Sistema de Criação de Abelhas - Pedro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS


AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE
ZOOTECNIA
DISCIPLINA: ZOOTECNIA GERAL
DOCENTE: LEILANE ROCHA BARROS DOURADO
Discente: PEDRO LUCAS VAZ DA SILVA
Data: 07/06/2022

Sistema de criação de abelhas


1 - Introdução geral
A apicultura é uma ciência da criação de abelhas com ferrão no qual é de um dos
ramos da zootecnia, A criação racional de abelhas pode ser tanto para o lazer,
ou fins comerciais, podendo ser visando a produção de diversos produtos feitos
por abelhas, como por exemplo, a produção de mel, própolis, geleia real, pólen,
cera de abelha e veneno, ou seja, dependendo do objetivo e das condições do
ambiente que se vise produzir, os métodos e as técnicas empregadas serão
diferentes.
2 – Informações e conceitos de criação de abelhas.
Antes de tudo na criação de abelhas, é necessário ter uma noção a respeito da
raça que vai ser criada, a espécie de abelha mais criada no Brasil e no mundo é
a Apis mellifera, porém há outras espécies de abelhas com ferrão também
cultivadas no brasil, e que, suas principais diferenciações além das características
morfológicas vai ser diferenças comportamentais e produtivas, porém apesar de
tais diferenças, os métodos serão os mesmos para cada tipo de produção e
extração, atentando se sempre á segurança do produtor e dos demais e do bem
estar geral do apiário, seja ele em relação á clima e temperatura, como também
com predadores e doenças que possam infectar e diminuir a produção como
algumas espécies de ácaro, tais medidas e métodos serão descritas adiante.
Como mencionado antes, existem métodos e técnicas para cada tipo de extração
dos produtos que a abelha produz, sendo os principais: Mel, Cera, Própolis, Pólen
apícola, Geleia real e a Apitoxina.
O mel é produzido pelas abelhas que colhem e transformam o néctar, um líquido
açucarado encontrado nas flores, esse líquido, após algumas transformações, é
depositado nos alvéolos dos favos, onde o mel amadurece, ou seja, fica pronto
para o consumo, nesse ponto, as abelhas tampam os alvéolos com uma fina
camada de cera para que o mel fique protegido até que seja usado como
alimento. A cor, o gosto, o cheiro e a consistência do mel variam com as floradas
e com o clima.
A cera produzida pelas abelhas é usada na construção dos favos e no fechamento
dos alvéolos (operculação). As indústrias de produtos de beleza, de
medicamentos e de velas são as principais consumidoras de cera, que também é
usada nas tecelagens.
A própolis é produzida quando as abelhas misturam a cera com a resina das
plantas, essa resina é retirada dos botões de flores, das gemas e dos cortes nas
cascas, atualmente, a própolis é usada principalmente pelas indústrias de
produtos de beleza e de remédios
O pólen apícola é retirado das flores e manipulado pelas abelhas, sendo depois
depositado nos alvéolos. É usado para alimentar as larvas e abelhas adultas com
até 18 dias de idade. Graças a seu alto valor nutritivo, é usado como alimento. É
vendido seco, misturado com mel, em cápsulas ou tabletes.
A geleia real é produzida pelas abelhas operárias mais novas (até 15 dias de
idade); Na colmeia, é usada como alimento das crias e da rainha, pois é rica em
proteínas, água, açúcares, gorduras e vitaminas.
Já a apitoxina, com o uso de técnicas apropriadas, é possível extrair o veneno
das abelhas e vendê-lo, entretanto, essa atividade não é interessante para os
pequenos produtores, A apitoxina é usada como medicamento no tratamento de
doenças reumáticas, mas só pode ser comercializada por farmácias.
2.1 – Quanto a vestimenta
Antes de tudo deve se considerar a alergia a picadas de abelhas, enquanto que
há pessoas que possuem uma boa tolerância, outras possuem menos, e para
estas sem um local para que se possa fazer um tratamento médico rápido, não
é recomendo a criação, contudo, de toda maneira para trabalhar com abelhas, o
produtor precisa vestir a roupa especial, formada por macacão (ou calça e
jaleco), máscara, luvas e botas, o macacão Deve ser de cor clara (cores escuras
podem irritar as abelhas), feito de brim (grosso) ou de materiais sintéticos
(náilon, poliéster, etc.). Pode ser inteiro ou com duas peças (calça e jaleco), com
elásticos nas pernas e braços. A máscara pode fazer parte do macacão ou ser
uma peça separada. Os modelos com máscara separada precisam de chapéu,
geralmente de palha. Para evitar contato com a pele do apicultor, o macacão
