Topico 4 e 5
Topico 4 e 5
Topico 4 e 5
ISSN: 2526-2149
10.23926/RPD.2021.v6.n1.004.id982
Abstract
In this article it is presented results of the state of art that looked
to analyze the Brazilian scientific productions about the
conceptions and practices of curricular flexibilization. It is
discussed about the quantitative and qualitative information
about the theme present in the catalogue of thesis and dissertation
and periodical portal of Capes, between the years 2010 and 2020.
It was used the discursive textual analysis (DTA), from which
emerged four categories coming from the interpretations of
desfragmentation of the analyzed texts: possibilities in
flexibilization of curriculums for a significant learning; active
teaching methodologies; pedagogical practices and their
contributions in autonomy and pontentialities of students; and
complementary activities. The studies showed that curricular
flexibilization must be done through flexible subjects, as well as
by active methods and innovative pedagogical practices and by
the development of additional activities. Thus, such relations can
promote autonomous, critical, reflexive and transformative
learnings in students.
Keywords: Curricular Flexibilization. Changes. Learnings.
Resumen
Este artículo presenta los resultados del estado del arte que buscó
analizar las producciones científicas brasileñas sobre las
concepciones y prácticas de la Flexibilidad Curricular,
discutiendo los resultados cuantitativos y cualitativos de las
informaciones sobre el tema presentes en el Catálogo de Tesis y
Disertaciones y Portal Periódico de Capes, entre los años 2010 y
2020. Se utilizó el análisis textual discursivo (ATD), del que
surgieron cuatro categorías a partir de las interpretaciones de la
desfragmentación de los textos analizados: posibilidades em la
flexibilidad de los currículos para un aprendizaje significativo;
metodologías activas de enseñanza; prácticas pedagógicas y sus
aportes a la autonomía y potencialidad de los estudiantes; y
actividades complementarias. Los estudios han demostrado que
la flexibilidad de los planes de estudio debe construirse mediante
contenidos flexibles, así como métodos activos y prácticas
pedagógicas innovadoras y el desarrollo de actividades
complementarias. De este modo, dichas relaciones pueden
promover un aprendizaje autónomo, crítico, reflexivo y
transformador en los estudiantes.
Palabras clave: Flexibilidad de los Planes de Estúdio. Cambios.
Aprendizaje.
1 INTRODUÇÃO
As mudanças educacionais estão cada vez mais vigentes em nosso meio, perpassando
nos mais diversos contextos e situações. As discussões sempre estão presentes nas mais
diversas falas e observações dos educadores e sociedade em relação aos conteúdos a serem
ensinados, no que tange ao processo de ensino e aprendizagem, quanto às argumentações
presentes nas competências e habilidades que os alunos devem desenvolver em sua vida pessoal
e profissional, de forma plena e em sua totalidade, como, também, quais conteúdos a serem
ensinados e de que forma esses possam ser aprendidos de modo desfragmentado e distante da
realidade dos estudantes.
É importante destacar que o currículo não pode ser um elemento estático e padronizado,
mas deve ser apontado como um caminho a ser seguido. Desse modo, as flexibilizações
curriculares se inserem nesse contexto, como forma de entender o processo do currículo nas
mais diversas formas e situações. Isso posto, este trabalho apresenta uma breve revisão de
literatura de estudos realizados nos últimos anos, no intuito de analisar as produções científicas
brasileiras sobre as concepções e práticas da Flexibilização Curricular.
Esta revisão de literatura é um segmento de uma pesquisa de doutorado que vem sendo
desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ensino na Universidade do Vale do
Taquari/RS, que busca compreender a implementação da flexibilização curricular nas escolas
de tempo integral na cidade de Floriano-Piauí. O presente estudo tem como problema de
pesquisa: O que dizem as produções científicas brasileiras sobre as concepções e práticas da
Flexibilização Curricular?
Como forma de estruturar este estudo, na primeira parte discorreremos sobre as percepções
acerca da flexibilização curricular; em seguida, as abordagens presentes nas publicações sobre a
temática, buscando compreender suas práticas e os mais diversos contextos onde as mesmas estão
inseridas; logo depois, o traçado metodológico, resultados e discussões e considerações finais.
A flexibilização curricular substitui o modelo de grade por uma nova estrutura que
possibilita ao aluno participar do processo de formação profissional; rompe com o
enfoque unicamente disciplinar e sequenciado a partir de uma hierarquização artificial
de conteúdos; cria novos espaços de aprendizagem; busca a articulação teoria e prática
como princípio integrador (conectar o pensar ao fazer); possibilita ao aluno ampliar
os horizontes do conhecimento e a aquisição de uma visão crítica que lhe permita
extrapolar a aptidão específica de seu campo de atuação profissional e propicia a
diversidade de experiências aos alunos (CABRAL NETO, 2004, p. 15).
Assim, a flexibilização curricular permite que os currículos sejam contextualizados e
flexíveis, podendo integrar teoria e prática, possibilitando que o aluno possa ampliar seu
conhecimento, sendo sujeito crítico e reflexivo no ambiente onde o mesmo está inserido,
rompendo com uma aprendizagem rígida e sistematizada, dando margens a novas amplitudes
de diversidades e vivências.
