CONTESTAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ª VARA DA

COMARCA DE

PROCESSO Nº XXXXX.XXXXXX-XX

SATÃDER S/A, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº 66.666.0001/66, com escritório


situado na rua Francisco Real, nº 5555, CEP. 66.666-600, Jacarepaguá, Rio de Janeiro,
através de seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), com escritório estabelecido
na Rua xxxxx, bairro xxxx, Rio de Janeiro/RJ (local onde receberá as intimações), vem mui
respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do art. 335, CPC, apresentar

CONTESTAÇÃO

na AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, proposta por ALBERTO


SANTOS DUMONT, devidamente qualificado nos autos, pelas razões de fato e de direito
abaixo expostas.
RESUMO DOS FATOS

Em razão de problemas financeiros originados no contexto da pandemia, o autor


dirige-se ao banco de que é correntista a fim de contrair um empréstimo que evite a demissão
de funcionários ou até mesmo o encerramento de suas atividades.

Assim, o autor procura a gerente de Pessoas Jurídicas que lhe oferece o produto
denominado Empréstimo Capital de Giro Satãder, produto este destinado a pequenos e
médios negócios e, que, consiste numa aplicação de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), mais
um cartão de crédito com tarifas e anuidades, taxas de juros compatíveis com o mercado e
prazos para pagamento confortáveis. Dessa forma, após um longo período de esclarecimentos
sobre o produto, bem como, dos termos presentes no contrato, o Sr. Alberto analisa a
proposta e a aceita, adquirindo o produto após a assinatura de contrato eletrônico em 3 (três)
vias.

Transcorrido o prazo de validação do contrato, o banco cumpre com sua parte no


contrato, depositando na conta corrente do autor o dinheiro acordado, bem como, enviando
para sua residência, cartão de crédito que foi posteriormente utilizado. Ocorre que, mesmo
tendo se utilizado do dinheiro depositado, bem como, do cartão devidamente adquirido, o
autor não realizou o pagamento das parcelas de empréstimo e do cartão, quebrando assim, a
relação de confiança anteriormente estabelecida.

DA TEMPESTIVIDADE

Oportuno esclarecer, inicialmente, que a presente defesa é tempestiva, uma vez que
esta foi realizada dentro do prazo 15 dias úteis para a sua apresentação, como dispõe o art.
355, CPC.

DAS PRELIMINARES

Como é de conhecimento, o art. 336, CPC, dispõe que o réu deve alegar em sede de
contestação toda a matéria de defesa, sob risco de preclusão. Isto significa que, caso não seja
alegado em momento oportuno ele não poderá mais fazê-lo e por este motivo, o réu deve
expor tanto as razões de fato quanto às razões de direito para impugnar o pedido do autor.
Nesse sentido, o art. 337 e seus incisos, trazem as chamadas preliminares da
contestação, que em sua maioria, são alegações de ordem formal, que podem tanto extinguir
o processo quanto dilatá-lo no tempo, e como o nome mesmo revela, elas devem ser alegadas
antes da discussão do mérito. As preliminares da contestação, no entanto, podem ser de duas
naturezas, peremptórias, que levam à extinção do processo e as dilatórias, ou seja, que
dilatam o processo no tempo.

Convém ainda esclarecer que a inépcia da inicial é uma preliminar de natureza


peremptória, ou seja, implica na extinção do processo sem apreciação do mérito, além disso,
o art. 330, I, CPC, dispõe que esta deverá ser indeferida na hipótese de inépcia, senão
vejamos:

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:


I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais
em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Assim, como pode ser observado, a petição inicial deve indicar o fato e o fundamento
jurídico do pedido ( art. 282, III, CPC), ou seja, ela deve explicar o porquê do pedido, de
forma que os fundamentos constantes na inicial devem demonstrar de que forma estes
caracterizam o interesse processual imediato, a violação do direito que se está pleiteando em
juízo. Isto significa que o fundamento jurídico é o embasamento que o ordenamento jurídico
dá àquele fato alegado. Dessa forma, temos que o pedido é sempre conclusivo da narrativa
feita, mas não se confunde com os seus fundamentos jurídicos.

Isto posto, considerando que a presente petição não apresenta nexo de causalidade
entre os fatos constitutivos do pedido e a fundamentação jurídica, bem como, apresenta
pedidos genéricos, em atendimento ao disposto no art. 330, I, II, CPC, deve ser reconhecida a
inépcia da inicial sendo declarada extinta a presente ação sem a resolução do mérito.

DO MÉRITO
Nesta secção serão arguidos os fatos e fundamentos jurídicos relativos ao mérito da
lide, caso não seja admitida a preliminar.