deve ser folgado. Luvas Podem ser feitas de diversos materiais. Couro, napa e
borracha, por exemplo, são materiais que garantem a segurança exigida no
trabalho com as abelhas. Botas São recomendadas botas de borracha, de cor
clara e de cano alto.
2.2 – Organização da colmeia
É de suma importância compreender como funciona a organização de uma
colmeia para entender o seu manuseio e produção de produtos apícolas; Na
colmeia encontramos 3 tipos de abelhas: Os zangões, as operárias e a rainha,
nos quais a rainha vai ser Responsável pela reprodução, e é a única abelha da
colmeia que se acasala com os machos (zangões) e pode pôr ovos que geram
fêmeas (operárias e rainhas) e zangões, já os zangões são os machos da colmeia,
cuja única função é se acasalar com a rainha, e as operárias vão realizar todo o
trabalho da colmeia: desde a coleta de alimento (néctar e pólen) e água, cuidar
das crias e da rainha, limpar a colmeia e defender o enxame.
2.3 – Rainha
A rainha adulta tem quase o dobro do tamanho de uma operária e só há uma
rainha em cada colmeia, quando nasce a primeira rainha, ela destrói as outras
realeira(Célula de cria maior construída pelas operárias para o desenvolvimento
da rainha), se nascerem duas ou mais rainhas ao mesmo tempo, elas brigam
entre si até uma delas morrer, uma rainha nova começa a pôr ovos depois de
acasalar-se com zangão e o acasalamento ocorre cerca de 13 dias após o
nascimento da rainha, em pleno voo, a uma altura de 10 a 20 metros do chão. A
rainha pode se acasalar com 8 ou até 20 zangões, dos ovos da rainha podem
nascer tanto machos (zangões) quanto fêmeas (operárias e rainhas), a rainha
pode viver até 3 anos, dependendo de uma série de fatores, mas sua postura é
maior no primeiro ano de vida, quanto maior a postura, maior a produção de mel
da colônia, por isso, recomenda-se trocar a rainha todo ano quando se faz a
criação, a rainha está sempre acompanhada por um grupo de 5 a 10 operárias,
encarregadas de alimentá-la e cuidar de sua limpeza, e vai ser alimentada
durante toda sua vida, um alimento chamado geleia real(um dos produtos).
2.4 Desenvolvimento das abelhas
Durante sua vida, as abelhas passam por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulta,
o ovo das abelhas, de cor branca, lembra um pequeno grão de arroz e é colocado
“em pé”, no fundo do alvéolo, três dias depois da postura, ocorre o nascimento
da larva, que é branca e fica no fundo do alvéolo com o corpo curvado, em forma
de “C”. No final da fase larval, o alvéolo é fechado com um tampão de cera, o
opérculo. Assim, diz-se que o alvéolo está operculado, ou seja, tampado com
cera. A fase seguinte é a fase de pupa, nesta fase a pupa, vai ser possível
distinguir cabeça, tórax e abdome, com distinção de olhos, pernas, asas, antenas
e partes da boca. O tempo de desenvolvimento, do ovo até a fase adulta, é de
19 dias para as operárias; 16 para as rainhas; e 24 para os zangões.
2.5 – Favos
O ninho das abelhas é formado pelos favos, que são formados por pequenas
células com seis lados, chamadas alvéolos, os alvéolos têm uma pequena
inclinação para cima, para evitar que a larva e o mel escorram, e são construídos
em dois tamanhos, nos maiores, a rainha põe ovos de zangão; os menores
podem ser usados para a criação de operárias e para armazenar o mel e o pólen,
quando o mel está maduro, as abelhas fecham os alvéolos com uma fina camada
de cera chamada de opérculo.
As crias geralmente estão localizadas nas partes centrais da colmeia, de forma a
facilitar o controle da temperatura pelas operárias, o centro dos favos é
normalmente ocupado pelas crias, sendo os cantos inferiores e superiores usados
para estocagem de alimento, pois isso facilita o trabalho das abelhas
responsáveis pela alimentação das larvas. Até o terceiro dia de vida, as larvas de
operárias são alimentadas com um produto chamado geleia de operária. Após
esse período, passam a receber uma mistura de geleia de operária, mel e pólen.
2.6 - O apiário
Apiário é o nome do local onde serão instaladas as colmeias para a criação
racional de abelhas. As colmeias ou caixas de abelhas têm um formato padrão,
com peças separadas, e podem ser compradas prontas ou podem ser fabricadas
pelo produtor.
Neste último caso, devem ser seguidas as medidas recomendadas para cada
peça, na verdade, não é muito recomendado que os apicultores façam suas
colmeias, pois elas exigem muitos detalhes, o modelo mais indicado e mais usado
no Brasil é colmeia Langstroth.

