Eletrotermofototerapia
Eletrotermofototerapia
Eletrotermofototerapia
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Altair Argentino Pereira Júnior
P436e
ISBN 978-85-515-0419-2
CDD 612
Impresso por:
Apresentação
Olá, caro acadêmico! Seja muito bem-vindo à disciplina de
Eletrotermofototerapia. Esta disciplina tem por objetivo apresentar os
diferentes recursos eletrotermofototerápicos utilizados pelo fisioterapeuta,
seus efeitos fisiológicos, técnicas de aplicação, indicações e contraindicações.
Você já parou para pensar de onde vem a energia elétrica que utilizamos
a todo instante? As usinas hidroelétricas produzem milhões de megawatts
por hora (MWh) que são distribuídos até nossas residências. Podemos tomar
como exemplo a usina Itaipu Binacional, líder mundial em produção de
energia limpa e renovável, que só no ano de 2018 produziu 96,6 milhões de
MWh. É muita energia, não?
Diferentes motivos fazem com que nós usemos a eletricidade, seja para
o diagnóstico ou no tratamento de diferentes doenças. Na aplicabilidade dos
recursos da fisioterapia, a eletricidade é um agente terapêutico, mas também
contribui para promover outras formas de energia aplicadas à reabilitação.
Bons estudos,
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 187
UNIDADE 1 —
PROPRIEDADES DOS
AGENTES ELÉTRICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste primeiro tópico da Unidade 1 do livro de
Eletrotermofototerapia falaremos de uma maneira bem abrangente a respeito
das características dos recursos eletrotermofototerápicos para após aprender sua
aplicabilidade prática.
3
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
4
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
FIGURA 3 - RESISTÊNCIA
FONTE: O autor
5
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
6
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
FONTE: O autor
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UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
8
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
• A duração relaciona-se com o tempo entre a fase inicial até a fase final, incluindo o
intervalo intrapulso. A unidade de medida é expressa em ms e nos equipamentos
microprocessados, em μs. Ex: 500 (μs), 0,5 ms. Ex: TENS – 1 a 300 (μs).
• A intensidade se relaciona com a amplitude da corrente elétrica, sendo expressa
em miliampere.
• A forma do pulso utilizada na prática clínica varia bastante, os mais utilizados
são quadrados, retangulares, senoidais, exponenciais.
• A frequência do pulso depende da duração do impulso e da pausa entre eles.
É expressa em Hz, sendo alguma vezes encontradas em pulso por segundo
(pps) ou ciclo por segundo (cps). Se a corrente em pulso está sendo aplicada, a
frequência é geralmente medida pelo número de pulsos por segundo (pps); já a
frequência do ciclo de uma corrente alternada é medida pelo número de ciclos
por segundo (cps) ou hertz (STARKEY, 2001).
• Quanto à direção:
◦ o unidirecionais;
◦ o bidirecionais.
• Quanto à simetria:
◦ o simétrico;
◦ o assimétrico;
◦ o balanceado;
◦ o desbalanceado.
FONTE: O autor
9
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
10
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
2.2.4 Rampas
Alguns tipos de correntes elétricas, como a Corrente Russa e a Estimulação
Elétrica Funcional (o FES), têm a particularidade de formar rampas durante
a modulação de seus parâmetros. Estabelecendo a rampa, a carga do pulso
elétrico vai aumentar gradativamente dentro de um determinado período de
tempo, normalmente variando de 1 a 5 segundos, permitindo então um aumento
progressivo da contração muscular. Tal modulação é chamada de rampa de subida.
Muitos estimuladores também permitem uma rampa de descida, resultando em
uma diminuição gradual da carga da fase até o fim do tempo ON (NELSON;
HAYES; CURRIER, 2003).
Bifásica
Bifásico Simétrico
Amplitude (mA)
CA modulada no tempo
Tempo (s)
11
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
2.3 ELETROESTIMULADORES
Provavelmente você deve estar perguntando: por que é tão importante
estabelecer essa relação da Física com a Eletroterapia? Pois bem, para aplicar de
forma segura e eficiente os recursos elétricos é necessário um amplo conhecimento
dos aspectos, físicos, biofísicos e fisiológicos que os eletroestimuladores produzem
no tratamento dos pacientes.
FONTE: O autor
Os controles empregados nos aparelhos atuais são na sua maioria de forma
digital, o que proporciona valores mais precisos e confiáveis para a aplicação dos
parâmetros do eletroestimulador, e, em geral, cada aparelho possui múltiplas
correntes que poderão ser escolhidas conforme o objetivo de tratamento. Existem
ainda aparelhos que possuem protocolos específicos para determinadas lesões
ou fases da dor, como, por exemplo, reabilitação de pós-operatório do ligamento
cruzado anterior, dor crônica ou aguda, aumento da força muscular, controle da
espasticidade entre outros. Como são aparelhos microprocessados podem ainda
armazenar dados do paciente, finalizar o tempo de aplicação com apito sonoro e
ainda detectar erros de operação.
12
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
FONTE: O autor
13
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
2.5 IMPEDÂNCIA
Quando se aplica a corrente elétrica, observa-se que a R da pele constitui
uma importante barreira à passagem. Isso ocorre, como visto antes, pelo teor de
água da pele que está sendo estimulada. Se a pele estiver seca ou desidratada,
por exemplo, será preciso que em primeiro lugar seja reduzida essa impedância.
Fatores como tipo de eletrodos, condições teciduais e temperatura da pele podem
constituir fatores de resistência à passagem da corrente elétrica. Caro acadêmico,
existem algumas formas de reduzir a impedância, observe o quadro a seguir:
14
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
3 ELETRODO
Os eletrodos são amplamente utilizados na eletroterapia para administrar
o fluxo de elétrons produzidos pelos eletroestimuladores aos tecidos biológicos
dos pacientes.
15
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
16
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
FONTE: O autor
Vantagens Desvantagens
• São práticos e fáceis de adaptar.
• São mais caros.
• O uso é individual.
• Duram pouco.
• São mais higiênicos.
• Não podem ser limpos.
• Se adaptam em diferentes estruturas anatômicas.
• Devem ser guardados em local
• Não necessitam da aplicação do gel condutor.
apropriado.
• Raramente necessitam de fitas ou faixas de
• Não podem ser usados sobre pelos.
fixação.
• Não suportam grande intensidade de
• Não se deslocam durante a contração muscular.
carga.
• Possuem diferentes tamanhos e formatos.
• São de uso exclusivo e individual (essa
• Podem ser fixados em locais difíceis como a face,
é a recomendação).
mãos e pés.
17
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: <https://www.bioset.com.br/Conteudo/Template/img/biblioteca/tema%2015.jpg>.
Acesso em: 28 jun. 2019.
18
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
NOTA
5 V/cm² 10 V/cm²
20
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
21
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
4 ONDAS
Prezado acadêmico, agora você vai conhecer um pouco mais sobre a ondas
e sua relação com a fisioterapia. Interessante, certo? Na fisioterapia possuímos
recursos que propagam ondas sonoras, o Ultrassom, e recursos que propagam
ondas eletromagnéticas como o Ondas Curtas. Esses recursos serão discutidos
detalhadamente nas próximas unidades.
22
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À ELETROTERMOFOTOTERAPIA
FONTE: O autor
Agora, pense na mola sendo puxada em linha reta para frente e empurrada
de volta a seu ponto inicial. Neste momento seguimos a forma de uma onda
longitudinal. Podemos concluir, assim, que uma onda longitudinal é aquela na
qual a perturbação ocorre paralela à linha de propagação da onda, ou seja, as
vibrações coincidem com a propagação como observado ao aplicarmos o aparelho
de ultrassom. Uma onda sonora é uma onda longitudinal.
