Dimensionamento Mecânico de Tubulações
Dimensionamento Mecânico de Tubulações
Dimensionamento Mecânico de Tubulações
por
Renan Pauletto
Por
Renan Pauletto
Comissão de Avaliação:
ii
.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço aos meus pais Pedro Luiz Pauletto e Ivanete Segalin Pauletto pelo
amor e apoio incondicional além do incentivo ao estudo em todos seus níveis.
Aos meus tios Jõao Paulo Dall`Agnol e Lizete Segalin Dall`Agnol por se tornarem segundos
pais desde a chegada a Porto Alegre para realização do curso de graduação e a todo resto de
minha família que estiveram sempre ao meu lado.
A toda família Bassin, em especial a Letícia por todo apoio, força, companheirismo e tudo que
representa, tal como o Bohr nosso companheiro de estudos.
Aos amigos de infância, colégio, faculdade, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e Paraíba
pelo apoio, ajuda, companheirismo e amizade plena.
Ao professor Ignácio Iturrioz pelo apoio técnico ao longo do trabalho e interface com o meio.
iii
PAULETTO, R. ( P. R.) Dimensionamento mecânico de tubulações: Projeto normatizado,
análise de flexibilidade e esforços atuantes. 2012. 20. Monografia (Trabalho de Conclusão
do Curso em Engenharia Mecânica) – Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
RESUMO
ABSTRACT
With the growing demand and investment in the process industry, piping systems are
widely used to make production, storage and distribution of products feasable. The
dimensioning of pipes entails taking into account the distribution of flexibility so that the
equipment does not produce great efforts on other equipment to which the pipe can be
connected. Observing this context, this paper presents the study of a line with severe operating
conditions for being attached to a furnace with high temperature, thus requiring an arrangement
with sufficient strength and flexibility to withstand stresses without transmitting them with high
values to the attached equipment such as nozzles, bends and braces. To perform the project
the standards ASME B31.1 (Code for Pressure Piping) and PETROBRAS N-1673 (Criteria for
Calculation of Mechanical Piping) were used. As an auxiliary tool of analysis the software
CAESAR II, a system customarily used in the structural dimensioning of pipes, was used. In this
work the major issues presented in the project are discussed as well as the most suitable ways
of solution.
iv
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 1
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................... 1
3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................... 1
3.2. TENSÕES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS .............................................................. 2
3.3. TENSÕES ADMISSÍVEIS ............................................................................................ 2
3.4. SUPORTES EM TUBULAÇÕES ................................................................................. 3
3.5. ANÁLISE DE FLEXIBILIDADE .................................................................................... 4
3.6. FREQUÊNCIAS NATURAIS DE VIBRAÇÃO............................................................ 4
4. METODOLOGIA ................................................................................................................... 4
5. APLICAÇÃO .......................................................................................................................... 4
5.1. DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE ESTUDO .................................................... 4
5.2. CONDIÇÕES DA TUBULAÇÃO .................................................................................. 5
5.3. CONDIÇÕES E CASOS DE CARREGAMENTO ..................................................... 7
6. ANÁLISE DE FLEXIBILIDADE – AJUSTE DOS ARRANJOS DA TUBULAÇÃO ...... 7
6.1. CONFIGURAÇÃO A ...................................................................................................... 8
6.2. CONFIGURAÇÃO B ...................................................................................................... 8
6.3. CONFIGURAÇÃO C...................................................................................................... 9
6.4. CONFIGURAÇÃO D...................................................................................................... 9
6.5. CONFIGURAÇÃO E .................................................................................................... 10
7. RESULTADOS .................................................................................................................... 10
7.1. OBSERVAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS ............................................................. 10
7.2. TRABALHO DE ANCORAGEM – CONFIGURAÇÃO E ........................................ 12
7.3. CONFIGURAÇÃO E – MODELO FINAL.................................................................. 13
7.3.1. ESFORÇOS NOS BOCAIS ................................................................................ 13
7.3.2. TENSÕES ATUANTES ....................................................................................... 14
7.4. ANÁLISE MODAL ........................................................................................................ 14
8. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 15
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 15
Anexo I ......................................................................................................................................... 16
