Didatica de Biologia
Didatica de Biologia
Didatica de Biologia
Nº 708200461
Ano de frequência: 3º
Docente: dr.
1. Introdução ................................................................................................................................... 3
2. Metodologias............................................................................................................................... 4
4. Conclusão.................................................................................................................................. 12
Este trabalho tem como objetivo ressaltar o papel do professor no processo ensino/aprendizagem
como mediador e gerenciador do conhecimento, e não no papel de transmissor de informações. Os
conteúdos ministrados em sala de aula devem ser contextualizados, considerando-se a experiência
de vida do aluno e seu conhecimento de mundo.
É enfatizado, também, que a escola não é a que detém o saber, mas a que intervém no processo
pedagógico ampliando o conhecimento com base no diálogo e nas transformações sócio-politico-
culturais do mundo.
Neste contexto, o presente trabalho de pesquisa aborda itens baseados no “papel do professor no
processo ensino e aprendizagem em Moçambique”. Para à materialização e a abordagem do tema
em alusão, foram norteados os objetivos geral e específicos, respetivamente, seguidos da
metodologia.
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2. Metodologias
2.1. Descrição da área de estudo
Moçambique é um país com aproximadamente 800 mil km2 de superfície e com 23,9 milhões de
habitantes (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES -MRE; 2012). Está situado na costa
oriental da África Austral, numa posição estratégica, sendo porta de entrada para diversos países.
É limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pelo Malawi e Zâmbia, a oeste pelo Zimbábue, a leste
pelo Canal de Moçambique e Oceano índico, a sul e sudoeste pela África do Sul e Suazilândia
como mostra a FIGURA 2:
O país é dividido em 11 províncias (Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Manica,
Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo) e a capital (cidade de Maputo), com status de província. O
país é abundante em recursos naturais, dentre os quais vale salientar energia hidroelétrica, gás,
carvão, minerais, madeiras e terras agricultáveis (MAHAZUNLE, 2013 apud ALBERTO, 2006).
De acordo com Tique (2015 apud O'BRIEN & VOGEL, 2003):
Moçambique apresenta no geral clima tropical, com duas estações sendo uma fria
e seca que ocorre nos meses de abril a setembro, com temperaturas médias entre
20 e 25oC e outra estação quente e úmida no período de outubro a março com
temperaturas médias entre 25 e 27oC. A precipitação varia entre 800 a 1200 mm
durante o ano, nas regiões Centro e Norte do País, sendo que a região sul registra
os menores valores, entre 300 a 800 mm durante o ano.
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2.2. Tipo de pesquisa
Neste item foram abordados os métodos e procedimentos utilizados na elaboração deste estudo.
De acordo com Richardson (2007, p.22), “Método, vem do grego méthodos (meta = além de, após
de + ódos = caminho). Portanto, seguindo a sua origem, método é o caminho ou maneira para
chegar a determinado fim ou objetivo, distinguindo-se assim, do conceito de metodologia, que
deriva do grego methodos (caminho para chegar a um objetivo) + logos (conhecimento). Assim, a
metodologia são os procedimentos e regras utilizadas por determinado método.” Richardson
(2007, p.22).
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3. Referencial teórico
Durante muito tempo a prática educativa era centrada no professor. Este repassava os conteúdos
e os alunos absorviam ou memorizavam sem qualquer reflexão ou indagação. Ao final, o conteúdo
era cobrado em forma de uma avaliação. Esse tipo de informação; repassada e memorizada, destoa
completamente da proposta de um novo ensino na busca da produção do conhecimento. Essa
prática pedagógica em nada contribui para o aspecto cognitivo do aluno.
Hoje, não se pede um professor que seja mero transmissor de informações, ou que aprende no
ambiente acadêmico o que vai ser ensinado aos alunos, mas um professor que produza o
conhecimento em sintonia com o aluno. Não é suficiente que ele saiba o conteúdo de sua disciplina.
Ele precisa não só interagir com outras disciplinas, como também conhecer o aluno. Conhecer o
aluno faz parte do papel desempenhado pelo professor pelo fato de que ele necessita saber o que
ensinar, para que e para quem, ou seja, como o aluno vai utilizar o que aprendeu na escola em sua
prática social.
Ensinar bem não significa repassar os conteúdos, mas levar o aluno a pensar, criticar. Percebe-se
que o professor tem a responsabilidade de preparar o aluno para se tornar um cidadão ativo dentro
da sociedade, apto a questionar, debater e romper paradigmas. Cury (2003, p.127) afirma que “a
exposição interrogada gera a dúvida, a dúvida gera o estresse positivo, e este estresse abre as
janelas da inteligência. Assim formamos pensadores, e não repetidores de informações”.
