W Jenifa Literatura
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Código: 708215573
Turma: F
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Objective geral
Analisar as diferentes vertentes que dificultam o estabelecimento de um conceito
consensual da literatura;
Objectivos Específicos
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a) Inexistem traços peculiares a certos textos de modo a distingui- los dos textos não-
literários, isto é, não há uma “essência” da literatura;
b) Não se observa um denominador comum entre todas as obras literárias, a não ser o
emprego da linguagem;
c) O critério de valor que qualifica um texto como literário não é literário nem teórico,
mas ético, social e ideológico;
d) A definição de literatura não depende da natureza do que é lido, mas da maneira pela
qual as pessoas lêem um texto;
A obra literária, devido à potência especial da linguagem poética, cria uma objectividade
própria, um heterocosmo contextualmente fechado. Essa realidade nova, criada pela
ficção poética, não deixa de ter, porém, uma relação significativa com o real objectivo.
Ninguém pode criar a partir do nada: as estruturas linguísticas, sociais e ideológicas
fornecem ao artista o material sobre o qual ele constrói o seu mundo de imaginação.
A teoria clássica da arte como mímese da vida é sempre válida, quer se conceba a arte
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como imitação do mundo real, quer como imitação de um mundo ideal ou imaginário.
A afirmação de que o texto literário carece de referentes não nos parece correcta 2,
excepto se se entender restritivamente por referentes os objectos do mundo real. Os
enunciados do texto literário também denotam e fazem referência, simplesmente “
constituem uma ficcionalizaçao d acto de denotar, manifestam uma pseudo-
referencialidade, porque as condições e os objectos da referência são produzidos pelo
próprio texto (por isso a pseudo - referencialidade se identifica, sob várias aspectos, com
auto- referencialidade).
Os referentes do texto literário constituem objectos de ficção, isto é, objectos que não
não existem no mundo empírico, que não são factualmente verdadeiros.
A arte literária está relacionada com a leitura de textos verbais. Por isso, ela é considerada como
sendo a arte construída pelas palavras. A Literatura é uma das formas de expressão artística.
A literatura tem como matéria-prima a palavra. É a partir dela que o artista transforma a
linguagem, deixando-a mais expressiva e poética.
Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos
artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou
de uma época; a carreira das letras. A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa
"Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa
uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona
com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte
ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a
um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura
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inglesa, literatura portuguesa, etc. Debate Mais produtivo do que tentar definir Literatura talvez
seja encontrar um caminho para decidir o que torna um texto, em sentido lato, literário. A
definição de literatura está comummente associada à ideia de estética, ou melhor, da ocorrência
de algum procedimento estético. Um texto é literário, portanto, quando consegue produzir um
efeito estético e quando provoca catarse, o efeito de definição aristotélica, no receptor. A própria
natureza do carácter estético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar alguma definição
verdadeiramente estável para o texto literário. Para simplificar, pode se exemplificar através de
uma comparação por oposição. Vamos opor o texto científico ao texto artístico: o texto científico
emprega as palavras sem preocupação com a beleza, o efeito emocional. No texto artístico, ao
contrário, essa será a preocupação maior do artista. É óbvio que também o escritor busca instruir,
e perpassar ao leitor uma determinada ideia; mas, diferentemente do texto científico, o texto
literário une essa instrução à necessidade estética que toda obra de arte exige. O texto científico
emprega as palavras no seu sentido dicionarizado, denotativamente, enquanto o texto artístico
busca empregar as palavras com liberdade, preferindo o seu sentido conotativo, figurado. O texto
literário é, portanto, aquele que pretende emocionar e que, para isso, emprega a língua com
liberdade e beleza, utilizando-se, muitas vezes, do sentido metafórico das palavras. A
compreensão do fenómeno literário tende a ser marcada por alguns sentidos, alguns marcados de
forma mais enfática na história da cultura ocidental, outros diluídos entre os diversos usos que o
termo assume nos circuitos de cada sistema literário particular. Assim encontramos uma
