Livro Birras
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A maior parte das vezes surgem problemas de conflito na relao entre pais e filhos, na tentativa da regulao
do poder em casa. Mas e ento, o que este poder?
Na famlia podemos entender o poder como a influncia de cada elemento da famlia para a realizao de
algo considerando a hierarquia de todos os elementos.
Atitudes firmes e a definio de limites so essenciais para promover a autonomia dos filhos e a autoridade
exercida pelos pais necessita de ser regulada e flexvel de maneira a serem cada vez menos sujeitos a terem
que intervir. Esta autonomia dever ser regulada em funo das diferentes situaes, dos temas, impedindo a
coliso entre a autoridade dos pais e o adolescente com a necessidade de se afirmar, da sua dignidade, da sua
auto-estima, confiana com algum controlo que permita o suporte e a segurana de que tambm ele precisa.
Exige que pais e adolescentes no confundam exerccio de pai com autoridade com excesso de controlo
ou represso. Devem claro, pedir responsabilidades aos filhos mas com respeito e capacidade de deciso.
Frases como assim porque eu quero ou ento tens de aceitar o que te digo no ajudam a construo de
relaes saudveis entre pais e filhos. Podemos sempre optar por dizer a melhor deciso tendo em conta as
outras hipteses... ou ento mas diz-me quais so os teus argumentos? ou ainda, vamos analisar em
conjunto todas as hipteses.
Negociar fundamental mas, para que tal acontea necessrio que exista uma relao de confiana e
respeito mtuo. Antes de negociar, preciso que existam condies necessrias para o compromisso de
ambas as partes, caso no existam, ou ento por alguma razo considerem que no vo poder cumprir no
avancem, voltem base da negociao. Mas no desistam.
Este desacordo saudvel se for motivador da comunicao, do dilogo, mesmo que no surjam consensos
nos pontos de vista, permitindo a expresso de todos e a flexibilidade da autoridade.
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A maioria dos pais utiliza mtodos de estabelecimento de disciplina que podem ser descritos de forma bem
distinta. O Psiclogo Javier Urra, no seu livro o Pequeno Ditador, faz uma excelente sntese dos modelos
educativos que gostaramos de partilhar consigo.
Modelo Errtico: neste tipo de modelo educativo observamos sobretudo a permissividade e a passividade uma liberdade sem limites aos filhos. Estes pais sentem-se muitas vezes insatisfeitos com as condutas dos seus
filhos, mas no lhes oferecem um modelo eficaz que eles imitem, o que os faz ter comportamentos pouco
adaptados socialmente e baixo autocontrolo. Paralelamente, gera nas crianas um sentimento de falta de
carinho, falta de acompanhamento, insegurana e ansiedade.
Modelo Autoritrio: uma submisso severa, a fora, a chantagem emocional, a correo excessiva e por vezes
a ridicularizao. Os pais ostentam a autoridade e fazem-na cumprir com ou sem a colaborao dos filhos.
Origina nas crianas dificuldade em interiorizar valores morais, desresponsabilizao das suas condutas,
desenvolvimento socio-emocional pobre, agressividade, ira, teimosia ou introverso e submisso temerosa.
Modelo de monoplio/sobreproteco: neste modelo observamos uma ansiedade paterna, falta de confiana
e necessidade de exclusividade perante os filhos os filhos devem ser cuidados em todos os momentos,
protegidos e mimados enquanto viverem em casa dos pais. Depois crescero e em adultos tornar-se-o
responsveis. Este modelo gera nas crianas dependncia, falta de iniciativa, egosmo, intolerncia, tirania
e/ou desadaptao social.
Modelo indutivo de apoio/democrtico: neste modelo observamos uma autoridade baseada no dilogo,
amor, sensibilidade e compreenso. Existe liberdade dentro de limites previamente estabelecidos. Deste
modo, as crianas podem resolver problemas por si e aprender as consequncias os filhos cooperam se so
induzidos a isso. A famlia torna-se uma fonte de segurana onde o poder e controlo so delegados em
funo da capacidade da criana lidar com a situao. Este modelo gera indivduos adaptados, confiantes,
independentes, responsveis e cooperantes.
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Eu quero agora! J!
Segundo um estudo apresentado no The Journal Of Child Psychology And Psychiatry, 98% das crianas at aos
10 anos esto muito centradas nos seus prprios interesses e prazeres egocntricos, manipulando os
adultos para obter algo como um chocolate ou um brinquedo novo!