A dúvida nessa exposição é um aspecto positivo, pois gera a curiosidade, levando o aluno a refletir
e buscar respostas. O autor citado enfatiza que a exposição interrogada transforma a informação
em conhecimento e esse conhecimento, em experiência e o melhor; o professor não mais é
persuasivo, ou o que convence, mas o que provoca e estimula a inteligência. Diante disso, ele
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desempenha, no processo de ensino/aprendizagem, o papel de gerenciador e não de detentor do
conhecimento.
Numa sociedade que está sempre em transformação, o professor contribui com seu conhecimento
e sua experiência, tornando o aluno crítico e criativo. Deve estar voltado ao ensino dialógico, uma
vez que os seres humanos aprendem interagindo com os outros. É o processo aprender a aprender.
O professor deve provocar o aluno passivo para que se torne num aluno sujeito da ação.
As leis estabelecem as diretrizes e bases da educação nacional, decretando a todo cidadão o direito
a educação, abrangendo processos formativos que se desenvolvem desde a família às
manifestações culturais. Estas leis disciplina que a educação escolar se desenvolva por meio do
ensino em instituições próprias, mas devendo vincular-se ao mundo do trabalho e às práticas
sociais. Dessa forma, destacam-se as seguintes funções do professor:
Percebe-se que o papel do professor, é mais do que transmitir informações. Numa gestão
democrática, ele deve participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino, como também estabelecer os objetivos, as metas que se quer alcançar no tocante ao perfil
do aluno que se quer formar, uma vez que é ele que tem maior contato com o aluno e é de sua
responsabilidade a construção de uma educação cidadã. O artigo também fala com relevância sobre
o que o professor deve priorizar em relação à aprendizagem do aluno, buscando meios que venham
favorecer aqueles que apresentam dificuldades durante o processo. É importante que o professor
participe das atividades da escola em conjunto com as famílias dos alunos e a comunidade.
Por isso, na sua prática pedagógica, o professor não pode ser omisso diante dos fatos sócio-
históricos locais e mundiais, e precisa entender não apenas de sua disciplina, mas também como
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de política, ética, família, para que o processo de ensino/aprendizagem seja efetivado na sua
plenitude dentro da realidade do aluno.
Reforça Cury (2003, p.65) “os educadores, apesar das suas dificuldades,
são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a
inclusão, os sentimentos altruístas, enfim todas as áreas da sensibilidade
não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos.”
Conclui-se com essa afirmação que o professor é a alma do estabelecimento de ensino. Ele tem a
tarefa importante de formar cidadãos e de desenvolver neles a capacidade crítica da realidade, para
que possam utilizar o que aprenderam na escola em diversas situações e/ou lugares.
Para Alves (1994, p.100), “se os professores entrassem nos mundos que existem na distração dos
seus alunos, eles ensinariam melhor. Tornar-se-iam companheiros de sonho e invenção.” Muitas
vezes a distração dos alunos leva-os para outro mundo fora da sala de aula, mas a um mundo de
criações, de sonhos, de desejos de realização de algo que permeia sua vida. É importante o
professor conhecer o mundo do aluno para dar significado à sua prática educativa. Pois a realização
desta se dá quando existe o processo de compreensão professor-aluno, aluno-professor. Essa
compreensão está no sentido de que ambos caminham juntos na produção do conhecimento.
Zagury (Nova Escola, p.21) afirma que o professor precisa mostrar a beleza e o poder das ideias,
mesmo que use apenas os recursos de que dispõe: quadro-preto e giz. Observa-se nessa afirmação
que a aula pode ser bem positiva e agradável, sem os grandes recursos que permeiam todas as
atividades humanas e em todos os lugares: os recursos tecnológicos.
Antes de qualquer decisão acerca da educação, é preciso ouvir o professor. É ele que acompanha
o aluno, medeia o conhecimento, faz parte do processo pedagógico efetivamente. É ele que
enfrenta as dificuldades de aprendizagem do aluno, as carências afetivas destes, e principalmente
sabe como adequar os conhecimentos prévios dos educandos aos conteúdos curriculares da escola.
Nesse sentido, o professor precisa também sentir-se motivado a caminhar frente às exigências da
sociedade. Apoiá-lo nas decisões do que é melhor para o aluno e escutá-lo por sua vez, porque é
com ele que o aluno passa o tempo em que está na escola. E o educando precisa ter consciência de
sua responsabilidade, respeitando as exigências da escola.