DA INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

A Autora busca a aplicação das normas consumeristas ao presente caso, em razão da


Súmula 297 editada pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

O Réu possui plena ciência a despeito do entendimento sumulado pela superior


instância, no sentido da aplicabilidade das normas de consumo às instituições financeiras.
Ocorre que referida Súmula somente é aplicável nas hipóteses em que se encontra
devidamente demonstrada a existência da relação de consumo, o que não se verifica na
hipótese em tela, pois os contratos celebrados entre as partes não têm natureza de contrato de
consumo. Senão vejamos.

Nas operações bancárias como mútuos, descontos, fianças entre outros, o Código de
Defesa do Consumidor é inaplicável, mesmo porque é impossível que o dinheiro ou o crédito
sejam usados por um destinatário final, pois é notório que os valores monetários, por sua
própria natureza, destinam-se à circulação.

Nesse sentido é a lição de Arnoldo Wald, “in verbis“: “A lei também não se aplica às
operações de empréstimos e outras análogas realizadas pelos Bancos, pois o dinheiro e o
crédito não constituem produtos adquiridos ou usados pelo destinatário final, sendo, ao
contrário, instrumento ou meio de pagamento, que circulam na sociedade e em relação aos
quais não há destinatário final a não ser os colecionadores de moedas e o Banco Central,
quando retira a moeda de circulação.”

Como se vê, a Autora não utilizou dos recursos captados junto ao Réu como
destinatária final deles (art. 2° do CDC), e sim como meio para aquisição de bens essenciais
ao desenvolvimento de sua atividade econômica. Consoante os ensinamentos de CLÁUDIA
LIMA MARQUES a característica predominante contida na norma legal em análise, é a sua
restrição quanto à abrangência do termo “destinatário final“.

De fato, para a ilustre processualista, “destinatário final é aquele destinatário fático e


econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa jurídica ou física. Logo, segundo esta
interpretação teleológica, não basta ser destinatário fático do produto, retirá-lo da cadeia de
produção, levá-lo para o escritório ou residência, é necessário ser destinatário final
econômico do bem não adquiri-lo para revenda, não adquiri-lo para uso profissional, pois o
bem seria novamente um instrumento de produção cujo preço será incluído no preço final do
profissional que o adquiriu. Neste caso, não haveria a exigida ‘destinação final’ do produto
ou do serviço.”

Vê-se claramente que a interpretação da nossa melhor doutrina restringe a figura do


consumidor àquele que utiliza um produto para uso próprio. Com efeito, consumidor é o não
profissional, pois a finalidade precípua do Código de Defesa do Consumidor é tutelar de
maneira especial um grupo da sociedade que é mais vulnerável.

“EMENTA: AÇÃO DE COBRANÇA. PESSOA JURÍDICA.


INAPLICABILIDADE DO CDC. IMPOSSIBILIDADE DE
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. RECURSO DESPROVIDO.1.
De regra, só é consumidor aquele que consome ou se utiliza do serviço
como destinatário final. Assim, a princípio, para que a relação se
sujeite às normas do CDC, de um lado, deve figurar
obrigatoriamente um fornecedor (art. 3° do CDC), aquele que, no
que aqui interessa, fornece o crédito com habitualidade e em
caráter não-eventual, e, de outro, um consumidor (art. 2° do
CDC), ou seja, aquele que se utiliza do crédito como destinatário
final“. (Agravo de Instrumento nº 0507267-3; origem: Arapongas;
relator desembargador Fernando Wolff Filho; TJ/PIR; Grifo Nosso)

Neste mesmo sentido é o entendimento pacifico do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA, do qual colacionamos a decisão lavrada nos autos do AgRg nos EDcl no REsp
936997/ES de relatoria do Ministro Hélio Quaglia Barbosa, da qual extraímos sua ementa:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. HIPÓTESE DE


CONSUMO INTERMEDIÁRIO. INAPLICABILIDADE DO CDC.
REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO VEDADO. AGRAVO
IMPROVIDO.
Portanto, a incidência das normas de consumo deve ser afastada da hipótese em tela,
não havendo aplicação do princípio da vulnerabilidade do consumidor e da repressão aos
abusos praticados pelas instituições financeiras.

DA VIGÊNCIA CONTRATUAL

Como é de conhecimento, os contratos são negócios jurídicos que visam criar,


modificar ou extinguir algum direito. E como todo negócio jurídico, os contratos só podem
ser extintos ou anulados, quando faltam elementos estruturais como a manifestação ou
declaração de vontade, quando praticados em manifesta ofensa a preceitos de ordem pública,
(art. 166 e 167, CC) ou ainda, quando envolvem incapacidade relativa do agente, vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171).

Nesse sentido, cumpre esclarecer que o contrato firmado foi assinado pelas partes, e,
em não sendo objeto de coação, erro ou dolo, o instrumento firmado entre as partes foi
legalmente constituído, de forma que a alegação da parte autora sobre a unilateralidade da
ação do banco não se sustenta.