Estes comportamentos podem atingir um nvel mais problemtico, quando no existem limites colocados
pelos adultos e muito dilogo para criar conscincia e sensibilidade. Estas crianas tm pouco controlo sobre
os seus impulsos, no conseguem planear e podem mesmo tornar-se violentas ou produzir birras
extraordinrias, quando as suas necessidades no so imediatamente saciadas.
As crianas usaro todas as ferramentas sua disposio para assegurar a gratificao, afirma Mateo,
investigador deste estudo. E assim que o desejo for cumprido, seja ele algo material ou simplesmente um
desejo insacivel e narcisista que queiram ver validado, elas rapidamente ficam aborrecidas e perdem
interesse nas suas vtimas, pensando de seguida em qual vai ser o seu prximo desejo hedonista.
Mateo acrescenta ainda que quando as crianas so confrontadas directamente com as consequncias do seu
comportamento, tm pouca ou nenhuma capacidade de expresso de culpa, para alm de afirmaes de
arrependimento, a que geralmente so coagidos a assumir e por isso so facilmente imitadas Desculpa,
No volto a fazer, Foi sem querer.
Mateo afirma tambm que os avs so especialmente susceptveis a este tipo de comportamento
manipulador.
Apesar das evidncias apresentadas neste estudo, as mesmas foram alvo de pesadas crticas pelas pessoas
que se associam com crianas numa base regular e que se recusam a acreditar que esto a partilhar as suas
casas com pequenos ditadores.
E em sua casa?
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Extinguir comportamentos nas crianas uma estratgia de controlo. No fundo, pretende-se eliminar
comportamentos desadequados e que foram anteriormente reforados de forma inadvertida, aumentando a
probabilidade de continuarem a acontecer.
Esta estratgia pode ser usada em comportamentos como choramingar, gritar, atirar coisas para o cho, fazer
queixinhas. Por norma, os cuidadores no se apercebem que estimularam estes comportamentos quando lhes
deram ateno nas primeiras vezes em que foram manifestados. Essa ateno pode ter sido dada por um
simples contacto visual, um suspiro ou uma repreenso.
importante que se pense, partida, que comportamentos se pretende extinguir e, simultaneamente, que
comportamentos alternativos adequados se pretende fomentar, dando-lhes ateno quando manifestados.
Por exemplo, um pedido de uma bolacha aos gritos pode ser ignorado, mas um pedido de uma bolacha num
tom de voz adequado pode ser reforado, no s por dar a bolacha como tambm ao fazer um elogio.
muito importante que os comportamentos a extinguir sejam facilmente observveis, se compreenda o seu
incio e fim, e ocorram com alguma frequncia.
E importante que esteja preparado para ser persistente e contar com uma certa dose de resistncia...
Dicas sobre como o fazer? j ao virar da pgina!
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Ignorar pode ser a parte mais difcil desta estratgia. Como o fazer?
- Desvie o olhar;
- Recorra ao silncio naquele momento, no interagindo ou falando com a criana;
- Saia do contexto onde a situao est a ocorrer.
Ou seja, no d qualquer ateno criana no momento em que ela est a manifestar o comportamento
desajustado. possvel que, de forma transitria, o comportamento desadequado aumente de intensidade.
Mantenha-se firme e, paralelamente, recorra ao elogio logo que o comportamento esperado ocorra.
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Alguma vez se questionou, olhando para o comportamento do seu filho, sobre a educao dele? Se a
educao deixou de ser controlada por si?
Para a educao de uma criana contribuem muitos agentes os pais (primeira grande referncia e modelo
dos filhos), mas tambm familiares prximos, os professores, os colegas da escola, a televiso, a internet, etc.
independentemente da fonte ou causas do mau comportamento, saiba algumas das estratgias que poder
utilizar:
Evite rir quando o seu filho diz ou faz alguma coisa que transgrida as regras e limites da educao familiar.
Muitas vezes so as prprias crianas a iniciar este riso, esperando aliviar a situao ou tornar a asneira num
momento divertido;
Ajoelhe-se e converse seriamente (num tom firme, seguro e olhos nos olhos) com o seu filho sempre que ele
transgredir os limites. No caso de ser uma criana mais velha com maior entendimento, tente explorar com
ele as razes do ocorrido, que consequncias teve, de que forma pode pedir desculpa ou remediar a situao;
Nunca deixe passar uma situao para falar depois em casa com calma. Muitas vezes conversas, castigos ou
a palmada no rabiosque horas depois do ocorrido, porque estaro completamente desenquadrados e no
sero percebidos pelas crianas;
Explore a origem do mau comportamento do seu filho, uma vez que muitas crianas alteram o seu
comportamento, como consequncia de um mal estar interno, outras vezes para chamar a ateno dos pais.