Apêndice I .................................................................................................................................... 17
Apêndice II ................................................................................................................................... 18
Apêndice III .................................................................................................................................. 19
Apêndice IV ................................................................................................................................. 20
v
LISTA DE ABREVIATURAS
vi
LISTA DE SÍMBOLOS
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 5.1- Forno reformador da refinaria Landulpho Alves localizada na Bahia sem a tubulação
conectada................................................................................................................................... 5
Figura 5.2 - Modelagem do forno reformador da refinaria Landulpho Alves conectado com a
tubulação a ser analisada........................................................................................................... 5
Figura 6.1 - Configuração A com as restrições de deslocamentos e angulações ....................... 8
Figura 6.2 - Configuração B com as restrições de deslocamentos e angulações ....................... 8
Figura 6.3 - Configuração C com as restrições de deslocamentos e angulações ....................... 9
Figura 6.4 - Configuração D com as restrições de deslocamentos e angulações ....................... 9
Figura 7.1 - Deformadas das configurações da tubulação (ampliação 15 vezes) ..................... 10
Figura 7.2 - Posicionamento da trava longitudinal formando a ancoragem de forças variando
dx = 250mm a cada ponto ........................................................................................................ 12
viii
ÍNDICE DE TABELAS
ix
1
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos específicos:
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo a norma reguladora ASME B31.3 em seu item 302.3.5 estabelece as tensões
admissíveis da seguinte forma:
𝑆𝑇𝑝 ≤ 𝑆ℎ (3.1)
3
b) Tensões secundárias:
STs ≤ Sa (3.2)
4. METODOLOGIA
Para a análise foi utilizado o software CAESAR II 5.10 desenvolvido pela empresa
COADE. O programa consiste em um sistema de análise matricial de pórticos espaciais
dedicado ao cálculo de tubulações, com possibilidade de introduzir carregamentos, imputar
normas para verificações, realizar simulações estáticas e dinâmicas entre outras, sendo assim
adequado para esse tipo de análise.
A empresa que lidera o contratação de projetos de tubulações industriais no Brasil é a
PETROBRÁS, que recomenda a utilização deste software, marcando-o no mercado técnico a
tendência de utilizar esta ferramenta no projeto de tubulações.
O fluido de processo é ar a alta temperatura, de modo que por não sofrer variações
excessivas de pressão e possuir baixa densidade, efeitos de escoamento bifásico, variação de
forças e turbulência são mínimos; não sendo necessárias análises por softwares do tipo CFD,
que consideram tais efeitos.
5. APLICAÇÃO
Figura 5.1- Forno reformador da refinaria Landulpho Alves localizada na Bahia sem a tubulação
conectada
Figura 5.2 - Modelagem do forno reformador da refinaria Landulpho Alves conectado com a
tubulação a ser analisada
Condições de processo
Com a operação do forno e suas altas temperaturas envolvidas, ocorre uma expansão
acentuada que é transmitida aos bocais e consequentemente a tubulação por meio da
dilatação dos componentes. Desse modo a tubulação deve ter flexibilidade suficiente para não
sofrer esforços excessivos com essas condições e nem transmitir cargas excessivas aos
bocais, restringindo esse deslocamento pela dilatação.
Tabela 5.4 - Deslocamentos nos bocais
Os valores da tabela 5.4 são obtidos com base em temperaturas de fornos similares
ao da refinaria Landulpho Alves, conjuntamente com a API560.
7
5.3. CONDIÇÕES E CASOS DE CARREGAMENTO
Para uma análise criteriosa, a tabela 5.5 apresenta todos os casos e combinações de
carregamentos atuantes, de modo que todos esforços atuantes sejam reproduzidos nas
análises.
Tabela 5.5 - Combinações e casos de carregamentos
CONDIÇÃO DOS
CASO CARREGAMENTOS NO CASO
CARREGAMENTOS
Peso do tubo com água / Pressão do teste hidrostático /
Hidrostático Teste
Esforços de molas
Peso do tubo com gás / Deslocamentos no bocais / Expansão
Operação-PR Projeto
térmica / Efeito da Pressão / Esforços de molas
Peso do tubo com gás / Deslocamentos no bocais / Expansão
Operação-OP Operação
térmica / Efeito da Pressão / Esforços de molas
Peso-PR Peso do tubo e gás / Efeito da Pressão / Esforços de molas Projeto
Peso-OP Peso do tubo e gás / Efeito da Pressão / Esforços de molas Operação
Expansão-PR Expansão Térmica Projeto
Expansão-OP Expansão Térmica Operação
A respeito dos casos presentes na tabela 5.5 são feitas as seguintes considerações:
a) No caso de teste hidrostático a pressão foi definida como sendo 1.5 vezes a pressão de
projeto, segundo recomendações da ASME B31.3 e PETROBRAS N-1673 e as
tensões são calculadas e comparadas com a tensão de escoamento do material (Sy);
b) Os casos de operação englobam tensões primárias e secundárias, não tendo um valor
comparativo segundo a norma ASME B31, entretanto seu cálculo é importante para
realizar a verificação de esforços atuantes em bocais, suportes e equipamentos; sendo
fundamental na análise de flexibilidade pelas altas temperaturas envolvidas nesses
tipos de carregamentos;
c) Os casos de expansão permitem verificar as tensões e analisar os deslocamentos
máximos.
