Fichas Ética e Política
Fichas Ética e Política
Fichas Ética e Política
Grupo I
(10 x 7) = 70 pontos
4. Para um defensor do objetivismo, o juízo “A pena de morte é uma prática moralmente errada":
A. tem valor de verdade e esse valor depende da sociedade que o avalia.
B. não tem valor de verdade.
C. tem valor de verdade e esse valor depende da preferência individual de um sujeito.
D. tem valor de verdade, mas esse valor é independente de qualquer perspetiva.
5. Os esquimós frequentemente praticam o infanticídio, ou seja, matam as suas crianças perfeitamente
normais. Fazem-no porque vivem num meio extremamente duro onde a comida escasseia e isso é uma
forma de assegurar a sobrevivência de todos.
Perante a constatação anterior, um relativista acerca dos valores defenderia que:
A. o infanticídio é objetivamente errado, independentemente dos esquimós o aceitarem.
B. o infanticídio é objetivamente correto, bastando que uma cultura o aceite.
C. o infanticídio apenas é correto na perspetiva das culturas que o aceitam.
D. o infanticídio apenas é correto na perspetiva individual de um dado sujeito.
6. Imagina que um subjetivista se dirigia a ti e dizia que “a prática da mutilação genital é errada”. Caso
fosses um relativista, o que lhe responderias?
A. “Ela é errada numas sociedades, mas pode não ser errada noutras.”
B. “Isso é apenas uma expressão de emoções sem valor de verdade.”
C. “Ela é errada para ti, mas pode não ser errada para outras pessoas da tua cultura."
D. “A prática da mutilação genital é objetivamente errada independentemente da tua opinião.”
10. A ideia que não podemos conceber que existem valores independentemente das nossas mentes, das
nossas preferências e dos nossos desejos constitui:
A. uma objeção ao subjetivismo.
B. uma objeção ao relativismo.
C. um argumento a favor do objetivismo.
D. uma objeção ao objetivismo.
Grupo II
(4 x 25) = 100 pontos
“(...) Segundo esta perspetiva, uma vez que a escravatura era moralmente correta para a maior
parte dos gregos antigos, apesar de não o ser para a maior parte dos europeus de hoje em dia,
a escravatura seria moralmente boa para os gregos antigos, apesar de ser moralmente má para
os europeus contemporâneos.”
Nigel Warburton. (2007). Elementos Básicos de Filosofia. Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Gradiva, p. 104
Qual é a perspetiva acerca da natureza dos juízos morais que está a ser criticada no texto? Porquê?
2. Podemos admitir que os pressupostos do objetivismo moral se enquadram com a essência da Declaração
Universal dos Direitos Humanos? Porquê?
Grupo III
(1 x 30) = 30 pontos
1.
“Suponha que alguém diz, por exemplo, o seguinte ‘Você só acredita na igualdade de
oportunidades porque você é um produto da sociedade liberal e ocidental. Se você tivesse
crescido numa sociedade de castas ou numa sociedade na qual as possibilidades disponíveis
aos homens e às mulheres fossem radicalmente desiguais, não teria as convicções morais que
tem, nem aceitaria como persuasivos argumentos morais que agora aceita’.”
Thomas Nagel. (1999). A Última Palavra. Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Gradiva, p. 124
Concordas com a perspetiva acerca da natureza dos juízos morais referida no texto? Porquê?
Grupo I
(10 x 7) = 70 pontos
2. Para Kant é suficiente saber que alguém não buzinou diante de um hospital para sabermos que a sua
ação tem valor moral. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque se alguém não buzina diante de um hospital, então está a cumprir a lei moral.
B. falsa, porque a ação de não buzinar diante de um hospital pode provocar consequências desastrosas.
C. verdadeira, porque se alguém não buzina diante de um hospital fá-lo sempre por saber que esse é o
seu dever.
D. falsa, porque alguém pode não buzinar diante de um hospital apenas com a intenção de não ser
multado pelas autoridades.