FONTE: O autor
Cada ciclo de uma onda sonora inclui uma condensação, uma rarefação e
a frequência, como relatado anteriormente. Esta é o número de ciclos por segundo
que passam por um dado local. Por exemplo, se o diafragma presente no cabeçote
do Ultrassom vibrar para a frente e para trás descrevendo um movimento
harmônico simples a uma frequência de 1 MHz, então 1 milhão condensações
são geradas a cada segundo, formando assim uma onda sonora cuja frequência
também é de 1 MHz. Experimentos mostraram que uma pessoa jovem saudável
escuta todas as frequências de som de aproximadamente 20 até 20.000 Hz (20
kHz), sendo assim, as vibrações do ultrassom não são audíveis por humanos
(CUTNELL; JOHNSON, 2016).
23
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
DICAS
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem vários conceitos físicos que precisam ser entendidos de forma clara
antes de aplicar os recursos elétricos.
25
AUTOATIVIDADE
26
A alternativa que apresenta as sentenças CORRETAS é:
a) ( ) I, II apenas.
b) ( ) I, II, III apenas.
c) ( ) I, II, III, IV.
d) ( ) II, IV apenas.
e) ( ) III, IV apenas.
27
28
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS,
BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Como já é de seu conhecimento, nosso corpo
é formado por trilhões de células que trabalham de maneira integrada
desempenhando inúmeras funções. As células são as menores estruturas dos
tecidos biológicos e seu conjunto forma os tecidos do corpo humano, que
formam órgãos e todos os sistemas do corpo.
29
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
30
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS, BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
FIGURA 25 - MICROTÚBULO
31
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
seu próprio uso, e armazena nutrientes em excesso não utilizados para a formação
de ATP. O laser utilizado na fisioterapia é um exemplo de estímulo que atua na
produção de ATP, bem como na normalização do equilíbrio energético celular.
E
IMPORTANT
32
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS, BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
33
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FIGURA 28 - MITOCÔNDRIA
34
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS, BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
Bicamada
lipídica
Proteína
periférica
35
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
2.3.1 Difusão
As partículas estão em movimento, pois possuem uma energia cinética,
e a difusão é um movimento aleatório. Devido ao movimento ser aleatório, as
moléculas colidem umas com as outras e fluem em diferentes direções. Podemos
lembrar que quando submetidas a um campo elétrico ocorrem mudanças de
direção. Por exemplo: quando aplicado ondas curtas, as moléculas se agitam e
são atraídas e repelidas pelos eletrodos, o que ocasiona colisão e calor.
FONTE: O autor
36
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS, BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
FONTE: O autor
2.3.2 Osmose
Osmose é a passagem da água através da membrana. Nosso organismo
contém uma grande concentração de água, podendo chegar a 60% da composição
do corpo. Como possuímos diferentes tecidos, alguns são mais irrigados,
vascularizados que outros, este é um fator a ser considerado na aplicação
das correntes elétricas e escolha do local de aplicação. Oliveira (2014) destaca
que a água possui propriedades físico-químicas importantes que interferem
nos mecanismos biológicos, entre elas: o alto calor específico, que regula os
mecanismos térmicos do corpo humano; grande poder de dissolução permitindo
uma série de reações químicas celulares, por isso a água é chamada de solvente
universal; grande tensão superficial por sua ligação molecular das pontes de
hidrogênio ao oxigênio (H2O); e, por fim, a polaridade existente nas ligações
químicas, permitindo dissolver substância polares.
37
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
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TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS, BIOFÍSICOS E BIOQUÍMICOS
FONTE: O autor
39
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
DICAS
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem várias organelas celulares com funções específicas e que elas mantêm
a homeostasia das células.
41
AUTOATIVIDADE
É CORRETO apenas:
a) ( ) I, II, IV apenas.
b) ( ) I, II, III apenas.
c) ( ) I, III, IV apenas.
d) ( ) II, IV, V apenas.
e) ( ) I, III, V apenas.
42
I- No transporte passivo ocorre difusão através de um gradiente de
concentração.
II- A osmose é a difusão da água a favor de seu gradiente de concentração.
III- O transporte ativo primário é realizado sem gasto de energia.
IV- A bomba de sódio-potássio é um mecanismo com gasto de energia para o
transporte iônico.
É CORRETO apenas:
a) ( ) I, II.
b) ( ) II, III.
c) ( ) I, II, IV.
d) ( ) III, IV.
e) ( ) I, IV.
a) ( ) Síntese de proteínas.
b) ( ) Respiração celular.
c) ( ) Digestão.
d) ( ) Transporte de nutrientes.
e) ( ) Sustentação.
43
44
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Neste tópico vamos abordar o modo de reparo dos
tecidos, às respostas as lesões, inflamações, modulações da dor, tipos de lesões.
Como você estudou no tópico anterior, nosso corpo é formado por um grande
número de células com funções específicas, que se unem e formam os tecidos.
2 RESPOSTA À LESÃO
Imagine como o corpo reage quando você ou um paciente sofre um trauma.
Inicialmente acontece um dano tecidual decorrente do evento lesivo associado
à força que desencadeou o trauma, que podemos denominar de lesão primária.
No entanto, seu organismo continua reagindo ao trauma, ocasionando um dano
secundário com morte de células, redução do aporte de oxigênio aumentando a
área de lesão. As células lesionadas liberam substâncias químicas, e até mesmo seu
lisossomos iniciam um processo de fagocitose, que resulta em aumento do dano
local. Todo esse processo inicial contribui para a lesão inflamatória, chamada de
lesão secundária.
45
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
• Agudas: este tipo de lesão ocorre quando há um trauma direto nos tecidos
musculoesqueléticos. Exemplo: as entorses e distensões tratadas em clínicas de
fisioterapia.
• Crônicas: as lesões crônicas são distinguidas das agudas pelo tipo de trauma.
O tempo da resposta inflamatória e as diferenças histopatológicas, como, por
exemplo, as bursites e tendinosas.
• Agudas sobre crônicas: quando um tecido já lesionado ou cicatrizado sofre um
novo trauma local.
FONTE: O autor
46
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
FONTE: O autor
47
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
48
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
2.3.1 Cartilagem
O tecido cartilaginoso tem baixo potencial de cicatrização. As células
denominadas condrócitos são responsáveis pela manutenção da matriz de
cartilagem. A resposta de reparo da cartilagem articular varia com o tipo e
extensão da lesão. Existe ainda a relação se o dano foi apenas na cartilagem ou se
afetou o osso subcondral. Em geral, quando o dano é apenas cartilaginoso, não
cicatriza e pode entrar em degeneração cartilaginosa (osteoartrose). No entanto,
quando afetado o osso subcondral, possui maior possibilidade de reparo devido
o suprimento sanguíneo (DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012).
50
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
2.3.3 Músculo
A cicatrização do tecido muscular envolve várias etapas assim como a
dos demais tecidos: ocorre hemorragia inicial, seguida de edema, fagocitose.
Após alguns dias, migração de fibroblastos, e pela ação das células satélites do
tecido muscular estimulam a formação de miofibrilas (PRENTICE, 2012). Porém,
a cicatrização deste tecido depende da extensão de suas lesões e do número de
fibras rompidas. Por exemplo: em distensões de grau III que envolvam grande
ruptura de fibras, o tempo de reparo é longo e pode resultar em perda de força e
deformidades musculares.
2.3.4 Nervo
As células nervosas são especializadas e não tem capacidade de
regeneração após a sua morte. No entanto, quando ocorre uma lesão em um nervo
periférico, sem destruição do corpo neuronal, a fibra poderá se regenerar. As
lesões neurais podem ser divididas em neuropraxia, axonotmese e neurotmese.