2.7- Flora apícola


O apiário deve ser instalado em local onde haja plantas que produzam flores
apreciadas pelas abelhas como fonte de alimento (néctar e pólen). O conjunto
de plantas que fornecem néctar e pólen para as abelhas é chamado de flora
apícola ou pasto apícola.
O pasto apícola pode ser natural, ou seja, formado por plantas nativas, ou por
culturas agrícolas e reflorestamentos, é importante que o pasto apícola seja
formado por plantas de várias espécies e que floresçam em diferentes épocas do
ano, quanto mais próximas estiverem as colmeias do pasto apícola, mais viagens
serão feitas por dia e com menor desgaste das abelhas, o que resultará em maior
produção.
3- Métodos de criação de abelhas e instruções gerais.
O apiário deve ser instalado em local apropriado, além da proximidade do pasto
apícola, deve apresentar outras qualidades importantes, sendo importante que o
veículo de transporte possa chegar até as colmeias em qualquer época do ano;
O tipo de terreno no qual o local do apiário vai ser instalado, deve ser um terreno
plano e limpo e com proteção contra , além disso é preciso que o apiário fique
distante pelo menos 400 metros de currais, casas, escolas, estradas
movimentadas e outras construções; Quanto as fontes de contaminação para não
contaminar os produtos apícolas, o apiário deve ficar, no mínimo, a três
quilômetros de depósitos de lixo, aterros sanitários, matadouros, engenhos,
fábricas de doces e de refrigerantes e outras fontes poluidoras; As abelhas não
ficam onde não existe água, sendo que o apiário deve ficar entre 20 e 500 metros
de uma fonte de água limpa e que seja suficiente para o número de colmeias
instaladas, a fonte de água pode ser um rio, um açude, uma nascente ou mesmo
um bebedouro para abelhas, feito pelo produtor, cada colmeia pode consumir
até 20 litros de água por semana e que, para evitar problemas com os enxames,
o bebedouro deve ser mantido limpo, deve haver um sombreamento, pois o calor
demais prejudica a qualidade do mel e o desenvolvimento das crias, o apiário
deve ser instalado na sombra, embaixo de árvores ou de uma cobertura
adequada, as colmeias devem ser instaladas sobre cavaletes individuais de 50
centímetros de altura, levemente inclinados para que a frente da colmeia fique
mais baixa, o que evita que a água da chuva entre e se acumule nas caixas, Para
que as abelhas comecem seu trabalho mais cedo, a entrada das colmeias (alvado)
deve ser voltada para o nascente, e deve-se prestar atenção na “linha de voo”
das abelhas para evitar obstáculos em frente ao alvado (porta de entrada e saída
das abelhas).
As colmeias devem ser colocadas a dois metros uma da outra, em fila, em círculo
ou em meia-lua, no caso do apiário ser fixo No apiário fixo, as colmeias ficam no
mesmo local durante todo o ano, e as abelhas exploram as flores presentes na
área em volta (máximo de três quilômetros, e para segurança o apiário deve ser
cercado, já no Apiário migratório, as colmeias são transportadas para locais com
boa florada em determinada época do ano, muitas vezes a grandes distâncias,
as mesmas características daquele para o apiário fixo, e os cuidados são os
mesmos, As colmeias devem ser instaladas sobre cavaletes, Colocá-las sobre
tijolos ou caibros é uma alternativa para que a madeira das caixas não fique em
contato com o chão, no entanto, isso não evita a entrada de formigas e de outros
inimigos naturais das abelhas, como sapos e lagartixas, O ideal sendo a utilização
cavaletes com protetores que evitam a subida de formigas e de outros inimigos
naturais.