Carvalho e Picoli (2017) comentam que em resposta a uma configuração de um
currículo padronizado e sistematizado, há uma proposta de um modelo de currículo flexível,
que possa atender às reais necessidades dos estudantes, levando em conta a realidade onde todos
estão inseridos, bem como as diversidades culturais e sociais, propiciando, assim, o
fortalecimento da individualidade e subjetividade do sujeito, fomentando um currículo
organizado de forma flexível e interdisciplinar.
A flexibilidade curricular só poderá acontecer quando os processos educacionais e suas
práticas de ensino e aprendizagem forem diferenciadas, proporcionando aos estudantes
aquisições de conhecimentos de forma integrada, como, também, possibilitando que os mesmos
sejam sujeitos participativos, responsáveis e autônomos na sociedade, sendo construtores de
seu projeto de vida (FERREIRA,2020).
Em vista disso, a flexibilização curricular possibilita que os estudantes possam se
apropriar dos mais diversos saberes e conhecimentos de maneira contextualizada e flexível,
rompendo com padrões sistematizados e rígidos, proporcionando a autonomia e a participação
de todos no processo educacional, contribuindo com aprendizagens mais ativas e próximas da
realidade dos mesmos.
3 METODOLOGIA
O caminho metodológico traçado para a presente revisão de literatura recorreu como
fonte de dados ao Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, bem como o Portal de Periódicos
da Capes. Ferreira (2002) relata que o estudo da arte consiste em aprofundar uma determinada
área de um conhecimento, mapeando e discutindo os saberes, tentando compreender os
resultados da investigação, os temas e campos ainda a serem investigados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
inclusiva.
Grupos de apoio entre professores e a inclusão: uma
reflexão sobre a reinvenção das práticas de docência 2017 Ana Carolina Lopes Venancio
a partir da ênfase no ensino colaborativo.
Efeitos de um programa colaborativo nas práticas Francisca Maria Gomes Cabral
2016
pedagógicas de professoras de alunos com autismo. Soares
A importância das atividades complementares na
2015 Mariangela Abrão
formação do aluno da graduação.
Reuni e flexibilização curricular: o caso do curso de
2018 Lavoisier Almeida Santos
Pedagogia da UFAL-Campus Arapiraca.
Domingas Fatima Cardoso Amaral
Um novo olhar para altas habilidades/supertodatação
2018 Thalita Maria Freire Maia Cordeiro
no município de São José dos Pinhais-PR.
Elisangela André da Silva Costa
Periódico da capes
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Muitos estudos têm abordado sobre o que deve ou não estar presente no currículo, bem
como esses devem ser desenvolvidos na escola, levando em conta uma padronização única para
todas as instituições ou possibilitar que os alunos possam participar efetivamente do processo
organizacional do currículo, de acordo com seus desejos e aspirações. Nesse sentido, a
flexibilização curricular se insere nesse contexto como forma de possibilitar a ruptura desse
engessamento do currículo, dando vez e voz às novas possibilidades de conhecimentos e
construção de saberes, de forma atrativa e motivacional, mais próximo dos estudantes.
Moreira e Silva (2002) relatam que o currículo corresponde aos elementos sociais,
individuais e de interesses, firmando a identidade dos sujeitos, produzindo histórias em um
determinado tempo, tanto na sociedade como na escola, devendo, assim, o currículo romper
com a sistematização existente e possibilitar novos arranjos curriculares.
Desse modo, o currículo não pode ser considerado como algo estático e sistematizado,
deve atender às peculiaridades da sociedade e dos sujeitos, possibilitando que os mesmos
Ao longo dos anos, muito se tem discutido sobre as mudanças necessárias no que tange
à melhoria da educação. Discussões essas que percorrem todos os elementos que envolvem o
processo educacional, em que os debates atualmente têm se centrado nos métodos ativos de
aprendizagens, acreditando que esses contribuem para a autonomia e criticidade dos sujeitos,
favorecendo, assim, uma melhor aprendizagem para os mesmos, bem como no
desenvolvimento pleno dos estudantes. Kim (2018) relata que as metodologias ativas são
métodos de ensino que integram relações entre alunos, professores e conhecimentos,
proporcionando um ensino por meio da investigação, da motivação, na imaginação e na busca
de soluções para os problemas de forma prática e real.
A educação vivencia momentos de transformações, precisando que o processo
educacional acompanhe as mudanças, como também atenda às reais necessidades dos sujeitos.
Diante disso, Moran (2017) comenta que:
Num mundo em profunda transformação a educação precisa ser muito mais flexível,
híbrida, digital, ativa, diversificada. Os processos de aprendizagem são múltiplos,
contínuos, híbridos, formais e informais, organizados e abertos, intencionais e não
intencionais. Hoje há inúmeros caminhos de aprendizagem pessoais e grupais que
concorrem e interagem simultânea e profundamente com os formais e que questionam
a rigidez dos planejamentos pedagógicos das instituições educacionais (MORAN,
2017, p. 1).
