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AO MERETÍSSIMO JUÍZO DA VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS E DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE VÁRZEA GRANDE – MATO


GROSSO.

LETICIA DA SILVA PERON, brasileira, capaz, nascida em 25/10/1996, filha de


Valdemir Aparecido Cavichioli Peron e Luzinete da Silva Peron, inscrita no CPF/MF sob o nº
055.822.071-12 e portadora do RG de nº 06392369051, residente e domiciliada na Rua
Governador Pedro, nº 989, Centro, Várzea Grande/MT por seus bastantes procuradores, ut
mandato incluso, com endereço eletrônico e escritório indicados no rodapé desta petição, onde
recebe intimações, vem a presença de Vossa Excelência, respeitosamente propor, com fulcro no
art. 6º e art. 14 do Código de Defesa do Consumidor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE CONTRATO C/C DANOS MORAIS


COM TUTELA ANTECIPADA

- observando-se o procedimento especial da lei nº. 9.099/95, em face da


NEOENERGIA S.A, inscrita no CNPJ/MF nº 01.083.200/0001-18 , situada na Praia do Flamengo,
78 / 4º andar – Flamengo, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 22210-030, pelos fundamentos de fato e de
direito que passa a expor:
I- DA COMPETÊNCIA

Preliminarmente cumpre desde logo demonstrar a competência desta Unidade do


Juizado Especial de Defesa do Consumidor para conhecer e julgar a presente causa, uma vez
que, primeiro, residindo a parte Autora em área sob jurisdição desta Unidade e, segundo,
tratando-se de demanda indenizatória, assim dispõe o art. 4º, III, da Lei nº 9.099/95 para tais
circunstâncias.

II - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente a parte autora requer a V. Exa. a concessão de gratuidade de justiça, nos


termos do art. 4º, caput e § 1º da Lei 1060/1950, com a redação dada pela Lei 7.510/86, por ser
hipossuficiente econômico não podendo arcar com as custas e honorários advocatícios sem
prejuízo de seu sustento e da família.

III - DOS FATOS

A Demandante é pessoa honesta e integra.

Afirma a Demandante que, ao entrar no aplicativo da CELPE pelo seu celular, deparou-
se com diversos contratos em seu nome junto à acionada. Ao realizar a pesquisa de dívidas em
cada contrato, surpreendeu-se com débitos exorbitantes em seu nome, os quais, nunca teve
ciência, totalizando o montante de aproximadamente R$ 26.948,03 (Vinte e seis mil, novecentos
e quarenta e oito reais e três centavos) em contas em aberto, demonstrado no vídeo instrutório
em anexo.

Defende que JAMAIS REALIZOU QUAISQUER CONTRATOS JUNTO A RÉ, se


tratando de uma cobrança indevida.

Imediatamente, a parte Autora entrou em contato com a parte ré para esclarecer a


situação, uma vez que os contratos possuem endereços diferentes, onde a Demandante nunca
residiu. Contudo, não logrou êxito ao tentar solucionar administrativamente.

Assim, desesperada a parte autora informou que não realizou nenhuma contratação, e
que DESCONHECE A ORIGEM DESSE CONTRATO, e solicitou que fossem canceladas as
dívidas, bem como, os contratos em seu nome. Entretanto, a acionada permanece inerte e
continua a realizar cobranças indevidas a autora.

Dessa forma, percebe-se a má-fé da Requerida em realizar um contrato que jamais foi
contratado, bem como, realizar diversas cobranças à parte autora. Logo, não restam dúvidas
acerca da má procedimentabilidade da acionada.

Por fim, é necessário ressaltar, que a requerente por inúmeras vezes tentou resolver o
problema administrativamente, contudo, a acionada sempre se exime de sua responsabilidade.