3.1- Montagem dos quadros e povoamento.


Na preparação das colmeias para a produção, é necessário montar os quadros
colocando o arame e a placa de cera alveolada, alguns fabricantes oferecem
colmeias com quadros já prontos (com o arame colocado). Esse tipo facilita o
trabalho do apicultor e deve ser o preferido, além disso é necessário o uso da
placa de cera alveolada, no qual é indispensável na apicultura racional, pois
facilita o trabalho das abelhas e tem como resultado o aumento da produção,
para introduzir abelhas no apiário (povoamento), o apicultor pode conseguir
enxames de diferentes maneiras: comprar colmeias já povoadas, capturar
enxames ou dividir famílias fortes. Em qualquer caso, para facilitar a aceitação
das abelhas à nova caixa, é recomendável pincelar o interior dela com uma
mistura de própolis e água ou com extrato de capim-limão ou de capim-cidreira.
Outra maneira é esfregar um punhado de folhas do capim no interior das caixas,
pois isso deixa a madeira com um cheiro mais atrativo para o enxame.
3.2- Manejo e revisão
A revisão é um procedimento de manejo para analisar e verificar os apiários; na
retirada dos quadros, um a um pelas laterais da colmeia, deve-se observar
principalmente: Se os favos têm mel e pólen, para saber se a colônia tem
alimento suficiente, e se existem ovos nas áreas de cria, pois quando existem
muitas falhas nessas áreas, geralmente a rainha está velha e fraca; como as
revisões perturbam muito o trabalho das abelhas, devem ser feitas conforme as
orientações e situações seguintes:
Quinze dias depois da instalação de um novo enxame, para verificar seu
desenvolvimento inicial e observar as condições gerais dos favos antes das
principais floradas
Durante as floradas: realizar revisões nas melgueiras a cada 15 dias, para
verificar como estão a produção de mel, a quantidade de quadros completos,
operculados, e a necessidade de acrescentar mais melgueiras.
Depois das principais floradas: realizar uma revisão completa no ninho para
preparar a colmeia para o período de entressafra, que é um período com baixa
disponibilidade de alimento.
Na entressafra: as revisões devem ser mensais, para saber da necessidade de
alimentar as colmeias, reduzir o alvado, controlar inimigos naturais ou unir
enxames fracos.
Para que as revisões não atrapalhem o trabalho das abelhas, deve-se seguir as
orientações: Fazer as revisões das 8 às 11 horas da manhã e das 3 às 5 e meia
da tarde. Nessas horas, a maioria das operárias está no campo coletando néctar
e pólen, nunca fazer revisões durante a chuva, usar a roupa de apicultor, que
deve estar limpa, ser de cor clara e não pode estar rasgada, ao lidar com as
abelhas, evitar cheiros fortes (suor, perfume) e não provocar ruídos que possam
irritá-las, A revisão deve ser feita por 2 pessoas: uma maneja o fumigador
(instrumento que produz fumaça acalmando assim as abelhas), enquanto a outra
abre e revisa a colmeia, deve-se ficar sempre na parte de trás ou nas laterais da
colmeia, nunca na frente, para não dificultar a entrada e a saída de abelhas e
realizar a revisão com calma, sem movimentos bruscos, porém rapidamente, para
evitar que a colmeia fique aberta por muito tempo, e por último não deixar os
quadros no sol nem no frio por longo tempo.
Durante as revisões, o apicultor deve marcar e trocar os quadros que possuam
arames partidos ou peças quebradas e que estejam com cera velha,
