interagem formando um todo unitário e complexo”.
sempre ouvimos
dizer que as
“coisas” no seu Em uma empresa, sempre ouvimos dizer que as “coisas” no seu
ambiente funcionam ambiente funcionam corretamente quando existe a harmonia das
corretamente quando atividades relacionadas entre si. Existem atividades que são exercidas
existe a harmonia em diversas áreas, departamentos ou setores da empresa para que
das atividades
a matéria-prima seja industrializada e transformada em produtos
relacionadas entre si.
198
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
199
Administração Financeira
200
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
CaracterÍsticas Do Sistema
OrganiZacional De Uma Empresa
A partir das considerações do item anterior, entendemos que a união dos
departamentos integrantes de uma empresa resulta em um sistema organizacional,
dentro do qual existe uma ordem hierárquica a ser respeitada em decorrência do
agrupamento humano integrante da organização.
201
Administração Financeira
202
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Missão Da Empresa
A missão de cada empresa encontra-se ligada ao seu respectivo motivo
básico de existência, notadamente correlacionado aos produtos e serviços
oferecidos por ela junto ao mercado, visando à satisfação de seu público-alvo.
203
Administração Financeira
É importante que a missão seja definida com muita clareza, uma vez que
para ela convergirá o sistema organizacional da empresa por meio dos seus
subsistemas.
204
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
205
Administração Financeira
206
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Isso quer dizer que as coisas somente acontecem quando alguma pessoa do
comando da empresa “FAZ ACONTECER”.
Atividades de Estudos:
207
Administração Financeira
208
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais
atuais, só que com os dados previstos. Vejamos o que Lunkes (2003, p. 37) diz
sobre o orçamento, seu desenvolvimento e importância nas empresas:
209
Administração Financeira
210
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
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Administração Financeira
212
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
a) Planejamento
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b) Direção
214
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
c) Controle
215
Administração Financeira
Para termos uma ideia sobre a necessidade dos controles das operações
por meio dos processos orçamentários e dos cuidados com a qualidade e o tipo
de controle ideal para exercer em uma empresa, vamos observar o que Ricardo
Semler (2002) descreve a partir da sua experiência sobre a emissão de relatórios,
análise e decisões tomadas com base nas informações deles extraídos. Ricardo
narra sua experiência como administrador da empresa que herdou da família.
216
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Tipos De Orçamentos
Existem diversos tipos de orçamento para serem utilizados conforme a
realidade da empresa e o seu campo de atuação. Dentre eles citamos: orçamento
estático, orçamento flexível, orçamento de tendências e orçamento base zero.
a) Orçamento Estático
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Administração Financeira
b) Orçamento Flexível
c) Orçamento de Tendências
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
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Administração Financeira
220
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
empresa estivesse iniciando suas atividades a cada novo exercício social, o que
não é viável para as empresas que possuem atividade contínua. Na maioria das
empresas, seu uso é pouco frequente, contudo, pode ser aplicado a todas as
empresas, públicas ou privadas, de qualquer porte. Esse tipo de orçamento pode
ser útil na elaboração de projetos, ou seja, a cada projeto novo se realiza um
orçamento a partir do zero.
Para o seu desenvolvimento, Lunkes (2010) propõe sete etapas básicas, que
são:
Para compreender melhor a elaboração das PBZs (Pacotes Base Zero), dos
NBZs (Núcleos Base Zero), e das VBZs (Variáveis Base Zero), vamos buscar a
contribuição de alguns autores.
Pyhrr (1981 apud SANTANA, 2010, p. 12-13) “define o pacote de base zero
(PBZ) como um documento que identifica e descreve uma atividade específica
de modo a que o gestor possa: (1) avaliá-la e priorizá-la em relação a outras
atividades que concorram para a obtenção dos recursos imediatos; e (2) decidir
aprová-la ou rejeitá-la”.
221
Administração Financeira
Prosseguindo, Santana (2010, p. 13) aborda que “a variável base zero (VBZ)
é a menor unidade de acumulação dos gastos, como a conta contábil que registra
consumo de recursos. Pode-se utilizar como exemplo a conta ‘cartuchos para
impressora’, ‘canetas’, ‘disquetes’, entre outros, comenta o autor”.
Sistema De Orçamentos
O Sistema de Orçamentos é o modelo de mensuração que avalia e
demonstra, sob um formato contábil, as projeções de desempenhos econômicos
e financeiros de uma empresa. Sua função é compilar as informações advindas
de cada setor da empresa e apresentar os resultados da execução dos planos de
ação que foram aprovados por cada gestor. Vamos demonstrar essa interação
entre cada departamento na figura a seguir.
222
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
223
Administração Financeira
de ação que devem ser executados de acordo com as políticas e diretrizes nele
atribuídos. Deverão dar origem aos resultados projetados para avaliação e análise.