concepção "clássica", surgida durante o Iluminismo (que podemos chamar de "definição
moderna clássica", que organiza e estabelece as bases de periodização usadas na estruturação do
cânone ocidental); uma definição "romântica" (na qual a presença de uma intenção estética do
próprio autor torna-se decisiva para essa caracterização); e, finalmente, uma "concepção crítica"
(na qual as definições estáveis tornam-se passíveis de confronto, e a partir da qual se buscam
modelos teóricos capazes de localizar o fenómeno literário e, apenas nesse movimento, "defini-
lo"). Deixar a cargo do leitor individual a definição implica uma boa dose de subjetivismo,
(postura identificada com a matriz romântica do conceito de "Literatura"); a menos que se queira
ir às raias do solipsismo, encontrar-se-á alguma necessidade para um diálogo quanto a esta
questão. Isto pode, entretanto, levar ao extremo oposto, de considerar como literatura apenas
aquilo que é entendido como tal por toda a sociedade ou por parte dela, tida como autorizada à
definição. Esta posição não só sufocaria a renovação na arte literária, como também limitaria
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excessivamente o corpus já reconhecido. De qualquer forma, destas três fontes (a "clássica", a
"romântica" e a "crítica") surgem conceitos de literatura, cuja pluralidade não impede de
prosseguir a classificações de género e exposição de autores e obras. Etimologia O termo provém
do latim literatura, "arte de escrever, literatura", a partir da palavra latina littera, "letra". Alguns
Conceitos "Arte Literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra." (Aristóteles,
Grécia Clássica); A Literatura obedece a leis inflexíveis: a da herança, a do meio, a do
momento." (Hipolite Taine, pensador determinista, metade do século XIX); "A Literatura é arte e
só pode ser encarada como arte." (Doutrina da arte pela arte, fins do século XIX); "O poeta sente
as palavras ou frases como coisas e não como sinais, e a sua obra como um fim e não como um
meio; como uma arma de combate." (Jean-Paul Sartre, filósofo francês, século XX; "É com bons
sentimentos que se faz Literatura ruim." (André Gide, escritor francês, século XX; "A distinção
entre Literatura e as demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a
forma do verbo." (LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o crítico. 2. ed. Rio de Janeiro,
AGIR, 1954. p 54-5.) "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade
recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os
géneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida,
autónoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio." (COUTINHO,
Afrânio. Notas de teoria literária. 2. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9-10).
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novos e gráceis, alheia a motivações morais. Séculos mais tarde, alguns trovadores provençais
transformaram a sua actividade poética numa autêntica religião da arte, consagrando-se de modo
total à criação do poema e ao seu aperfeiçoamento formal, excluindo dos seus propósitos
qualquer intenção utilitária. Um fino conhecedor da literatura medieval, o Prof. Antonio Viscardi,
escreve a este respeito: "O que conta é a fé nova da arte, em que todos observam e praticam
com devoção sincera". Desta fé nasce o sentido trovadoresco da arte que é o fim de si mesma. A
arte pela arte é descoberta dos trovadores.
Já atrás nos referimos, acerca das doutrinas da arte pela arte, a uma importante finalidade
frequentemente assinalada à literatura: a evasão. Em termos genéricos, a evasão significa
sempre a fuga do eu a determinadas condições da vida e do mundo, de um mundo imaginário,
diverso daquele de que se foge, e que funciona como sedativo, como ideal compensação, como
objectivação de sonhos e de aspirações.
A evasão, como fenómeno literário, é verificável quer no escritor quer no leitor. Deixando para
ulterior e breve análise o caso deste último, examinemos primeiramente os principais aspectos
da evasão no plano do criador literário.
Na origem da necessidade que o escritor experimenta de se evadir, podem actuar diversos
motivos. Entre os mais relevantes, contam se os seguintes:
b) Problemas e sofrimentos íntimos que torturam a alma do escritor e aos quais este foge pelo
caminho da evasão. A inquietação e o desespero dos românticos – o mal du siècle – estão na
origem da fuga ao circunstante e do anélito por uma realidade desconhecida. O tédio, o
sentimento de abandono e de solidão, a angústia de um destino frustrado constituem outros
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tantos motivos que abrem a porta da evasão.
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as aventuras que o escritor para si baldadamente apetecera.