Por este motivo, com a certeza de que foi lesada em seus direitos personalíssimos
pela empresa-Demandada, vem, a Demandante, bater as portas do Poder Judiciário para ser
declarado a inexistência do débito e ser indenizado como de JUSTIÇA!
A pretensão da parte autora tem guarida em lei e jurisprudência, conforme se
demonstrará a seguir.

IV – DO DIREITO

IV.I – DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AO


CASO

A proteção do consumidor é direito fundamental e princípio da ordem econômica


(CF/88 arts. 5º XXXII, e art. 170, V), sendo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor –
CDC norma de ordem pública (CDC, art. 1º), de forma que, havendo violação de direitos do
consumidor, deve o CDC ser aplicado de ofício pelo magistrado

No caso em exame, a relação jurídica que norteia a causa é oriunda de prestação de


serviços realizado entre a empresa-Demandada e a Demandante.

Logo, o direito a ser aplicado na espécie é o presente no CDC, não havendo dúvidas a
este respeito.

IV.II - DA ATITUDE ABUSIVA DA PARTE RÉ

Vejamos que jamais foi estabelecido relação comercial entre a requerente e a


requerida, sendo possível a interposição de ação declaratória (art. 19 do CPC) com o fito de
desconstituir relação jurídica e a consequente reparação dos danos.
Moacy Amaral Santos ao tratar sobre o tema, afirma que:

“O conflito entre as partes está na incerteza da relação jurídica, que a ação visa a
desfazer, tomando certo aquilo que é incerto, desfazendo a dúvida em que se encontram as
partes quanto a relação jurídica. A ação meramente declaratória nada mais visa do que a
declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica. Basta a declaração da
existência ou inexistência da relação jurídica para que a ação haja atingido sua finalidade”.

In casu, a requerente visa demonstrar que jamais realizou qualquer tipo de contrato
com a requerida, não tendo dado causa, bem como não contribuído para a ocorrência do evento
danoso, sendo a mesma inteiramente responsável por sua conduta negligente, já que é indevida
toda e qualquer cobrança, visto que jamais foi solicitado/contratado o serviço da CELPE pela
parte autora.

Com a complexidade cada vez maior das relações contratuais, decorrente da evolução
das relações sociais e dos meios de comunicação, o operador do Direito deve, cada vez mais,
empregar a extensão dos efeitos das normas constitucionais às relações privadas.

Esta tendência é enxergada modernamente, onde se vislumbra a “constitucionalização”


dos microssistemas de normas referentes às diferentes áreas de atuação do Direito. Não é
concebível, no estágio atual de evolução da ciência jurídica, o caráter absoluto das relações
privadas, sem interferência alguma do Estado ou de normas referentes ao Direito Público.
As ofensas e os vícios apontados na “falsa” relação contratual entre a requerente e a
ré ultrapassam o campo das normas regulamentares que se mostram patentemente
inobservadas pelo réu. Muito mais, atingem frontalmente diversas normas constitucionais.

A primeira norma constitucional a ser apontada como objeto de ofensa por ato do réu é
a dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III, da CF).

A dignidade da pessoa humana confere uma proteção ao indivíduo que vai muito além
do plano da eficácia, mas deve atingi-lo em palco de efetividade (eficácia social), neste último
aspecto, especialmente, perante outros particulares. Isto é, não só o Estado possui o dever de
observância deste fundamento da República, mas também o próprio particular.

Como se não bastasse a patente ofensa à dignidade da pessoa humana, há de se


reconhecer a inobservância das normas relativas à proteção do consumidor, especificamente o
Código de Defesa do Consumidor - CDC (Lei 8.078/90).

Vale ressaltar que as relações contratuais entre indivíduos e as concessionárias de


serviço correspondem à relação de consumo.

É necessária a consideração do Art. 14, § 1º do CDC, que consagra a


responsabilidade objetiva do fornecedor dos serviços, levados em consideração alguns fatores,
ipsi literis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele


pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

Não é difícil perceber que houve uma prestação defeituosa do serviço, com falha na
segurança do seu “modo de fornecimento”, não sendo verificada de forma correta a possível
documentação acostada ao, também, possível instrumento contratual, se é que existente.

