Desenho Artístico
Desenho Artístico
Desenho Artístico
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-241-6
CDU 744.43
Introdução
Os elementos compositivos visuais e formais, ou simplesmente formas, estão
presentes em composições de qualquer natureza, seja arquitetônica, artística
ou de design. A escolha dos elementos visuais e sua ordenação no espaço
compositivo qualificam uma boa composição do ponto de vista formal.
Neste capítulo, você irá estudar o que é uma composição e seus
aspectos construtivos, por meio dos elementos compositivos da lin-
guagem visual.
linha;
superfície;
volume;
luz;
cor.
Linha
Figura 4. Linha.
De acordo com o autor Wucius Wong (2010), as formas enquanto linhas podem
ser classificadas em: geométricas, orgânicas, retilíneas, irregulares e outras:
Superfície
Figura 6. Superfície.
Ostrower (2003), por sua vez, classifica as superfícies de acordo com o as-
pecto de suas margens em fechadas ou abertas, como representado na Figura 8.
Volume
Figura 9. Volume.
Relações formais
As relações formais descrevem as características dos elementos compositivos
presentes, dispostos e combinados na composição: quantos são, quais são, são
grandes ou pequenos, e assim por diante.
Semelhanças e diferenças
Ostrower (2003) observa a relação entre os elementos de composição por
meio de semelhanças e diferenças de forma, tamanho, proporção, orientação
e posição, como representado na Figura 11. Algumas diferenças são mais
facilmente identificadas, como as de forma e tamanho.
Ritmo e contraste
Ostrower (2003) também indica que as semelhanças entre os elementos com-
positivos podem originar os ritmos, e as diferenças, os contrastes.
Os ritmos são constituídos por semelhanças repetidas e organizadas. Já os
contrastes se encontram em grandes diferenças, conforme você pode observar
na Figura 12.
Para haver ritmo em uma composição você precisa se imaginar “dançando” ela. Em
um ritmo de repetição você dançaria um passo para a direita e outro para a esquerda,
conforme representação da Figura 13.
Em um ritmo alternado, você poderia dançar um passo atrás e dois para frente,
como exemplificado na Figura 14.
Em um ritmo decrescente, você pode se imaginar dançando cada vez mais len-
tamente, até a música acabar, como representado na Figura 15. No ritmo crescente,
acontece o contrário.
Já para haver contraste em uma composição, ela deve ter o efeito “uau” no espec-
tador, como se ele levasse um susto. Uma pequena diferença não impacta, mas uma
grande, sim (veja a Figura 16).
(a) (b)
Figura 16. (a) Pequena diferença. (b) Contraste.
Fonte: Eric Isselee/Shutterstock.com.
Relações espaço-formais
São as relações entre os elementos compositivos e o espaço de composição
em que estão inseridos.
Orientação espacial
A orientação espacial refere-se ao peso visual dos elementos de composição
no espaço. Ostrower (2003) entende que linhas pesam menos que superfícies,
superfícies pesam menos que volumes, assim como formas orgânicas pesam
menos que formas geométricas.
Segundo o autor Rudolph Arnheim (2000), a parte inferior do espaço de
composição recebe melhor os elementos compositivos mais pesados, assim
como a lateral esquerda. Por isso, o peso visual dos elementos compositivos
define a orientação espacial. Observe a ilustração da Figura 17.
Equilíbrio de simetria
Conforme Ostrower (2003), a simetria ocorre quando em um eixo imaginário
horizontal, vertical ou diagonal pode-se observar o efeito de espelhamento
entre os elementos da composição. No equilíbrio de simetria, a orientação
espacial também é definida pelo peso visual dos elementos compositivos. Veja
a exemplificação disso na Figura 18.
Equilíbrio de assimetria
A assimetria ocorre quando em nenhum dos eixos imaginários (horizontal,
vertical e diagonal) é possível observar o efeito de espelhamento entre os
elementos de composição. No equilíbrio de assimetria, a orientação espacial
sempre é definida pelo peso visual dos elementos compositivos. Veja o exemplo
da Figura 20.
Movimento visual
Movimento visual, de acordo com a definição de Ostrower (2003), é a capa-
cidade que os elementos visuais obtêm, pela sua ordenação, de fazer com que
os olhos do espectador percorram uma grande parte do espaço compositivo.
Observe um exemplo na Figura 21.
https://goo.gl/hVJ9Ph
a) d)
b) e)
c)
a)
d)
e) Nenhuma das opções de
orientação espacial é adequada,
visto que os pesos visuais
não são equilibrados.
b)
c)
5. Indique a opção em que a composição apresenta a relação espaço-formal
movimento visual.
c)
a)
d)
b) e)
ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. 13. ed. São Paulo: Pioneira, 2000.
LEBORG, C. Gramática visual. São Paulo: GG BRASIL, 2015.
OSTROWER, F. Universos da arte. 32. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
PRIBERAM DICIONÁRIO. Com.po.si.ção. [S.l.]: Priberam Informática, c2013. Disponível
em: <https://www.priberam.pt/dlpo/composi%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 28
nov. 2017.
WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
ZATTERA, I. G. Comunicação visual e ilustração: análise da imagem na capa de livro
de literatura de fantasia. 2016. Monografia (Bacharelado)–Universidade de Caxias do
Sul, Caxias do Sul, 2016.
Leituras recomendadas
CHING, F. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CHING, F.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2013.