Relatorio Da Pratica de G.A. - e - Exame
Relatorio Da Pratica de G.A. - e - Exame
Relatorio Da Pratica de G.A. - e - Exame
Equipa 2019
Relatório e Exame:
Estudante: Tutor:
Outubro, 2021
Índice
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................. iv
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... v
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................. vi
ii
3.2 Amostragem .................................................................................................................... 20
4.2.1 Contributo dos professores para gestão adequada de resíduos sólidos ................... 28
iii
DECLARAÇÃO
Declaro, por minha honra que este relatório nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer
grau, e que ele constitui o resultado da minha inteira investigação, para o grau de Licenciatura em
Desenvolvimento Comunitário, pelo Instituto Superior de Educação e Tecnologia – One World
University – Extensão de ADPP Macuze, estando indicadas no texto e nas bibliografias as fontes
por mim utilizadas.
O autor
_________________________________
iv
AGRADECIMENTOS
Neste momento sublime e completamente esperado, em primeiro lugar agradeço à Deus que
sempre iluminou a minha vida tremendamente no decorrer desses dias tão cansativos. Obrigado,
meu Senhor, pois em momento algum me deixa fraquejar diante de minhas dificuldades!
À minha família que não tem medido esforço para me ancorar nesta fase tão difícil e
importantíssima da minha vida.
Ao meu tutor, Dr. António Fernando Silva, pelo acompanhamento, paciência e dedicação durante
a elaboração do presente relatório, pelas incansáveis correcções e sugestões feitas sem as quais
não seria possível a realização do mesmo.
À direcção, aos professores e alunos da Escola Secundária Geral de Gurúè, por terem aceite a
realização do trabalho, que mesmo estando ocupados na realização das suas actividades aceitaram
responder às questões que lhes foram colocadas.
Aos meus amigos e colegas do curso que partilham comigo os bons e maus momentos da vida
académica.
À todos aqueles que directa ou indirectamente têm dado o seu contributo na minha vida
académica o meu muito obrigado.
v
DEDICATÓRIA
Dedico este relatório à minha esposa, Mariane Borge Vida, meu filho, Laquine Chamuchidine
Assane, ao meu pai Assane Salimo e à minha mãe, Assia Salimo (em memória), que descansa em
paz, aos meus irmãos, que acreditam no meu potencial, por me darem a energia e entusiasmo que
necessito, através do seu apoio moral, emocional e, em algumas vezes, material para o
desenvolvimento deste curso.
vi
1 CAPÍTULO: INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
Os Resíduos Sólidos (RS) são produzidos desde o início da civilização, no entanto, nos primeiros
períodos eram facilmente eliminados em grandes espaços abertos de terra, isto porque a
densidade populacional era baixa e os resíduos gerados eram na sua maioria biodegradável
(Oliveira & Bassetti, 2015). Souza (2004) acredita que o que está por detrás da problemática da
Gestão de Resíduos Sólidos (GRS) actualmente é o capitalismo, modelo económico
predominante, visto que incentiva a produção e consumo de bens não só pouco duráveis, mas
também descartáveis o que acaba impactando de forma adversa o meio ambiente.
Querino e Pereira (2016) acrescentam que os problemas de resíduos sólidos também estão
ligados à variedade de materiais descartados e à dificuldade em encontrar áreas para o seu
depósito visto que a geração e a deposição são actividades quotidianas da população. Ao
contrário do período do início da civilização, actualmente os RS causam problemas ao Meio
Ambiente (MA) bem como à saúde pública, pois a geração de RS já é em grandes quantidades, o
descarte é em locais inadequados e são resíduos que por sua natureza levam longos períodos para
sua degradação, e outros quando entram em processo de decomposição libertam substâncias
químicas que impacta de forma adversa ao MA (Silva, Ferreira, Roesler, Borella. Gelatti, Boelter
& Mendes, 2017)
As instituições de ensino podem ser comparadas com pequenos núcleos urbanos, pois, geram
variados tipos de resíduos oriundos de actividades relativas a limpeza, produção de alimentos,
actividades administrativas, salas de aula, entre outros resíduos (Klippel, 2015). Entretanto, a
escola pode ser considerada um dos lugares adequado para se trabalhar a relação homem-
ambiente-sociedade, de modo a formar cidadãos críticos e criativos, com uma nova visão do
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mundo (Cabral, Ribeiro & Hrycyk, 2015). Segundo Ribeiro (2004), o que o indivíduo percebe
nem sempre é o que o ambiente é, mas o que seus sentidos apreendem a partir do seu filtro
cultural. Com base na Educação Ambiental (EA) pode-se consciencializar e sensibilizar sobre o
meio ambiente, desenvolver habilidades e informações necessárias para minimizar os problemas
ambientais (Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental [MICOA], 2009). Portanto, de
acordo com Campos et al. (2012) este panorama só pode ser avaliado com o uso de estudos de
percepção ambiental, pois estes permitem compreender melhor a interrelação homem /meio
ambiente, seus anseios, critérios de julgamentos e condutas, possibilitando conhecer o nível da
consciencialização ambiental e cidadania participativa, frente aos vários aspectos da
problemática ambiental.