Além disso, Excelência, é importante ressaltar que no presente caso, é a parte autora
que procura o banco a fim de adquirir um empréstimo e é somente após os esclarecimentos
dos termos constantes no contrato, bem como, a avaliação por parte da autora quanto a
viabilidade do contrato para sua realidade financeira que esta adquire o empréstimo. Assim,
em razão da natureza do pacto celebrado entre as partes, o autor sempre teve conhecimento
de sua obrigação em adimplir com as faturas do cartão, bem como, com as parcelas do
empréstimo e, no entanto, escolheu não fazê-lo.

Dessa forma, considerando que a parte autora tendo conhecido detalhadamente sobre
os termos constantes no contrato e manifestado sua vontade através da assinatura do contrato,
não há que se falar em vício contratual, de forma que este encontra-se plenamente válido e
apto a produzir seus efeitos.

DA NÃO ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA CONTRATUAL


Superada a discussão quanto à validade e eficácia do contrato celebrado entre as
partes, trataremos agora das cláusulas constantes no contrato. Em inicial, a parte autora alega
que faria jus a indenização por danos morais, pois segundo ela, teria o banco, supostamente,
acessado sua conta corrente em decisão que ocorreu unilateralmente.

Ocorre, entretanto, que como comprovado em inicial, a parte autora tinha pleno
conhecimento dos termos presentes no contrato, e é só após a análise quanto à viabilidade do
contrato para sua realidade financeira que o autor celebra o contrato. Dessa forma, vemos que
há uma concordância da parte autora quanto aos termos do contrato, de forma que não pode,
em hipótese alguma, alegar a existência de unilateralidade do banco na ação de transferência
do saldo presente na conta corrente.

No contrato celebrado entre as partes resta claro que em caso de não pagamento da
fatura na data de seu vencimento ou cancelamento do cartão por inadimplemento, há a
autorização para que o emissor do cartão possa debitar da conta-corrente do titular do cartão
o valor mínimo correspondente aos gastos por ele efetuados, caso haja saldo para tanto. Em
não havendo saldo, prevê, ainda, aludido pacto, a possibilidade do débito ser feito de forma
parcelada, de acordo com o saldo existente na conta do titular, até que atinja o valor do débito
mínimo, ou dos gastos totais.

Nesse sentido, esclarecemos que essa operação de débito direto do valor mínimo da
fatura consiste em uma ferramenta utilizada apenas quando o cliente não realiza, por conta
própria, o pagamento do montante devido no prazo contratual assinalado, sequer do valor
mínimo expressamente acordado para manter o fluxo do contrato de cartão de crédito.
Convém esclarecer ainda que a quantia retirada pelo banco equivale ao pagamento mínimo
das faturas atrasadas pelo autor, de forma que a prática do pagamento mínimo como opção do
titular do cartão é reconhecida como válida pelo Banco Central do Brasil desde a edição da
Resolução nº 3919/2010.

O próprio site do Bacen, no local destinado à perguntas e respostas, no item 6,


informa expressamente que a instituição pode debitar da conta corrente valores relativos à
fatura do cartão de crédito, desde que previamente autorizado pelo correntista por meio
eletrônico. O site ainda esclarece que a autorização pode ser ou ter sido concedida no próprio
instrumento contratual.
Nesse sentido, vejamos a decisão do STJ em recurso especial, Nº 1.626.997 - RJ
(2011/0268602-9):

RECURSO ESPECIAL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA -


AVENTADA ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA INSERTA
EM CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO NA QUAL
PREVISTO, EM CASO DE INADIMPLEMENTO DO
TITULAR, O DÉBITO DIRETO EM CONTA CORRENTE
DO VALOR MÍNIMO DA FATURA - INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS QUE REPUTARAM ILÍCITA A PRÁTICA E
CONDENARAM A DEMANDADA À RESTITUIÇÃO EM
DOBRO DAS QUANTIAS. INSURGÊNCIA DA RÉ.
Hipótese: Cinge-se a controvérsia principal em saber se, em
contrato de cartão de crédito, é abusiva a cláusula contratual
que permite o desconto do valor, referente ao pagamento
mínimo da fatura em caso de inadimplemento, diretamente na
conta corrente do titular do cartão.
1. Não configura cerceamento de defesa o julgamento
antecipado da lide quando o Tribunal de origem entender
adequadamente instruído o feito, declarando a prescindibilidade
de produção probatória, por se tratar de matéria eminentemente
de direito ou de fato já provado de forma documental.
1.1 No caso, a verificação da necessidade da produção de
outras provas, faculdade adstrita ao magistrado, demanda
revolvimento de matéria fática, providência vedada pela
Súmula 7/STJ.
2. Na linha da jurisprudência do STJ, o Ministério Público tem
legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública com o
propósito de velar direitos difusos, coletivos e, também,
individuais homogêneos dos consumidores, ainda que
disponíveis.
3. Não é abusiva a cláusula inserta em contrato de cartão de
crédito que autoriza a operadora/financeira a debitar na
conta corrente do respectivo titular o pagamento do valor
mínimo da fatura em caso de inadimplemento, ainda que
contestadas as despesas lançadas.
4. Inviável a devolução (em dobro) das quantias até então
descontadas pela financeira, haja vista que o montante
debitado diretamente na conta corrente do titular do cartão
a título de pagamento mínimo de fatura está expressamente
autorizado por cláusulas contratuais adequadamente
redigidas que não redundam em constrangimento apto a
denotar defeito na prestação do serviço, tampouco
demonstram desprezo à vulnerabilidade do consumidor no
mercado. (grifos nossos)
5. Recurso especial parcialmente provido para julgar
improcedentes os pedidos da inicial.