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Sabe-se que a escola não é responsável sozinha pelas transformações sociais, porém é nela que
acontece a intervenção pedagógica, resultando no processo de ensino/aprendizagem. É preciso
então, que ela tenha consciência da sua importância para desenvolver no educando a formação
crítica e dar condições para que ele possa participar das decisões da sua comunidade local ou
mundial.
Para Alves (1994, p.23) “o corpo não suporta um conhecimento morto que não possa ser integrado
com a vida.” Diante disso, a escola deve deixar de ser uma agência transmissora de informações e
transformar-se num lugar onde a informação seja produzida e o conhecimento seja significante. O
educando afirma sua identidade através do conhecimento e competências adquiridos na escola.
Dessa forma, a escola, diante das transformações que ocorrem no mundo, não pode deixar de
recolocar valores humanos fundamentais como o reconhecimento da diversidade e das diferenças,
da justaiça, assim como o respeito à vida como suporte de convicções.
A escola não é a que detém o saber, mas é a responsável por preparar o aluno para as exigências
postas pela sociedade. Ela não deve resumir-se ao papel de repassar conteúdos que não estejam
norteados com a realidade do aluno, como num processo “bancário”, ou seja, ou seja, o acúmulo
de conhecimento que o educando não sabe mobilizar quando sai da escola, frente as suas aspirações
pessoais.
A escola brasileira, hoje, encontra-se voltada para conteúdos que vão ajudar o aluno a ingressar
numa universidade ou no campo de trabalho. Os valores éticoculturais não estão sendo priorizados.
Os professores precisam cumprir um programa preestabelecido pela instituição como um fim, e
não como um meio para a aquisição do conhecimento ou a informação da cidadania do aluno.
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Charlot (Nova Escola, p.18) afirma “a escola ideal é aquela que faz sentido para todos e na qual
o saber é fonte de prazer.” Diante dessa afirmação vê-se que a escola que se deseja é a que promova
saberes que o aluno entenda.
Um recurso importante que provoca interesse no aluno, hoje é o computador. O que se pode
perceber são alunos querendo aulas diferentes utilizando esse recurso, porém com o objetivo de
conversar com pessoas pela internet, e não para pesquisar. A escola precisa conscientizar o aluno
que pode usar esse recurso nas aulas, mas deve orientá-los para a pesquisa.
Diante desse relato, a escola deve trabalhar de forma que adapte os conteúdos à realidade e à
diversidade de cultural, e que a teoria e a prática estejam em consonância com as situações vividas
pelos alunos. É fundamental que ela ofereça condições e liberdade ao professor para que ele possa
desenvolver um bom trabalho frente ao aluno, visando a sua aprendizagem como cidadão e como
ser capaz de realizar tarefas em sociedade, uma vez que a aprendizagem é um processo continuo e
inacabado e não um fim com o objetivo de formar apenas profissionais para o campo de trabalho.
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Hoje, ainda se observa que a responsabilidade de formar e informar incide sobre o professor.
Quando ele realiza uma estratégia diferente para repassar os conteúdos, outros segmentos da escola
questionam se o tempo é suficiente para atingir toda a programação. No entanto o compromisso
da escola deve ser com o conhecimento do aluno, como ele se dá, e não com a transmissão de
conteúdos programados previamente sem a análise das necessidades do educando.
O professor precisa de liberdade e autonomia para lidar com os conteúdos que vão provocar a
inquietação do aluno. Para isso, a escola deve contribuir oferecendo-lhe condições para atuar,
apoiando-o nas suas ideias com o mesmo objetivo de formar pessoas que podem mudar toda uma
nação. Muito mais que ensinar conteúdos, a escola tem a responsabilidade de contribuir para a
construção da cidadania e o respeito às diversidades.
Algumas vezes a família não tem consciência da importância de seu apoio junto à instituição
escolar do filho. No entanto, a participação efetiva daquela na educação da criança é essencial para
que esta consiga atingir seu objetivo. A família é o suporte para que a educação da criança
prevaleça na sua vida escolar. Diante disso, o acompanhamento de perto do que se desenvolve é
fundamental no processo de aprendizagem, uma vez que não envolve apenas o aspecto cognitivo
do educando, mas a formação de pessoas como seres constituintes de uma sociedade de valores
morais e éticos.
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critérios diferentes. No entanto a família precisa conscientizar-se do seu papel no processo de
criação da criança, não responsabilizando unicamente a escola por essa função.
