Direito Obrigacoes-Incumprimento Contractual

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Tema: Incumprimento Contractual

e seus Efeitos

Disciplina: Direito das Obrigações

Curso: Direito

Período: Manha
Turma : 1M
Sala : 13
Ano : 3º ano

Integrantes do grupo:

Isabel Bumba Tátuca

Docente
Ricardina Castigo

1
Índice

- Introdução - 03

- Noção geral -04

- Efeitos do Incumprimento definitivo -05

- A impossibilidade parcial e definitiva de cumprimento imputável


ao devedor -06

- As variantes do incumprimento e as lacunas legais -07

- Prevenção do Incumprimento e Coerção ao Cumprimento -08

- Incumprimento Imputável Ao Devedor -09

- O Incumprimento definitivo, imputável ao devedor -10

- Especialidade no cumprimento do contrato - promessa:


o binómio execução específica -resolução do contrato -10

- Realização Coativa da Acção de Incumprimento -11

- Conclusão -12

- Referencia bibliográfica -13

- Agradecimentos -13

2
Introdução

O presente trabalho visa abordar aspetos relacionados com o incumprimento contratual, no seu
conceito.

Pós temos conhecimento que no âmbito da relação contratual há sempre, em muitos casos
incumprimentos da obrigações entre as partes.

No presente trabalho falaremos o modo como pode em muitos casos ocorrer o mesmo
incumprimento, focando ao devedor e tentar entrar em detalhe sobre a sua definição, classificação,
diferenças, efeitos, consequências

3
Noção geral

A teoria do incumprimento pressupõe que o credor, ao individualizar determinada coisa como


objeto contratual, não manifesta apenas a vontade de adquirir aquele bem, mas sim de adquirir
aquele bem com as características que lhe são próprias a coisa funciona como meio designativo das
qualidades que pertencem ao seu género.
Assim, entregando o devedor uma coisa sem as qualidades normas da mesma, não cumpre aquele a
obrigação contratual de entrega, pelo menos, de forma adequada.

Os defensores da teoria do incumprimento consideram que a alusão ao erro não é o fundamento da


responsabilidade, mas apenas um pressuposto. Não descorando a remissão feita no art. 913º para o
art. 905º do cc, considera - se que o erro aqui previsto não será um erro em sentido técnico, mas sim
apenas uma forma de expor a necessidade da ignorância do defeito. O erro é, assim, uma condição
de relevância do defeito.

para eles, o regime da compra e venda de bem defeituoso não consagra um direito á anulação, mas
sim um verdadeiro direito á resolução (exercido nos termos gerais, art. 436), em resultado do
cumprimento defeituoso. O conteúdo contratual abrangeria a coisa com as suas propriedades típicas
e estando estas em falta, não haveria um erro do comprador, mais sim uma obrigação em prestação
incumprida ou, pelo menos, defeituosamente cumprida. Os direitos que são atribuídas ao comprador
são desenvolvimentos das regras gerais para o incumprimento das obrigações e têm o seu
fundamento no próprio contrato e não em qualquer vício genético. Logo, a teoria do cumprimento
afasta uma das principais dificuldades apontadas á teoria do erro.

Incumprimento definitivo segundo Menezes Cordeiro, surge quando a observância do principio


proclamado nos termos do art. 406 nº 1 não for cumprido.

Na sua doutrina considera o incumprimento o inverso do cumprimento.

De modo geral intende -se que só há incumprimento quando o devedor ou o terceiro que possa
cumprir em vez dele não entrega o bem primeiro, como quando o destrói, não o vigia, omite
informação relevante sobre o seu funcionamento, entrega antes ou depois do prazo ou em local
diverso do previsto. Ou seja quando o devedor não cumpre ou cumpre mal com a realização da sua
obrigação.

No sentido global o incumprimento é visto em dois sentidos que são:


1º Incumprimento subjetivo
2º Incumprimento objetivo

Estamos diante do incumprimento subjetivo quando o não cumprimento da obrigação se verifica


por motivos alheios da sua vontade (força maior). Exemplo: Prisão e Doença;

Já o incumprimento objetivo quando a realização da obrigação é impedida por um acidente.


Exemplo: incêndio fortuito.

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Sob ponto de vista sistemático, a teoria geral do incumprimento, é aplicável na ausência da válida
regulação convencional e de normas especificas sobre certos incumprimento. Ex: à compra e venda
nos termos de art. 441 do cc, de locação , empreitada entre outros.