Para uma melhor percepção e análise, o trabalho está estruturado em três capítulos. No primeiro
capítulo, referente a parte introdutória é apresentada a presente introdução, depois, é apresentada
a definição do problema de pesquisa, os objectivos do estudo: geral e específicos que se esperam
alcançar, justificativa e hipóteses. No segundo capítulo é apresentada a revisão da literatura,
onde diferentes autores apresentam os principais delineamentos acerca do papel da auditoria nas
Instituições públicas. No terceiro capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa, onde foi
evidenciada a classificação da pesquisa, fontes de dados, dados da pesquisa, o plano de colecta
de dados e por fim instrumentos usados para a colecta de dados, cronograma de actividades e o
orçamento. E, por fim as referências bibliográficas utilizadas para a elaboração do trabalho e os
apêndices.
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Observam-se resíduos sólidos dispostos inadequadamente no recinto e arredores da Escola
Secundária Geral de Gurué: RS dispersos pelo ambiente escolar na maior parte do tempo lectivo;
pequenas lixeiras a céu aberto distribuídas pelo recinto escolar.
Identificar as razões que levam a disposição inadequada dos resíduos sólidos na Escola
Secundária Geral de Gurué;
Descrever as práticas dos professores da Escola Secundária Geral de Gurué em relação a
Gestão dos Resíduos Sólidos;
Analisar a percepção ambiental dos professores da Escola Secundária Geral de Gurué
acerca da Gestão de Resíduos Sólidos.
A questão do lixo é uma das mais inquietantes, dentre os vários problemas ambientais mundiais,
e diz respeito a cada indivíduo (Oliveira & Bassetti, 2015). Tratar a questão da produção e
destinação dos resíduos sólidos na educação é um desafio, cuja solução passa pela compreensão
do indivíduo como parte actuante no meio em que vive (Miranda, 2012). E ainda, de acordo com
Costa et al. (2012), abordar o processo de GRS na escola, abre possibilidade de atingir os demais
segmentos da sociedade, pois, a comunidade escolar é composta por um grupo diversificado de
pessoas que desempenha importante papel dentro e fora da escola.
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Ao educador ambiental, cabe investigar, inicialmente, como a comunidade se relaciona com o
seu meio ambiente e, consequentemente, identificar os obstáculos existentes para, a partir de
então, implementarem-se práticas sócioeducativas (Campos et al., 2005). Entretanto, actualmente
são poucas as pesquisas e intervenções que buscam promover uma educação ambiental nas
escolas públicas e pouco se tem feito pelos órgãos governamentais para sensibilizar a
comunidade escolar em prol da preservação do meio ambiente (Silva, 2013).
Esta pesquisa contribui no campo de ciência na medida em que possui dados primários sobre o
modo de pensar e agir da comunidade escolar da Escola Secundária Geral de Gurué em relação
aos resíduos sólidos e poderão ser utilizados para fazer um plano de GRS. A procura de soluções
para promover uma gestão adequada de resíduos sólidos na Escola Secundária Geral de Gurué
constitui a principal motivação para a realização desta pesquisa, visto que o local do estudo é
local de serviço do pesquisador. E também, a negligência de actos que comprometem a gestão
adequada de resíduos sólidos pelos professores, pode não só desenvolver a insensibilidade nos
alunos em ambientes descaracterizados, mas também consolidar condutas nocivas à
sustentabilidade ambiental e ainda comprometer a saúde pública.
O estudo da percepção ambiental serve de base para a melhor compreensão das interrelações do
homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas.