A hipossuficiência da consumidora pode ser corroborada pela análise das


características pessoais e elementos sociais que integram sua personalidade.

Necessário esclarecer que o fornecedor é proibido de fornecer qualquer serviço sem


que o consumidor o requeira, configurando uma prática abusiva esta atitude (Art. 39 do CDC).
Além disso, é condição indispensável para a efetividade do contrato, a prévia análise e
entendimento do consumidor a respeito de seu conteúdo, sendo dever do fornecedor o
cumprimento deste preceito (Art. 46 do CDC). A parte autora não teve contato com nenhum
instrumento contratual prévio para prestação do serviço por parte do réu, em clara afronta ao que
dispõe a Lei Consumerista, vejamos:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas


abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994).
(...)

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou


fornecer qualquer serviço;

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os


consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão
de seu sentido e alcance.

Por este motivo, deve ser declarado inexistente o contrato realizado entre a parte
autora e a acionada, bem como, deve ser determinado que a acionada realize o cancelamento
de todos os débitos emitidos em nome da autora referentes ao contrato em questão.

IV.III - DO DANO MORAL

A Constituição Federal protege a honra, dignidade, imagem e bom nome dos cidadãos,
o que se pode extrair principalmente da análise do inciso X do seu art. 5º, segundo o qual “são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Sobre o tema, Carlos Roberto Gonçalves leciona que o dano moral decorre do
sentimento de dor, angústia, desgosto, aflição e humilhação que sofre a vítima de um efeito
danoso. Para sua configuração, o autor entende ser necessária a reunião de três elementos,
quais sejam: a conduta ilícita do ofensor, a ocorrência de um dano, e o nexo de causalidade
entre a conduta e a lesão.
Neste sentido, conforme estabelece o art. 186 do Código Civil, “aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Sendo assim, é de inteira justiça que seja reconhecido à parte autora o direito básico
(Art. 6, VI do CDC) de ser indenizada pelos danos sofridos, em face da conduta negligente do
réu em firmar contrato não assinado pela requerente, danos esses de natureza moral que são
presumidamente reconhecidos.

O dano, no caso acima descrito, é evidente, haja vista que a REQUERIDA REALIZOU
UM CONTRATO SEM AUTORIZAÇÃO DA PARTE AUTORA, BEM COMO, CONTINUA A
REALIZAR COBRANÇAS A PARTE AUTORA, POR UM DÉBITO INDEVIDO. E POR FIM, A
PARTE AUTORA NÃO CONTRATOU, LOGO, NÃO RESTAM DÚVIDAS ACERCA DA FALHA
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DA ACIONADA.

Assim, o nexo causal entre a conduta e o dano está presente, tendo em vista que o
abalo emocional sofrido pela Demandante. E ainda, vale ressaltar, que só o silencio das rés, já
deve ser penalizado, pois primeiro se pratica a ilegalidade e depois seus prepostos “se fingem de
mortos” e não resolvem nada.

Não é possível que tal atitude seja considerada normal, pois o que se verifica neste
caso é que a parte autora foi enganada e a ré e seus prepostos, mesmo informados, agem como
se nada tivesse acontecido.

