Ficha de Trabalho Rawls

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CLUBE DAS IDEIAS 10

Ficha de trabalho N.º 1

A teoria da justiça de John Rawls Filosofia

10.º Ano de Escolaridade Turmas

Professor/a: __________________

Grupo I

1. Por que é que a igualdade não significa justiça? Apresenta um exemplo justificativo.

Grupo II
Assinala com F as proposições FALSAS e com V as VERDADEIRAS.

1. Uma das tarefas principais da teoria da justiça como equidade consiste em determinar os princípios
morais que seriam escolhidos na posição original. ____
2. Para Rawls, imaginarmo-nos na posição original é conceber que estamos numa situação inicial
hipotética, na qual vamos ter de escolher os princípios da sociedade em que iremos viver. ____
3. De acordo com Rawls, colocadas na posição original, as pessoas reconhecerão como razoável o
princípio da utilidade ou da maior felicidade. ____

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4. Segundo Rawls, não há injustiça no facto de alguns conseguirem benefícios maiores do que outros,
mesmo que a situação das pessoas menos afortunadas não seja, por esse meio, melhorada. ____
5. Rawls defende que todos os bens sociais primários devem ser distribuídos de maneira igual, a menos
que uma distribuição desigual de alguns ou de todos estes bens beneficie os menos favorecidos.
____
6. Para Rawls, na escolha dos princípios de justiça ninguém deve ser beneficiado ou prejudicado pela
fortuna natural ou pelas circunstâncias sociais. ____
7. De acordo com Rawls, os princípios de justiça são escolhidos a partir da situação própria de cada um,
tendo presentes as inclinações e aspirações particulares. ____
8. Segundo Rawls, para que o acordo seja justo, é necessário imaginar uma situação inicial em que
todos os intervenientes estão cobertos por um véu de ignorância. ____
9. Na posição original e sob o véu de ignorância, diz Rawls, cada um de nós considerará racional jogar
pelo seguro e maximizar a felicidade geral. ____
10. Para Rawls, cobertos pelo véu de ignorância, jogaremos pelo seguro e adotaremos princípios que
permitam maximizar o pior que nos pode acontecer. ____
11. Em virtude do véu de ignorância, diz Rawls, quando tentamos estabelecer as cláusulas de um acordo
imaginário somos levados a cooperar no sentido do maior benefício de todos e de cada um. ____
12. O primeiro princípio da justiça a emergir do acordo hipotético é o princípio da igualdade, o qual
inclui dois princípios: o princípio da diferença e o princípio da oportunidade justa. ____
13. O princípio da liberdade tem prioridade sobre os restantes princípios e impede práticas como a
escravatura, a tortura ou a prisão arbitrária. ____
14. Rawls considera aceitável a obtenção de vantagens sociais e/ou económicas à custa do sacrifício das
liberdades básicas. ____
15. A segunda parte do princípio da igualdade pressupõe que o Estado deve intervir de forma a garantir
que todos possam ter as mesmas oportunidades. ____
16. O princípio da diferença favorece uma distribuição equitativa da riqueza, mas estabelece a existência
de desigualdades a favor dos que mais se esforçam. ____
17. A teoria de Rawls estabelece que o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre os outros dois e
o princípio da oportunidade justa tem prioridade sobre o princípio da diferença. ____
18. Para Rawls, as liberdades básicas individuais são absolutas, não podendo em circunstância alguma
ser limitadas ou restringidas. ____
19. A discriminação positiva, que consiste em tratar certos grupos de pessoas de forma preferencial,
seria aceitável no contexto da teoria da justiça de Rawls e do princípio da oportunidade justa. ____

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20. Para alguns críticos de Rawls, não é possível abraçar simultânea e consistentemente o princípio da
diferença e o princípio da liberdade. ____

Grupo III
Começa por ler, atentamente, os excertos que se seguem, antes de responderes às questões.
DOC. 1
A teoria da justiça como equidade é um exemplo daquilo a que chamei teoria contratualista. Pode
objetar-se ao uso do termo «contrato», ou de termos semelhantes, mas creio que ele é útil. (…) Como já
afirmei, para compreender o conceito é preciso ter presente que ele implica um certo grau de abstração.
Em particular deve ter-se presente que o conteúdo do acordo não está na adesão a uma sociedade dada
ou na adoção de uma certa forma de governo, mas na aceitação de certos princípios morais. Por outro
lado, os compromissos a que ele se refere são puramente hipotéticos: a conceção contratual defende
que certos princípios serão adotados numa situação inicial devidamente definida.
John Rawls, Uma teoria da justiça, Editorial Presença, 2013, p. 36.

1. Em que medida a teoria da justiça como equidade é uma teoria contratualista?


Na tua resposta, integra, de forma pertinente, informação do texto.