3. Para Kant, alguém que age segundo a máxima: “Estuda, se não queres que os teus pais fiquem
aborrecidos":
A. segue um imperativo hipotético e, portanto, age por dever.
B. segue um imperativo categórico e, portanto, age por dever.
C. segue um imperativo hipotético e, portanto, não age por dever.
D. segue um imperativo categórico e, portanto, age conforme o dever.
4. De acordo com Kant, o ato de não ajudar uma idosa a atravessar a rua quando esta pede ajuda:
A. não passa no teste do imperativo categórico, pois implica violar um dever perfeito.
B. não passa no teste do imperativo categórico, pois implica violar um dever imperfeito.
C. passa no teste do imperativo categórico, pois não implica violar um dever perfeito.
D. passa no teste do imperativo categórico, pois não implica violar um dever perfeito.
Fichas de Avaliação – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
5. Imagina que um familiar teu te pede segredo sobre a sua doença. Entretanto, a mulher dele, desconfiada
do estado de saúde do marido, pergunta-te se sabes o que se passa com ele. Nesta circunstância, a ética
kantiana:
A. diria que o melhor era contares a verdade à mulher, mesmo sabendo que estarias a trair a confiança
do teu familiar.
B. não saberia como responder a este conflito, porque qualquer uma das ações implica quebrar um
dever moral absoluto.
C. diria que o melhor era preservares o segredo do teu familiar e mentires à mulher, mesmo que isso
pudesse causar sofrimento na família.
D. diria que o melhor seria avaliar as consequências das duas ações e agir em função daquela que
causasse menos sofrimento para todos.
6. Tanto para Kant como para Mill existem deveres morais absolutos.
Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque atos como matar, roubar ou mentir são proibições absolutas à luz das éticas dos
dois autores.
B. falsa, porque a existência de deveres morais absolutos só se aplica à ética de Mill.
C. verdadeira, porque independentemente de os dois autores defenderem pressupostos distintos nas
suas éticas, há valores morais que se impõem em qualquer circunstância.
D. falsa, porque a existência de deveres morais absolutos só se aplica à ética de Kant.
8. Segundo a ética utilitarista, cometer uma injustiça ou fazer algo moralmente condenável como matar ou
torturar inocentes pode, por vezes, ser a coisa certa a fazer.
Esta ideia constitui:
A. a objeção da exigência extrema.
B. a objeção da permissividade extrema.
C. o princípio da maior felicidade.
D. o princípio da utilidade.
Fichas de Avaliação – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
9. Para Stuart Mill, o ato de ler um livro é preferível ao ato de nos deliciarmos a comer uma sobremesa.
Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque são ambos prazeres superiores e necessários, mas o ato de ler um livro é mais
duradouro.
B. falsa, porque ambos os prazeres são qualitativamente idênticos e o ser humano precisa de satisfazer
ambos ao longo da sua vida.
C. verdadeira, porque o ato de ler um livro corresponde a um prazer superior e o ato de nos deliciarmos
com uma sobremesa corresponde a um prazer inferior.
D. falsa, porque o ato de nos deliciarmos com uma sobremesa é uma necessidade básica absolutamente
necessária e o ato de ler um livro é prescindível.
10. Supõe que uma casa está a incendiar e o João ouve duas pessoas a gritar, aparentemente encurraladas
dentro da casa. Apercebe-se que nesse mesmo momento um conhecido canal de televisão estava a
fazer uma reportagem uns metros à frente. Sem pensar duas vezes e, na esperança de ser louvado
pelo seu ato heroico, decide arrombar a casa e salva as duas pessoas. O que diriam Kant e Mill da ação
do João?
A. Ambos diriam que a ação do João não tem valor moral.
B. Apenas Kant diria que a ação do João tem valor moral.
C. Ambos diriam que a ação do João tem valor moral.
D. Apenas Mill diria que a ação do João tem valor moral.
Grupo II
(4 x 25) = 100 pontos
“O papel que a teoria dá a emoções tais como a compaixão, a simpatia, e a piedade parece
inadequado.
