Fichamento de Enfermagem
Fichamento de Enfermagem
Fichamento de Enfermagem
FICHAMENTO DE ENFERMAGEM
CENTRO DE EDUCAÇÃO POLO
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
SEGURANÇA DO PACIENTE
INTRODUÇÃO
Estudos realizados nos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia,
Canadá, Holanda e Suécia constataram que 2,9 % a 16,6 % dos pacientes internados
foram vítimas de eventos adversos, sendo 50 % passíveis de prevenção. No Brasil, um
estudo realizado em um hospital universitário mostrou que 50 % dos pacientes em alta
hospitalar e 70 % dos que evoluíram a óbito sofreram pelo menos um evento adverso.3
Frente a esse cenário, a enfermagem deve buscar estratégias sólidas para prestar o
cuidado seguro, como membro proativo e participante direto e responsável pela garantia
da segurança do paciente, e da promoção de uma cultura de segurança, levando em
consideração algumas estratégias, como a comunicação entre a equipe, os erros como
oportunidade de aprendizado e a valorização do profissional através da educação
continuada.4
MÉTODOS
DESARROLLO
A preocupação com a segurança nos serviços de saúde, embora possa parecer um tema
contemporâneo, já existe desde o século 19. A segunda obra de Florence Nightingale,
Notas sobre Hospitais, merece destaque pela objetividade de defender e reivindicar
condições adequadas à posição das enfermeiras nos cenários hospitalares, sendo a
responsabilidade pela ambiência, pelas condições de trabalho e tudo o mais que
concerne às estratégias de prevenção de erros humanos no ambiente hospitalar. 7
A partir desse relatório, a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente,
em 2004, despertando os países membros, incluindo o Brasil, para o compromisso de
desenvolver políticas públicas e práticas voltadas para a segurança do paciente. 6
O termo cultura de segurança foi utilizado pela primeira vez pelo Grupo Consultivo
Internacional em Segurança Nuclear ao publicar o relatório sobre o acidente nuclear de
Chernobyl em 1986, considerado o pior acidente na história da geração de energia
nuclear, que após uma explosão e um incêndio lançaram grandes quantidades de
partículas radioativas na atmosfera, que se espalhou por boa parte da União Soviética e
da Europa ocidental. O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria
nuclear e uma “cultura de segurança fraca” foi atribuída como principal causa do
acidente de acordo com a Internacional Atomyc Energy Agency. A partir desse
conhecimento recomendou-se às organizações que diminuíssem os acidentes e
incidentes de segurança através do desenvolvimento de uma “cultura de segurança
positiva”.12
A United Kingdom National Health Service, a Joint Commission for the Accreditation
of Healthcare Organizations, a Agency for Healthcare Research and Quality e o United
States National Quality Forum, em crescente preocupação com a segurança do paciente,
propuseram que as instituições de saúde adotassem modelos de Cultura de Segurança. 13
do paciente, mostram que o erro é uma questão complexa, pois cada tipo de falha possui
causas e explicações intrínsecas, onde as ações planejadas não acontecem como
esperado ou o planejamento foi inadequado para atingir o objetivo pretendido.17
A Aliança Mundial para Segurança do Paciente criada pela OMS vem incentivando a
adoção das Metas Internacionais de Segurança do Paciente como uma estratégia para
orientar as boas práticas para a redução de riscos e eventos adversos em serviços de
saúde, a socialização dos conhecimentos e das soluções encontradas, por meio de
6
A falta de informações sobre os EAs que ocorrem e sobre seus fatores causais, impede o
conhecimento, avaliação e a discussão sobre as consequências destes eventos para os
profissionais, usuários e familiares. Essa lacuna prejudica a ação dos gestores para
realização do planejamento e desenvolvimento de estratégias organizacionais voltadas
para a adoção de práticas seguras, minimização dos eventos e melhoria da assistência,
colocando em risco a segurança do paciente.23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da temática cultura de segurança do paciente no âmbito hospitalar está cada vez
mais presentes no meio científico, esse estudo teve como limitações, a não realização de
uma revisão sistemática, utilizou somente da literatura para apresentar um panorama
geral que busque a necessidade da realização de estudos que mensurem os erros, a
compreensão das causas das ocorrências de EA através de análises das situações que
contribuíram para a sua ocorrência e que desenvolvam soluções efetivas para tornar o
cuidado mais seguro.
Acredita-se que as reflexões ora realizadas possam contribuir para a ampliação das
discussões sobre a segurança do paciente e nortear ações para melhorar a assistência no
que se refere ao cuidado seguro. Dessa forma, esse estudo oferecerá subsídios para
novas reflexões que elucidem melhor as contribuições da enfermagem na segurança do
paciente, contribuindo para o ensino e a pesquisa em enfermagem.
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