Após a lesão pode ocorrer um processo regenerativo de crescimento axonal. As
células de Schwann participam estimulando o crescimento, formam nova mielina
em volta do axônio que poderá inervar outras estruturas distais (STARKEY, 2001;
PRENTICE, 2012).
2.4 DOR
A dor é uma experiência sensorial desagradável, mas necessária, pois
funciona como um mecanismo de alerta para o corpo humano. Sempre que
ocorrer algum dano nos tecidos, este sinaliza com a presença da dor. Falamos no
início deste tópico que a lesão pode ser primária, pelo trauma local, e secundária
pela reação química que ocorre. Os estímulos nocivos que desencadeiam a dor
irritam o nociceptores, que são as terminações neuronais livres de neurônios
aferentes de pequeno diâmetro com pouca ou nenhuma mielinização, sensíveis a
estímulos mecânicos e químicos (WIDMAIER, RAFF, STRANG, 2017).
51
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
FONTE: O autor
52
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
53
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
54
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
55
UNIDADE 1 — PROPRIEDADES DOS AGENTES ELÉTRICOS
56
TÓPICO 3 — REPARO DOS TECIDOS
Conclusão
57
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
58
AUTOATIVIDADE
É CORRETO apenas:
a) ( ) I, II.
b) ( ) II, III.
c) ( ) I, III, IV.
d) ( ) II, IV.
e) ( ) I, III.
60
UNIDADE 2 —
CORRENTES ELÉTRICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
61
62
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Vamos iniciar esta nova unidade abordando as
correntes elétricas e iniciaremos nossos estudos sobre os recursos utilizados para
controle da dor. Você deve lembrar que ao final da Unidade 1 foi destacado o
mecanismo fisiológico da dor. Agora, vamos especificar mais detalhadamente
os aspectos relacionados ao mecanismo da dor e seu controle mediado pela
estimulação elétrica.
63
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FIGURA 1 - NOCICEPTORES
FONTE: O autor
64
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
FONTE: O autor
FONTE: O autor
66
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
67
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
3.1.1 Convencional
Neste tipo ocorre uma cadeia de pulsos de alta frequência, baixa amplitude,
curta duração e ininterrupta. Utilizado em pacientes com dor aguda, como por
exemplo em um pós-operatório do ligamento cruzado anterior. O mecanismo de
bloqueio da dor é periférico de transmissão pela estimulação de fibras de grande
diâmetro, como na Teoria da Comporta. Ocasiona parestesia forte, porém
confortável e sem contração muscular, o efeito é sensorial.
3.1.2 Acupuntura
Neste modo de aplicação, as frequências ficam inferiores a 10 Hz e a
largura de pulso maior que 200 ms. As contrações podem ser visíveis, pois
estimulam fibras nervosas sensoriais e motoras. O estímulo sensorial aferente,
nociceptivo, ocorre por estimular as fibras A-delta e C, ativando o mecanismo de
analgesia mediado por opiáceos, a sensação é de parestesia forte, não devendo
ser desconfortável para o paciente. Em geral, aplicado uma vez ao dia.
3.1.3 Burst
No modo Burst é usado uma frequência mais alta de pulsos individuais
(de 40 a 150 Hz), que são distribuídos em “trens de pulso” de baixa frequência,
repetindo de 1 a 5 vezes por segundo, de forma a diminuir a impedância e tornar
os estímulos mais eficazes dando maior conforto ao paciente durante a aplicação.
A frequência dos trens de pulso é inferior a 10 Hz, ficando em geral de 1 a 4
Hz. Portanto, ativa o alívio da dor pelos dois mecanismos citados anteriormente.
A largura do pulso é alta, em geral maior que 200 ms. As aplicações são de 30
68
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
3.1.4 Breve-intensa
Seu estímulo também é proporcionado por uma cadeia ininterrupta de
pulsos. A frequência e largura do pulso seriam elevadas, por exemplo: frequência
de 150 Hz e pulsos de longa duração superior a 200 ms. A intensidade deve ser
alta e o tempo de aplicação em torno de 15 minutos.
69
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
70
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
E
IMPORTANT
Ao aplicar a TENS, deve-se observar que o alívio da dor não deve ser apenas
na hora do tratamento, deve se prolongar o maior tempo possível após a sessão. É
importante solicitar ao paciente que observe quanto tempo após a terapia permaneceu
sem sintomatologia de dor.
Quando a dor for em uma grande área, devem ser usados aparelhos de
dois canais aplicando quatro eletrodos ou eletrodos de tamanho grande que
atinjam a área a ser tratada.
71
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
3.7 INDICAÇÕES
• Alívio da dor aguda.
• Dor decorrente de pós-operatório.
• Dor obstétrica.
• Disfunção temporomandibular.
• Neuralgia do trigêmeo.
• Dor musculoesquelética.
• Alívio da dor crônica.
• Dor lombar.
• Dor articular, artrite reumatoide, artrose.
• Coto e dor fantasma.
• Dor neurálgica.
• Distrofia simpático-reflexa.
• Lesão de nervos periféricos.
• Dor em pacientes oncológicos.
3.8 CONTRAINDICAÇÕES
• Dor não diagnosticada.
• Paciente usuário de marca-passos.
• Doença cardíaca, em especial no tórax.
• Epilepsia.
72
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
4 CORRENTE INTERFERENCIAL
A corrente interferencial (CI) é uma modalidade de média frequência
criada na década de 1950, geralmente aplicada com sua frequência portadora de
4000 Hz. Esta sofre interferência de uma frequência moduladora. Estes canais se
combinam e resultam na interferência que proporciona uma corrente de baixa
frequência dentro do alcance biológico dos tecidos, não ultrapassando 150 Hz e
sendo tolerável ao paciente.
73
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
4.1 EFEITOS
Os mecanismos de analgesia da CI estão baseados na teoria da "comporta
da dor"; no aumento da circulação; supressão descendente da dor; bloqueio
fisiológico da condução nervosa; efeito placebo (KITCHEN, 2003). Ao aplicar
as frequências mais baixas (10 - 25 Hz) a nível motor, pode ocorrer ativação de
fibras A-delta e C, ou seja, mecanismo central, liberando opioides endógenos. No
entanto, ao aplicar frequências mais elevadas (80 - 120 Hz), ocasionando estímulo
sensorial, ativa a comporta de dor, efeitos semelhantes ao encontrado na TENS.
74
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
75
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
De acordo com Agne (2013), alguns passos podem ser seguidos para se
obter sucesso nesta aplicação:
76
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
FONTE: O autor
De acordo com Agne (2013), alguns passos podem ser seguidos para se
obter sucesso nesta aplicação:
• localizar o local da lesão, que algumas vezes nem sempre é onde a dor se
manifesta;
• higienizar a pele do paciente e colocar os eletrodos atingindo a maior área a ser
tratada;
• selecionar o programa tetrapolar com varredura;
• determinar o tempo de tratamento, ao menos 30 minutos;
• acionar o start e aumentar a intensidade dos canais de forma lenta e perguntar
ao paciente a sensação da corrente;
• o paciente deve relatar sensação de pressão sobre a área de maneira forte,
porém que não seja desconfortável.
FONTE: O autor
FIGURA 10 - SLOPE
FONTE: O autor
78
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
FONTE: O autor
FONTE: O autor
79
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
4.5 INDICAÇÕES
• síndrome do túnel do carpo;
• epicondilite;
• dor lombar e cervical;
• fascite plantar;
• entorse;
• dor articular;
• trigger points;
• espasmo muscular;
• contratura muscular;
• edemas;
• processos inflamatórios.