DOC. 2
(…) Neste ponto os dois princípios de justiça têm uma vantagem clara. As partes não só protegem as
suas liberdades básicas como obtêm uma garantia contra a ocorrência das piores de todas as
eventualidades possíveis. Não correm o risco de virem a ter de consentir numa perda da liberdade para
que outros possam gozar de um bem maior (…).
(…) Quando os dois princípios são cumpridos, as liberdades básicas de cada sujeito estão garantidas e,
de um modo definido pelo princípio da diferença, cada sujeito é beneficiado pela cooperação social.
Deste modo, é possível explicar a aceitação do sistema social e dos princípios que ele cumpre através da
lei psicológica de que as pessoas tendem a amar, proteger e apoiar aquilo que defende o seu próprio
bem. Dado que o bem de todos é defendido, todos estarão inclinados a defender o sistema.
Quando o princípio da utilidade é cumprido, no entanto, não existe a garantia de que todos beneficiem.
A obediência ao sistema social pode obrigar a que alguns, em particular os menos favorecidos, devam
renunciar a benefícios para que um bem maior esteja à disposição do conjunto. (…) Mesmo quando não
somos muito afortunados devemos aceitar as maiores vantagens dos outros como uma razão suficiente
para termos expectativas mais reduzidas ao longo da vida. Trata-se de uma exigência excessiva. (…) É
evidente que os utilitaristas destacam o papel da simpatia e da aprendizagem moral, bem como o lugar

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central da benevolência, entre as virtudes morais. A conceção utilitarista da justiça é ameaçada pela
instabilidade, a não ser que a simpatia e a benevolência sejam cultivadas de forma geral e intensa. Ao
olhar a questão do ponto de vista da posição original, as partes rejeitarão o princípio da utilidade e
adotarão a ideia mais realista de conceberem uma ordem social com base no princípio da vantagem
recíproca. Não devemos, evidentemente, supor que, na vida quotidiana, as pessoas nunca fazem
sacrifícios substanciais pelos outros, já que, movidas pelos laços de afeição e de sentimento, tal ocorre
com frequência. Mas tais ações não são exigidas, em nome da justiça, pela estrutura básica da sociedade.
John Rawls, Uma teoria da justiça, Editorial Presença, 2013, pp. 148-149.

2. Como se posiciona Rawls face ao utilitarismo? Porquê?


Na tua resposta, integra, de forma pertinente, informação do texto.

CENÁRIOS DE RESPOSTA
Grupo I
A igualdade pode não permitir uma justa distribuição de direitos e deveres. Justiça é distribuir direitos e
deveres de acordo com a situação concreta de cada um, na sociedade, não promovendo a riqueza dos

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mais ricos, mas a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos (pressupõe-se que os mais
favorecidos beneficiem aqueles que menos têm).

Grupo II
1. (V); 2. (V); 3. (F); 4. (F); 5. (V); 6. (V); 7. (F); 8. (V); 9. (F); 10. (V); 11. (V); 12. (F); 13. (V); 14. (F); 15.
(V); 16. (F); 17. (V); 18. (F); 19. (V); 20. (V).

Grupo III
1. A noção de contrato está presente na filosofia desde a antiguidade, mas é só com os pensadores da
modernidade que esta adquire um lugar central nas teorias políticas. O contratualismo, tal como foi
entendido pelos filósofos dos séculos XVII e XVIII (Hobbes, Locke, Rousseau e Kant), parte da ideia de que a
organização social depende, em termos de justificação, de um contrato ou acordo hipotético entre os
membros da sociedade em causa, o qual permite estabelecer os princípios básicos dessa mesma sociedade.
Na base da argumentação contratualista estão, resumidamente, três elementos: a situação inicial, o contrato
e o resultado do contrato.
Na segunda metade do século XX, Rawls renova esta perspetiva, ajustando-a à sua teoria da justiça como
equidade: «o conteúdo do acordo não está na adesão a uma sociedade dada ou na adoção de uma certa
forma de governo, mas na aceitação de certos princípios morais». À situação inicial, pré-contratual, Rawls
chama «posição original». É a partir desta situação inicial hipotética que todos nós, seres livres e racionais,
somos convidados a escolher, sob condições devidamente definidas pela teoria, os princípios da sociedade
em que iremos viver. A teoria da justiça como equidade é um exemplo de contratualismo de inspiração
kantiana.

2. A teoria da justiça de Rawls constitui uma forte reação ao utilitarismo clássico. A principal razão desta
rejeição está exposta no texto. Segundo o critério utilitarista, uma ação é moralmente correta se, e só se, for
aquela que mais felicidade trouxer a um maior número de agentes morais. A maior felicidade do maior
número é, portanto, aquilo que constitui a medida do correto e do incorreto para utilitaristas como Stuart
Mill. Quando o princípio da utilidade é cumprido não existe, portanto, diz-nos Rawls, a garantia de que todos
beneficiem. É perfeitamente possível «que alguns, em particular os menos favorecidos, devam renunciar a
benefícios para que um bem maior esteja à disposição do conjunto». Esta é, para Rawls, uma exigência
excessiva e injusta.
Para o autor norte-americano, o utilitarismo esquece a justiça, na medida em que se contenta com a máxima
produção de bem-estar sem se importar com o seu modo de distribuição. Claro que os utilitaristas
destacaram a importância da educação na formação e desenvolvimento de agentes competentes, mas ainda

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assim «a conceção utilitarista da justiça é ameaçada pela instabilidade, a não ser que a simpatia e a
benevolência sejam cultivadas de forma geral e intensa». Rawls considera, por isso, que colocadas na
posição original, «as partes rejeitarão o princípio da utilidade e adotarão a ideia mais realista de conceberem
uma ordem social com base no princípio da vantagem recíproca».

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