Se perceber que aquilo que est na base deste comportamento insegurana, carncia, etc. responda com
carinho, disponibilize mais tempo para o seu filho, leia-lhe uma histria antes dele adormecer, converse com
ele, transmita-lhe uma imagem de segurana e tranquilidade para que ele saiba que pode sempre contar
consigo.
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Aprender a controlar a agressividade fundamental desde tenra idade. Para isso importante que os pais
aprendam a desenvolver estratgias para reduzir e controlar a ira dos mais pequenos. Quando perdemos o
controlo e a calma gritamos, insultamos ou at mesmo podemos magoar fisicamente.
Vamos trabalhar o auto-controlo?
1) As crianas devem ter a noo clara que no podem ter tudo aquilo que querem umas vezes ganhamos,
outras perdemos;
2) Perante uma adversidade, a criana deve parar antes de agir impulsivamente: imagine com ela um grande
sinal de STOP que vai permanecer at que fique mais calma; pode contar de 10 para 1 ou lembrar-se de uma
imagem ou histria divertida;
3) Quando mais calma, a criana deve aprender a avaliar a situao: gravidade da mesma, solues possveis,
porque que isso a fez ficar to irritada ou zangada?
4) Depois de avaliada a situao e ponderadas as diversas solues a criana deve aprender a fazer
escolhas: com a sua ajuda percebam as consequncias de cada uma das solues e a forma como a criana se
sentir com cada uma delas. Assim consegue mais facilmente optar pelo melhor caminho, pois uma mente
esclarecida faz excelentes opes!
5) Pratique o relaxamento com o seu filho (muito til em momentos de tenso): imagina que s um boneco
de neve que est a derreter ao sol. Imagina ento que todo o corpo est a transformar-se em gua, sentes o
pescoo a derreter, braos, as mos, a barriga, as pernas, os ps...
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J vai na terceira birra, s hoje! No h sinais de que os gritos, o choro e o espernear queiram parar... Apetecelhe fugir?
Durante o caos, emocional e comportamental do momento, uma birra pode implicar uma enorme
frustrao, no s para a criana, mas tambm para o adulto, inspirando-o, eventualmente, a desatar tambm
num enorme pranto. Uma dica para tornar o momento mais fcil? Olhe para a birra como uma oportunidade
para educar, e no como uma catstrofe.
As birras podem variar entre o choramingar e o gritar, com direito a espernear, gesticular e suster a
respirao. So esperadas entre o 2 e o 4 ano de vida da criana, fazendo parte do seu desenvolvimento.
Imagine que est a tentar programar a sua nova mquina fotogrfica, percebendo como funciona. Mas a
tarefa est difcil e, por mais que tente, no est a conseguir de maneira nenhuma perceber como fazer
aquele efeito fantstico tipo desenho. Frustrante? Comea a praguejar, atira o manual para um canto, bate
com a porta e sai dali. Esta uma verso de birra de adulto. As crianas pequenas esto tambm a tentar
perceber como funciona o mundo e a procurar tirar partido dele. Quando no conseguem alcanar o seu
objectivo recorrem nica forma que conhecem de libertar a sua tenso e frustrao atravs de uma birra.
O que despoleta uma birra? Procura de ateno, cansao, fome, desconforto fsico como calor ou frio,
frustrao... E a frustrao faz parte de um processo de descoberta e aprendizagem, sobre si prprio, sobre os
outros e sobre o mundo.
O facto do incio das descobertas coincidir com um perodo em que a linguagem ainda est em
desenvolvimento, alimenta a frustrao. Por norma, a criana compreende muito mais do que consegue dizer.
Imagine-se a no conseguir transmitir os seus desejos e as suas necessidades... Frustrao! A verdade que
medida que as competncias lingusticas se desenvolvem, as birras tendem a diminuir.
