Aula 4 Controle de Constitucionalidade Parte Geral
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1. CONCEITO:
- CR;
- EC;
- ADCT;
- TIDH com NORMAS
hierarquia de EC
- LC;
- LO;
- MP;
Passíveis de ADI - DL; ATOS
- Resol. Legislat;
- Tratados e convenções
que não tratam de DH;
- Decretos autônomos
- Portarias;
- Instruções Normativas; ATOS
- Decreto regulamentador
(...)
NORMAS CONTITUCIONAIS são aquelas que têm hierarquia constitucional (formalmente). São
as que estão na:
CR;
EC;
ADCT;
Tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados como EC.
LC;
Leis ordinárias;
Leis delegadas;
MP;
DL;
Resoluções;
Tratados e convenções que não versam sobre direito humanos;
Decretos autônomos (art. 84, VI, CR).
RE 466.243: Se o tratado versar sobre direitos humanos, mas não cumprir o requisito formal
(não foi votado como EC), não será nem norma constitucional, nem ato primário! Será NORMA
SUPRALEGAL. Exemplo: Pacto de São José da Costa Rica.
- CR;
- EC;
- ADCT; NORMAS
- TIDH com
hierarquia de EC
-Tratados internacionais de
direitos humanos sem
NORMAS
aprovação como EC
- LC;
- LO;
- MP;
- DL;
Passíveis de ADI - Resol. Legislat;
- Tratados e convenções ATOS
que não tratam de DH;
- Decretos autônomos
- Portarias;
- Instruções Normativas;
- Decreto regulamentador
ATOS
(...)
O decreto legislativo (Congresso Nacional), em suma, tem suas hipóteses materiais no Art. 49
da CR.
No topo da cadeia hierárquica estão as normas constitucionais. Assim, todas as demais normas
da pirâmide devem render vassalagem à elas. Todas devem estar de acordo com o que elas
determinam.
2. ORIGEM:
Isso provavelmente não vai cair, porque é mais conceitual. Surgiu no século IV a.C, no caso
do “graphé paranamon”, mas esse caso não é muito apontado como a origem (fala-se mais
no caso Marbury vs. Madison.
Em 1610 tivemos o caso do Dr. Bonham’s case, na Inglaterra, onde Edward Coke julgou um
caso em que Bonham exerceu a medicina ilegalmente, e quem julgava, analisava e punia
esses casos era o Conselho de medicina. Por isso, Coke entendeu que isso era
inconstitucional.
Para a prova, deve apontar a origem em 1803 no caso Marbury vs. Madison. Era uma
discussão lírica sobre poder, sobre nomeação de cargos, onde o controle foi usado para
que o juiz não julgasse o caso (Marshall utilizou a Constituição para dizer que era
incompetente para julgar o caso).
3. PRESSUPOSTOS:
4. BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE:
Todo controle de constitucionalidade terá uma norma parâmetro é uma norma objeto do
controle. Norma constitucional de um lado e norma infraconstitucional de outro lado.
Regras
Princípios
Valores constitucionais
Dispositivos do ADCT
Emendas Constitucionais
Tratados e convenções internacionais com hierarquia constitucional
Jurisprudência:
ADI 2649/DF – ABRATI moveu ADI impugnando uma lei que concedia transporte gratuito
para deficientes físicos carentes em ônibus nas rodovias interestaduais. STF julgou
improcedente, com base na Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência (tem
hierarquia constitucional) e os valores que norteiam a Constituição no preâmbulo. O
preâmbulo da CR não é norma constitucional e não serve de parâmetro para controle de
constitucionalidade, mas os valores nele contidos servem.
5. TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE:
Exemplo2: MP deve ser convertida em lei em 45 dias, senão, tranca a pauta e produz
efeitos por 60 dias mais 60 dias. Supondo que passou o tempo, mas depois publicou-se a
lei. A lei teve um vício de TPI (o tempo já havia se esgotado quando a lei foi editada), mas
ninguém percebeu. A lei tem um vício formal e temporal ao mesmo tempo.