principalmente aqueles já naturalmente rejeitados pelas abelhas. Se os favos
velhos ou danificados estiverem com cria, devem ser transferidos para as laterais
da colmeia, e ali permanecer até o nascimento das abelhas, para então serem
substituídos. Esses quadros devem ser substituídos por quadros com cera
alveolada, de boa qualidade, quando se verifica se existe alimento suficiente para
as abelhas continuarem a construção dos favos.
3.3- Substituição da rainha
A rainha deve ser trocada, de preferência a cada ano, e o apicultor pode fazer
isso de duas formas: Comprando rainhas de produtores ou o próprio produzindo
as rainhas, o que vai requerer maior instrução e manejo.
Na substituição das rainhas, recomenda-se:
Verificar se a rainha está fecundada, se ela for virgem, é necessário observar se
existem zangões no apiário; destruir as realeiras existentes na colméia antes da
introdução da nova rainha, realizar a introdução das rainhas apenas em dias
claros, sem chuva ou ventos fortes e, de preferência, pela manhã; usar gaiolas
apropriadas; retirar a rainha velha 24 horas antes da introdução da nova
rainha, de preferência.
Por último a respeito da aceitação da nova rainha, uma semana após introduzir
a nova rainha, deve-se fazer uma revisão na colmeia para verificar se ela foi
aceita, a existência de realeiras ou a não-existência de ovos são sinais de que a
nova rainha não foi aceita.
3.4 - Alimentação
As abelhas precisam consumir água e alimentos para sobreviver, nos quais destes
alimentos, necessitam principalmente de alimentos que forneçam energia e
proteínas, mas também precisam de vitaminas, sais minerais e gorduras; as
abelhas se alimentam de néctar (líquido açucarado encontrado nas flores), de
mel, que elas mesmas fabricam a partir do néctar, e de pólen (minúsculos grãos
também encontrados nas flores).
Nas épocas do ano em que faltam flores, o apicultor deve fornecer outros
alimentos para as abelhas, como caldo de suco de caju, xarope de açúcar, feno
da folha de mandioca, vagem de algaroba e farelo de soja, caso contrário, os
enxames se enfraquecem e abandonam as colmeias. Quando os enxames estão
enfraquecidos, as abelhas ficam doentes, e as colmeias são atacadas por traças
e formigas; por isso, para evitar que os enxames sofram com a falta de alimento
no campo, deve-se fazer revisões periódicas nas colmeias.
O néctar e o pólen, dependendo da região, podem faltar em épocas secas,
chuvosas ou frias, sempre que houver menos de 2 quadros de mel na colônia, é
necessário fornecer alimento a ela, e pode-se adaptar a alimentação de acordo
com os alimentos que existem perto do apiário.
Os alimentos mais usados para substituir o mel são: xarope de água e açúcar,
xarope invertido, caldo de cana-de açúcar e rapadura.
4- Coletas.
O manejo de colheita do mel deve seguir alguns procedimentos, visando não
apenas à sua coleta eficiente, mas, principalmente, à manutenção de suas
características originais e, consequentemente, à qualidade do produto final.
É importante ressaltar que essa é uma fase crítica para a obtenção da qualidade
total, visto que será a primeira vez que o apicultor terá contato direto com o mel,
sendo o início de um longo processo de susceptibilidade do produto, em relação
às condições de manipulação, equipamentos, instalações e condições ambientais,
até que o produto chegue ao consumidor final.