Quais são as razões que levam a disposição inadequada de resíduos sólidos na Escola
Secundária Geral de Gurué?
Como os professores da Escola Secundária Geral de Gurué contribuem para gestão
adequada dos resíduos sólidos?
Qual é a percepção Ambiental dos professores da Escola Secundária Geral de Gurué em
relação a gestão dos resíduos sólidos?
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2 CAPÍTULO: REVISÃO DA LITERATURA
Lixeira - é um local onde há uma inadequação disposição final de resíduos, caracterizada pelo
simples descarte sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou saúde pública
(Botelho, 2002).
Dias (2000) acrescenta que a consciência ambiental surge, a partir do saber ambiental, a mesma
pode ser entendida como uma mudança de comportamento tanto de actividades quanto em
aspectos da vida, dos indivíduos e da sociedade em relação ao meio ambiente. Entretanto,
segundo Faggionato (2011), cada indivíduo percebe e responde diferentemente frente às acções
do meio. O ambiente é percebido de acordo com os valores e as experiências individuais dos
seres humanos pelos quais são atribuídos valores e significados em um determinado grau de
importância em suas vidas (Campos et al., 2012).
Segundo Laet e Bazerra (2003), a imagem negativa que as pessoas têm sobre o lixo, quase
sempre está relacionado ao interior das suas casas, entretanto, quando se trata do espaço público
não se têm o mesmo o conceito. Ainda conforme Laet e Bazerra (2003), se os indivíduos não se
incomodam com a presença do lixo a céu aberto, é uma forma autêntica concluir que para essas
pessoas descartar o lixo no chão é um acto normal.
Segundo Costa, Soares, Coral e Mota (2012), a visão naturalista separa o ser humano do meio
ambiente, colocando-o como mero observador, sem laços de pertença e responsabilidade. E
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segundo os mesmos autores, precisa ser substituída por uma visão holística, sistêmica,
interdisciplinar e próxima.
Além disso, a EA trabalhada nas crianças tem um efeito multiplicador dentro das famílias e da
comunidade em que elas vivem (Cabral et al., 2015).
Segundo Querino e Pereira (2016), a EA é uma componente essencial que deve estar presente em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em carácter formal e não formal e
informal. A EA formal é aquela que se desenvolve de forma estruturada e dentro do sistema
formal de ensino, através da inclusão de termos, conceitos e noções sobre ambiente nos planos
curriculares (MICOA, 2009). A EA não formal é desenvolvida de forma semi-estruturada dentro
e fora do sistema de ensino através de actividades como: palestras, seminários, acções de
capacitação e demonstrativas e programas comunitários (MICOA, 2009). Já a EA informal
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constitui processo destinado a ampliar a consciência pública sobre as questões ambientais através
dos meios de comunicação de massas (MICOA, 2009).
Uma educação ambiental para que seja eficiente deve promover, simultaneamente, o
desenvolvimento de conhecimento, de actividades e de habilidades necessárias à preservação e
melhoria da qualidade ambiental e assim, sensibilizar as populações com as implicações dos
reflexos negativos dos resíduos sólidos para o meio ambiente, e desenvolver nos indivíduos a
consciência de suas responsabilidades perante os problemas ambientais (Oliveira & Bassetti,
2015).
O termo resíduo sólido, comummente conhecido como lixo, define todo o material sólido ou
semi-sólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o
descarta (Santos, 2005). Para o Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho, resíduos sólidos são
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substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a intenção de eliminar ou que se é obrigado
por lei a eliminarmos, também designados por lixos. Ambos autores concordam que resíduo
sólido pode ser designado por “lixo”. No entanto, de acordo com Querino e Pereira (2016), não
podemos mais encarar todo o “lixo” como “resto inútil” mas, sim como algo que pode ser
transformado em nova matéria-prima para retornar ao ciclo produtivo.
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g) Resíduos sólidos hospitalares, os provenientes de unidades hospitalares não
contaminados, equiparáveis a domésticos;
h) Resíduos provenientes da defecção de animais nas ruas.
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Portanto, de acordo com Silva et al. (2012), a preocupação fundamental é reduzir a quantidade,
volume do resíduo bem como a significância do impacto nocivo a saúde pública e meio
ambiente. O tratamento dos resíduos sólidos é de extrema importância e pode ocorrer de
diferentes maneiras dependendo do tipo de resíduo (Klippel, 2015).