Kant afasta tais emoções irrelevantes para a moral: a única motivação apropriada para a ação
moral é o sentido do dever. Sentir compaixão pelos mais necessitados – apesar de, de certos
pontos de vista, poder ser digno de louvor – não tem, para Kant, nada a ver com a moral.”
Nigel Warburton. (2007). Elementos Básicos de Filosofia. Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Gradiva, p. 83
“O seu automóvel tem de bater contra um de dois veículos próximos: um SUV ou um carro de
mala bagageira longa muito mais frágil. Ambos os veículos transportam uma mãe e um bebé
numa cadeira adequada. Em que veículo deve o automóvel autónomo bater?
Se bater no SUV, é mais provável que os seus ocupantes sobrevivam, mas será justo para o
condutor desse veículo? Começariam as pessoas a comprar automóveis menos sólidos, para
reduzirem a probabilidade de serem atingidas em acidentes?”
Eric Chaline. (2019). 101 Dilemas para o Filósofo de Bancada. Lisboa: Editorial Presença, p. 163 (adaptado)
“Muito cedo, no dia de Natal, Andrew tira os montes de presentes do seu esconderijo. E fá-lo
mesmo a tempo. Instantes depois, a sua filha de cinco anos, Cate, entra de rompante pela sala,
com os olhos a brilhar de entusiasmo enquanto pergunta: 'O Pai Natal veio?'. 'Claro que veio!',
responde Andrew, apontando para as caixas embrulhadas com papéis coloridos. 'Os presentes
não chegavam cá sozinhos.'
Mais tarde, nesse dia, a mãe de Andrew ofereceu-lhe uma camisola muito feia que ela própria
tricotou. Andrew agradece e diz 'Que bonita. É o ideal para estes dias frios de inverno'.
(...) Nessa noite, depois de toda a gente já estar na cama, a mulher de Andrew, Katherine, aperta-
lhe a mão com afeto. 'Foi um dia ótimo', diz ela. 'Isso é porque tivemos todos os ingredientes
essenciais para um bom Natal', responde ele com um sorriso. 'Muitas luzes, muito peru... e
muitas, muitas mentirinhas inocentes'."
Eric Chaline. (2019). 101 Dilemas para o Filósofo de Bancada. Lisboa: Editorial Presença, p. 26 (adaptado)
Perante a situação acima descrita, compara as respostas de Kant e Mill acerca das “mentirinhas
inocentes”.
“(...) Ora, é um facto inquestionável que aqueles que estão igualmente familiarizados com
ambos, e são igualmente capazes de os apreciar e gozar, dão uma acentuada preferência ao
modo de vida ao qual se faz uso das faculdades superiores."
J. Stuart Mill. (2020). Utilitarismo. Trad. Pedro Galvão. Lisboa: Book Builders, p. 15
Segundo Mill, quem pode ajuizar acerca da qualidade dos prazeres? Justifica a tua resposta.
Fichas de Avaliação – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Grupo III
(1 x 30) = 30 pontos
1. O fim último da moralidade é a procura da felicidade. Assim, o nosso dever fundamental é que as nossas
ações possam promover tanto quanto possível a felicidade.
Concordas? Porquê?
Grupo I
(10 x 7) = 70 pontos
1. Qual das seguintes opções melhor se enquadra com a perspetiva política de John Rawls?
A. A justiça social consiste no respeito total pela liberdade de cada um para fazer o que bem entende
com a sua pessoa e com os seus bens.
B. A justiça social consiste numa distribuição em partes iguais dos bens sociais primários.
C. A justiça social consiste num equilíbrio entre a prioridade das liberdades básicas e a igualdade social.
D. A justiça social consiste na tentativa de conceder a todos os cidadãos competências sociais para
poderem gerir a sua própria vida.