Portanto, o que os orçamentos refletem são as políticas, que estão presentes nas
seguintes áreas:
224
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
A palavra “tentar” coloca dúvida. Não é mais possível tentar algo, como no
passado. Arriscar para dar certo? Na tentativa e erro? Entende-se que não porque
o custo de capital é muito elevado.
Como PreVer?
Existe no meio gerencial uma pergunta constante: Como prever?
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Administração Financeira
226
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Atividades de Estudos:
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Administração Financeira
Implantação Do Orçamento
Empresarial
Quando falamos em plano orçamentário, devemos estar atentos ao
orçamento e ao processo de gestão como ferramenta para direcionamento das
atividades da empresa. Os gestores também devem compreender a utilidade das
ferramentas orçamentárias e implementá-las.
Sabemos que quanto menor for o porte da empresa, mais fácil será o acesso
das informações ao administrador do negócio, a partir do profissional responsável
pela elaboração do orçamento, pois a troca de informações praticamente acontece
de forma instantânea.
Feito isso, cada área tem sua participação e cada uma delas deve ser
avaliada de acordo com suas funções. Por exemplo:
228
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Mas o que se pode fazer para evitar esse tipo de expectativa frustrada?
Existe uma maneira, que se chama PROCESSO DECISÓRIO. É por meio do
processo decisório que se tem a oportunidade de utilizar um modelo de gestão
centralizado ou descentralizado.
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
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Administração Financeira
ADeQuação Do Sistema De
Orçamentos À Estrutura
OrganiZacional
Para o sistema de orçamentos alcançar o sucesso na empresa e ser
reconhecido como uma ferramenta útil à gestão de negócios, é importante que a
empresa adote uma estrutura organizacional que seja de fácil visualização em um
organograma. O organograma apresenta a estrutura das funções da empresa e
possibilita identificar todos os envolvidos neste processo.
Tais orçamentos devem indicar [...] o que deve ser feito, como e
quando, para que sejam devidamente alcançados os objetivos
de desempenho da empresa; também devem identificar
indivíduos específicos que possam ser posteriormente
responsabilizados ou que prestem contas de desempenhos
efetivos considerados satisfatórios ou não (SANVICENTE;
SANTOS, 1983, p. 29).
238
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Não podemos esquecer que toda a elaboração das peças orçamentárias tem
por base a contabilidade como fonte dos dados. “A fonte de dados para o controle
é a contabilidade [...]” (SANVICENTE; SANTOS, 1983, p. 29).
ProJeçÕes Orçamentárias
A criação de cenários faz parte de um bom processo orçamentário. Mas,
afinal, qual é a finalidade da criação de cenários?
Mas de que forma se podem obter os dados para a criação desses cenários?
Uma das formas é a observação das informações que são divulgadas na mídia,
como revistas, jornais, internet, televisão, rádios e outros meios.
239
Administração Financeira
a) participação no mercado;
b) lucro líquido sobre vendas;
c) retribuição do investimento;
d) assistência aos empregados;
e) ampliação das instalações;
f) novos produtos e retirada de outros.
240
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
14. Estimativas dos pagamentos a fazer, com as datas em que deverão ser
efetivados.
241
Administração Financeira
Inflação de Demanda
Inflação de Custos
242
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Índices de Inflação
A inflação pode ser apurada a partir dos índices oficiais divulgados pelo
governo, assim como podem ser medidos internamente na empresa. Esses
índices referem-se à economia em geral e aos mercados ligados aos negócios
da empresa de forma específica. Dentre os indicadores econômicos relativos à
inflação, os que mais se destacam são: taxa de juros, política salarial, crescimento
dos mercados, investimentos dos governos, política cambial (principalmente para
setores exportadores) entre outros.
243
Administração Financeira
Fonte: O autor.
Definição de Inflação
244
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Mas, como pode ser realizado esse tipo de levantamento? Com base em
Padoveze (1997, p. 315), “as alterações nos custos e despesas da empresa
também podem ser obtidas através do levantamento periódico dos custos dos
produtos”. Esse tipo de levantamento, portanto, pode contribuir para que a
empresa faça análises comparativas com os diversos indicadores inflacionários
do mercado. Observe o exemplo da Tabela 6.
Fonte: O autor.
245
Administração Financeira
• Inflação aplicada para a correção dos débitos fiscais (esse tipo de correção
faz jus aos débitos fiscais em atraso, que podem gerar perdas monetárias).
246
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Você observou, neste item, que a inflação tem aspecto relevante para a
elaboração dos orçamentos, pois os orçamentos elaborados para um determinado
exercício social (ano 1 ou ano 2) sofrerão perdas de valores monetários ao longo
dos seus 12 meses projetados.
DemonstratiVo De Custos e
Despesas ProJetaDos
Neste item, abordaremos o demonstrativo de custos e despesas projetados.