Essa situação passou longe de um mero aborrecimento do cotidiano e merece não só


a guarida do Poder Judiciário, mas também uma sanção pecuniária a fim de surtir os efeitos
pedagógico e punitivo, relativos ao instituto do dano moral.
De igual modo, tem entendido os doutos tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SERVIÇO DE TELEFONIA. CONTRATO NÃO
REALIZADO. FRAUDE. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO. DEVER DE ZELO. NEGLIGÊNCIA. ATO
ILÍCITO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM FIXADO COM EQUIDADE. REDUÇÃO
INJUSTIFICADA. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. DESPROVIMENTO DO RECURSO. - Restou
configurado o ato ilícito e o consequente dever de indenizar pela negativação indevida por
contratação fraudulenta e irregular. A reparação dos danos morais deve ter, como norte, os
princípios da equidade e razoabilidade, levando-se em conta ainda a gravidade e a extensão do
dano, a condição financeira do responsável e do ofendido, bem como o desestímulo à reiteração
da prática delituosa, reforçando seu caráter pedagógico. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do
Processo Nº 00048896320138152001, 1ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. LEANDRO
DOS SANTOS, j. em 13-12-2018) (TJ-PB 00048896320138152001 PB, Relator: DES. LEANDRO
DOS SANTOS, Data de Julgamento: 13/12/2018, 1ª Câmara Especializada Cível).

TURMA RECURSAL CÍVEL. RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. ENERGIA ELÉTRICA. NÃO COMPROVADO O VÍNCULO DA AUTORA COM A
CEEE-D. INSCRIÇÃO INDEVIDA. SENTENÇA MANTIDA. Trata-se de ação declaratória de
inexistência de débito e indenização por danos morais em decorrência de inscrição indevida da
autora no Serasa. A requerida não trouxe elementos para comprovar a origem do débito, ônus
que lhe competia na forma do artigo 333, II, do CPC. A inscrição indevida em cadastros de
devedores acarreta o dano moral puro, ou seja, o dano "in re ipsa", que dispensa a
comprovação do prejuízo. Quantum indenizatório mantido em R$ 7.240,00, em consonância a
outros casos análogos julgados pelas Turmas Recursais. Sentença mantida pelos próprios
fundamentos, nos termos do 22/02/2018 Inscrição na Serasa Inexistência de Débito Energia
Elétrica. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005659305, Quarta Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Luiz Felipe Severo Desessards, Julgado em 30/10/2015).

Em tal seara, cumpre ao Juiz a árdua e importante tarefa de estipular uma quantia para
compensar o abalo moral sofrido pelo ofendido.

No caso sob enfoque, atentando para a repercussão dos fatos, natureza e extensão do
dano, bem como, para as condições do ofensor e da ofendida, mormente à situação econômico
financeira, a fim de que haja compensação pela dor sofrida, a indenização deve ser arbitrada em
valor a apurar ficando como sugestão o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo o valor de
R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização pelo dano moral do tipo satisfatório e o valor
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização pelo dano moral do tipo punitivo,
preventivo e pedagógico.

V– DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 6º, inciso VIII, contempla dentre os
direitos básicos inerentes ao consumidor, à facilitação da defesa de seus direitos, inclusive a
inversão do ônus da prova ao seu favor, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.

No presente caso, a parte autora possui o direito de ter invertido o ônus da prova, uma
vez que ela na qualidade de consumidora, constitui a parte hipossuficiente da relação, haja vista
que não possui o conhecimento técnico da ré, enquanto fornecedoras de produtos. Deste modo,
a parte autora merece, desde já, ter acolhido o pedido de inversão do ônus da prova.

Contudo, é aplicável ao caso em questão também pelo fato de ser verossímil as


argumentações da autora, tratando-se de uma completa relação de consumo, razão pela qual
faz jus à inversão do ônus probatório.
VI – DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA PARCIAL: LIMINAR

Excelência, pela leitura da narração dos fatos até aqui escritos e pela veracidade das
informações trazidas que podem ser constatadas pela análise dos documentos em anexo, não
resta dúvidas sobre a configuração da ilegalidade da conduta da empresa-Demandada, como
merece ser, a pretensão da Demandante, totalmente acolhida para que, no mérito, seja julgado
totalmente procedente o pedido aqui posto.