4.6 CONTRAINDICAÇÕES
• pacientes nos quais pode ocorrer a movimentação de um trombo, alastramento
de infecção ou de células cancerígenas, ou hemorragia;
• marca-passos;
• no abdômen durante a gestação;
80
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
81
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
83
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
Análise estatística
Utilizamos o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0
como banco de dados e pacote estatístico. Os dados foram duplamente digitados
a fim de evitar erros de digitação e expressos em média e desvio padrão.
Após, foram analisados estatisticamente pelos testes paramétricos t de Student
pareado para análise dentro de cada grupo do início ao fim do tratamento e
teste t de Student não pareado para análise das variáveis entre os grupos. Para
84
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
RESULTADOS
DISCUSSÃO
85
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
86
TÓPICO 1 — ATIVIDADE ELÉTRICA PARA O CONTROLE DA DOR
CONCLUSÃO
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
88
AUTOATIVIDADE
a) ( ) de portão.
b) ( ) da substância P.
c) ( ) de opioides endógenos.
d) ( ) de interferência periférica.
e) ( ) de modulação central.
89
É CORRETO o que se afirma em:
a) ( ) I, II apenas.
b) ( ) I, III, IV apenas.
c) ( ) I, III apenas.
d) ( ) II, III, IV apenas.
e) ( ) II, IV apenas.
90
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, ao longo da história, os efeitos da eletricidade sobre
a estimulação muscular foram estudados com a finalidade de restaurar ou
melhorar o desempenho do movimento humano. Nos dias atuais, os recursos
fisioterápicos têm sido aplicados com grande sucesso para se obter movimentos
funcionais ou para produzir a contração muscular, podendo ser aplicados ao
músculo durante diferentes movimentos.
92
TÓPICO 2 — ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA MUSCULAR
TIPO DE FIBRA
Oxidativas lentas Oxidativas rápidas Glicolíticas rápidas
Característica
(tipo I) (tipo IIa) (tipo IIx)
Atividade de miosina
Baixa Alta Alta
ATPase
Velocidade de
Lenta Rápida Rápida
contração
Resistência à fadiga Alta Intermediária Baixa
Capacidade de
Alta Alta Baixa
fosforilação oxidativa
Enzimas para glicólise
Baixa Intermediária Alta
aeróbia
Mitocôndrias Muitas Muitas Poucas
Capilares Muitas Muitas Poucas
Conteúdo de
Alto Alto Baixo
mioglobina
Cor da fibra Vermelha Vermelha Branca
Conteúdo de
Baixo Intermediário Alto
glicogênio
93
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
limitados por alguma condição clínica. A literatura relata que períodos longos
de imobilização acarretam hipotrofia muscular e modificam as propriedades
do músculo estriado esquelético do tecido conjuntivo. Entretanto, o uso da
Estimulação Elétrica Neuromuscular pode estimular propriedades mecânicas
dos músculos durante períodos de imobilismo, facilitando assim o retorno
às atividades de vida diária em tempo menor (ABDALLA; BERTONCELLO;
CARVALHO, 2009).
3 CORRENTE RUSSA
A Corrente Russa faz parte das correntes que realizam eletroestimulação
neuromuscular, sendo uma corrente que possui alguns parâmetros pré-
estabelecidos pelo eletroestimulador e outros que serão selecionados pelo
fisioterapeuta. Esta corrente é constituída de uma frequência média (2500 Hz)
bifásica, simétrica, despolarizada e interrompida, sendo modulada em baixas
frequências que variam de 5 a 100 Hz, de acordo com o eletroestimulador.
94
TÓPICO 2 — ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA MUSCULAR
I (A)
2500 Hz
400 us
I max
t (s)
ampliado
FONTE: <https://pdfslide.net/documents/6-corrente-russa-manual-do-aparelho-bioset.html>.
Acesso: 26 jul. 2019
NTE
INTERESSA
Corrente Russa: este recurso foi proposto pelo fisiologista Yakov Kots, em 1976,
nas Olimpíadas de Montreal, quando o médico russo obteve ganhos de força de 30 a 40% em
atletas de elite ao utilizar a corrente elétrica, ficando assim conhecida como Corrente Russa.
95
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
t (s)
50%
50% Off
On
* 50 Hz MODULADO EM 40%
I max
t (s)
40% 60%
On Off
FONTE: <https://pdfslide.net/documents/6-corrente-russa-manual-do-aparelho-bioset.html>.
Acesso: 26 jul 2019
96
TÓPICO 2 — ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA MUSCULAR
97
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
NOTA
98
TÓPICO 2 — ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA MUSCULAR
3.4 INDICAÇÕES
• músculos enfraquecidos após período de imobilização prolongada;
• encurtamentos musculares;
• estimulação dos músculos sem ocasionar atrito muscular;
• estimulação do miodeslizamento quando a articulação estiver imobilizada;
• proporcionar estímulo dinâmico, associado ao exercício;
• treinar a propriocepção;
• estimulação do fluxo linfático e sanguíneo;
• melhoria da flacidez muscular.
3.5 CONTRAINDICAÇÕES
• não aplicar sobre região torácica e sobre os seios carotídeos;
• não aplicar em gestantes;
• não aplicar sobre próteses metálicas;
• evitar uso em sujeitos com doenças cardíacas como arritmias severas,
insuficiência cardíaca;
• alteração sensorial;
• pacientes com neoplasias ou infecções;
• não utilizar a corrente em pacientes com déficit de cognitivo;
• não utilizar quando a estimulação provocar dor;
• fadiga muscular prévia.
4 CORRENTE AUSSIE
A Corrente Aussie foi desenvolvida pelo professor PhD Alex Ward, da
Universidade de LaTrobe, em Melborne - Austrália, no ano de 2004. O nome
aussie é um termo coloquial em inglês para a palavra “australiano” (ROSA, 2018).
99
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
4.1 MODALIDADES
Para estimulação muscular (fortalecimento e tonificação) tem-se aplicado
os seguintes parâmetros: frequência portadora 1 kHz, duração do Bursts 2 ms,
frequência de modulação do Burst 50 Hz.
4.2 PARÂMETROS
Ao aplicar a Corrente Aussie devemos selecionar alguns parâmetros
específicos de acordo com os objetivos pretendidos.
100
TÓPICO 2 — ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA MUSCULAR
FONTE: O autor
4.4 INDICAÇÕES
• reabilitação de lesões traumáticas, ortopédicas e esportivas;
• prevenção e reabilitação de lesões agudas e crônicas;
• melhora da circulação sanguínea e linfática;
• aquecimento muscular;
• fortalecimento muscular;
• drenagem linfática;
• analgesia.
4.5 CONTRAINDICAÇÕES
• pacientes com neoplasias;
• pacientes com marcapassos;
• gestantes;
• região precordial;
• região anterior do pescoço;
• área dos seios carotídeos;
• alteração de cognitivo;
• pacientes com epilepsia;
• regiões com alteração sensorial;
• intolerância do paciente aos estímulos elétricos.
Desta maneira, uma das suas indicações é para pacientes que sofreram
lesões no sistema nervoso central, como forma de auxiliar na manutenção
muscular e melhorar da função e reabilitação.
5.1 PARÂMETROS
Os parâmetros elétricos controlados na FES são a duração dos pulsos
(µs), a amplitude (V), a intensidade (A) e a frequência dos pulsos (Hz). Quando a
modulação da FES ocorre variando a amplitude, considera-se a estimulação como
modulada por amplitude de pulso (VAP), ao passo que quando controlada pela
duração do pulso, a estimulação é classificada como modulada por largura de
pulsos (VLP). Se faz necessário ainda determinar a rampa de subida, rampa de
descida, tempo on e tempo off.
5.2 INDICAÇÕES
• síndromes paralíticas;
• estimulação dos músculos para auxiliar na correção da postura;
• recuperação motora dos músculos após lesões ligamentares;
• melhorar o trofismo e a potência muscular;
• manter a ADM;
• reorganização do padrão motor;
• facilitação neuromuscular.