Entretanto, de acordo com Oliveira e Bassetti (2015), a GRS não se restringe à colecta,
transporte, destinação e deposição final, pois essas são etapas que ocorrem após a geração dos
resíduos, sendo que a gestão também inclui etapas anteriores a geração. Portanto, de acordo
Bruni e Barbosa (2016), formas alternativas para combater a geração excessiva de resíduos
devem ser buscadas, principalmente no ambiente escolar, como aproveitar cascas de frutas na
alimentação escolar; incentivar o uso de garrafinhas ou canecas ao invés de copos plásticos no
dia-a-dia; optar por alimentos com pouca embalagem; entre outros.
A principal meta é levar o cidadão a repensar seus valores e práticas, devendo priorizar a redução
do consumo e o reaproveitamento dos materiais em relação à sua própria reciclagem, e recusar o
consumo de produtos que geram impactos sócio ambientais significativos (Silva et al., 2017).
Reaproveitamento
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A utilização de garrafas de vidro para luminárias, porta-velas ou de garrafas de plástico, como
porta-canetas, floreiras ou vasos são exemplos dos inúmeros casos de reaproveitamento (Bruni e
Barbosa, 2016).
Reciclagem
a) Vidros: recebem uma lavagem e passam por um processo de trituração; os cacos são
aquecidos e fundidos a uma temperatura acima de 1300°C. Após esse processo são
moldados novamente;
b) Papel: nesse item incluem-se revistas, jornais, folhetos e papelão; as aparas são trituradas
numa máquina e misturadas com água (espécie de liquidificador) – para separar as fibras;
depois passam por um processo de centrifugação - para separar as impurezas; em seguida
são acrescentados produtos químicos para eliminar as tintas e clarear o papel. Assim, esse
material pode receber uma massa celulósica virgem que será misturada, prensada e seca,
em diferentes máquinas ou equipamentos, para formar o papel novo;
c) Metal: estão incluídos as latas de aço, tampas, tubos de pasta, cobre, entre outros. No
caso das latas de alumínio, depois de amassadas e enfardadas, passam por um processo
industrial que envolve a separação de impurezas, picotagem, fundição a 700°C, que gera
o alumínio líquido, que geram os lingotes ou chapas e, dessa forma, retornam ao mercado
de embalagens de alumínio;
d) Plástico: incluem-se os potes de plásticos, garrafas PET (politereftalato de etileno), sacos
plásticos, embalagens e sacolas de supermercados. Para o caso do PET, o processo segue
as etapas de lavagem, prensagem para posteriormente serem triturados gerando flocos.
Compostagem
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Outra forma de tratar os resíduos sólidos em particular os orgânicos é a compostagem. Segundo
Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro, compostagem refere-se ao método de decomposição do
material orgânico existente nos resíduos, sob condições adequadas, de forma a obter um
composto orgânico. Do processo resulta um composto denominado adubo que é muito útil para
fins agrícolas (Bruni & Barbosa, 2016). E segundo mesmos autores essa massa é importante para
a preservação, adubação e manutenção dos solos, bem como à recuperação de áreas degradadas.
Incineração
Segundo Silva (2013) para reduzir a geração de resíduos sólidos é importante que primeiro a
comunidade escolar adquira consciência dos problemas que podem advir de deposição
inadequada de resíduos e aí a emergência de EA.
Segundo MICOA (2009) são boas práticas de gestão dos resíduos sólidos as seguintes:
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De acordo com Bruni e Barbosa (2016), o gerenciamento dos resíduos sólidos, deve ser
observada a seguinte ordem de prioridade: não geração; redução; reutilização; reciclagem;
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada.
Evita acidentes;
Evita a proliferação de vectores transmissores de doenças;
Minimiza a descaracterização visual e maus cheiros;
Reduz a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver colecta selectiva); e
Facilita a realização da etapa de colecta.
A falta de infra-estrutura para o gerenciamento e de legislações, faz com que, muitas vezes, o
descarte dos resíduos seja relegado a um segundo plano (Bernardo, 2008), e acrescenta que a
ausência de acções e a negligência por parte dos governos locais também contribuem
consideravelmente para o agravamento do tratamento inadequado dos resíduos sólidos.