O agente, ao elaborar a norma, tem uma intenção diferente do que o interesse público.
Exemplo: político que recebe dinheiro para votar conforme interesses do corruptor, e não
de acordo com a vontade do povo. O vicio não necessariamente está na matéria, e nem na
forma. O vicio está na intenção do agente em votar aquela lei. É casuístico e é preciso
comprovar a vontade do agente em determinada lei. É muito difícil provar.
5.6.Inconstitucionalidade total:
5.7.Inconstitucionalidade parcial:
Atenção: Art. 66. §2º – não se aplica esse princípio ao veto parcial. O veto precisa ser
integral ao artigo, inciso ou alínea.
– Lógica: quando a parte não tiver existência autônoma. Exemplo: lei que trata de “crimes”
e “procedimento para os crimes”, e só a parte dos crimes é declarada inconstitucional. Não
faz sentido manter a lei que prevê procedimento para esses tais crimes que foram
declarados inconstitucionais.
Inconstitucionalidade formal-parcial:
Em regra, quando o vicio é na forma, a lei é toda inconstitucional. Mas é possível sim que a
inconstitucionalidade seja na forma e só parcialmente inconstitucional. Ex: deputado
federal tem iniciativa de projeto de lei, onde seria de iniciativa dele mesmo, mas no texto e
coloca um artigo que é de competência do Executivo. Apenas nesse artigo específico é
inconstitucional.
Incide sobre a norma que encontrava seu fundamento de validade na lei declarada
inconstitucional. Exemplo: STF declara a inconstitucionalidade de uma lei. O decreto que
regulamenta essa lei não tem mais motivo para existir. Então, o STF pode arrastar a
declaração de inconstitucionalidade ao decreto, porque existe uma dependência lógica
entre ele e a lei.
Porém, há uma posição no STF que a FGV já cobrou, que é possível controle de uma norma
por inconstitucionalidade reflexa por meio de ADPF. Isso porque a ADI só cabe para
normas que estão imediatamente ligadas à Constituição. Normas que estejam ligadas à CR
de forma mediata não cabe ADI, mas sim ação subsidiária de controle = ADPF. Art. 4º, §1º,
Lei 9882.
Ocorre quando a norma nasce constitucional e, por motivos supervenientes, ela passa a
ser inconstitucional.
A lei foi editada em conformidade com a Constituição. Porém, depois da edição dessa lei,
houve uma mutação constitucional, ou seja, uma mudança de entendimento de um
dispositivo constitucional. Essa mudança de entendimento faz com que essa lei se torne
incompatível como amova interpretação dada ao artigo parâmetro.
Exemplo: união homoafetiva. Vamos supor que uma lei estadual dissesse que “é proibido
casamento entre pessoas do mesmo sexo”. Como a Constituição diz “a união entre homem
e mulher (...)”, a princípio, essa lei é constitucional. Mas o STF veio praticando mutação no
Art. 226, §3º, dizendo que pessoas do mesmo sexo podem sim se relacionar e constituir
união estável. A lei então passou a ser inconstitucional de acordo com a nova
interpretação do texto.
Sim, em razão da mutação constitucional. Logo, é incorreto dizer que a ADC vem trazer a
presunção absoluta de constitucionalidade da norma, porque posteriormente, pela
mutação constitucional, a presunção pode ser afastada.
Não! Quando o STF declara a norma constitucional por ADC e depois vem uma EC
mudando o texto da constituição formalmente, não cabe ADI. Isso porque quando vem
uma EC é o poder constituinte reformador se manifestando, e a lei passa a ser considerada
uma lei anterior à norma parâmetro (e ADI só cabe de norma posterior). É necessário fazer
a filtragem constitucional para analisar a recepção ou não recepção dessa norma. Então,
neste caso, não seria inconstitucionalidade superveniente. É caso de não recepção ou
revogação.
Le de 2010 – Emenda Constitucional 2013 – Caberá ADPF (porque a lei se tornou anterior à
norma parâmetro) para pedir a não recepção.