5.3 CONTRAINDICAÇÕES
• pacientes com osteoporose severa;
• calcificações para-articulares ativas;
• pele desvitalizada, por exemplo após radioterapia;
• alteração do cognitivo;
• espasticidade muito severa;
• epilepsia;
• seio carotídeo;
• pacientes com marca-passo,
• região torácica;
• região anterior do pescoço;
• período gestacional região do tronco e abdome.
103
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
DICAS
104
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para aplicar a FES é necessário existir uma via de conexão entre o SNP e o SNC.
105
AUTOATIVIDADE
106
É CORRETO o que se afirma em:
a) ( ) I, II.
b) ( ) II, III.
c) ( ) I, III.
d) ( ) II, III, IV.
e) ( ) II, IV.
107
108
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
CORRENTES POLARIZADAS
1 INTRODUÇÃO
O organismo humano é formado por inúmeras células vivas que constituem
tecidos biológicos. Contém uma grande concentração de líquidos corporais, que
possuem uma variedade incrível de substâncias nos meios intra e extracelulares.
2 CORRENTE GALVÂNICA
A Corrente Galvânica é caracterizada por uma corrente com fluxo
constante de elétrons em uma só direção. O fluxo da corrente não sofre
interrupção nem varia sua intensidade na unidade de tempo. Chamada também
de corrente contínua, direta, unidirecional ou corrente constante. Apresenta um
fluxo de corrente polar, porque mantém definida a polaridade durante o tempo
de aplicação, podendo ser chamada de monofásica ou monopolar (AGNE, 2013).
109
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
• o ânodo (+) de carga positiva succiona elétrons da solução por falta no eletrodo;
• o cátodo (-) de carga negativa deposita elétrons na solução por excesso;
• os íons que são atraídos pelo ânodo (polo positivo) recebem o nome de ânions
com carga (-);
• os íons que são atraídos pelo cátodo (polo negativo) recebem o nome de cátions
com carga (+);
• o ânodo (+) repele os cátions de carga (+);
• o cátodo (-) repele os ânions de carga (-);
110
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
FONTE: O autor
ATENCAO
111
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
• Efeitos fisiológicos:
◦ Alteração do metabolismo - ocasionada pelo movimento de íons, eletrólitos,
moléculas, mudanças de concentração de substâncias químicas e de água.
Ocasionando calor pela microvibração de partículas.
◦ Efeitos vasomotores - vasoconstrição e vasodilatação de acordo com a
polaridade.
◦ Aneletrotônus - ocorre no polo positivo promovendo depressão da
excitabilidade e analgesia.
◦ Cateletrotônus - ocorre no polo negativo promovendo aumento da
excitabilidade que facilita as atividades específicas do tecido nervoso.
112
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
Lembrando que quanto maior o eletrodo, menor a densidade elétrica que nele
se estabelece. Porém, quanto maior o eletrodo, maior a superfície de entrada
da corrente.
2.4 CONTRAINDICAÇÕES
• pacientes usuárias de DIU;
• pacientes portadores de marca-passo cardíaco ou outros dispositivos eletrônicos;
• gestantes;
• locais com feridas abertas e pele lesionada;
• dermatites;
• osteossínteses metálicas, pinos, placas, hastes;
• trombose venosa profunda;
• câncer;
• áreas de alteração sensorial.
3 IONTOFORESE
A Iontoforese é um fenômeno físico que se caracteriza pela introdução
de medicamentos no tecido através da pele íntegra, com auxílio da Corrente
Galvânica com fins terapêuticos, podendo ser aplicados fármacos ou cosméticos.
Os íons penetram na pele por repulsão do polo do mesmo sinal ou atração do
polo oposto.
113
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
Esta técnica foi descrita por LeDuc, que em seu experimento utilizou dois
coelhos unidos entre si por eletrodos embebidos com água. Para fechar o circuito,
aplicou num coelho o ânodo e no outro o cátodo. No ânodo adicionou estricnina;
ao cátodo, solução com cianureto. Ao fazer passar a corrente, em poucos instantes
o coelho que foi aplicado o ânodo (polo +), morre com sintomas característicos
de envenenamento por estricnina. Enquanto, o outro morre com sintomas
característicos de envenenamento por cianureto (AGNE, 2013).
FIGURA 21 – IONTOFORESE
O fato de a Iontoforese ser uma técnica não invasiva, que usa a corrente
elétrica para promover a ação de substâncias no corpo com objetivos terapêuticos
por meio de uma corrente direta, ocasiona efeitos diversos, de acordo com o
princípio ativo da substância aplicada ao eletrodo.
114
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
NOTA
115
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
• analgesia local;
• lesões inflamatórias locais;
• vasodilatador;
• vasoconstritor;
• relaxante muscular;
• neurotrófico local;
• cicatrizante;
• antisséptico;
• trombolítico;
• ante edematoso;
• peeling;
• rejuvenescimento cutâneo.
DICAS
116
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
4 CORRENTES DIADINÂMICAS
As Correntes Diadinâmicas de Bernard (CDB) foram desenvolvidas
na França no início da década de 1950 por Pierre Bernard e estão associadas a
uma corrente contínua de base. Elas podem até duplicar o índice de reabsorção
tecidual devido a sua capacidade de causar hiperemia (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
FONTE: O autor
117
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
118
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
• efeito devido seu componente galvânico, pois possui efeito sobre a circulação,
sobre as reações eletrolíticas e dos líquidos do organismo, e sobre o sistema
nervoso de acordo com a sua polaridade;
• por seu componente de impulso para estimulação nervosa sensitiva;
• por seu componente antálgico motor e outros efeitos sobre os músculos.
119
UNIDADE 2 — CORRENTES ELÉTRICAS
4.4 INDICAÇÕES
De acordo com o tipo da corrente e sua frequência, as Correntes
Diadinâmicas possuem diferentes indicações de uso:
FONTE: O autor
120
TÓPICO 3 — CORRENTES POLARIZADAS
4.5 CONTRAINDICAÇÕES
As contraindicações seguem as mesmas já mencionadas para o uso da
Corrente Galvânica por serem um grupo de correntes galvânicas.
DICAS
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Toda aplicação de corrente polarizada deve ser feita com cuidado respeitando
as precauções, indicações e contraindicações.
CHAMADA
122
AUTOATIVIDADE
123
3 As Correntes Diadinâmicas (Bernard) estão compostas por várias formas
de corrente, todas elas surgidas de uma corrente alternada sinusoidal
bifásica rítmica. A Corrente Diadinâmica dita como preparatória é:
a) ( ) Difásica fixa.
b) ( ) Monofásica fixa.
c) ( ) Ritmo sincopado.
d) ( ) Curtos períodos.
e) ( ) Longos períodos.
124
UNIDADE 3 —
TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um
deles, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
125
126
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
MODALIDADE SONORA
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico abordaremos o ultrassom terapêutico
(UST). Você deve lembrar que na Unidade 1 deste Livro Didático foram descritas
as diferenças entre os tipos de ondas existentes e sua aplicação na fisioterapia,
dentre elas destacou-se o tipo de onda mecânica, a qual possui uma forma de
propagação longitudinal. Esse tipo de onda é encontrado ao aplicar o ultrassom
nos tecidos moles.
O ultrassom tem sido utilizado amplamente nas ciências da saúde, seja como
um método de diagnóstico clínico ou para fins terapêuticos. Na reabilitação, o uso
do UST na prática clínica do fisioterapeuta é recomendado devido a seus inúmeros
benefícios nos diferentes tipos de lesões musculoesqueléticas, promovendo alívio da
dor, diminuição da inflamação e estímulo à regeneração tecidual.