Ribeiro e Buque (2014) corroboram Bernardo (2008) ao afirmar que a legislação ambiental
moçambicana apresenta as normas ambientais, contudo, há inadequação dos meios de
implementação, por carência de recursos materiais, técnicos, humanos e financeiros.
Acrescentam ainda que o instrumento normativo que apresenta o tratamento detalhado e
criterioso sobre resíduos sólidos actualmente é o Decreto n.º 94/2014 de 31 de Dezembro,
Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Ribeiro & Buque, 2014).
Para Silva et al. (20017), o facto de os consumidores terem a sua disposição um grande número
de produtos que incidem na produção de resíduos aumenta o descarte inadequado de resíduos
sólidos. E para estes autores a falta de sensibilidade das pessoas sobre o impacto que o lixo pode
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causar e no desinteresse em adquirir produtos reciclados constitui causa de descarte inadequado
de resíduos. Para Querino e Pereira (2016) os problemas de RS também estão ligados à
variedade de materiais descartados e à dificuldade em encontrar áreas para o seu depósito visto
que a geração e a deposição são actividades quotidianas da população.
3 CAPÍTULO: METODOLOGIA
A presente pesquisa será de uma abordagem qualitativa. São sentimentos, opiniões e valores
sociais dos professores em relação a temática ambiental que serão recolhidos e não serão
traduzidos em valores numéricos. De acordo com Mutimucuio (2008), o método qualitativo tem
como base a interpretação de fenómenos e atribuição de significados que não pode ser traduzido
em números.
Como procedimentos para realização deste estudo, far-se-á uma pesquisa bibliográfica, para
conhecer e analisar contribuições científicas do passado existente sobre os temas: Percepção
ambiental, educação ambiental e gestão de resíduos sólidos. Segundo Mutimucuio (2008),
revisão bibliográfica consiste em conhecer e analisar contribuições culturais e cientificas dum
passado existente sobre determinada temática.
A natureza será teórica-empírica, visto que segundo Mutimucuio (2008) num estudo teórico-
empírico, além da utilização de dados secundários recolhe-se dados primário no campo, usando
seus órgãos sensoriais e quanto aos objectivos propostos a pesquisa será descritiva. Segundo
Mutimucuio (2008), uma pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada
população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
3.2 Amostragem
Optar-se-á por uma amostragem probabilística aleatória simples concretizado por técnica da
lotaria. Conforme Mutimucuio (2008), este tipo de amostragem elimina a subjectividade e obtém
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uma amostra imparcial e representativa da população alvo, pois, impede que o pesquisador
seleccione a amostra com base no seu juízo.
Assim, a principal preocupação ao definir uma amostra é assegurar que represente seu universo
para possibilitar a generalização dos resultados. Nesse caso, assegurou-se que a amostra não
fosse inferior a 10% do universo. Foram seleccionados 10 professores obedecendo aos seguintes
passos:
Optou-se por questionários de perguntas abertas, pois de acordo com Mutimucuio (2008) permite
que os respondentes fiquem livres para responder com suas próprias palavras, sem se limitarem à
escolha entre um rol de alternativas. Para se obter informações sobre a história, descrição,
localização ou mesmo extensão recorreu se a aplicação de um questionário a um dos gestores da
Escola Secundária Geral de Gurué e ao responsável da localidade como forma de obter um
mínimo de informação sobre local.
A presente pesquisa considera como limitação a dificuldade de acesso de uma escala apropriada
para classificação do nível de percepção ambiental. Portanto, não se fez uma classificação
qualitativa do nível de percepção, mas sim, o levantamento das percepções dos professores em
relação a gestão dos resíduos sólidos.
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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram questionados 10 funcionários da ESGG, todos professores onde seis são homens e quatro
mulheres. Dos 10 professores, cinco leccionam classes do primeiro ciclo, três são do segundo
ciclo e dois são do terceiro ciclo. São na sua maioria (sete) da faixa etária entre 20 a 29 anos e
dois estão numa faixa etária entre 30 a 39 anos e foi apenas um que está na faixa etária acima dos
40 a 49 anos. No que tange à carreira profissional, dos 10 questionados, seis são Docentes do
Nível (DN) quatro, quatro são DN três e só um é que é DN um. Dos 10 professores, oito não
possuem mais de cinco anos em serviço na instituição, apenas dois trabalham há um período
superior que cinco anos, porém não superior a 10 anos.