Numa analise rigorosa da perspetiva legal, as normas sobre o incumprimento não são apenas
aquelas que se encontram na secção IIº do capitulo VIIº do livro IIº, mais repartem se em quatro
estratos, que são:

1- Arts. 790º a 797º e 813º a 816º do cc, que trata sobre a impossibilidade do cumprimento e mora
não imputáveis ao devedor;
2- Arts. 798º a 808º cc, referente sobre a falta do incumprimento e mora imputáveis ao devedor;
3- Arts. 809º a 812º cc, relativo à fixação contratual dos direitos do credor;
4- Arts. 817º a 836º cc, relacionado com realização coativa da prestação.

É de salientar que, o edifício normativo esta estruturado partindo da hipótese paradigmática de um


contrato de comprimento instantâneo, tendo como autor principal o devedor e os seus
comportamentos violadores do conteúdo da obrigação. Ocupando o devedor, numa típica relação de
subordinação, um papel mais destacado, é natural que a mora do credor e a impossibilidade
imputável ao mesmo credor surjam mais como circunstancias justificativas do incumprimento, do
que como formas autónomas de incumprimento do titular do credito.

Como se sabe, esta opção sistemática tem por base uma determinada posição sobre a questão de
saber se o devedor esta apenas obrigado a cumprir ou se goza de um verdadeiro direito ao
cumprimento. Nos contratos bilaterais, composições de debito e credito recíprocos, igualmente
relevados pelo legislador, o credor não deixa de ser o devedor da contra prestação.

Em segundo lugar, a terminologia é algo flutuante, já que o legislador, parecendo querer reservar a
expressão impossibilidade de cumprimento para os casos em que a prestação deixou de ser possível
por causa culposas ou não culposas, também alude á falta de cumprimento para acabar a mora do
devedor e a impossibilidade culposa.

Em terceiro lugar, o legislador não se refere ao incumprimento do contrato( encarado apenas como
mera fonte de obrigações) mas ao incumprimento das obrigações, de fonte contratual ou não, com a
consequência de vir para primeiro plano o diálogo entre o credor e devedor.

Efeitos do Incumprimento definitivo

O efeito do incumprimento definitivo é a criação do devedor em responsabilidade obrigacional , ou


seja é quando o devedor é responsável pelo prejuízo que causa ao credor, por não cumprir com a
obrigação no termos do art. 798 cc.

Há que dizer que os efeitos ligados ao exercício do direito de resolução só estão em parte
dependentes da imputabilidade ou não do fundamento resolutivo. Ex., a culpa no incumprimento
afasta, por vontade legal, uma restituição no moldes do enriquecimento sem causa e a falta de
cuidado com a prestação pode condicionar o conteúdo do dever reconstitutivo já constituído) e que
essa eficácia não impede que a parte legitimada exerça outros direitos em particular, o de
indemnização).

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Como o contrato é atingido coa a vontade resolutivo é natural que os efeitos resolutivo reflitam o
escopo extintivo que é procurado.

Analisando os lados legais retira - se a conclusão que o nosso sistema coloca a tónica numa típica
destruição retroativa dos efeitos produzidos, recorrendo, para isso, á técnica das invalidades
conferidas nos termos do art. 433º. do cc, conquanto sem resíduos do enriquecimento sem causa,
pensando no escasso papel que a figura pode ter no quadrante restrito no nº. 1 do art. 795 do cc.

Tipos de efeitos:

l Efeitos reais - é no caso por ex., de propriedade transmitida, o vendedor readquire a sua
qualidade de proprietário, suportando, naturalmente, o risco da perda da coisa a restituir e
gerando deveres de restituição das prestações efetuadas., art. 801º, nº2 e art., 289º. nº1 do cc.

l Efeitos repositivo - é destacada por três (3) princípios a saber:

1º Restituição integral, em espécie ou em valor e não nos termos do enriquecimento sem causa;
2º Restituição bilateral e paritária;
3º Restituição simultaneidade de cumprimento das obrigações restitutivas, sofre algumas limitações
e pode nem se quer existir.

l Efeitos recuperatório total - denomina as normas do beneficio aplicável a resolução dos


casos previstos nos termos do art., 289º, nº2 do cc e o desgaste ou deterioração consequentes
a utilização normal da coisa restituída, já a exclusão do efeito de restauração, resultas
sobretudo, de um conjunto de normas que dão relevo a estipulação convencional da perda do
prestado, á finalidade da resolução, á natureza dos contratos duradouros propriamente ditos
( em princípio, não há demolição da obra inacabada, nem retituição das rendas, dos salários,
dos juros, dos prémios de seguro) e á tutela dos direitos de terceiros subadquirentes a título
gratuito ou oneroso, com a ressalva do registo da eventual acção de resolução.