3. Rawls afirma que as várias partes contratantes devem estar a coberto de um véu de ignorância. O
objetivo desta experiência mental é:
A. garantir o maior total de felicidade possível.
B. garantir que os princípios de justiça são escolhidos por pessoas em circunstâncias de vida iguais.
C. garantir que todas as pessoas possam fazer parte da escolha de princípios de justiça.
D. garantir a imparcialidade na escolha de princípios de justiça.
Fichas de Avaliação – O problema da justiça social
4. Imagina que te encontras na posição original a tentar decidir que princípios devem orientar a organização
da sociedade para que esta seja mais justa. Na situação que a seguir te apresentamos, sabemos que A, B
e C correspondem ao rendimento anual de cada uma dessas classes em três sociedades possíveis.
A B C Total
Sociedade 1 20 18 16 54
Sociedade 2 12 12 12 36
Sociedade 3 30 15 5 50
Segundo Rawls, se não soubermos a que classe iremos pertencer, qual destas sociedades era preferível
viver?
A. Na sociedade 3, porque é aquela onde há mais riqueza e a expectativa de ter uma vida melhor.
B. Na sociedade 1, porque é a escolha mais segura desconhecendo o lugar que iríamos ocupar na
sociedade.
C. Na sociedade 2, porque é a mais justa e embora a riqueza não seja muita, pelo menos, garante-se que
todos têm o mesmo nível de rendimento.
D. Na sociedade 1, porque é aquela que no conjunto de todas têm o maior número total de riqueza.
A B C Total
Sociedade 1 20 18 16 54
Sociedade 2 12 12 12 36
Sociedade 3 30 15 5 50
7. Qual das seguintes afirmações vai ao encontro da descrição do princípio da diferença proposto por Rawls?
A. As desigualdades económicas e sociais devem estar ligadas a postos e posições acessíveis a todos em
condições de igualdade de oportunidades.
B. A desigualdade na distribuição da riqueza deve ser sempre feita em prol do benefício para os mais
desfavorecidos.
C. Se as desigualdades na distribuição da riqueza acabarem por beneficiar os mais favorecidos, então
justificam-se.
D. A sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada pessoa, compatível com uma liberdade
igual para todos.
9. Segundo Nozick, impor às pessoas uma conceção padronizada de distribuição da riqueza é uma situação
injusta.
Esta afirmação é:
A. falsa, porque é uma forma de garantir que todas as pessoas estão em situação de igualdade de
oportunidades.
B. verdadeira, porque pressupõe uma restrição à igualdade de oportunidades.
C. falsa, desde que não viole os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos.
D. verdadeira, porque viola a liberdade individual e os direitos de propriedade.
Grupo II
(4 x 25) = 100 pontos
Tendo por base o texto, que crítica podemos levantar à conceção política de Rawls? Justifica a tua
resposta.
"Uma conceção do eu anterior aos seus propósitos e às suas ligações não é capaz de dar conta
de certos aspetos importantes da nossa experiência moral e política. Certas obrigações morais
e políticas que comummente reconhecemos – obrigações de solidariedade, por exemplo, ou
deveres religiosos – podem impor-se por razões que nada têm que ver com uma escolha. Tais
obrigações são difíceis de afastar como meras confusões e, no entanto, são difíceis de acomodar
se nos encararmos como seres livres e independentes, que não são constrangidos por laços
morais que não escolheram.
Michael Sandel. (1998). Liberalism and the Limits of Justice. New York: Cambridge University Press, pp. 187-188
3.1 Será que Rawls tem a mesma perspetiva acerca da pessoa humana que o autor do texto? Porquê?
Fichas de Avaliação – O problema da justiça social
“(...) Rawls afirma que os cidadãos prefeririam os princípios do ‘véu de ignorância’ aos
utilitaristas porque a regra maximin em que repousam produz mais equidade do que os outros
sistemas de distribuição.”
A. C. Grayling. (2020). Uma História da Filosofia. Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Edições 70, p. 525
Por que razão Rawls rejeita os pressupostos do utilitarismo? Justifica a tua resposta.
Grupo III
(1 x 30) = 30 pontos
1. Será que os princípios de justiça preconizados por Rawls na sua teoria garantem uma
sociedadeefetivamente justa?