Mapa Mental - Marcus Lontra
Mapa Mental - Marcus Lontra
Mapa Mental - Marcus Lontra
"[...] a nova geração que não levou porrada e não comeu o pão que o
diabo amassou investiu na artesania da arte, pois não via mais saída
alguma; ela não acreditava mais na resistência." (p. 352)
O autor parece sofrer também de uma disfunção
diagnosticada pela teórica Anne Cauquelin (2005): olha
"Ora, para uma cambada de mesticos ignorantes, que recusavam a
sua própria história, o seu próprio passado, sua própria genetica,
para a Arte Contemporânea e tenta julgá-la aos moldes
nada melhor do que a invencao de um passado ficticio, nada melhor
da Arte Moderna. Em geral, Lontra passa a impressão de
que a alegoria e a grandiosidade épica do academismo." (p. 352) ser um arquivista, alguém que parece ter a necessidade
de classificar, separar e nivelar gerações inteiras de
artistas: esses são assim, aqueles são assados. Na
"O país condenado ao modemo deixou-se minha percepção da condição humana, esse tipo de
dominar por uma elite cujo sonho maior de generalização é pobre e bastante ingênua, tipicamente
riqueza era o Baú da Felicidade e o sonho moderna e herdeira de um Romantismo adolescente.
maior de beleza era a arte pompier" (p. 352)
"Sem saudosismo. O sonho acabou, mais uma Um erro crasso no uso da língua francesa, uma expressão que
vez. Acabou a festa? Ora, basta olhar para o poderia muito bem ser dita em português: crianças mimadas. A
Brasil e ver a resposta estampada no rosto dessa grafia correta, entretanto, seria enfants gâtés. A palavra gâté define
miseria imensa, dessa impunidade imensa, aquilo que foi estragado ou arruinado, sendo un enfant gâté a
dessa falta de dignidade imensa, A "Geração 8o" criança que foi arruinada, a criança mimada. A acentuação ausente
fez a festa para urn pals que não houve." (p.
faz toda a diferença na hora da pronuncia.
358)
"E quando isso acontecer, meu amigo, meu camarada, Apesar de afirmar "sem saudosismos", o texto em si deixa-nos claro
todas as gerações da arte vão se encontrar unidas pelo que o que mais há é, de fato, saudosismo. Não apenas isso, reitero
tempo e não mais existirão temores pois a arte e a vida que o autor é um sonhador utópico, e que deveria comparecer
caminharao juntas, presente misterioso que o homem urgentemente a uma aula de produção textual, revendo não apenas
há de se permitir, sempre. E aí, então, a festa questões estilísticas, mas também gramaticais.
continuará. Podes crer." (p. 358)
Há algo aqui que ultrapassa a utopia, uma esperança que beira a religião. É
cega. Peço perdão pela minha arrogância: uma aluno da graduação urdindo
essas críticas à uma figura tão renomada no nosso campo de estudo,
porém, não posso me conter e não dizer o que penso sobre o que estou
lendo. Há passagens no texto que, ao meu ver, anulam totalmente a
credibilidade e autoridade intelectual do autor. Também surpreende-me que
um livro sobre crítica de arte não tenha sido alvo de uma revisão textual
mais minuciosa.
FURG
INSTITUTO DE LETRAS E ARTES (ILA)
História, Teoria e Crítica da Arte Brasileira - Turma U
REFERÊNCIAS:
- CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins, 2005.
- Critica de arte no Brasil : temáticas contemporâneas / organizadora: Gloria Ferreira ? Rio de Janeiro : Funarte, 2006.
- [1] Internet Encyclopedia of Philosophy: https://iep.utm.edu/zizek/#:~:text=According%20to%20%C5%BDi%C5%BEek%2C%20like%20and,to%20and%20within%20this%20reality.
(acessado em 04/02/2022)