Obrigações I - Apontamentos Romano Martinez
Obrigações I - Apontamentos Romano Martinez
Obrigações I - Apontamentos Romano Martinez
DISCLAIMER
Estes apontamentos no dispensam o estudo dos manuais recomendados pelo
Professor Regente e Assistente.
Autonomia privada:
o
Natureza patrimonial
o
Colaborao do devedor
o
Relatividade
o
Contrato
promessa
com
eficcia
real
[art.
413]:
sempre
culpa,
ao
contrrio
da
aco
de
Autonomia
o
Possibilidade
o
Exemplos:
Licitude
o
Determinabilidade
Tempestividade vs intemporalidade
No publicidade vs publicidade
Negcios unilaterais
Gesto de negcios
Responsabilidade civil
Contratos:
o
Revogao: possvel nas promessas com prazo estipulado, desde que exista
justa causa [art. 460 e 461]. A forma requerida a forma da promessa, ou
equivalente. No h naturalmente revogao depois de o facto j ter sido
praticado.
que
se
justifica
fixao
de
prazo
para
apresentao
dos
concorrentes,
Alienidade do negcio:
ou
prestao
de
servios],
seja
por
imposio
legal
[vg
10
11
12
13
14
Gesto irregular:
o
Pagamento
do
dominus
ao
gestor
segundo
as
regras
do
aqui
no
pode
haver
concesso
de
poderes
representativos
15
os
direitos
assume
as
obrigaes
que
dele
derivem,
16
17
Enriquecimento:
o
Vantagem
patrimonial
concreta
[aquisio
especfica],
no
18
para
responsabilidade
civil
possibilidade
um
nexo
de
Para
ROMANO
MARTINEZ,
implica
causal
entre
exemplo:
Quem receber uma transferncia patrimonial indevida, vg por conta bancria, fica
obrigado a restituir ao empobrecido o benefcio que injustamente obteve custa deste.
Nestes termos, pode o empobrecido interpor uma aco a exigir a restituio do
enriquecimento sem causa.
19
20
a prestao conhecendo a
DE
LIMA,
que
defendem a
inteno
solutria
21
No h lugar a restituio:
22
Posterior
extino
indemnizao
da
do
direito
seguradora
prestao
B
por
furto
recebida,
de
coisa
vg
que
posteriormente reaparece.
o
Realizao
de
uma
prestao
com
vista
um
resultado,
23
Exemplifiquemos:
Realizao de prestaes antecipadamente constituio do
contrato.
Realizao de prestaes com destinao do fim [vg
no
existe
no
momento
da
realizao
da
prestao,
desapareceu
24
Direitos
de
personalidade
aproveitamento
comercial
de
bens
de
25
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da
coisa,
no
orientado
conscientemente
pelo
Terceiro que julga estar obrigado para com o devedor a cumprir essa
obrigao [art. 478]
Nesta
categoria
de
enriquecimento
sem
causa
coloca-se
problema
do
27
28
subjacente
desconhecimento,
geralmente,
de
29
patrimonial
ou
enriquecimento
patrimonial,
Exemplo:
30
Exemplo:
31
32
A obrigao de restituio prescreve no prazo de trs anos [art. 482]. Esta prescrio
depende de um de dois prazos simultneos que a lei estabelece em alternativa [dupla
prescrio]: vinte anos [art. 309] ou trs anos. Volvido um destes dois prazos sem exigir a
restituio, pode o enriquecido opor-lhe eficazmente a prescrio do seu direito [art. 304-1
e 323-1]. O prazo de trs anos decorre dentro do prazo ordinrio de 20 anos, sem o
ultrapassar. O recurso aco de enriquecimento no prejudicado por j ter decorrido a
prescrio do direito com base na responsabilidade civil [art. 498-1], mas tal ainda no ter
acontecido com base no enriquecimento sem causa [art. 498-4].
Exemplo:
O enriquecimento foi em 1987. O empobrecido apercebe-se em 2000, 12 anos
volvidos. Prescreve em 2003, 3 anos depois [art. 482].
Mas, se s se aperceber em 2006, 19 anos volvidos, prescreve em 2007, pelo prazo
ordinrio de 20 anos [art. 309].
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Poltica
Penal ou criminal
Civil
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Responsabilidade contratual
Responsabilidade extra-contratual
Responsabilidade subjectiva
Responsabilidade objectiva
Funo preventiva
Funo punitiva:
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cumprimento
da
obrigao,
com
culpa
[responsabilidade
subjectiva obrigacional].
de
responsabilidade
objectiva,
consoante
ttulo
de
imputao:
o
Funes:
prejuzos
outrem
correlativa
obrigao
de
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summa
entre as
Prova da culpa:
o
nus da prova cabe ao lesado [art. 487]: basta uma prova prima
facie da ilicitude, segundo critrios de normalidade.
Prazos prescricionais:
o
Pluralidade de responsveis:
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A responsabilidade
solidria
quando
forem
vrias
pessoas
Capacidade:
o
Regra geral
Competncia do tribunal
Caractersticas
da
responsabilidade
obrigacional,
sem
aplicao
na
responsabilidade extra-contratual:
o
38
39
Culpa post pactum finitum [art. 239]: violao de deveres contratuais que
subsistem aps extino do vnculo contratual.