4.1- Coleta de mel

A coleta do mel deve ser feita em dias ensolarados, a partir das 9 horas da manhã
e até as 4 da tarde, e depois de coletadas, as melgueiras não devem ficar ao sol
por muito tempo, pois isso afeta a qualidade do mel, prejudicando sua
comercialização, durante a coleta do mel, deve-se observar cada quadro e retirar
apenas os que estiverem com, no mínimo, 90 % de alvéolos tapados
(operculados com fina camada protetora de cera), o que indica que o mel está
“maduro”, ou seja, tem baixo teor de umidade.
Não se deve retirar quadros que apresentem: Crias em qualquer fase de
desenvolvimento, Grande quantidade de pólen, mel ainda não maduro (mel
verde) com alto teor de umidade, ou seja, em alvéolos não tapados.
As melgueiras não devem ser colocadas no chão, pois, além de essa prática
provocar problemas de coluna no apicultor, o risco de contaminação do mel por
poeira, terra e restos de plantas pode comprometer sua qualidade, recomenda-
se o uso de um suporte (ninho vazio ou cavalete) com uma base que pode ser
uma tampa nova de colmeia, suporte esse que deve colocado ao lado da caixa.
Por cima da base é colocada uma melgueira vazia onde os quadros de mel serão
depositados, e por último deve-se tampar essa melgueira para isolar os quadros
de mel das abelhas.
3.6- Coleta de Própolis
A melhor época para coletar a própolis é o outono, quando a colmeia necessita
defender-se mais dos predadores e do frio, no inverno, especialmente em regiões
mais frias, não se deve coletar a própolis na colmeia, para não deixá-la
desprotegida e exposta às variações de temperatura, a raspagem é utilizada na
coleta da própolis em frestas, tampas, quadros e alvados da colmeia, essa deve
ser feita com material de metal inoxidável, tomando o cuidado de não retirar
pedaços de madeira que estejam envolvidos com tinta usada na pintura da
colmeia, a própolis após ser retirada, deve ser separada de impurezas vindas na
raspa e armazenada em saco plástico.
Caso faça opção por levar os coletores para a sala de processamento apícola,
eles deverão ser transportados dentro de um plástico e retirado do coletor após
24 horas de resfriamento, tanto a coleta, quanto a raspagem deve ser realizadas
nas horas de temperaturas mais baixas, nas primeiras horas do dia, para maior
facilidade na retirada da própolis, que se torna pegajosa em temperaturas
elevadas.

3.7- Coleta de Geleia real


A coleta da geleia real, ainda no apiário, tem de ser executada mediante cuidados
com a higiene, após a retirada da colmeia, sejam as realeiras produzidas pelo
método de puxada natural, sejam os quadros porta-cúpulas, ambos deverão ser
colocados em uma caixa plástica para transporte, que deve estar previamente
higienizada.
Após a retirada das colmeias, o material deve ser levado o mais rápido possível
para o laboratório onde será feita a extração, a geleia real pode ser extraída
das realeiras ou dos quadros porta-cúpulas com uma espátula de aço inoxidável,
passada contra a parede da célula, raspando-se o material, sendo que não devem
sobrar restos de geleia nas cúpulas, devido a seu alto valor, porém, deve-se
cuidar para não raspar com muita força, o que acaba fazendo com que porções
de cera sejam recolhidas com a geleia, diminuindo sua qualidade.
Outra alternativa para a extração é o uso de uma pequena bomba, semelhante
às bombas de sucção, utilizadas em consultórios dentários. Esse equipamento
gera pressão negativa em um tubo de coleta, que, por sua vez, passa por um
recipiente, onde a geleia retirada é depositada.

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