6.2. CONFIGURAÇÃO B
6.4. CONFIGURAÇÃO D
7. RESULTADOS
Tabela 7.2 - Esforços variando a posição da trava longitudinal a tubulação que forma a
ancoragem conforme a figura 7.2.
BOCAL B1
ESFORÇOS Ponto I Ponto II Ponto III Ponto IV Ponto V Ponto VI ADMISSÍVEL
Fx (N) -18599 -18125 -17648 -17175 -16699 -16224 21351
Fy (N) 2801 2801 2801 2801 2801 2801 21351
Fz (N) -3663 -3680 -3697 -3715 -3731 -3748 13344
Mx (Nm) -4600 -4674 -4749 -4822 -4897 -4971 6915
My(Nm) -8654 -8126 -7596 -7069 -6539 -6011 6915
Mz(Nm) 3671 3367 3064 2759 2456 2152 9276
BOCAL B2
ESFORÇOS Ponto I Ponto II Ponto III Ponto IV Ponto V Ponto VI ADMISSÍVEL
Fx (N) -19087 -18866 -18644 -18423 -18202 -17980 21351
Fy (N) -2642 -2613 -2584 -2555 -2525 -2496 21351
Fz (N) -14350 -14149 -13947 -13746 -13545 -13343 13344
Mx (Nm) -5400 -5372 -5343 -5315 -5286 -5258 6915
My(Nm) -7445 -7335 -7225 -7115 -7004 -6894 6915
Mz(Nm) -7157 -7157 -7157 -7157 -7157 -7157 9276
13
Analisando a figura e tabela 7.2 pode-se verificar que o Ponto VI é o ponto ideal para o
posicionamento da trava longitudinal, pelo fato de que os esforços ficam abaixo dos valores
admissíveis e está localizado exatamente em uma viga do forno reformador facilitando assim a
suportação.
Foi realizado o cálculo das frequências naturais do sistema para verificar se nas
configurações D e E para todos casos de carga para verificar se os valores eram superiores a
2Hz, exigência de projeto. Todos os casos de carga denotaram valores muito semelhantes,
sendo que os mais baixos são dados no caso de OPERAÇÂO-OP.
Para a obtenção dos modos de vibração e as frequências naturais, foi utilizada uma
análise do tipo modal, de modo que os autovetores representam os modos de vibração e os
autovalores as frequências naturais. Detalhes adicionais podem ser vistos em Bathe, 1996.
A tabela 7.5 apresenta os resultados para os dois primeiros modos de vibração da
análise, por estarem abaixo do limite na configuração D.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE (API) 560 – “Fired heaters for general refinary
service”. 2007
Bathe, K. J.: “Finite Element Procedures”, Prentice hall, 1st edition, 1996
Peng, L. C. and Peng, T. L. “Pipe Stress Engineering”, ASME Press (American Society of
Mechanical Engineers); Houston, Texas, USA, 1st edition, 2009
THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGIEIERS (ASME) B31, “Code for Pressure
Piping”. 2006.
16
Anexo I
Tabela de obtenção do fator de correção para fadiga térmica. Sendo o projeto com vida útil de
20 anos, ocorrem 20 ciclos levando a f = 1.
De acordo com a norma ASME B31.1 a espessura mínima da tubulação é calculada pela
expressão:
PD
t = 1,143( + C)
2 ShE + PY
Sendo:
COMBINAÇÃO DE
TAG DO SUPORTE Fx (N) Fy (N) Fz (N)
SUPORTES
S-01 - -13809 - Suporte tipo Mola
S-02 - -21632 - Suporte tipo Mola
S-03 - -22655 - Suporte tipo Mola
S-04 -386 833 3001 Guia
S-05 - -27444 - Suporte tipo Mola
S-06 -2606 -22280 2887 Apoio + Grampo + Guia + Trava
S-07 8224 -26467 -947 Apoio + Grampo + Guia
S-08 5104 -12433 -11687 Apoio + Grampo + Guia
S-09 16710 -16380 41552 Apoio + Grampo + Guia
S-10 1770 -23654 647 Apoio
S-11 1783 -19630 -17846 Trava + Suporte tipo Mola
S-12 - -17833 - Suporte tipo Mola
S-13 - -28208 - Suporte tipo Mola
S-14 - -21698 - Suporte tipo Mola
S-15 - -19272 - Suporte tipo Mola
Esforços nos suportes na configuração E.
20
Apêndice IV
Vista da tubulação com a suportação nos pontos passíveis indicados ao longo da análise.