Não admite, nos moldes da doutrina europeia, mas admite quando há mutação constitucional.
Na doutrina europeia, existe um fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. Cuidado
para não confundir. Lá não existe “não recepção”, é tudo inconstitucionalidade superveniente
(e isso é o que não existe aqui): tanto no caso de ocorrer mutação constitucional ou sobrevir
emenda constitucional, será inconstitucionalidade superveniente.
Se uma lei nasce inconstitucional, mas ninguém a impugna, e depois vem uma EC que sana
essa inconstitucionalidade, o vicio não será convalidado. A EC acaba tornando compatível uma
lei que nasceu incompatível com a CR. A norma inconstitucional morre inconstitucional. Não
há como o vicio de inconstitucionalidade se convalidar.
É a inconstitucionalidade escancarada, que está visível. Ex: uma lei que diga que compete
ao legislativo julgar crime de trânsito.
É aquela que não está na cara, que depende de interpretação para chegar até ela.
Exemplo: RE 135.328/SP – Art. 134, CR. Há estados que ainda não regulamentaram para
materializar suas defensórias públicas. Em contrapartida, existe o Art. 68 do CPP dizendo
que compete ao MP promover ação civil ex delito quando as pessoas forem
hipossuficientes. Esse artigo colide diretamente com o Art. 134, porque quem defende os
interesses dos hipossuficientes é a Defensoria Pública (logo: não recepcionado). O
problema é que tem estados que não tem defensoria, então, para garantir o acesso à
justiça, decidiu-se mantê-lo em vigor, enquanto não criada por lei a Defensoria Pública.
6. NATUREZA JURÍDICA:
Duas vertentes:
Consequências:
A norma já nasce morta, por isso, não deveria ter produzido efeitos. Assim, as decisões
tem efeitos ex tunc, para atingir situações pretéritas
Ocorre o efeito repristinatório (Art. 11, Lei 9868/99): fazendo com que a lei anterior
volte automaticamente a vigorar, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
Lei 2 revoga a Lei. Lei 3 revoga Lei 2. É possível que a Lei 3 diga expressamente que a Lei 1
volta a vigorar. Isso é repristinação: quando a lei que revogou a lei revogadora diz que a
norma revogada inicialmente volta a vigorar. Aqui falo em revogação.
Obs: a ação direita interventiva (quando viola Art. 34, VII e 36, III) tem natureza
condenatória. O STF pode julgar condenando um órgão a sofrer a intervenção.
7.2.Técnica de decisão:
Essas duas decisões do STF não são sobre a norma, são sobre a interpretação dada à norma.
Uma coisa é declarar a inconstitucionalidade de uma lei, e outra é declarar a
inconstitucionalidade de interpretação dessa lei.
Há normas que são polissêmicas, ou seja, dotadas de várias interpretações significados. Dentre
eles, o STF pode pegar alguma interpretação é declarar inconstitucional. Não reduz o texto e
nem pronuncia a nulidade, porque ainda existem interpretações possíveis para aquela norma.
Isso é uma técnica de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade ou
inconstitucionalidade sem redução de texto.
Outra coisa é a técnica que declara a constitucionalidade de uma interpretação. O STF pega
todas as interpretações possíveis sobre aquela norma e diz “a constitucional é essa X”,
negando todas as outras.
Segurança jurídica
Excepcional interesse social
Havendo um dos dois motivos, o STF pode, por 2/3 dos votos de seus membros (8
ministros), fazer com que a decisão produza efeitos em outro momento. Muitas vezes,
retroagir (que é a regra) prejudica, e o STF pode então restringir os efeitos da declaração –
fazendo com que ela seja ex nunc ou com efeito prospectivo ou pró futuro (só produzirá
efeitos a partir de uma data especificada).
Se o STF modular os efeitos, faz com que uma norma nula tenha produzido efeitos. Isso é
uma exceção, porque a regra é que a nulidade não produz efeitos.
Além disso, o STF aplica a modulação dos efeitos em caso de inconstitucionalidade, mas
também em caso de não recepção (os requisitos são os mesmos).