2 ULTRASSOM TERAPÊUTICO
O UST é gerado a partir de um transdutor. Um transdutor é um dispositivo
que transforma uma forma de energia em outra. O transdutor mais comumente
usado em ultrassom transforma a energia elétrica em energia mecânica usando
o efeito piezoelétrico (KITCHEN, 2003). No campo terapêutico, denominamos
ultrassom (US) “as oscilações cinéticas ou mecânicas produzidas por um
transdutor vibratório que se aplica sobre a pele, atravessando-a e penetrando no
organismo em diferentes profundidades” (AGNE, 2013, p. 319).
127
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
Transdutor do US
A direção de
propagação é a
Propagação
mesma que a direção da onda
de vibração
Cristal Piezoelétrico
Cabo de corrente elétrica
FONTE: O autor
FONTE: O autor
3.1 REFLEXÃO
A reflexão é o retorno da onda a partir da superfície do segundo meio,
sendo o ângulo de reflexão igual ao ângulo de incidência. Este processo ocorre
quando a impedância acústica dos meios é diferente e pode estar relacionado
à produção de calor ao aplicar o US. Observa-se esse efeito de reflexão entre
músculo e tecido ósseo (Figura 3).
FONTE: O autor
3.2 REFRAÇÃO
A onda do US sofre um desvio ao passar de um tecido para o outro. A
onda penetra em um tecido com um ângulo de incidência e sai deste com outro
ângulo. Levando isso em consideração, é sempre adequado observar os diferentes
tecidos que estão sobrepostos ao aplicar o UST (Figura 4).
130
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
Ondas
incidentes
Ondas
refratadas
FONTE: O autor
3.3 ATENUAÇÃO
A amplitude e a intensidade diminuem à medida que o UST passa por
diferentes meios de propagação. Isso ocorre pela perda de energia através da
divergência e absorção da onda. Também a atenuação é diretamente proporcional
à frequência, e depende dos tecidos que atravessa. De acordo com Agne (2013),
a atenuação e perda de energia estão relacionadas a dois fatores importantes: a
absorção e a reflexão da onda (Figura 5).
FONTE: O autor
3.4 ABSORÇÃO
À medida que o UST penetra nos tecidos, estes podem absorver a
energia da onda ultrassônica, especialmente os tecidos ricos em proteínas e mais
hidratados. A maior parte dos tecidos do corpo humano possui impedâncias
acústicas semelhantes, com exceção do osso e cavidades com ar. No entanto,
a intensidade da onda ultrassônica diminui conforme penetra nos tecidos. A
absorção depende da frequência utilizada, sendo maior a absorção quanto mais
alta for a frequência (Figura 6).
131
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
FONTE: O autor
ATENCAO
biológicos próprios. Dessa forma, à medida que o feixe do UST se propaga, sofre
modificações, o feixe converge nos primeiros centímetros tornando mais estreito.
O campo próximo é chamado de zona de Fresnel, local de maior absorção e efeito.
Após esse campo, forma-se uma outra área, mais cônica, chamada de campo de
Fraunhofer, neste local a ação terapêutica é reduzida, pois a intensidade diminui
com o aumento da distância (Figura 7).
FONTE: O autor
133
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
4.4 INTENSIDADE
A energia utilizada em uma onda de ultrassom é caracterizada pela
intensidade. Essa é a energia aplicada a uma determinada área na unidade de
tempo, nos aparelhos é expressa em Watts/cm² (KITCHEN, 2003).
FIGURA 8 – INTENSIDADE
134
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
FONTE: O autor
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
Por exemplo: uma área a ser tratada por ultrassom tem 10 cm² de comprimento
e 5 cm² de largura. Supondo que a ERA do cabeçote tenha 5 cm², qual seria a duração
calculada para o tratamento nessa área?
6 EFEITOS TÉRMICOS
Quando o UST provoca efeitos térmicos, pode-se observar os efeitos de
aumento do metabolismo celular, vasodilatação, aumenta sua extensibilidade
das estruturas ricas em colágeno, reduz a rigidez articular e o espasmo muscular,
e promove analgesia. Os efeitos terapêuticos ocorrem a uma temperatura entre 40
e 45 ºC, que devem ser mantidas por pelo menos cinco minutos. O aquecimento
rápido ocorre de forma mais marcante no UST aplicado na forma contínua, já
que, quando se usa o modo pulsado, o aquecimento total ocorre num período
menor, em especial se a fase de repouso for longa.
136
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
interfaces, tais como entre o osso e o tecido mole ou entre tecido mole e ar.
Pelo fato dessas ondas se sobreporem, a intensidade local será maior e os vasos
sanguíneos que estiverem nesta área terão suas células agregadas, impedindo o
fluxo de oxigênio para as extremidades. Ondas estacionárias podem ser evitadas
pelo movimento do transdutor durante o tratamento (Figura 11).
FONTE: O autor
137
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
8 MODALIDADES
Existem dois modos de aplicação do UST. A escolha da modalidade está
relacionada ao tempo da lesão, profundidade e os efeitos desejados (Quadro 1).
FONTE: O autor
• Inflamação.
• Proliferação/formação de tecido de granulação.
• Remodelamento.
138
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
• aceleração do metabolismo;
• alteração da velocidade de condução nervosa;
• aumento do fluxo sanguíneo e da extensibilidade de tecidos moles;
• redução ou controle da dor e do espasmo muscular;
• estimulação das fibras nervosas aferentes;
• aumento da permeabilidade das membranas;
• aumento da extensibilidade do colágeno e das propriedades viscoelásticas dos
tecidos conjuntivos;
• aumento da mobilidade articular;
• resolução de processos inflamatórios crônicos.
139
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
1 MHz
profundo
3 MHz
superficial
Ultrassom
Pulsado Ciclo de
trabalho Dosimetria
ULTRASSOM 1 MHz 3 MHz Contínuo • 16 Hz (Duty-clice, (w/cm²)
• 48 Hz 5%; 10%)
• 100 Hz
FONTE: O autor
140
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
11 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
Ao usar o UST, deve ser analisado cada paciente e especificar a técnica
de aplicação direcionada para a necessidade do paciente. A seguir, serão
apresentadas algumas técnicas utilizadas.
FONTE: O autor
141
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
FONTE: O autor
ATENCAO
12 CUIDADOS E PRECAUÇÕES
Ao aplicar o UST, alguns cuidados e precauções devem ser observados,
como relata Pereira (2017). Além do extremo cuidado e da atenção com relação
às indicações e contraindicações do uso do UST, o fisioterapeuta deve observar:
• Deve-se ter bastante cuidado quando usá-lo sobre implantes metálicos. Nesse
tipo de aplicação está indicado o uso do US pulsado; sempre manter o cabeçote
em movimento, evitando ondas estacionárias.
• Observar sempre a sensibilidade do paciente antes de aplicar.
142
TÓPICO 1 — MODALIDADE SONORA
13 INDICAÇÕES
• Traumas agudos do tecido mole.
• Espasmo muscular.
• Rigidez articular.
• Reparo de tendões.
• Reparo de tecido celular subcutâneo.
• Bursite subacromial.
• Capsulites.
• Tendinites do supraespinhoso.
• Epicondilites.
• Periartrite escapuloumeral.
• Cicatrização de feridas.
• Úlceras de decúbito (pulsado e a 3 MHz).
14 CONTRAINDICAÇÕES
• Útero durante a gestação.
• Gônadas.
• Tumores/lesões malignas.
• Trombose venosa profunda.
• Áreas isquêmicas.
• Infecções agudas.
• Olhos.
• Hemofílicos sem a reposição do fator.
• Medula espinhal, em seguida a uma laminectomia.
• Grandes nervos subcutâneos e craniais.
• Crânio.
• Áreas anestésicas.
