Segurança Do Paciente

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SEGURANÇA DO PACIENTE

O tema Segurança do Paciente só ganhou relevância a partir da divulgação do relatório


do Institute of Medicine (IOM) To Err is Human. Tal relatório baseou-se em duas pesquisas
de avaliação de eventos adversos em prontuários de pacientes de hospitais de três cidades
norte-americanas (Nova York, Utah e Colorado). O termo evento adverso foi definido como
dano causado pelo cuidado à saúde e não pela doença de base, que aumentou o tempo de
permanência do paciente ou sucedeu em uma incapacidade presente no momento da alta
(Brasil 2014).
Define-se segurança do paciente, a redução do risco de danos desnecessários
relacionados à atenção à saúde, até um mínimo aceitável, o potencial para o dano é real se
levarmos em consideração a complexidade de procedimentos e tratamentos
(REBRAENSP/Polo RS, 2013).
Para que haja o cuidado seguro, é preciso ações adequadas dos profissionais de saúde,
em processos, instituições e serviços, bem como de políticas governamentais regulatórias,
solicitando esforço coordenado e contínuo. Ademais, é necessário construir uma cultura de
segurança do paciente, na qual os profissionais e serviços troquem entre si práticas, valores,
atitudes e comportamentos de redução de danos e promovam o cuidado seguro, inserindo,
sistematicamente, medidas de segurança em todos os processos de cuidado.
(REBRAENSP/Polo RS, 2013).
Conforme mencionado pela Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente,
“a segurança deve ser valorizada como um direito do paciente e um compromisso ético do
profissional de saúde”. Por isso, todos pontos de atenção à saúde devem proporcionar
cuidados e serviços seguros à população assistida, considerando as características e
necessidades específicas quanto à segurança do paciente de diferentes níveis de complexidade
das ações e serviços da Rede de Atenção à Saúde (REBRAENSP/Polo RS, 2013).
Diante disso, a segurança do paciente tornou-se um movimento mundial, exigindo a
formação de uma linguagem global, que contribuísse para o processo de comunicação ativa
em saúde (REBRAENSP/Polo RS, 2013).
No ano de 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS), criou a World Alliance for
Patient Safety, o objetivo era coordenar, disseminar e acelerar as melhorias relativas à
segurança do paciente (Brasil, 2013), além de propor medidas para reduzir os riscos e mitigar
os eventos adversos (Brasil, 2014).
Em seguida, a OMS desenvolveu a Classificação Internacional de Segurança do
Paciente (International Classification for Patient Safety – ICPS), conceituando: segurança do
paciente, dano, risco, incidente, circunstância notificável, Near miss, incidente sem lesão e
evento adverso (Brasil, 2014).
Para reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos, a OMS propõe: reduzir a infecção
associada ao cuidado em saúde, por meio da campanha de higienização das mãos, e promover
uma cirurgia mais segura, pela adoção de uma lista de verificação antes, durante e após o ato
cirúrgico. Além disso, soluções como: evitar erros com medicamentos que tenham nomes e
embalagens semelhantes; evitar troca de pacientes, ao prestar qualquer cuidado – administrar
medicamento, colher amostra para exame, infundir bolsa de sangue e etc.; garantir uma
correta comunicação durante a transmissão do caso; retirar as soluções eletrolíticas
concentradas das áreas de internação dos pacientes e controlar a sua utilização; criar
mecanismos de controle de soluções eletrolíticas concentradas; garantir a medicação correta
em transições dos cuidados (conciliação medicamentosa); evitar a má conexão de tubos,
cateteres e seringas; e usar seringas descartáveis, têm sido estimuladas pela OMS (Brasil,
2014).
No Brasil, a Portaria 529/2013 institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP) e determina a criação do Comitê de Implementação do Programa Nacional de
Segurança do Paciente (CIPNSP). O PNSP foi criado para contribuir para a qualificação do
cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional (Brasil, 2013).
Assim como, a Resolução n°36 de 2013 institui ações para a segurança do paciente em
serviços de saúde, e prevê a criação de Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos serviços
de saúde com o intuito de promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança
do paciente (ANVISA, 2008).
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA; AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 36, de 3 de junho de 2008. Dispõe sobre
Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e
Neonatal. Diário Oficial da União, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. 1ª edição, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de
Segurança do Paciente / Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
REDE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM E SEGURANÇA DO PACIENTE. Estratégias
para a segurança do paciente : manual para profissionais da saúde / Rede Brasileira de
Enfermagem e Segurança do Paciente. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2013.

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