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Um jogo ou um livro calmos e agradveis - Se houver tempo e se for feito um planeamento adequado
da hora de ir dormir, pode promover um jogo calmo e simples para fazerem no cho ou a leitura de
um livro na cama, o que contribui igualmente para que a preparao de ir para a cama seja desejada e
encarada com um momento agradvel;
As despedidas da famlia e no s - Depois do pijama vestido, dentes lavados, higiene feita, promova
no seu filho as despedidas e as boas noites aos elementos da famlia como um momento calmo e que
constitui parte da sua rotina. Esta rotina contribui igualmente para uma boa noite de sono. Se for
importante para ele despedir-se de um peluche ou do seu animal de estimao respeite isso e permita
que o faa;
A conversa em vez de ler um livro ou fazer um jogo, podem conversar sobre o dia que est a chegar
ao fim, as conquistas do mesmo e antecipar o que de bom vem no dua seguinte ou se no for caso
disso, transmitir-lhe calma e nimo para o dia que se avizinha;
Canes de embalar poder cantar ou pr um cd muito tranquilizante e que o embale, um volume
baixo, vai tranquiliz-lo;
Luzes do quarto com pouca intensidade na hora de dormir opte por uma luz de baixa intensidade,
relaxante e quente, o seu filho vai relaxar e sentir-se descansado.
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So 08h00 da manh, o Joo entra s 08h30 na escola e tem de estar no seu trabalho s 09h00, o trnsito no
ajuda.. e o seu filho lembrou-se de brincar com as torradas como se fossem um volante de um carro e no
parece ter pressa nenhuma de sair de casa.. Despacha-te Joo, vamos chegar atrasados! e o Joo responde
Vrumm, estou s a acabar esta corrida! e entretanto passam mais 5 minutos e repara que a torrada
continua sem ser comida.. Desesperante? Vontade de gritar? Pare 3 segundos e vamos pensar em conjunto: o
desespero no vai resolver a situao, pelo menos no tem resolvido, pois no?
As crianas ainda esto a construir o seu sentido de responsabilidade e podem dar-se ao luxo de dar
prioridade s brincadeiras ao invs do cumprimento de horrios que os adultos tm de cumprir. Lembre-se de
quantas vezes, quando o seu despertador toca pensa s mais um bocadinho... ou dava tudo para no ir
trabalhar e ficar a dormir at mais tarde... ou apetecia-lhe fazer algo que lhe daria muito prazer naquele
momento. Mas de volta realidade, a sua responsabilidade pesa e tem mesmo de ir.
As crianas tambm sentem esta vontade de brincar em vez chegar a horas escola e enquanto gritam um
com o outro, o tempo vai passando, o seu filho ganha a sua ateno pela negativa, sai de casa a chorar, a
gritar ou arrastado pelo casaco. A criana pequena no consegue gerir a frustrao e essa a causa do mau
comportamento. Os pais precisam de aprender a no valorizar os aspectos negativos e pontuar os positivos,
mas para que isso acontea fundamental que as regras estejam bem estabelecidas e percebidas pela criana.
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Plano A:
O bom relacionamento entre pais e filhos fundamental no sucesso de uma educao, fortalece as ligaes emocionais e aumenta o respeito das
crianas em relao aos pais e, por conseguinte, o respeito s regras.
Acorde entre si e o seu filho horrios estveis para: acordar, fazer a higiene, tomar o pequeno almoo e sair de casa. Estas so as misses matinais
que ambos devem esforar-se para cumprir. Sempre que ele conseguir cumprir as metas elogie o seu bom comportamento e d-lhe um beijinho
para que ele se aperceba que tem mais benefcios quando chama positivamente a sua ateno.
Se o seu filho esquecer o acordo e comear aos gritos para no cumprir:
Plano B:
Respire: Inspire, expire, inspire, expire... o relaxamento essencial para estar calmo e firme. As birras so passageiras e pode control-las!;
Seja firme sem agressividade quanto mais calmo e firme estiver, mais ateno consegue do seu filho. Lembre-o das regras, dos horrios definidos
e da impossibilidade de no os respeitar. Ignore os argumentos e contra-argumentos infantis e foque-se no objectivo, sendo que o incumprimento
poder originar uma consequncia negativa;
Pode inclusivamente utilizar o contacto fsico positivo (ex.um abrao) para o acalmar, sem aceder aos seus pedidos;
Terminada a birra converse muito sobre o sucedido (pode aproveitar a viagem de carro para conversar) os porqus de ter acontecido, porque
no pode voltar a acontecer e as consequncias negativas destas birras.
Quando na hora H, depois de tentar implementar estas dicas, o seu filho continua a desafi-lo e acaba mesmo por perder a pacincia:
Plano C:
No se penalize! Pare. Respire e comece de novo. Educar no fcil, mas tambm no uma guerra. O seu filho est a crescer, est a assimilar o
mundo, est a construir a sua forma de estar e precisa do seu equilbrio e firmeza para ele copiar!
