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AO JUÍZO DA VARA CIVEL DE TAGUATINGA - DF

AUTOR

JONATHAS, XXX, XXX, XXX, Com Registro Geral: XXX, Inscrito no CPF n o: XXX,
Residente e domiciliado na: XXX, CEP, de endereço eletrônico: XXX, E-mail: XXX. ANDRÉ XXX,
XXX, XXX, Com Registro Geral: XXX, Inscrito no CPF n o: XXX, Residente e domiciliado na: XXX,
CEP, de endereço eletrônico: XXX, E-mail: XXX, por meio de seus advogados devidamente
representados (procuração anexa), vem respeitosamente perante ao Douto Juízo, com fulcro nos artigos
319 e ss do CPC c/c artigo 186 e 927 do CC, ajuizar:

Ação Indenizatória

Danos morais e materiais

RÉU

Em face de MULTAS S/A, pessoa jurídica de direito privado, razão social: GARENA
AGENCIAMENTO DE NEGOCIOS LTDA, nome fantasia: GARENA BRASIL, de CNPJ no:
33.267.823/0001-37 – 33267823000137, com sede em Rua Butanta 194 Sala 101, Pinheiros, São Paulo –
São Paulo, CEP: 05424-000, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I – DOS FATOS

Jonathas e André tiveram suas contas no jogo online denominado de "Free Fire" suspensas
permanentemente, sob alegação de que estariam praticando o uso de Hack (programas ilícitos de terceiros
com intenção de obter vantagens indevidas sobre outros jogadores e a empresa).

Ambos os jogadores do jogo online recorreram e apresentaram um e-mail questionando tal


suspensão vez que nunca utilizaram quaisquer programas indevidos. A resposta da empresa foi genérica,
sem qualquer prova efetiva sobre o uso, informando que ambos deveriam deixar tal assunto de lado.

O ponto principal é que ambos os jogadores destinaram muitas horas ao jogo, pois gostariam de
ser tornar profissionais no ramo dos jogos online. Os dois clientes são classificados no ranking de
desafiantes no jogo (entre os 300 melhores do mundo) e já participaram de diversos campeonatos
amadores, inclusive lhes enviaram 4 vídeos onde cada um é filmado jogando.

Dentro do jogo ainda é possível possuir e adquirir itens raros, por meio de compras ou
premiações. Os dois jogadores já gastaram aproximadamente R$ 3.000,00 (Três mil reais) cada um, e
suas contas já receberam ofertas de vinte mil reais em razão dos prêmios raros, mas não podem precisar o
montante posto que o sistema do jogo também lhes bloqueou para tais consultas, igualmente não foi

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possível precisar o tempo que cada um utilizou no jogo, mas foi informado que o jogo iniciou no ano de
2017 e ambos jogavam aproximadamente 5 horas por dia.

II – DO DIREITO

Em razão de se tratar de duas suspensões que foram feitas de forma indevida pela empresa,
impossibilitando Jonathas e André de exercer seus direitos de usuário e os restringido ao acesso de suas
contas, com a negligência da empresa de solucionar o problema e ainda aconselhando-os a deixar o
assunto de lado fere o artigo 42 do CDC.

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submeti do a qualquer ti po de constrangimento ou
ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quanti a


indevida tem direito à repeti ção do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justi fi cável.

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de


débitos apresentados ao consumidor, deverão constar
o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
produto ou serviço correspondente.

O ato de não apresentar nenhum tipo de prova concreta a respeito da suspensão, e ainda
privando-os de consultar todos os seus dados seja financeiro ou dados de usuário fere os artigos 6 e 31 do
CDC, sendo ressaltados no artigo 6 os incisos V, VI, VII e VIII.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


V - a m o d i fi c a ç ã o d a s c l á u s u l a s c o n t r a t u a i s q u e e s t a b e l e ç a m p r e s t a ç õ e s

desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem

excessivamente onerosas;

V I - a e f e ti v a p r e v e n ç ã o e r e p a r a ç ã o d e d a n o s p a t r i m o n i a i s e m o r a i s ,

i n d i v i d u a i s , c o l e ti v o s e d i f u s o s ;

V I I - o a c e s s o a o s ó r g ã o s j u d i c i á r i o s e a d m i n i s t r a ti v o s c o m v i s t a s à p r e v e n ç ã o o u

reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, c o l e ti v o s ou difusos,

a s s e g u r a d a a p r o t e ç ã o J u r í d i c a , a d m i n i s t r a ti v a e t é c n i c a a o s n e c e s s i t a d o s ;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus

da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

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a l e g a ç ã o o u q u a n d o f o r e l e h i p o s s u fi c i e n t e , s e g u n d o a s r e g r a s o r d i n á r i a s d e

experiências;

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou


serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas característi cas, qualidades, quanti dade,
composição, preço, garanti a, prazos de validade e
origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos
que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.

Dos fatos apresentados cabe ação indenizatória, danos morais e materiais que são citados no 186
e 927 do CC, segue ressaltar a teoria do desvio produtivo: que defende que todo tempo desperdiçado pelo
consumidor para a solução de problemas gerados por maus fornecedores constitui dano indenizável.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fi ca obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especifi cados
em lei, ou quando a ati vidade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.

III – DO PEDIDO

Ante expor requer seja julgada procedente a presente a ação para:

A) Seja recebida e processa a presente inicial, sendo determinada a citação do réu para,
querendo, apresentar defesa no prazo legal;
B) Declara não ter interesse em audiência de conciliação;
C) Requer seja julgado procedente determinando a condenação do requerido ao pagamento de
R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por danos materiais, bem como seja condenado ao
pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais;
D) Requer por fim admitidas todas as provas cabíveis de direito.

Dar-se-á causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)

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Temos em que,

Pede deferimento.

Brasília, 02 de maio de 2022

OAB/DF XX.XXX

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