A impossibilidade parcial e definitiva de cumprimento imputável ao devedor

O devedor pode encontrar - se numa situação de, com culpa sua, não poder cumprir a totalidade da
prestação (por ex., António, por negligencia sua, quebra duas das quatro jarras artesanais e originais
que tinham sido encomendadas por Bernardo e pelas quais este pagaria 800.000.00 kzs). Nesta
hipótese, considerada pelo legislador no art. 802.º, o credor /Bernardo pode aceitar ou exigir o
cumprimento parcial(a entrega das duas jarras), reduzindo, em princípio, o preço para metade ou
exigindo a devolução de 400.000.00 kzs. Trata - se, em rigor, de uma opção conservadora e não de
uma resolução parcial, com desvinculação para recuperação da parte excessiva da contra-prestação.
Para lá deste regime, propiciado pela divisibilidade da prestação e pelo desejável aproveitamento do
negócio, Bernardo tem ainda o direito de pedir uma indemnização parcelar pelos danos positivos
correspondentes ao valor do dano emergente das duas jarras destruídas.

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As variantes do incumprimento e as lacunas legais

O incumprimento é uma figura diferente que se desdobra por uma série de situações com efeito e
regime diversos.

Tomando como centro de atenção a forma como o legislador organizou a matéria normativa
relativamente ao incumprimento, numa visão assente num factualismo unilateral, que inicia na
violação do dever de prestar. Ele também marca a importância do critério causal, ao separar o
incumprimento não imputável e o incumprimento imputável ao devedor.

O incumprimento não imputável - é onde o devedor não cumpre por razões de força maior,
incluindo os obstáculos legais e os impedimentos advindos da sua esfera pessoal e atuação de
terceiros;

O incumprimento imputável ao devedor - é onde o devedor consegue cumprir, mais de forma


defeituosa, estando atrasado ou na impossibilidade da entrega da coisa. Como no caso do
promitente vendedor de um imóvel o transferir para domínio alheio, entretanto, a um terceiro, não
tendo a promessa a eficácia real nos termos do art. 413º do cc.

A doutrina em analise dos dados legais, começa por caracterizar a impossibilidade ou


incumprimento definitivo, quando por razões materiais, pessoais, por vontade inequívoca do
devedor ou por carência de interesse do credor o cumprimento não é realizada.

Exemplo. A funcionaria na empresa do B, é encarregado de efetua um pagamento em nome da


empresa ao banco, e por sua vez A não realiza o mesmo pagamento, justificando a falta de meio de
transporte, uma vez que o único veículo da empresa encontrava - se avariado.

Ora, o incumprimento pressupõe que seja definitivo quando ocorre das seguintes situações:
1 - Durante a mora do devedor arts. 804 e ss, do cc; quando o credor fixa um prazo final para
cumprir a prestação e, mesmo assim, o devedor não a cumpre arts. 808º nº 2, 2ª parte do cc,

2 - Durante a mora, quando o credor perde o interesse que tinha na prestação do devedor art. 808 nº
1, 1ª parte do cc, sendo que quando ocorre deixa objetivamente de ter utilidade para o credor art.
808º nº 2 do cc, isto e, não basta que o credor diga que já não esta interessado na prestação, por seu
mero capricho, e necessário que a perda de interesse seja justificada a luz das circunstancias
objetivas que levaram o credor a celebrar o contrato com o devedor ou seja, exige - se assim, o
desaparecimento da necessidade do credor, que seria colmatada pela prestação do devedor, e por
declaração de não cumprimento.

Isto é, o devedor exprime, absoluta e inequívoca vontade não querer cumprir, pelo que se considera
a prestação definitiva incumprida, No que respeita a culpa é igualmente aplicável aos casos de
impossibilidade de cumprimento a presunção de culpa do devedor, prevista no art. 799º do cc em
conjugação com o art. 487º nº 2 do cc.

Com efeito nos contratos sinaldimaticos, o não cumprimento definitivo de uma das prestações
permite a outra parte, independentemente do direito a indemnizarão, pode resolver o contrato, por
termos do art. 801º nº 2 do cc, tendo a obrigação por fonte um contrato bilateral, o credor,
independentemente, do direito a indemnização pode resolver o contrato a sua prestação, exigir a
restituição dela por inteiro.