Mas, para isso, é necessário apurar o histórico das operações da empresa para
identificar os fatos passados e estimar as operações futuras da empresa.
247
Administração Financeira
Fonte: O autor.
248
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
a) Ser flexível quanto ao crescimento que por ventura a empresa possa ter.
b) Ter as suas atividades expostas para possíveis reduções das metas da
empresa.
c) O setor deve ter bem clara a descrição dos seus objetivos.
d) Possuir os relatórios básicos de custos por centro de custo dos setores.
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Fonte: O autor.
251
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Fonte: O autor.
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Vamos para uma rápida análise: O coeficiente “X”, logo abaixo do valor do
faturamento de R$ 4.942.896,70, de acordo com a Tabela 8, demonstra qual
é a participação dos gastos variáveis (em custos e despesas) em relação ao
faturamento.
Em outras palavras:
253
Administração Financeira
Fonte: O autor.
Vamos para uma rápida análise: O coeficiente “X”, logo abaixo do valor do
faturamento de R$ 5.239.470,47, de acordo com a Tabela 9, demonstra qual é a
254
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Em outras palavras:
Portanto, o coeficiente final de 0,966004 serve para apurar uma média dos
gastos variáveis que TIVERAM PARTICIPAÇÃO no montante de faturamento de
R$ 5.239.470,47 para o exercício social de 20X0, 2º semestre.
Fonte: O autor.
255
Administração Financeira
Vamos, com esses dados, elaborar a Projeção dos Gastos para o período
20X1 (períodos 1 e 2).
Fonte: O autor.
256
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Veja, por exemplo, que de acordo com o valor das vendas projetadas totais
em R$ 10.182.367,13, aplicando-se as médias dos coeficientes dos gastos
variáveis das mesmas contas que estudamos nas Tabelas 8 e 9, vamos verificar
os seus resultados.
Em outras palavras:
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Administração Financeira
Demonstração Do ResultaDo Do
EXercÍcio ProJetaDo
Na Demonstração do Resultado do Exercício Projetado você terá como
projetar (orçar) um nível de detalhamento maior de gastos fixos e variáveis, e,
assim, apurar a Margem de Contribuição projetada para o próximo período.
Devemos tomar por base, para o cálculo desse orçamento, o montante das
vendas. O processo orçamentário inicia-se no ORÇAMENTO DE VENDAS.
258
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Fonte: O autor.
259
Administração Financeira
Veja, por exemplo, que, de acordo com o valor das vendas projetadas totais
em R$ 11.774.138,04, aplicando-se as médias dos coeficientes dos gastos
variáveis das mesmas contas, vamos verificar os seus resultados.
Em outras palavras:
260
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Dessa forma:
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Administração Financeira
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
− caixa e bancos;
− duplicatas a receber;
− estoques;
− imobilizado (máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios,
dentre outros bens que a empresa utiliza para suas atividades
operacionais).
- fornecedores;
- empréstimos e financiamentos;
- salários e encargos a pagar;
- impostos a recolher, dentre outros.
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Administração Financeira
Fonte: O autor.
264
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
Um exemplo clássico de análise das variações pode ser observado Um exemplo clássico
na tabela seguinte, na qual apuraremos essas variações entre o de análise das
ORÇADO e o REALIZADO de cada conta contábil. variações pode ser
observado na tabela
seguinte, na qual
Essas variações somente poderão ser apuradas à medida que
apuraremos essas
forem sendo realizadas as operações previstas. Portanto, de acordo variações entre
com o projetado para 20X1, vamos comparar com o que foi efetivamente o ORÇADO e o
projetado. Na tabela a seguir, temos uma previsão de gastos para o REALIZADO de cada
exercício social de 20X1 e uma coluna com valores “realizados” para conta contábil.
20X1. Esse exemplo serve apenas para visualizar de que forma se compara as
contas contábeis entre o Orçado e o Realizado e, por conseguinte, identificar as
maiores variações ocorridas.
265
Administração Financeira
Tabela 13 – Análise das variações entre orçado x realizado - exercício social 20x1
Fonte: O autor.
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Atividades de Estudos:
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____________________________________________________
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Algumas ConsiDeraçÕes
Prezado(a) acadêmico(a), finalizamos o capítulo 4.
ReFerÊncias
ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade gerencial. Trad. de Management
Accounting. São Paulo: Atlas, 2000.
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Capítulo 4 Orçamento Empresarial
MOSIMANN Clara P.; ALVES Osmar de C.; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel
na administração de empresas. Florianópolis: Ed. UFSC – ESAG, 1993.
269
Administração Financeira
270
Capítulo 4 Orçamento Empresarial
WARREN, Carl S.; REEVE, James M.; FESS, Philip E. Contabilidade gerencial.
Trad. Managerial Accounting. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
271