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AO JUÍZO DA __ VARA CÍVIL DA COMARCA DE SOBRAL/CE.

MARIANO ROSA MENDONÇA, menor impúbere (8 anos de idade), com certidão de


nascimento n° 257189-2, livro 36, representado por seu genitor, ABDIAS RIPARDO
MENDONÇA, brasileiro, casado, bancário, portador do RG n°20044287391 SSP/CE e
inscrito no CPF sob o n° 201.235.678-42, com endereço eletrônico,
[email protected], ambos residentes e domiciliados na Rua Portal de Alencar, n°
332, centro, Sobral/CE, CEP: XXX.XXX-XXX, vem por intermédio de seu advogado e
procurador, propor a presente

AÇÃO DE IDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em desfavor de FÁBRICA DE BRINQUEDOS LTDA, pessoa jurídica de direito


privada registrada no CNPJ n° 12.345.678/0001-02, com e-mail [email protected]
com sede situada na Rua Paulista n° 1234, Bairro Paulista do, São Paulo- SP, CEP:
12.345.678 com fundamento nos art. 911 e 528 SS 2° a 7° do CPC pelas razões de fato e de
direito a seguir narradas.

I. GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
A parte requerente não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma
vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas
processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais (declaração em anexo).
O presente pedido de gratuidade Judiciária está devidamente amparado pelo Art. 98,
§1° e Art. 99 ambos do novo CPC: pela lei 1060/50, bem como do artigo 5°, inciso LXXIV da
Constituição Federal.
Sendo assim, requerer desde já que Vossa Excelência conceda o benefício da
Justiça Gratuita.
II. DOS FATOS.
No dia, 15/02/2023, o pai, comprou um brinquedo para presenteá-lo, o brinquedo
Puxa-Treco da Esprow nº 156778, produzido pela Ré, a ESPROW COMÉRCIO DE
BRINQUEDOS LTDA. O brinquedo especificado possuía seis formas plásticas e quatro rolos
de massa de modelar e em sua embalagem portava a seguinte informação "Destinação:
crianças entre 2 a 6 anos - produto não tóxico".
Decorre que o brinquedo foi entregue ao Requerente e este por sua vez, ao utilizá-lo
acidentalmente ingeriu um pedaço de massa de modelar, sofrendo, logo depois, grave
disfunção intestinal.
Em seguida, o menor foi internado no Hospital SUA VIDA ENTRE NÓS e lá ficou por
12 dias, passando por um tratamento forte e especifico afim de tratar a doença adquirida,
em decorrência da intoxicação sofrida, mediante o uso do produto.
O laudo do médico especialista apresentou como causa da disfunção intestinal,
sofrida pelo menor, a ingestão do produto tóxico constantemente utilizado na fabricação de
produtos de massa de modelar. Segundo o médico que o atendeu, DR. PESSOA DIAS
PARENTE, a doença adquirida, poderia ter acarretado danos maiores para a criança, caso
não tivesse ocorrido o atendimento hospitalar imediato.
A criança, após vivenciar essa experiencia, está em acompanhamento psicológico
continuo, em virtude de se recusar a participar de atividades escolares que incluam o uso de
massa de modelar, bem como tornou-se prevenido ante a qualquer produto do tipo.
Cabe então recorrer à Justiça para que os danos morais e materiais sejam
reparados, visto que o tratamento emergencial custou para os pais R$ 2.500,00 (dois mil e
quinhentos reais).

III. DOS DIREITOS.


Diante do sofrimento e traumas causados pela ingestão do material tóxico constante
no brinquedo, o autor tem direito a reaver os danos materiais e morais causados pela
empresa ré.
A Constituição Federal em seu artigo 5*, inciso V, assegura o direito de indenização
por dano material e moral sofrido.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
(...)
Ademais, dispõe o art. 186, do CC: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito".
Determina, ainda, o art. 927 do CC: "Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo".