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Prevenção do Incumprimento e Coerção ao Cumprimento

O legislador para tutela dos créditos, confere ao credor um conjunto de remédios de natureza
repressiva ou sancionatório, tendo uns á obtenção forçada para direita do cumprimento, procurando
outros uma realização perfeita do dever de prestação ( por ex., eliminação de defeitos ou
substituição do prestado) e, em casos mais graves, visando o repúdio ou o aproveitamento do
contrato através, respetivamente, da sua resolução ou do pedido de uma indemnização
compensatória. Naturalmente que a opção por uma via conservatória ou por uma via liquidatária
está dependente da natureza da prestação, da gravidade do incumprimento, dos custos para
benefícios de cada escolha e, sobretudo, da valorização do interesse discretório.

O credor, sem embargo do disposto no art. 1º do cpc, goza ainda, numa fase cronologicamente
anterior, da tutela prevista do seu direito, precisamente com o escopo de evitar para retardar e fazer
cessar o incumprimento e, como corolário, de conservar o contrato através do seu cumprimento.
Estamos diante das chamadas medidas de prevenção do incumprimento com as quais se procura
uma espécie de tutela do crédito por antecipação.

No meio destas medidas, integrantes do recurso aos meios de conservação da garantia patrimonial
geral e, ocupa um papel central a auto-tutela creditaria ou coerção privada e, desde logo, a que
assume uma feição convencional, dirigida, principalmente, a fortalecer para assegurar o
cumprimento. Inequivocamente preside, a este objecto a celebração de contrato - promessa ou de
pacto de preferência com eficácia real nos termos ( art, 413º. e 421.º do cc) e a inclusão no contrato
de uma clausula de sinal, de clausulas resolutivo expressas ou de cláusulas penais indemnizador e
compulsórias.

A estipulação da reserva de propriedade , para proteger o vendedor, representa uma forma indireta
de pressionar o comprador a cumprir, assumindo, ainda o significado implícito de uma convenção
de indisponibilidade da coisa. Mas igualmente se pode dizer que a solidariedade passiva, um acordo
de exclusividade, um agravamento da responsabilidade, a estipulação de um pacto marciano no
penhor financeiro, a agência da prestação para reforço de garantias pessoais ou reais fortalecem o
vínculo obrigacional, tornando menos viável a hipótese de incumprimento.

Fora do âmbito convencional a auto-tutela ganha maior intensidade na iminência de um conflito


entre as partes, na veste de acção ofensiva. por ex., recurso á compensação ou acção directa
utilizada pelo credor).

A excepção de não cumprimento, a par da resolução do contrato, foram considerados pelo


legislador numa óptica de tutela de deveres inseridos em relações contratuais sinalagmáticas ( arts.
428.º, 1, e 801.º 2).

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Incumprimento Imputável Ao Devedor

A responsabilidade obrigacional: preliminares

Independentemente das especificações que caracterizam cada tipo de incumprimento imputável ao


devedor ( impossibilidade, incumprimento definitivo, recusa categórica de cumprimento, mora,
cumprimento defeituoso) e da circunstancia de ainda estarmos no domínio da regulação legal, há
um conjunto de princípios gerais norteadores de regime desse mesmo incumprimento. A nota
marcante é, sem duvida, em confronto com a exoneração debitaria que caracteriza basicamente a
zona da impossibilidade de cumprimento não imputável e a reposição reintegradora, apanágio da
resolução do contrato, o surgimento de uma responsabilidade obrigacional, concretizada, em regra,
na indemnização correspondente ao equivalente pecuniário da prestação não cumprida nos termos
do art. 798.º do cc, com explicações nos termos dos arts. 801º. nº1, 804º. nº1 e 808º. nº1.

O principio geral deve ser observador nesta sede, e que devedor que atue com culpa no
cumprimento da obrigação, fica responsável pelos danos causados ao credor art. 798º do cc.

O legislador, nesta questão, atribui a figura do devedor uma prestação de culpa, em que sobre este,
recai o ónus da prova nos termos do arg. 342º do cc, o devedor deve provar que a falta de
cumprimento não precede de culpa sua art. 799º.

A culpa era assim apreciada, nos termos do criteiro aplicado na responsabilidade subjetiva. Nos
casos em que exista culpa do incumprimento, não há exoneração para o devedor, sempre que
prometa o cumprimento da obrigação.