Segundo o relator, “mesmo não havendo no ordenamento jurídico obrigação legal


para a concessão de crédito sem garantia – nem mesmo vedação a tal prática –, não é possível
rotular como abusivo o débito de parcela mínima do total de gastos efetuados pelos titulares
dos cartões de crédito. Hipótese de débito do valor mínimo constitui uma das condições para
que os bancos concedam crédito aos titulares do cartão, possibilitando o abatimento parcial
dos valores devidos e não adimplidos.”

Dessa forma vemos que não há que se falar em abusividade da cláusula constante no
contrato firmado entre as partes.

DA IMPUGNAÇÃO AO DANO MORAL

É consenso na doutrina e na jurisprudência que o dano moral seria a violação a um


dos direitos da personalidade previstos no artigo 11, CC, sendo dever do juiz que aprecia o
caso concreto verificar cuidadosamente se determinada conduta ilícita causou prejuízo moral
a alguém, provocando sofrimento psicológico que supere meros aborrecimentos da vida
cotidiana a que todos nós estamos sujeitos.

Segundo Carlos Roberto Gonçalves, Dano moral é o que atinge o ofendido como
pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade,
como a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem (…) e que acarreta ao lesado (…) tristeza,
vexame e humilhação (…) (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume
4: responsabilidade civil – 7. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, versão digital, p. 353) ”.

Nesse prisma, percebe-se que, para a configuração do dano moral, há a necessidade de


lesão à um dos direitos da personalidade, tais como a honra, a dignidade, a intimidade ou a
imagem, o que, data venia, não há no presente caso, notadamente porque o autor, como dito,
sequer provou o dano material que sofrerá em sua atividade laboral, não havendo falar, pois,
em implicação de dano moral.
DA IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA

Como é de conhecimento, a tutela provisória nada mais é do que um instituto do


direito brasileiro que busca antecipar um provimento jurisdicional ou assegurar o direito de
uma parte, sendo dividida em tutela provisória de urgência e tutela da evidência.

Nesse sentido convém esclarecer que, enquanto na tutela de urgência busca-se inibir
qualquer dano que a demora na prestação da tutela jurisdicional possa causar, seja por via
assecuratória (tutela cautelar) ou via antecipatória (tutela antecipada), na tutela de evidência,
busca-se conceder um direito incontroverso da parte.

O art. 300, CPC esclarece que a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo, uma vez que pauta-se na necessidade da prestação da tutela
jurisdicional evitar um prejuízo à parte. Dessa forma, considerando que o autor baseia-se em
premissas não comprovadas como se fossem fatos incontroversos, bem como, justifica seu
interesse em fundamentos genéricos e abstratos, deve ser afastada a tutela provisória do
presente caso.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Acolhimento das razões preliminares, encerrando o processo sem a resolução do


mérito em razão da inépcia da inicial, como dispõe o art. 330, I, CPC
b) Caso assim não se entenda, o que se admite apenas a título de argumentação, requer
que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE,
condenando a Autora, em ambas as hipóteses, ao pagamento das verbas de
sucumbência.
c) Caso não admitida a preliminar, que seja julgado improcedente o pedido da autora
quanto a tutela antecipada
d) Que a autora seja condenada ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios.
e) Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como
depoimento pessoal do autor, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas que serão
arroladas oportunamente, juntada de novos documentos e perícia.
f) Finalmente requer que todas as publicações atinentes ao presente feito sejam levadas à
efeito em nome, única e exclusivamente, do patrono do réu, inscrito na OAB/… n°.
…, os quais recebem intimações processuais no seguinte endereço: Rua …, nº …, Rio
de Janeiro, CEP …, sob pena de nulidade do ato praticado.

Nestes termos pede deferimento

Rio de Janeiro, 13 de junho de 2022

Advogado
OABRJ nºXXXXXXXXX

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