143
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
DICAS
144
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
145
AUTOATIVIDADE
146
3 O tecido muscular é o mais afetado nos traumas do esporte e as lesões são,
muitas vezes, ocasionadas por mecanismos de impacto direto, podendo
ser tratadas pelo US pulsado. Com relação ao US pulsado, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Agitação acústica.
b) ( ) Refração.
c) ( ) Cavitação.
d) ( ) Colimação.
e) ( ) Tixotropia.
147
148
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
AGENTES TÉRMICOS
1INTRODUÇÃO
Os usos de recursos térmicos, como forma de tratamento, têm sido
utilizados ao longo dos séculos, desde os tempos antigos, quando os egípcios,
os romanos, os gregos e outros povos da Antiguidade os utilizavam para fins
terapêuticos aplicados a vários tipos de doenças e problemas musculares.
2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Existem algumas formas de transferência de calor entre os tecidos
corporais. O calor pode ser transferido para o corpo dos indivíduos como nos
casos da aplicação da hipertermoterapia ou retirados do corpo através de recursos
que ocasionam hipotermoterapia (PEREIRA, 2017).
149
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
3 ONDAS CURTAS
A diatermia por Ondas Curtas (OC) é um recurso aplicado para a
recuperação funcional dos pacientes há muitos anos. Essa forma de calor
ocorre por conversão, atingindo tecidos mais profundos e ricos em água
(STARKEY, 2001).
150
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
FONTE: O autor
Os tecidos do corpo que possuem alto teor iônico, por exemplo, o sangue,
tornam-se os melhores condutores da diatermia por ondas curtas. No entanto,
tecidos como o adiposo, que apresenta moléculas não polares, se tornam maus
condutores ao campo elétrico proporcionado pelas OC.
ATENCAO
151
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
3.3 ELETRODOS
Os eletrodos são utilizados para conectar o paciente ao circuito elétrico do
gerador de alta frequência, por meio de um aplicador condensador (mais usado
na prática clínica) ou de uma bobina de indução (PRENTICE, 2012).
152
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
153
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
3.4 DOSE
Em geral, na prática clínica, é utilizada a sensação subjetiva do paciente
com relação à percepção do calor, a escala de Schliephake pode ser utilizada para
se basear com relação à sensação térmica. Para pacientes na fase subaguda, o
calor deve ser leve, e na fase crônica, o calor deve ser mais perceptível.
NOTA
Escala de Schliephake:
3.6.1 Contraplanar
Nesta técnica, um eletrodo está localizado medial e outro lateral, ou um
anterior e outro posterior. Os eletrodos estão em faces anatômicas opostas, porém,
na mesma direção. Essa técnica costuma ser utilizada quando se deseja atingir
estruturas mais superficiais, por exemplo, ligamento colateral do joelho (Figura 19).
3.6.2 Longitudinal
Os eletrodos são colocados nas extremidades dos membros, de modo que os
tecidos fiquem na mesma linha de força, ou seja, em paralelo. Por exemplo, um eletrodo
colocado sobre a coxa com o paciente sentado e o outro embaixo do pé (Figura 20).
155
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
3.6.3 Coplanar
Os eletrodos permanecem em um mesmo plano, esta técnica é bastante
usada, e considerada mais superficial, como os eletrodos estão em série, deve-se
cuidar com a resistência oferecida pelo tecido adiposo. O campo eletromagnético
se forma no caminho de menor resistência. Por exemplo, aplicações na coluna
vertebral. Não posicionar os eletrodos com muita proximidade, evitando assim a
concentração do campo apenas entre os eletrodos (Figura 21).
3.9 INDICAÇÕES
• Algias em geral.
• Processos crônicos.
• Relaxamento muscular.
• Regeneração e cicatrização tecidual.
• Reabsorção de hematomas.
• Aumento da ADM.
• Doenças inflamatórias crônicas.
3.10 CONTRAINDICAÇÕES
• Marcapassos implantados (o campo eletromagnético poderá interferir caso a
blindagem elétrica seja suficiente).
• Metal nos tecidos ou fixadores externos (o metal concentra o campo magnético).
• Sensação térmica comprometida (podem ocorrer queimaduras e escaldaduras).
• Pacientes que não cooperam (ex.: não cooperação de fundo físico, em decorrência
de distúrbios do movimento ou de fundo mental em proveniência de alguma
incapacitação ou da idade).
• Gestação.
• Áreas hemorrágicas (mulher em períodos menstruais deve ser avisada da
possibilidade de aumento do fluxo, se a pelve for irradiada).
• Tecido isquêmico.
157
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
4 CRIOTERAPIA
A hipotermoterapia, bastante conhecida como a crioterapia, que
proporciona o resfriamento dos tecidos com fins terapêuticos, tem sido utilizada
desde os tempos antigos, quando Hipócrates já utilizava o frio antes de realizar
uma cirurgia.
158
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
159
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
Existem algumas bolsas nas quais são feitas uma mistura de água e pedras
de gelo em seu interior, e outras que possuem um gel (termogel), que podem ser
colocadas no congelador antes de serem aplicadas. Deve-se ter cuidado ao aplicar
a bolsa de gel, pois a temperatura pode estar muito baixa e causar queimaduras na
pele, deve-se usar uma toalha fina e úmida, ou papel toalha, para proteger a pele
do paciente (Figura 22).
160
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
161
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
4.2.5 Spray
O resfriamento evaporativo (spray vasocongelante) é realizado
aplicando-se na pele, a uma distância de 20 a 30 cm, com movimentos de vai e
vem por 3 a 6s para evitar queimaduras da pele, até conseguir efeito analgésico.
Existem várias marcas no mercado utilizadas para alívio rápido da dor, é também
bastante observado sua aplicação durante atividades esportivas, possuem uma
válvula dispensadora especial que direciona o fluxo para a zona a ser tratada.
4.2.7 Criomassagem
Utilizam-se pedras de gelo, ou pacotinhos com gelo, e uma toalha ou luva
para o fisioterapeuta segurar gelo. Em geral, essa técnica é normalmente feita
sobre uma área pequena, como um ventre muscular ou pontos gatilhos (trigger
points) (PRENTICE, 2012). Também pode ser aplicada com o objetivo de estimular
as respostas neuromusculares em músculos paréticos, aplicando de forma breve e
repetida (tapping) (Figura 24).
162
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
163
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
O repouso após uma lesão aguda é bastante importante nos dias iniciais,
este deve estar associado ao uso da crioterapia devido a seus efeitos fisiológicos
e terapêuticos já discutidos, juntamente à compressão, que aumenta a pressão
externa nos capilares, e elevação, que diminui a pressão hidrostática capilar do
segmento, reduzindo o edema, a dor, as lesões secundárias e a área de lesão. A
proteção deve ser realizada de maneira que se reduza a exigência da área lesada.
FONTE: O autor
4.3 INDICAÇÕES
• Dores musculoesqueléticas traumáticas e/ou inflamatórias.
• Lesões agudas, subagudas e crônicas.
• Redução do edema.
• Relaxamento muscular.
• Processos inflamatórios.
• Espasmos musculares.
• Queimaduras de 1º e 2º graus.
• Espasticidades por distúrbios do SNC.
• Artrite reumatoide e osteoartrites.
• Pós-operatórios.
164
TÓPICO 2 — AGENTES TÉRMICOS
4.4 CONTRAINDICAÇÕES
• Cuidados com hipertensos não controlados.
• Feridas abertas.
• Doença de Raynauld.
• Alteração de sensibilidade.
• Neuropatias.
• Cuidar com o trajeto de nervos periféricos.
• Insuficiência cardíaca.
• Portadores de angeítes.
• Hipersensibilidade ao frio.