Independentemente das especificidade que caracterizam cada tipo de incumprimento imputável ao


devedor ( impossibilidade, incumprimento definitivo, pela recusa categórica de cumprimento, mora,
cumprimento.

Se a impossibilidade do cumprimento definitiva é associada a conduta do próprio credor ou a razões


atinentes a sua pessoa ou aos bens, mora do credor, gerando, tipicamente, um impedimento
temporário, radicada na falta de cooperação do credor no acto de cumprimento de uma determinada
obrigação ou, para utilizarmos a determinada por lei, na circunstancia de o credor sem motivo
justificado não praticar os actos necessários ao cumprimento ou não aceitar a prestação oferecida
artg. 803º do cc.

E, em parte indiferente a esta tipificação que omissão de cooperação se antes do cumprimento


( como seu pressuposto) ou no momento da sua execução, que seja fundada num preceito legal,
numa clausula contratual ou principio basilar da boa fé ou que a sua não verificação tenha haver
com o actos materiais ou jurídicos, positivos ou negativos.

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O Incumprimento definitivo, imputável ao devedor

O incumprimento definitivo, imputável ao devedor, é oposto ás meras situações de mora e ao


cumprimento defeituoso, começa por abarcar, como tipos mais frequentes, as condutas diretamente
impossibilitantes do cumprimento( ex., António, dolosa ou negligentemente, destrói o bem que
devia entregar a Bernardo ou vende a César o imóvel prometido - vender a Bernardo) e as condutas
(omissivas) em que o devedor falta ao cumprimento com a consequente perda de interesse do credor
ou sem aproveitar uma última oportunidade através do mecanismo da chamada interpelação
cominatória.

Estes dois casos de incumprimento definitivo, e que tem a nota comum da prestação não se ter
rigorosamente impossibilitado, pelo menos numa perspetiva fáctica, serão estudados na parte
relativa á mora do devedor na medida em que surgem, legal e dogmaticamente, como formas de
conversão da mora em incumprimento definitivo. Convém no entanto assinalar que, para nos e em
rigor, so no segundo grupo de casos e que se processa essa conversão, pertencendo o primeiro
núcleo mais ao quadrante delimitado pelo art. 801º do cc.
Para o pensamento dominante, o incumprimento definitivo resulta como hipótese de teorização
mais complexa e por equiparação ao incumprimento actual, da recusa antecipada, categórica e
ilegítima de cumprimento, figura referida pela doutrina nacional.

Quanto aos efeitos da mora do devedor em regra o incumprimento não pode servir de fundamento
para o credor resolver o contrato, mais sim para exigir o cumprimento. Como em regra a mora não
frustra os interesses do credor não pode este incumprimento ser valorizado com gravidade
suficiente para merecer desfecho radical.

Em excepção de algumas circunstancias agravantes o legislador confere o direito de resolução


( EX., os arts., 934º, 1083º nº3, 1150º,1235... do DL Nº. 2947/2009) .

A mora, sendo um incumprimento culposa, trás com sigo o dever de reparação dos prejuízos
causados ao credor nos termos no nº1, do art. 804. Se nas obrigações não pecuniárias o culculo do
montante indemnizador obedece os princípios gerais previstos nos arts. 562º e ss., já nas obrigações
pecuniárias o devedor independentemente dos danos que o credor tenha sofrido, da sua prova o
demonstração causal, esta adstrito a uma indemnização pré fixada calculada pela aplicação de taxa
de juros legais.

Especialidade no cumprimento do contrato - promessa: o binómio execução


específica -resolução do contrato

Com base o conhecimento adquirido, no que diz respeito ao prazo do cumprimento do contrato-
promessa, e em caso de lacuna contratual, cada promitente tem legitimidade para interpelar a sua
contraparte de modo a fixar a data, hora e local da celebração do contrato definitivo. Essa marcação
não pode ser arbitrária, podendo levar a um controlo judicial por força do art. 777º,nº2.

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Não sendo de afastar, no contrato-promessa, uma responsabilidade pré-contratual, assente numa
eventual culpa reciproca ou mesmo no comportamento culposo unilateral, nem uma impossibilidade
originaria ou superveniente, é sem duvida o incumprimento unilateral imputável o mais frequente
no seio das perturbações ligadas a execução dos contratos promessa. Esse incumprimento pode estar
relacionado com a mora, impossibilidade de cumprimento, incumprimento da clausula do contrato,
com a recusa antecipada (ou não) categórica e definitiva de comprimento, e com incumprimento
definitivo nos termos do art 808º.