Em todos os conceitos apresentados pelos professores está implícita a abordagem referida pelo
Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro e pelo Soares (2005) de que RS é algo que foi considerado
inútil e que deve ser eliminado, portanto, alguns professores acrescentam que há necessidade de
aproveita-los e recicla-los. Todavia, a figura um demonstra resíduos sólidos em particular o
papel que estão sendo enterrados, sendo esse um sinal de fraqueza no aproveitamento de resíduos
sólidos.
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Como dizem Querino e Pereira (2016), existe necessidade melhorar a capacidade de ver a
utilidade em diversos materiais que são classificados por muitos como inúteis como uma forma
de reduzir a geração e o descarte inadequado de resíduos.
Os resíduos observados na EP2F são os mesmos referidos por Ferreira (2012) como os
comummente gerados em ambientes escolares e são classificados como resíduos sólidos
comerciais segundo Decreto 13/2006 de 15 de Junho. No entanto, também são gerados resíduos
classificados como bioresíduos. Na figura dois, pode-se observar que os resíduos com maior
abundância são os papéis.
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Fig.2: Tipos de resíduos sólidos mais gerados pelos utentes da ESGG.
Todavia, de acordo com Silva et al. (2017), depositar os resíduos nos recipientes de lixos é uma
atitude compatível com as exigências das políticas de 5R’s, pois possibilita o seu
aproveitamento. E segundo os mesmos autores, a meta principal é levar os indivíduos a
repensarem seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício devendo
priorizar a redução da geração e o reaproveitamento dos materiais em relação à sua própria
reciclagem. Tendo em conta o tipo dos resíduos mais gerados na escola, depositar na lixeira para
que sejam enterrados ou queimados é um desperdício de recursos e matéria-prima, é consolidar
hábitos nocivos a saúde pública e ao meio ambiente e é promover a formação de uma sociedade
consumista (Bruni e Barbosa, 2016).
Entretanto, a figura 3 monstra os dois únicos recipientes de lixo disponíveis para uso público,
onde estão alocados -no gabinete do director adjunta escolar e outro está dentro da secretaria da
escola. Há uma necessidade de aumentar o número e o tamanho dos recipientes de lixo e serem
alocados em lugares acessíveis a toda comunidade escolar.
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Fig. 3: Recipientes de lixo existentes nas escolas.
Com base na observação no recinto da escola notou-se que o lixo é depositado nas lixeiras
distribuídas ao longo do recinto escolar e depois queimado ou enterrado (vide a figura 4). Essa
realidade dificulta o aproveitamento de resíduos e ainda contribui para dispersão dos resíduos
pelo recinto escolar conforme referido pelo Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro.
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como principal causa dessa problemática a falta da sensibilização aos professores em relação as
boas práticas ambientais conforme dito pelo prof 8 “há pouca sensibilização aos professores
para que estejam em altura de salvaguardar o meio ambiente”. O prof 2 aponta como causa da
problemática dos RS a “falta de um plano de acção por da comunidade escolar para lhe dar
com os resíduos sólidos.” A figura 5 monstra uma sala de aulas da EP2F com resíduos sólidos
em particular o papel dispostos inadequadamente.
Como afirmaram o Bruni e Barbosa (2016), é necessário que os professores, portanto, encontrem
maneiras para envolver os alunos em todo processo de GRS, como, por exemplo, incluí-los na
fabricação de recipientes de lixo e cartazes ou participando em concursos e feiras, que, na
verdade, consistem em situações de aprendizagem lúdicas e significativas.
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evitar o problema, limitam se em referir que orientam as jornadas de limpeza. Facto também que
contradiz com a realidade observada no local do estudo, visto que, fora do ambiente escolar com
RS dispostos inadequadamente, tem-se desenvolvido aulas enquanto nas salas e no recinto
escolar estão dispersas de resíduos, o que demonstra a falta de sensibilidade em ambientes com
resíduos sólidos mal acondicionados.
Durante a pesquisa no campo, essa foi a jornada de limpeza que mais houve envolvimento dos
alunos. Não se notou nenhuma regularidade em termo de periodicidade de recolha de resíduos
pelo recinto escolar.
A figura 6 monstra um livro de sumário encapado por embalagem de papel A4, que é um
exemplo de reutilização dos resíduos gerados pelos utentes da escola no exercício das funções.