Percebe-se que os processos de aprendizagens percorrem por vários caminhos, com suas
particularidades, de maneira ativa, flexível e permanente, como também de forma híbrida,
diversificados, multifacetados, desenvolvidos em seus aspectos formais e informais de
aprendizagens, oportunizando as interações e as relações simultâneas, quebrando a rigidez dos
planejamentos pedagógicos da escola.
Moran (2017) aborda que as aprendizagens ativas contribuem para a autonomia dos
estudantes, pois essa aprendizagem tem foco no aluno como protagonista, na participação e na
reflexão. Destaca, também, a respeito da flexibilidade que as aprendizagens de forma híbrida
propiciam a todos, levando em conta o tempo, os espaços e os métodos que estão associados
aos meios ativos.
De acordo com Bordenave e Pereira (2015), o docente deve planejar suas ações e
conteúdos a serem ministrados. Estes devem ser elaborados e desenvolvidos de maneira
flexível, a fim de que o professor perceba as relações estabelecidas junto aos alunos, suas
necessidades, interesses, percepções e motivações dos mesmos, contribuindo, assim, para a
melhoria da aprendizagem de todos. Nogueira (2017) afirma que os professores que adotam as
metodologias ativas em suas práticas docentes contribuem para o pensamento crítico dos
estudantes, bem como na autonomia e construção dos saberes, em conformidade com as
inferências que as sustentam.
Paiva et al. (2016) relatam que as metodologias ativas são métodos de ensino que
desfazem o modelo tradicional de ensino, utilizando-se de métodos problematizadores,
fomentando no aluno a autonomia, o espírito de descoberta e investigação, como também a
aprendizagem significativa.
Sendo assim, a metodologia ativa propicia aos alunos a criticidade, a reflexividade, a
criatividade e o espírito investigativo, tornando, dessa forma, uma aprendizagem interativa,
dinâmica e inovadora, fazendo com que os sujeitos se apropriem dos mais diversos
conhecimentos de forma flexível, numa relação de diálogos e comunicações uns com os outros,
tornando a aprendizagem mais significativa para todos e mais próxima da realidade dos
mesmos, dos seus interesses, motivações e necessidades.
DOS ESTUDANTES
melhor formação e desenvolvimento dos estudantes, como também possibilitando aos alunos
aprendizagens autônomas, críticas e reflexivas dos mesmos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A flexibilização curricular se encontra nas mais diversas abordagens, contextos e
situações, perpassando pelos currículos de forma a torná-lo mais flexível, diminuindo a rigidez
e a sistematização do mesmo. Essa flexibilização se depara na educação superior e, também, na
educação básica, sendo desenvolvida como parte integrante do projeto político pedagógico da
instituição, como forma de promover os mais diversos conhecimentos e aprendizagens aos
estudantes, contribuindo, assim, no desenvolvimento e formação dos mesmos de forma integral
e em sua totalidade, levando em conta os aspectos sociais, econômicos, afetivos, culturais e
educacionais.
Os estudos evidenciaram que a flexibilização curricular deve ser construída por meio de
conteúdos flexíveis, bem como por métodos ativos e práticas pedagógicas inovadoras e pelo
desenvolvimento de atividades complementares. Dessa forma, tais relações podem promover
aprendizagens autônomas, críticas, reflexivas e transformadoras nos alunos.
Neste estudo sobre a flexibilização curricular emergiram quatro categorias a partir da
ATD, em que ficou evidente a importância da flexibilização curricular na ruptura de um
currículo normatizado e sistematizado, possibilitando novas abordagens, situações e contextos
de aprendizagens, na melhoria da promoção e formação dos alunos. Salienta-se, também, que
é necessário um aprofundamento dos estudos sobre a flexibilização curricular, compreendendo,
assim, a sua implementação e desenvolvimento nos mais diversos espaços de aprendizagens,
bem como a sua efetivação junto aos alunos e professores na construção dos saberes e
conhecimentos.
REFERÊNCIAS
ABRÃO, Mariangela. A importância das atividades complementares na formação do
aluno da graduação. 2015. - 235 f. Campinas: Tese (Doutorado em Educação) -
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015. Disponível em:
https://cutt.ly/qgPGuTY. Acesso em: 29 set. 2020.
CARVALHO, Elma Júlia Gonçalves de; PICOLI, Elaine Sinhorini Arneiro. Políticas de
flexibilização Curricular: Uma análise sobre o programa ensino médio inovador (Proemi).
Revista Educere et Educare, v. 12, n. 24, p. 1–20, 2017. Disponível em: http://e-
revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/16385. Acesso em: 14 set. 2020.
MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Editora
Unijuí, 2011.
MOREIRA, Marco Antonio. ¿Al final, qué es aprendizaje significativo? Qurriculum, v. 25,
p. 29–56, 2012. Disponível em: http://riull.ull.es/xmlui/handle/915/10652. Acesso em: 20 set.
2020.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu da. Currículo, cultura e
sociedade. São Paulo: Cortez, 2002.
ROGERS, Carl Ransom. Tornar-se pessoa. 5. ed. São Paulo: Martins, 2001.
SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2000.