DICAS
165
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
166
AUTOATIVIDADE
É correto apenas:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I, II e III.
c) ( ) II e IV.
d) ( ) I e IV.
e) ( ) I, III e IV.
167
4 A terapia de Ondas Curtas (OC) envolve o acoplamento de uma energia
eletromagnética de alta frequência aos tecidos, para tratar uma grande
extensão de condições músculo esqueléticas. O recurso vem sendo
empregado sob duas formas: a terapia por ondas pulsadas e por ondas
contínuas. Com base na terapia por OC, é correto afirmar que:
168
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
AGENTES LUMINOSOS
1INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, o laser é um acrônimo que significa light amplification
of stimulated emissions of radiation (ou amplificação da luz por estimulação da
emissão de radiação).
Os estudos com o laser iniciaram com Albert Einstein que, em 1917, expôs
o Princípio Físico da Emissão Estimulada. Após, surgiram várias pesquisas sobre o
desenvolvimento do laser, no entanto, em 1960, Theodore Maiman apresentou
o primeiro Maser (microwawe amplification by stimulated emission for radiation), no
qual o autor conseguiu, pela primeira vez, a emissão estimulada de radiação pela
excitação do rubi. Posteriormente, surgiram os estudos de Javan, Bennett e Herriot
que apresentaram o laser de He-Ne, Johnson desenvolveu o laser de Nd:YAG e
em 1964, Patel e colaboradores apresentaram o laser de Dióxido de Carbono.
2 PROPRIEDADES FÍSICAS
Ao aplicar o laser nos pacientes, a quantidade de energia absorvida
dependerá da quantidade e da distribuição espacial de estruturas absorventes que
variam de pessoa para pessoa, alguns aspectos estão relacionados, por exemplo, o
estado nutricional do paciente, sendo assim, o laser ao ser emitido poderá sofrer
reflexão, refração, absorção e transmissão.
169
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
FONTE: O autor
170
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
FONTE: O autor
171
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
172
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
• Vasodilatação.
• Redução do edema.
• Regenerador tecidual.
• Estímulo ao trofismo local.
• Aumento da divisão celular.
• Melhora na oxigenação local.
4 MODALIDADES
De acordo com a composição do laser, teremos diferentes comprimentos
de onda, formas de emissão e percepção do feixe luminoso (Tabela 1):
FONTE: O autor
FONTE: O autor
173
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
Ao aplicar o laser de luz não visível (AsGa; AsGaAl), é adequado que seja
feito em contato com a pele, por pontos (Figura 30).
4.2 PARÂMETROS
Algumas dosagens orientativas:
174
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
175
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
4.4 INDICAÇÕES
• Lesões do aparelho locomotor.
• Distúrbios da ATM.
• Tendinites.
• Pós-operatórios.
• Traumatismos musculares.
• Artrose.
• Lesões da pele.
• Úlceras.
• Neuralgias.
4.5 CONTRAINDICAÇÕES
• Irradiação sobre massas neoplásicas ou paciente portadores de neoplasias.
• Irradiação direta sobre a retina.
• Irradiação sobre focos de infecção bacteriana, principalmente agudos, sem
devido tratamento/acompanhamento com antibioticoterapia.
• Hemorragias.
• Útero grávido.
• Tireoide ou glândulas endócrinas.
5 INFRAVERMELHO
O uso da radiação infravermelha no tratamento de uma série de distúrbios
clínicos já possui longa data na história da fisioterapia, desde o início do século
XX. As lâmpadas de emissão no infravermelho são de uso tradicional na área
de fisioterapia, sendo utilizadas em tratamentos fototerápicos tanto de doenças
crônicas (artrites e tendinites) como em traumatismos (LOW; REED, 1995).
176
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
177
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
• Eritemas na pele.
• Pigmentação permanente.
• Formação de pápulas e bolhas.
• Edema.
• Queimaduras.
• Desidratação no local.
• Cuidar com os tecidos próximo à área de aplicação, como lençóis e roupas
usadas pelo paciente.
• O paciente deve estar em posição cômoda.
• A pele do paciente deve estar limpa e seca.
• Não fazer aplicação simultânea de IV e corrente elétrica.
5.3 INDICAÇÕES
• Relaxamento muscular.
• Analgesia.
• Pré-cinesioterapia.
• Alívio de dor crônica.
• Aumento da nutrição e oxigenação de tecidos superficiais.
• Inflamações cutâneas.
5.4 CONTRAINDICAÇÕES
• Áreas de alteração sensorial.
• Áreas isquêmicas.
• Inflamações agudas.
• Hemorragias.
• Isquemia por obstrução vascular.
• Tumores.
• Irritação térmica.
• Febre.
• Região dos olhos.
• Doenças e traumas agudos.
• Região testicular.
E
IMPORTANT
178
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
FIGURA 32 – INFRAVERMELHO
FONTE: O autor
FONTE: O autor
179
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
180
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
[...].
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[...]
181
UNIDADE 3 — TERMOTERAPIA E FOTOTERAPIA
grupos placebo ou com outra intervenção, sendo que dois estudos apresentaram
resultados positivos significativos e três estudos não demonstraram diferença
significativa em seus resultados.
Outro fator que deve ser ressaltado é o tempo de início do tratamento com
o laser de baixa potência, foi observado que Camargo, Costa e André, Reis et al. e
Silva-Couto et al. iniciaram o tratamento dos animais, após 24 horas da realização do
procedimento cirúrgico; Cunha et al. iniciaram 72 horas após cirurgia e, diferentemente
desses estudos, Barbosa et al. iniciaram o tratamento com laser imediatamente após o
procedimento cirúrgico. Considerando os tempos de início do tratamento, observa-se
que os estudos que obtiveram resultados significativos, iniciaram o tratamento com
laser 24 horas após a realização da cirurgia ou imediatamente.
182
TÓPICO 3 — AGENTES LUMINOSOS
CONCLUSÃO
FONTE: <https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/download/489/406>.
Acesso em: 25 nov. 2019.
183
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Que o IV deve ser posicionado em ângulo reto com a área a ser tratada, e
mantenha uma distância entre 50 e 75 cm.
CHAMADA
184
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 5 cm a 20 cm.
b) ( ) 50 cm a 75 cm.
c) ( ) 100 cm a 150 cm.
d) ( ) Deve ser fixa em 80 cm.
e) ( ) 10 cm a 40 cm.
186
REFERÊNCIAS
ABDALLA, D. R.; BERTONCELLO, D.; CARVALHO, L. C. Avaliação das
propriedades mecânicas do músculo gastrocnêmico de ratas imobilizado e
submetido à corrente russa. Revista fisioterapia e pesquisa, São Paulo, v. 16, n.
1, p. 59-64, jan./mar. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/fp/v16n1/11.
pdf. Acesso em: 23 out. 2019.
187
CUTNELL, J. D.; JOHNSON, K. W.; Física. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
ROBERTIS, E. M. de; HIB, J. Biologia celular e molecular. 16. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
LEO, J. A. et al. Efeito do laser de baixa potência (AsGa, 904 ηm) na reparação
óssea de fraturas em ratos. Revista brasileira de ortopedia, São Paulo, v. 47
n. 2, p. 235-240, mar./abr. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162012000200015. Acesso em: 11 out. 2019.
LOW, J.; REED A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3. ed. São Paulo:
Manole, 2001.
188
OLSSON, D. C. et al. Ultrassom terapêutico na cicatrização tecidual. Ciência
Rural, Santa Maria, v. 38, n. 4, p. 1199-1207, jul. 2008. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/cr/v38n4/a51v38n4. Acesso em: 19 set. 2019.
ROSA, P. V. da. Eletroterapia facial e corporal básica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
WIDMAIER, E. P.; RAFF, H.; STRANG, K.T. Fisiologia humana. 14. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
189