Com base nas percepções dos professores da ESGG sobre a GRS e pelo que foi observado na
escola, pode se concluir que os professores demonstraram o mínimo do conhecimento de práticas
adequadas de GRS, no entanto, as suas acções não refletem o conhecimento que eles possuem.
Portanto, a disposição inadequada de resíduos sólidos e seus problemas associados não
estimulam aos professores da EP2F a desenvolver acções práticos com vista mitigar o problema.
Então, conclui-se que a causa da disposição inadequada de resíduos sólidos que se verifica na
EP2F é a fraca sensibilidade dos professores por ambientes com resíduos sólidos mal
acondicionados bem como dos seus problemas associados e consequente negligência de
elementos que influenciam para uma gestão adequada de resíduos sólidos, facto que resulta em:
Os dois recipientes de lixo existentes nos gabinetes da escola não são suficientes para responder
a demanda dos resíduos gerados e mesmo esses poucos recipientes existentes não estão sendo
usados para colectar lixo. Conforme o referido pelo MICOA (2009) a falta ou insuficiência de
infra-estruturas para a GRS constitui causa a gestão inadequada de resíduos sólidos.
Na EP2F, os utentes é que são responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos, portanto optam por
queimar ou enterrar. No entanto, o lixo tem ficado dias até uma semana sem o devido tratamento.
Em um mês de observação foi apenas uma vez que houve uma recolha geral e maior
envolvimento dos utentes da escola.
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No entanto, o lixo tem ficado por semas até um mês sem nenhum tratamento. De acordo com
MICOA (2009) a colecta irregular de lixo constitui causa da Gestão inadequada de resíduos
sólidos.
Os resíduos sólidos ficam dispersos pelo recinto da escola inclusive dentro das salas de aulas,
visto que se gera muito papel e pouco é aproveitado. Geralmente os resíduos gerados na escola
são acumulados em lixeiras a céu aberto distribuídas pelo recinto escolar. Devido a demora no
inteiro ou queima do lixo acaba se dispersando pelo recinto da escola.
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5 Conclusões e Recomendações
5.1 Conclusões
Com base nas análises feitas dos dados recolhidos conclui-se que a gestão inadequada de
resíduos sólidos que se verifica na Escola Secundária Geral de Gurué deve se por fraca
sensibilidade dos professores por ambientes com resíduos sólidos mal acondicionados
bem como dos seus problemas associados e consequente negligência de elementos que
influenciam para uma gestão adequada de resíduos sólidos, facto que culmina em:
insuficiência de infra-estrutura para o processo de gestão de resíduos sólidos, em
particular os recipientes de lixo; deposição e acumulação de resíduos sólidos em
pequenas lixeiras a céu aberto pelo recinto escolar e períodos irregulares de recolha e
eliminação de lixo.
Concluiu-se também, que embora em pequena escala, existem alguns professores que
desenvolvem algumas práticas que contribuem para uma gestão adequada de resíduos
sólidos na escola, a destacar: a orientação das jornadas de limpezas aos alunos, no
entanto de forma irregular; A reutilização do papel como material para encapar os livros;
A maior parte dos professores possui um nível médio de consciência ambiental, pois
apresenta mínimos conhecimentos sobre o processo de gestão adequada de resíduos
sólidos, porém aplica-os sob orientação da Direcção da escola.
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5.2 Recomendações
Para o melhoramento da percepção ambiental em rrelaçãoa gestão dos resíduos sólidos, o estudo
recomenda:
A Direcção da escola:
Alocar os recipientes de lixo nos corredores de salas, e em alguns pontos pelo recinto
escolar;
Criar condições básicas para a separação e conservação do papel para que seja
aproveitado;
Desenvolver e promover uma gestão de resíduos sólidos baseada na política dos 5 R’s;
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6 Referências Bibliográficas
Bernardo, J. (2008). Uma proposta metodologia para a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na
África. Recife, Brasil: Editora Rima.
Bruni, V. C. & Barbosa, M. (2016). Plano de gerenciamento de resíduos sólidos nas escolas
paranaenses. Curtiba, Brasil: SEEPR.
Cabral, F.F., Ribeiro, I. D. L., & Hrycyk, H. F. (2015). Percepção Ambiental dos alunos do 6º
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Campos, M. C. C., Neto, N. M. S. M., Veras, E. D. S., & Souza, Z. G. E. F. (2012). Percepção
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