Orientação para Hiperuricemia

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ORIENTAÇÃO PARA HIPERURICEMIA (GOTA, ÁCIDO ÚRICO AUMENTADO)

A gota e uma condicao medica comum, sendo a principal causa de inflamações articulares. Dos
principais fatores envolvidos no aumento de sua prevalência, observados nas duas ultimas decadas,
incluem aumento da longevidade (idosos), uso de diureticos (hipertensos) e aspirina em dose baixa,
insuficiencia renal crônica, hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), obesidade e sindrome metabolica.
Entre as causas de hiperuricemia observadas nos pacientes com gota, está a ingestao dietética de purinas
(proteínas).
O acido urico e um acido fraco facilmente diluído em água. A quantidade de urato (cristais que se
depositam nas articulações causando dor) no organismo é o resultado do balanco entre o que se ingere na
alimentação, a produção do organismo e a taxa de eliminação. A hiperuricemia pode ser o resultado da
baixa eliminação do ácido úrico (de 8 a 9 pessoas em cada 10) ou do aumento da produção (de 1 a 2
pessoas em cada 10).
Trabalhos científicos recentes, mostram que o aumento no consumo de carnes, principalmente vísceras,
frutos do mar e bebida alcoólica, aumentam em cerca de 50% o desencadeamento de crises. Já o consumo
de laticínios desnatados (leites e derivados) e vegetais, demonstraram redução de risco em cerca de 45%.
Deve-se ressaltar que a proibição do consumo de purinas de fonte vegetal não é estimulada, uma vez que
são consideradas excelentes fontes de proteínas, fibras, vitaminas e minerais (aveia, couve-flor, espinafre,
ervilha, feijão, vagem, lentilha, cogumelo, etc), devendo-se portanto, controlar o consumo destes
alimentos.

A perda de peso em indivíduos obesos deve ser promovida e o estímulo a abstenção de álcool,
principalmente à cerveja deve estar dentre as prioridades no tratamento. O álcool, rapidamente se
converte em ácido úrico, além de promover desidratação e acidose metabólica, fato que reduz a eliminação
renal, contribuindo para o aumento dos seus níveis sanguíneos. A cerveja, particularmente, apresenta uma
alta concentração do malte da purina guanosina (proteína), que pode aumentar sensivelmente os níveis de
ácido úrico.

Estudos demonstram que o uso de álcool, independente do fator da dieta, potencialmente desencadeia
crises de gota.

Portanto, a terapia nutricional para gota, inclui é claro, a redução no consumo de carnes, principalmente as
carnes gordas, que além de conter alto teor de purina, está associada a gordura e colesterol que
prejudicam a eliminação do ácido úrico. Os embutidos devem ser evitados, não somente por conter alto
índice de purinas, mas, porque são associados a grande quantidade de sódio, que retém líquido corporal
prejudicando a eliminação dos uratos e também por poder aumentar a pressão arterial. Os frutos do mar
também possuem papel importante neste processo e a pele das aves deve ser retirada antes do preparo
dando sempre preferências as partes brancas (peito). O caldo de cozimento das carnes é um importante
veículo de ácido úrico, independente se obtido pelo preparo em casa ou industrializado (caldos de carnes,
frango, bacon, picanha, costela, etc). Os caldos além de conter alto teor de purinas (proteínas), é nele que
se concentra grande parte do colesterol, gorduras saturadas e sódio, que aumentam os níveis de gordura
do sangue e a pressão arterial, tendo ainda, grande representação na ingestão calórica, importante para
indivíduos que precisam emagrecer.

Deve-se ingerir diariamente leites e derivados desnatados, frutas e vegetais, Os vegetais em geral são ricos
em água, vitaminas, sais minerais, fibras e tem alto conteúdo de ácido fólico e vitamina C que auxiliam
beneficamente na eliminação do ácido úrico.
A ingestão de água deve ser de no mínimo 30 ml de água por quilo de peso, mas o ideal é que seja de cerca
de 40ml/kg/peso para diluir o ácido úrico no sangue, amenizando os sintomas e auxiliando na sua
eliminação. A baixa ingestão de água e o consumo de álcool que causa desidratação podem ser fator
importante nas crises de gota.

O consumo de leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja), bem como de vegetais e derivados
ricos em purinas, como aveia, espinafre, couve-flor e outros deve ser controlado, mas não abolido, pois são
boas fontes de nutrientes importantes para o nosso organismo, portanto, devem ter sua ingestão
controlada. Não exagere nas quantidades.

O uso de ômega 3 também pode auxiliar no processo, uma vez que é um antiinflamatório, mas pelo fato de
suas principais fontes interferirem negativamente (peixes, semente de linhaça), recomenda-se a utilização
de cápsula 1000mg ao dia.

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