Nesta perspectiva, e considerando as provas inequívocas apresentadas com a


presente peça vestibular, estas capazes de convencer e demonstrar a verossimilhança dos fatos
narrados e a presença do receio do dano irreparável ou de difícil reparação, pede, a
Demandante, com fulcro no art. 300 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015 –
CPC/2015 c/c art. 84, §§3° e 4º do CDC, a antecipação parcial da tutela final com a concessão
de liminar para que seja compelida a empresa-Demandada a SE ABSTER/RETIRAR o nome da
parte autora dos órgãos de proteção ao crédito, no prazo de 48 horas, bem como, a SE ABSTER
de realizar ligações, ou encaminhar cobranças na linha do demandante, sob pena pecuniária
diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) em caso de desobediência e não cumprimento
desta ordem judicial.

É bom que se registre, que a plausibilidade jurídica da concessão da liminar encontra-


se devidamente caracterizada na presente.

A verossimilhança, mais acentuada que o fumus boni iuris, foi devidamente


demonstrada pelos elementos fáticos e jurídicos trazidos à colação, como a incidência do
periculum in mora repousa, na ameaça e no prejuízo inestimáveis que a Demandante sofrerá
caso a liminar não seja concedida, pois não conseguira realizar nenhuma compra ou operação
financeira, enquanto seus débitos perdurarem nos órgãos de proteção ao crédito.

Dessa forma, por qualquer lado que se análise a questão proposta, a conclusão é de
que a Demandante foi lesada pela Demandada e por isso merece ter sua pretensão acolhida e
seus pedidos deferidos, inclusive o de tutela antecipada, uma vez que, devidamente
fundamentado.

VII- DOS REQUERIMENTOS E PEDIDO

PELO EXPOSTO, REQUER E PLEITEIA:

A- O deferimento da tutela antecipada parcial, com a concessão de liminar para


que seja compelida a empresa-Demandada a SE ABSTER/RETIRAR o nome da parte autora
dos órgãos de proteção ao crédito, no prazo de 48 horas, bem como, a SE ABSTER de realizar
ligações, ou encaminhar cobranças na linha do demandante, sob pena pecuniária diária no valor
de R$ 500,00 (quinhentos reais) em caso de desobediência e não cumprimento desta ordem
judicial.

B- Concessão dos benefícios da gratuidade da justiça;


C- A citação da empresa-Demandada para comparecerem à audiência de
conciliação a ser designada e contestarem a presente até a audiência de instrução, sob pena de
revelia e confissão;

D- Quando do despacho da inicial, seja determinada a inversão do ônus da prova


em favor do Demandante, por ser este hipossuficiente, sobre os fatos presentes na Inicial, como
lhe é assegurado pelo art. 6.º, inc. VIII, do CDC, devendo constar tal decisão no mandado de
citação;

E- Ao final, no julgamento de mérito, a confirmação da liminar, bem como, a


procedência total do pedido, para que seja reconhecido os atos de abusividade e ilegalidade
operados pela empresa-Demandada, devendo ser, esta, condenada:

i) a sofrer o CANCELAMENTO de todos os débitos em favor da Demandante;

ii) a sofrer o CANCELAMENTO do contrato realizado entre a parte autora e a


acionada;

iii) a PAGAR DANOS MORAIS no valor global que sugere de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais) à Demandante pela dor sofrida com atualização monetária e juros a partir da data do
evento danoso.
F - A condenação ainda da empresa-Demandada no pagamento de honorários
advocatícios no importe de 20% (vinte por cento) do valor de condenação, custas processuais e
demais cominações legais, caso haja incidência da segunda parte do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela juntada
de documentos, depoimento pessoal da empresa-Demandada, e oitiva de testemunhas, sem
prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis.

Dá-se à causa o valor de $ 46.948,03 (Quarenta e seis mil, novecentos e quarenta e


oito reais e três centavos) para fins fiscais e de alçada.

Nesses termos, pede e espera deferimento.

Várzea Grande/MT, março de 2021.

JÉSSICA DA SILVA DE OLIVEIRA

OAB/BA n. 56.314

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