(v) O sonho, os paraísos artificiais provocados pelas drogas e pelas bebidas, a orgia,
etc., representam outros processos de evasão com larga projecção na literatura. A
literatura romântica e simbolista oferece muitos exemplos destas formas de evasão.
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1.2.2. Função da literatura no Romantismo
Inefável tortura em que tem necessidade de toda a fé, de toda a força sobre-humana, em
que se torna, entre todos, o grande doente, o grande criminoso, o grande maldito, - e o
supremo Sábio! – Porque chega ao desconhecido!" Assim a poesia se identifica com a
experiência mágica e a linguagem poética se transforma em veículo do conhecimento
absoluto, ou se volve mesmo, por força encantatória, em criadora de realidade.
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Através sobretudo de Rimbaud e de Lautréamont, a herança romântica da poesia como
vidência é retomada pelo surrealismo, que concebe o poema como revelação das
profundezas vertiginosas do eu e dos segredos da supra-realidade, como instrumento de
perquisição psicológica e cósmica. A escrita automática representa a mensagem através
da qual o mistério cósmico – o "acaso objectivo" (le hasard objectif), na terminologia do
movimento surrealista – se desnuda ao homem; e a intuição poética, segundo Breton,
fornece o fio que ensina o caminho da gnose, isto é, o conhecimento da realidade supra-
sensível, "invisivelmente visível num eterno mistério".
Para alguns estetas e críticos, porém, a literatura constitui um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia ao
sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções. A literatura, com efeito, não é uma
filosofia disfarçada, nem o conhecimento que transmite se identifica com conceitos abstractos ou
princípios científicos. Todavia, a ruptura total entre literatura e actividade cognoscitiva
representa uma inaceitável mutilação do fenómeno literário, pois toda a obra literária autêntica
traduz uma experiência humana e diz algo acerca do homem e do mundo. "Objectivação, de
carácter qualitativo, do espírito do homem", a literatura exprime sempre determinados valores, dá
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forma a uma cosmovisão, revela almas – em suma, constitui um conhecimento. Mesmo quando
se transforma em jogo e se degrada em factor de entretenimento, a literatura conserva ainda a sua
capacidade cognoscitiva, pois reflecte a estrutura do universo em que se situam os que assim a
cultivam. Longe de ser um divertimento de diletantes, a literatura afirma-se como meio
privilegiado de exploração e de conhecimento da realidade interior, do eu profundo que as
convenções sociais, os hábitos e as exigências pragmáticas mascaram continuamente: "A arte
digna deste nome – escreve Marcel Proust – deve exprimir a nossa essência subjetiva e
incomunicável. [...] O que não tivemos que decifrar, esclarecer através do nosso esforço pessoal,
o que era claro antes de nós, não nos pertence. Não vem de nós próprios senão o que arrancamos
da obscuridade que está em nós e que os outros não conhecem".
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Conclusão
Porque é difícil, senão impossível estabelecer um conceito de literatura rigorosamente
delimitado intencional e excepcionalmente que apresente validade pancrónica e
universal, tal como deixamos antever é, desaconselhável impor dogmaticamente à
heterogeneidade das obras literárias durante séculos. Mas, essas objecções e as dúvidas
sobre a impossibilidade de uma definição referencial de literatura são pertinentes sob
ponto vários aspectos, porque obrigam a reexaminar com novo rigor soluções teóricas
rotineiras, e revelam-se também, nalguns pontos muito importantes, mal fundamentadas,
teoricamente inconsistentes e empiricamente irrefutáveis. Desde os primeiros tempos em
que o homem começou a estudar a arte literária, o questionamento sobre natureza e
função da literatura tem sido assunto de muitas controvérsias. Nesta unidade, portanto,
vamos analisar a função da literatura ao longo dos tempos. Cada período histórico
produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas técnicas de produção, ou seus
modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática social e
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Referências bibliográficas
1. Coutinho, A. (1978). Notas de teoria literária. 2. ed. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira.
2. Covane ,L. (s/d) Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa,
introdução aos estudos literários. Universidade Católica de Moçambique, Centro de
Ensino a Distância. Moçambique – Beira.
3. Lima, A.A. (1954). A estética literária e o crítico. 2. ed. Rio de Janeiro, AGIR.
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