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Evita ir a stios pblicos, como centros comerciais ou restaurantes com o seu filho?Sente sempre um grande
receio das birras que o seu filho poder fazer no supermercado?J deu por si a comprar um brinquedo s
para evitar que o seu filho se portasse mal numa loja?
So vrias as mes e pais que respondem que sim a todas as perguntas anteriores. H crianas que
apercebendo-se das fragilidades dos pais, sabendo que os mesmos se envergonham perante as birras dos
filhos, perante a desobedincia em pblico, servem-se disso para conseguirem o que querem em locais
pblicos, nomeadamente brinquedos.
Por sabermos que no fcil e que comum a tantos pais, saiba que existe um conjunto de comportamentos
e estratgias que pode adoptar para promover a obedincia e os bons comportamentos do seu filho em locais
pblicos.
O que nunca se deve esquecer: O elogio
Em primeiro lugar, como em todas as situaes, sempre que o seu filho obedecer em pblico lembre-se sempre
de o elogiar e de lhe dar ateno pelo comportamento que teve. Tratando- -se de um bom comportamento num
centro comercial ou numa loja, poder mesmo comprar- -lhe uma pequena prenda escolha dele, isto
porque como sabe as lojas foram feitas para serem fortes atrativos e levar compra, pelo que neste stios o
seu elogio ou ateno poder numa primeira fase no ser suficiente para que o seu filho se interesse em
seguir as suas ordens.
A preparao Antes de ir para o local pblico
Antes de ir com o seu filho para um local pblico, prepare essa ida. Certifique-se de que ele est a escutar com
ateno, relembre-o de todas as regras que dever seguir e faa-o repeti- -las. Pode tambm transmitir-lhe
confiana no seu comportamento, dando-lhe a responsabilidade de ter um bom comportamento, dizendo-lhe
que o vai levar e o que o quer levar porque sabe que pode contar com ele, que ter um bom comportamento
e ser uma grande ajuda.
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No local pblico
Assim que entra no local esteja atento ao seu filho e assim que ele obedecer a uma das regras estipuladas, elogie-o e manifeste o seu contentamento por
poder contar com ele, evitando assim que apaream comportamentos negativos.Ao longo da visita, envolva o seu filho nas tarefas, dando-lhe algumas
responsabilidades: tirar os produtos das prateleiras no supermercado, contar consigo o nmero de mas que quer levar, pedir que a(o) relembre de um
determinado alimento... Ao estar envolvido, mantem-no ocupado e distrado, evitando que manifeste comportamentos indesejveis.Se decidir dar-lhe uma
recompensa material (um brinquedo, por exemplo) deixe-o transportar a recompensa enquanto esto no local, para se ir lembrando como ser
recompensado. Se o seu filho se portar mal, tire-lhe imediatamente a recompensa, explicando-lhe a razo de forma clara e curta.
E se realmente desobedecer em pblico?
Nas crianas e at nos adultos, a repetio dos comportamentos indesejveis acontece especialmente quando no se lida imediatamente com eles e se
deixa passar. essencial para que no continue a ter de evitar levar o seu filho consigo a stios pblicos. Assim, ao primeiro comportamento inadequado em
pblico, atue de imediato, evitando assim que o possa repetir.
Se estiver numa loja, perante um comportamento inadequado, pode levar o seu filho para um canto da loja e record-lo do que combinaram, relembrandoo que ter consequncias se continua a exibir comportamentos desadequados. Se o comportamento persistir pode sair da loja, depois de terminar as suas
compras, lev-lo casa-de-banho e deix-lo estar encostado durante alguns minutos para que possa relembrar-se das regras e compreenda que no ter
vantagem em portar-se de forma inadequada. Pode optar por lev-lo para o carro e sent-lo no banco de trs enquanto fica c fora. Ao longo de todos estes
procedimentos mantenha uma postura segura, no deixe que perceba que se envergonha com a sua desobedincia ou birra. Passe sempre a ideia de que
ele que ficar a perder se mantiver a postura inadequada.
Pode tambm usar um livro de notas onde explica ao seu filho que se o seu nome for l escrito por mau comportamento, ele ficar de castigo quando
chegarem a casa.Em qualquer destes casos, cumpra sempre o que lhe diz, no ameace apenas, se no perder o efeito. As consequncias devero ser o mais
imediatas e consistentes possveis ao longo do tempo e entre ambos os pais.