IV. DO DANO MORAL.


Está assegurado pela Lei protetora do consumidor a reparação por eventuais danos
sofridos em decorrência de uma relação de consumo, de acordo com o citado artigo 6º,
inciso VI.
Deve-se observar, Excelência, que os fatos acima descritos, sem dúvida são
capazes de gerar abalo na honra subjetiva e objetiva do demandante, fazendo, portanto,
este jus a uma reparação a título de dano moral, sendo aquele que afeta a paz interior de
cada um, atinge o sentimento da pessoa, o decoro, o ego, a honra, e, enfim, tudo aquilo que
lhe causa sofrimento, uma dor física e/ou psicológica sentida pelo indivíduo.
O artigo 6º, VI do CDC, reproduzindo conteúdo de direito constitucional, arrola como
direito básico do consumidor, a efetiva reparação pelo dano moral sofrido. Vejamos o
dispositivo:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(...)
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
A quantificação do dano moral deve atender a critérios como a extensão do dano, a
condição do causador do dano e a da vítima, bem como atentar para o aspecto pedagógico
da indenização, isto é, deve ser tal que sirva de advertência para que o causador do dano e
seus congêneres se abstenham de praticar tais atos.
Muitos são os que sofrem lesões com atitudes que atentam contra a dignidade e o
respeito aos direitos do consumidor, mas a verdade é que poucos são os que buscam e
zelam pela integridade desses direitos e pela reparação em caso de violação. O Judiciário,
como pacificador dos litígios, tem o papel primordial na efetivação dos direitos consagrados
na legislação pátria, exercendo também a tarefa de educador frente aos que de maneira
corriqueira violam tais direitos.
V. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
Dúvidas inexistem acerca da aplicação do Código de Defesa do Consumidor sobre o
caso em questão, trazendo essas normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem
pública e interesse social em acordo com o artigo 1° do referido código.
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa
do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos
arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48
de suas Disposições Transitórias.

Nesse caso, reza o artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor:


Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
É nítido no caso in tela, que o fabricante deve ser responsabilizado objetivamente por
fornecer um produto defeituoso em que pôs em risco a saúde e a vida do requerente.
Ademais, o CDC, prevê sobre os direitos básicos do consumidor em seu artigo 6*,
inciso VI, in verbis:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;
Conforme apresentado acima, cabe o direito de reparação do dano causado a vítima que foi
gravemente intoxicada por um brinquedo que vinha em sua embalagem escrito que não era tóxico.
VI. DOS PEDIDOS.
Ante o exposto, requer:

a) O recebimento e processamento da presente demanda;


b) Conceder a GRATUIDADE DA JUSTIÇA a todos os atos processuais, nos termos
do artigo 98 e seguintes do CPC/2015 e na Lei n° 1.060/50 com suas devidas alterações,
por encontrar o requerente com insuficiência de recursos, não podendo arcar
financeiramente com as custas processuais e demais despesas do processo sem privar-se
de seu próprio sustento e de sua família;
c) Designação de audiência de conciliação, conforme o artigo 334 do CPC;
d) Sejam julgados procedentes os pedidos para condenar a requerida ao pagamento
de danos materiais nos valores de R$ 2.500,00 mais o valor gasto com o tratamento
psicológico devidamente corrigidos; e R$10.000,00 a título de danos morais;
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive, juntada
posterior de documentos, depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e demais meios
probatórios que se fizerem necessários, ficando tudo, de logo, requerido;
f) Por fim, requer a condenação da requerida ao pagamento de honorários
sucumbenciais.

Nestes termos, pede e espera deferimento.


Sobral/CE, 05 de abril de 2023.

Gisele Ribeiro Feitosa


Advogada – OAB/CE XXXXX

Heloísa Paiva Freire


Advogada – OAB/CE XXXXX

Isabel Cristina Chagas Braga


Advogada – OAB/CE XXXXX

Nieves Maria Magalhães Guerreiro Marques


Advogada – OAB/CE XXXXX
Vanessa Passos dos Santos
Advogada – OAB/CE XXXXX

Yarla Heloise Gomes de Moares


Advogada – OAB/CE XXXXX

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