40
41
42
Danos
extra
rem:
danos
pessoais
no
restante
patrimnio
do
Custos contratuais
Lucros cessantes
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Quando se assista simultaneamente a danos extra rem e circa rem, o credor tem
direito a uma pretenso indemnizatria, embora exista concurso de normas [uma s
pretenso, um nico pedido processual, com duplo fundamento: responsabilidade extracontratual e obrigacional]. Todavia, as regras que regem a indemnizao so comuns s duas
responsabilidades [art. 562 ss], ainda que o fundamento de direito seja diverso. Ainda assim,
o princpio da liberdade de opo entre as pretenses delitual e contratual maioritrio na
doutrina e na jurisprudncia. No extremo oposto, situa-se a regra do no-cmulo, absurda
segundo ROMANO MARTINEZ. Levada ao limite, o filho do dono da obra no poderia
demandar delitualmente o empreiteiro pelos ferimentos do pai como consequncia do defeito
da prestao, vg, mas to-s no caso de morte do mesmo.
Para evitar que o lesado seja menos protegido na hiptese de ter celebrado um
contrato, deve admitir-se a possibilidade de concurso de normas [princpio da liberdade de
opo]. ROMANO MARTINEZ conclui pela superao da rigidez dos conceitos jurdicos da
responsabilidade contratual e delitual.
Concluso:
Exemplos:
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Facto
Os factos naturais
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Nestes termos, sempre que algum tenha sob seu controlo coisas ou exera
actividades potencialmente perigosas, susceptveis de causar danos a outrem, tem igualmente
o dever de tomar as providncias adequadas a evitar a ocorrncia de danos, respondendo por
responsabilidade por omisso no caso contrrio.
46
47
Requisitos:
48
as
agncias
de
informao
encontrar-se-iam
PESSOA
JORGE,
por
seu
lado,
sustenta
que
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Com dolo
Aferida a violao dos direitos supra, a mesma pode ser lcita face s seguintes causas
de justificao/excluso da ilicitude [nunca justificao da ilicitude!]:
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Necessidade da reaco
51
Aco directa [art. 336]: s pode ser realizada quando estiver em causa
um direito subjectivo do prprio agente entendida em termos
restritivos, dado ser uma atitude ofensiva.
o
52
53
objectiva
pelo
risco,
mas
sim
54
produo
de
um
facto,
mas
aceita-o
como
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A distino entre o dolo eventual e a negligncia consciente tnue, mas ainda assim
relevante para efeitos da limitao da indemnizao [art. 494] e para afastamento da
responsabilidade por dolo [arts. 485 e 814]. O dolo eventual implica uma conformao to
grande com a possibilidade da verificao do facto que chocaria e ofenderia o senso comum
considerar a situao como mera negligncia [vg conduo em contra-mo]. Face polmica,
trs teorias pretenderam dar resposta ao problema:
Frmula hipottica de FRANK: o agente agiria com dolo eventual se, tendo
considerado como certo o resultado, no teria adoptado comportamento
diferente. No procede.
Frmula positiva de FRANK: o agente agiria com dolo eventual se, tendo
previsto a verificao do facto como possvel, se conformasse e no alterasse
consequentemente o seu comportamento teoria consagrada no art. 14-3 CP.
56
Em relao prova da culpa, o nus da prova cabe ao lesado, nos termos gerais [art.
487-1]: a culpa do autor da leso [lesante] deve ser provada pelo lesado, salvo presuno
legal de culpa, demonstrando em tribunal o carcter objectivamente censurvel da conduta
daquele. A previso dessa regra geral , na verdade, desnecessria: esta soluo j resultava
dos arts. 483-1 e 342-1. Essa prova muito difcil de realizar [probatio diabolica], reduzindo
as possibilidades de o lesado obter uma indemnizao. As presunes de culpa invertem o
nus da prova [art. 350-1] e so ilidveis, nos termos gerais [art. 350-2]: as dificuldades de
prova inerentes torna mais segura a obteno de indemnizao, pelo lesado. Para ROMANO
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No existir vigilante
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PESSOA JORGE enuncia as seguintes causas de excluso da culpa, por falta de nexo
causal psicolgico entre o facto praticado e a vontade do agente:
o
59
O disposto no art. 571 evita que o juzo de culpa que pode recair sobre o lesado seja
prejudicado pela interposio da culpa dos seus representantes.
Ao lesante cabe o nus da prova da culpa do lesado [art. 572].
60
Dano real: avaliao em abstracto das utilidades que eram objecto de tutela
jurdica e consequente reconstituio natural ou indemnizao em espcie
critrio preponderante [art. 562 e 566].
o
A quantificao do dano pode ser fixada com base em aspectos subjectivos [teoria da
diferena, art. 566-2]: pode ser avaliado com base na situao patrimonial do lesado.
Outras classificaes de danos:
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Lucros
cessantes
futuros:
frustrao
de
uma
vantagem que,
Uma mesma leso, vg leso fsica, pode originar ambos os danos: patrimoniais
[reduo do valor da sua fora de trabalho] e no patrimoniais [dor e sofrimento fsicos].
A indemnizao por danos no patrimoniais [art. 494] foi, durante muitos anos,
criticada:
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64
65
66
agravamento
da
responsabilidade.
Estabelecer
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