Experimente! Confie em si, lembre-se que est a educar o seu filho e que a forma como o faz ir influenciar a forma como ele age consigo e com os
outros.No evite mais lev-lo consigo. Comece j hoje.
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frequente at certa idade as crianas pequenas associarem os comportamentos de higiene, como o banho, a
regras que so impostas pelos pais, no lhes atribuindo importncia social e fsica.
A hora de ir para o banho, os filhos que se esquivam de lavar os dentes so relatados por muitos pais e so
minutos, horas de uma grande batalha entre pais e filhos.
Em primeiro lugar essencial que o banho e os hbitos de higiene possam ser vistos como benefcios e no
como algo negativo, assim importante que no ameace o seu filho. Se ele no quiser tomar banho, mais
produtivo se o premiar (numa primeira fase). Seja o primeiro a mostrar bons hbitos de higiene, um dos
principais modelos do seu filho.
Desde bem pequeninos, ainda com fralda que pode incutir os bons hbitos de higiene, tornando a muda da
fralda um momento em que mostra carinho e simpatia ao seu beb.
E para os pequenotes para quem o banho s uma perda de tempo, que tal tornar esse momento e a
higiene divertida?
- Propomos que compre para cada elemento da famlia um kit de banho, o seu filho at pode ajudar,
com uma esponja de banho muito colorida, um doseador de gel de banho e um gel de banho que
possa ser ele a escolher. Neste momento de escolha e entrega dos objectos para o banho, todos os
elementos da famlia devero mostrar admirao e alegria pelos novos objectos;
- Em casa criem o hbito do pai, da me e irmos mais novos expressarem como bom lavar os
dentes, as mos, o cabelo no banho e elogiarem-se entre si quando fazem um acto de higiene,
incluindo claro a criana;
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No banho da criana, promova o uso do novo kit e faa um jogo com ela, perguntando-lhe o que deve
lavar primeiro e indo ajudando, deixando que seja ela a adivinhar qual a ordem dos membros/zonas
do corpo que deve seguir. Cada vez que acerta, elogie com muita alegria e incentive-a a lavar a zona
identificada, quando no acerta, no a corrija, diga apenas que j l iro a essa zona mas agora ter de
ser outra zona e identifica a zona. Pode fazer este exerccio at que o seu filho esteja totalmente
vestido, dependendo da idade e do que j capaz de fazer. Se j souber ler e escrever, poder fazer
uma variante com adivinhas, propondo criana que adivinhe qual a parte do corpo que deve lavar,
dizendo-lhe a primeira letra;
- Nas primeiras vezes e porque foi um grande mestre do banho oferea-lhe um prmio: uma histria
nova ao deitar, um filme com os pais ou at uma medalha pelo excelente banho.
O desenvolvimento deste tipo de hbitos permite no s evitar doenas, como promover a autonomia e a
importncia das relaes com os outros.
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E se lhe dissermos que quando evita uma birra do seu filho aos 5 anos pode estar a evitar-lhe uma birra aos
25?
E pode pensar: Uma birra aos 25?!
Sim. mesmo isso! Uma birra aos 25, ou aos 32, ou aos 47 ou aos 76.
Porque as birras assumem vrias formas. E essas formas mudam com a idade.
Esse fenmeno tantas vezes descrito como irritante, desesperante, que enche pais de vergonha e lhes d
vontade de fugir, no s uma catstrofe no meio do supermercado ou duas horas de choro antes de
adormecer ou uma luta interminvel para comer cinco ervilhas.
Essas birras no so mais nem menos do que momentos em que, em sequncia de um acontecimento
desorganizador, as emoes se misturam de tal maneira que a nica forma de desatar aquele n gigante
parece ser pedir ajuda. E pedir ajuda quando somos pequenos pode ser gritar e chorar, ou depois quando
somos mais crescidos, chamar ininterruptamente a ateno de todos os que esto nossa volta sem que
precisemos de nos explicar.
E sabemos que esses tais momentos desorganizadores acontecem ao longo da vida inteira. No acontecem s
quando somos pequenos. Podem acontecer ao longo do percurso acadmico, na altura da entrada para o
mercado de trabalho, numa fase mais atribulada de uma relao amorosa, ou at com a chegada do primeiro
ou do segundo filho.
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Ento, quanto mais cedo pudermos aprender a desatar o tal n de sentimentos estranhos, mais e mais fcil se
tornar a gesto de momentos difceis ao longo da vida.
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