8.1.Quanto ao objetivo:
Exemplo1: Mariana saiu prejudicada com uma determinada lei que fala que é proibido
fazer o exame da ordem antes de colar grau. Se ela quiser fazer o exame da ordem antes,
pode mover um MS e, incidentalmente, discutir a inconstitucionalidade deste artigo que
alterou alegando violação à liberdade de profissão. Movendo MS para ter um direito que a
lei está de proibindo. Esse controle é concreto, porque existe um direito que Mariana quer
exercer.
Exemplo2: PGR move ADI porque o ordenamento jurídico brasileiro não pode cercear um
direito constitucional. Nesse caso, a preocupação é genérica, é com o ordenamento
jurídico, e não com alguém específico. Esse é o controle abstrato.
a.1) Poder legislativo: CCJ (assuntos constitucionais das Casas têm que ser mandados para
a CCJ. O projeto de lei geralmente passa por essa Comissão de Constituição e Justiça para
analisar a constitucionalidade de um PL), Plenário e rejeição do veto do presidente (ao
vetar, o presidente tem que submeter as razões do veto ao CN que derruba ou não o veto
do presidente).
a.2) Executivo: com o veto jurídico (Art. 66, §1º). Há dois tipos de argumento para o
presidente da república – quando o presidente considera o PL inconstitucional é o veto
jurídico, e quando o presidente considera o PL contrário ao interesse público é o veto
político. O veto de controle é só o veto jurídico.
• PEC:
# sob o ponto de vista formal: ex: uma PEC é aprovada por maioria simples, quando
deveria ser por 3/5. Já violou, então cabe MS.
Atenção: não existe mandado de segurança preventivo contra projeto de lei ou proposta
de emenda. Sempre é repressivo. Tem que esperar haver a lesão.
STF, MS 20257.
b.1) Exerce através das ações. Qualquer ação pode ter questão constitucional envolvida,
seja pela via principal (ADI, ADC, ADO, ADPF) ou incidental.
Exemplo: lei que fala sobre educação. O decreto fala sobre educação e previdência. Ó
decreto tem função de regulamentar a lei, então deveria falar apenas sobre a educação.
Isso significa que o presidente exorbitou o poder regulamentar. Assim, compete ao
congresso nacional sustar os atos normativos que ultrapassaram o poder regulamentar me
o presidente pode ter seu decreto sustado no que tange às disposições sobre a
previdência.
Além disso, o CN também pode sustar os atos do presidente que ultrapassaram molinete
da delegação. Quando o presidente quer editar lei delegada, pede autorização ao
legislativo, e o legislativo faz um decreto estabelecendo quais assuntos podem ser
publicados pelo presidente. Se ele exorbita, o CN pode sustar os atos que exorbitaram os
limites da delegação.
b.3) Executivo: cuidado. Na posição doutrinária que não admite controle repressivo pelo
executivo, porque diz que todas as formas de controle são internas, são para ele. Mas
André Ramos Tavares, Luís Roberto Barroso aceitam. Para eles, as hipóteses seriam:
• direito de resistência: o chefe do executivo pode deixar de cumprir uma lei por entender
inconstitucional (é controverso, porque ele pode mover ADI, então não tem porque deixar
de cumprir). Barroso entende que pode, porque prefeito não pode mover ADI, e depois
porque quando a ADC é julgada procedente, o STF declara norma constitucional
produzindo efeitos erga omnes com relação ao poder executivo. Então, se a
constitucionalidade vincula o executivo a dizer que a norma é constitucional, a contrario
senso, enquanto não houver uma ADC procedente, ele pode deixar de cumprir uma lei.
c) Controle misto, híbrido, combinado ou eclético: nosso país exerce os dois tipos de
controle.
a) Incidental: também é chamado de controle por via de exceção. Mas, no CPC, exceção é
meio de defesa, e esse controle pode até ser usado como matéria de defesa pelo réu, mas
pode também ser usado pelo autor, pelo MP, o juiz de ofício... Não é defesa
necessariamente.