Para corroborar com a ideia acima Chalita (2004, p.17) diz que “por melhor que seja a escola, por
mais bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência deixada por uma
família ausente”.
É preciso também que a sociedade, não apenas os setores ligados à educação, promova ações
relacionadas ao cotidiano, para que a família compreenda os objetivos traçados pela escola, assim
como a sua corresponsabilidade no processo educativo.
Para Chalita (2004, p.20) “ a família tem a responsabilidade de formar o caráter, educar para os
desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais”. É fundamental que o educando tenha
valores constituídos na família, para que junto à escola ele possa ampliar outros valores,
respeitando e contribuindo para a realização do processo educativo.
Considerando que a escola deve trabalhar com o conhecimento prévio e a experiência do aluno, a
família precisa contribuir no processo, educando, assumindo responsabilidades e atuando em
parceria com a escola, ressaltando que cada uma das partes deve preservar suas características
próprias.
Essa ação conjunta facilitará a adaptação do educando no espaço escolar e sua relação com a
aprendizagem, possibilitando uma educação satisfatória. Pode-se perceber que a escola e a família
devem buscar parcerias, de forma que os educandos tenham oportunidades de construir um perfil
de pessoa capaz de viver e conviver em situações novas e prazerosas para eles.
4. Conclusão
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Sabe-se que a educação ultrapassa o espaço educacional, porém são os conhecimentos e
competências adquiridos na escola que darão sentido à afirmação de identidade do aluno.
Freire (1996, p.42) enfatiza A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser
humano a irrecusável prática de interligar, desafiar o educando com quem se comunica e a quem
comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. Não há intelegilidade que
não seja comunicação e intercomunicação e que não se funde na dialogo. O pensar certo por isso
é dialógico e não polêmico.
A afirmação acima corrobora com a prática educativa do professor numa comunicação com o
educando, em que ambos participantes do processo de conhecimento em um movimento dialógico.
Ressaltou-se ainda nesta pesquisa que a relação entre professor e aluno deve ser harmônica e
afetuosa. O professor também deve exercer sua autonomia, mas sem autoritarismo, respeitando as
dificuldades do aluno e participando da sua vida.
Freire (1996, p.52) diz que “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. O professor aberto às indagações
dos alunos e a curiosidade.
O professor não deve privilegiar a memorização dos conteúdos. Estes devem estar
contextualizados a uma realidade sócio-histórica, uma vez que o educando faz parte de uma
sociedade em constante transformação e os conteúdos trabalhados na escola precisam estar
relacionados à sua prática social. Nesse sentido, o conhecimento de mundo do educando deve ser
considerado relevante para que a prática educativa seja concretizada e levada além do contexto
escolar.
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Para que a escola tenha sentido para o aluno, é preciso também que o professor ofereça condições
e provoque situações que o leve a pensar, criticar e desenvolver o aspecto cognitivo, baseando-se
na sua experiência de vida.
Destaca-se, ainda, que a escola e a família devem exercer sua responsabilidade no processo de
formação do educando. Esta tem a responsabilidade na formação do caráter da criança para que
aquela possa trabalhar os conhecimentos do aluno relacionando-os aos que traz de fora. O
professor deve ter apoio de ambos os segmentos no processo de ensino e deve ter condições de
atuar com liberdade e autonomia.
Portanto, o educador deve fazer a ponte entre a teoria e a prática; e deve refletir sobre seu papel
na constituição do conhecimento de seu aluno e sobre a forma de desenvolver seu trabalho, a fim
de levar seus alunos a serem lideres de si mesmos e serem questionadores – enfim, cidadãos que
farão a diferença no mundo.
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5. Tema: A respiração
Fenômenos como a respiração, permeiam esses diferentes níveis, observando-se que os aspectos
macroscópicos são mais facilmente compreendidos. O objetivo desta correlação é identificar as
concepções prévias e as dificuldades na aprendizagem de conceitos submicroscópicos em
Biologia, quanto à respiração pulmonar e celular.
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7. Referências Bibliográficas
❖ CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 12ª Ed. São Paulo: Gente, 2004.
❖ CHARLOT, Bernard. Fala mestre. In: NOVA ESCOLA, nº 196, p.15-18, outubro, 2006.
❖ CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante,
2003.
❖ FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e terra, 1996.
❖ LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências
educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.
❖ ZAGURY, Tânia. Fala mestre. In: NOVA ESCOLA, nº 192, p.20-22, maio, 2006.
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