Seguramente na mora e, como alternativa, na recusa categórica do cumprimento e no fracasso da


interpelação cominatòria, o promitente fiel pode, independentemente de ter havido ou não do bem
sobre que incide o contrato definitivo, optar por uma tutela conservatória.

Realização Coativa da Acção de Incumprimento

Para a tutela dos créditos, confere ao credor um conjunto de resoluções de natureza repressiva ou
sancionatório, tendentes uns a obtenção forçada, directa do cumprimento, procurando outros uma
realização perfeita do dever de prestação ( por ex., eliminação de defeitos ou substituição de
prestado) e, em casos mais graves, visando o repudio ou aproveitamento do contrato através,
respetivamente, da sua resolução ou pedido de uma indemnização compensatória.

(Naturalmente que a opção por uma via conservatória, ou por uma via liquidatária esta dependente
da natureza da prestação, da gravidade do incumprimento, dos outros benefícios de cada escolha e,
sobretudo, da valoração do interesse creditorio. A tutela directa e repressiva, procura a maioria das
vezes, a condenação do devedor ao cumprimento. Não havendo uma impossibilidade definitiva o
credor pode optar a tutela jurisdicional (acção de cumprimento nos termos do art. 817.º acção de
cumprimento e execução.)

Visando obrigar o devedor a pagar o que não pagou, a entregar o que não entregou, a prestar o que
não prestou ( facto material ou jurídico) , a eliminar os defeitos da obra, a substituir a coisa
defeituosa. Tendo em conta a categorias de incumprimento atrás caracterizada, há que dizer que a
mora, o cumprimento defeituoso e, ate certo ponto, recusa categórica de cumprimento, são
compatíveis com a forma de tutela. Este desiderato que procura pela condenação do faltoso,
restaurar o estado alterado, pondo fim ao ilícito, e, outras vezes, coadjuvado pela tutela executiva,
sempre que a violação persista pelo não cumprimento da decisão judicial.

O surgimento de uma responsabilidade obrigacional é concretizada em regra por uma indemnização


correspondente ao equivalente pecuniário da prestação não cumprida, cujo fundamento esta no art.
798º. com as explicações dos arts. 801. nº 1, e 808º nº. 1 do cc. Como quer que a obrigação de
indemnização, consequente a responsabilidade, seja teorizada ( sucede ou complemento do dever de
prestar não cumprida).

A responsabilidade civil obrigacional, exige os mesmos pressupostos reclamados pela


responsabilidade civil extracontratual, ou seja, o facto, a ilicitude, o nexo de causalidade, o dano. É
de salientar que a responsabilidade obrigacional não deriva apenas do incumprimento dos deveres
principais e secundários de prestação mas também, o que é salientado em algumas codificações, do
não cumprimento dos chamados deveres laterais, de fonte deontológica ou não. ( ex, o credor
fornece ao devedor um andaime defeituoso, o medico pediátrico causa danos ao recém - nascido)

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Conclusão

Após da nossa pesquisa e analise chegamos a conclusão de que:

O Incumprimento contratual ocorre quando o devedor não realiza a prestação.

Apesar do principio proclamado solenemente no art. 406.nº1 do cc, que diz que o contrato deve ser
pontualmente cumprido, e ser modificada apenas por mútuo consentimento dos contraentes ou nos
casos admitidos na lei, os vínculos obrigacionais podem ser violados pelo sujeito sobre quem recai
o dever simples ou complexo.

O incumprimento definitivo é a impossibilidade do cumprimento e mora não imputáveis ao


devedor, ou seja é quando se verifica a não realização da obrigação de facto imputável por parte
do devedor, não tendo mais a possibilidade da sua realização em momento posterior por perda de
interesse ou recusa do cumprimento por parte do credor nos termos do art.808º do cc.

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Referencia bibliografia

Livro de Lições de cumprimento e não cumprimento das Obrigações (Prof. José C. B. Proença) ;

Código civil Angolano;

Livro de Direito das Obrigações-volume I (Prof. Orlando Fernandes).

Agradecimentos

O nosso agradecimento a professora Doutora Ricardina Castigo pela acompanhamento frequente,


permanente, pela partilha do saber e valiosas contribuições para o nosso conhecimento e pela
oportunidade de desenvolvermos este trabalho.

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