Titulos de Credito PDF
Titulos de Credito PDF
Titulos de Credito PDF
TÍTULOS DE CRÉDITO
2
TÍTULOS DE CRÉDITO
PIDCC
Aracaju, 2014
4
Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, com finalidade de comercialização ou aproveitamento
de lucros ou vantagens, com observância da Lei de re- gência. Poderá ser reproduzido texto, entre aspas, desde que haja
expressa marcação do nome da autora, título da obra, editora, edição e paginação.
A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.619/98)
é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código penal.
Editoração Eletrônica
Sérgio D’Santana
139p.
ISBN 978-85-914737-4-8
1. Direito Empresarial. 2. Títulos de Crédito
www.pidcc.com.br
5
CONSELHO EDITORIAL:
www.pidcc.com.br
6
SUMÁRIO
1. DISPOSITIVOS LEGAIS..............................................................................................
2. CONCEITO....................................................................................................................
a) Independência................................................................................................................
b) Abstração.......................................................................................................................
Vinculados.........................................................................................................................
Livres................................................................................................................................
Ordem de pagamento......................................................................................................
Promessa de pagamento..................................................................................................
Causais..............................................................................................................................
Não causais.......................................................................................................................
Ao portador......................................................................................................................
Nominativos à ordem.......................................................................................................
www.pidcc.com.br
7
5.1 Aceite...........................................................................................................................
a) Aceite presumido...........................................................................................................
b) Aceite normal.................................................................................................................
d) Aceite facultativo...........................................................................................................
e) Aceite obrigatório..........................................................................................................
5.2 Endosso.........................................................................................................................
5. 2. 1 Modalidades de endosso...........................................................................................
a) Endosso em branco........................................................................................................
b) endosso em preto...........................................................................................................
c) endosso irregular...........................................................................................................
d) endosso – mandato........................................................................................................
e) endosso – caução............................................................................................................
f) endosso póstumo.............................................................................................................
5.2.2 Aval............................................................................................................................
5.2.2.1 Espécies...................................................................................................................
Aval total............................................................................................................................
Aval parcial........................................................................................................................
Aval sucessivo.....................................................................................................................
6 PROTESTO CAMBIAL................................................................................................
6.1.1 Espécies......................................................................................................................
a) Ações judiciais...............................................................................................................
b) Procedimentos extrajudiciais.......................................................................................
b.2 Contraprotesto.............................................................................................................
7.1.2 Requisitos...................................................................................................................
Essenciais...........................................................................................................................
Não essenciais....................................................................................................................
7.2 Cheque.........................................................................................................................
7.2.2 Conceito.....................................................................................................................
7.2.3 Requisitos..................................................................................................................
7.2.6.2 Características........................................................................................................
8 DUPLICATA.................................................................................................................
8.3 Histórico......................................................................................................................
8.6 Espécies........................................................................................................................
8.11 Prescrição..................................................................................................................
9.2 Conceito.......................................................................................................................
9.3 Características............................................................................................................
9.4 Transmissão/endosso..................................................................................................
10 NOTA PROMISSÓRIA..............................................................................................
10.2 Requisitos..................................................................................................................
Essenciais...........................................................................................................................
10.3 Tipos...........................................................................................................................
10.3.1 A vista......................................................................................................................
14.2.2 - CDCA
1 DISPOSITIVOS LEGAIS
Lei geral das Cambiais - Decreto 2044/1908, Convenção de Genebra (1930 e 1931), Decreto
nº 57663/66 - Dispõe sobre letra de cambio e nota promissória (lei Uniforme), Código Civil
de 2002 - lei 10406/2002 – arts. 887 a 926, Lei 5474/68 - Lei das Duplicatas, Lei 7.357/85 -
Lei de Cheques, Lei 1102/1903 - Warrant e Conhecimento de Depósito, Dec. - lei 167/1967 -
Nota de crédito rural, Warrant Agropecuário de Cooperativa - lei 5764/71 e art. 47 da lei
11076/2004, Warrant agropecuário - lei 5764/71 modificada pelo art. 47 da lei 11076/2004,
Warrant de Cooperativa - lei 5764/71 modificada pelo art. 47 da lei 11076/2004,
Conhecimento de Depósito agropecuário – lei 11076/04, Certificado de Recebíveis do
Agronegócio - CRA - lei 11076 de 30 de dezembro de 2004, Certificado de Direitos
creditórios do Agronegócio - CDCA - lei 11076 de 30 de dezembro de 2004, Certificado de
Depósito Agropecuário - CDA - lei 11076 de 30 de dezembro de 2004, Certificado de
Depósito Agropecuário de Cooperativa - CDA - lei 5764/71 modificada pelo art. 47 da lei
11076/2004, Cédula de Produto Rural - CPR - lei 8929 de 22 de agosto de 1994; lei
11524/2007 e lei 9973/2000.
www.pidcc.com.br
12
2 CONCEITO
São vários os atributos inerentes aos títulos de crédito, os quais abaixo se apresentam:
antecederam; quem assina uma cambial, vincula-se a ela, fica por ela obrigada. Quem saca ou
emite, quem aceita, quem endossa ou quem avaliza uma cártula é signatário de uma
declaração cambial, é responsável pelo valor ali consignado.
Existem outros atributos que a doutrina elenca como atributos eventuais, por não se
fazerem presentes em todos os títulos de crédito e/ou não em todos os momentos do
surgimento do título.
3.a.1 Independência - o título por si só, sem necessitar de causa para lhe dar
origem e mantê-lo circulando, torna-se garantido autossuficiente;
www.pidcc.com.br
14
a) forma do título
b) conteúdo literal
d) Formalismo
e) Solidariedade
f) Independência
g) Incorporação
Vê-se que dentre as características dos títulos de crédito não se inclui a personalização.
A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de
crédito, invalida o negócio jurídico que lhe der origem. Considera-se legítimo possuidor o
portador do título à ordem com série regular, embora interrompida de endossos.
www.pidcc.com.br
15
a.1. Vinculados - são os títulos que atendam ao padrão exigido pela lei e pelas
resoluções do Banco Central;
a.2. livres - são aqueles que podem dispor de qualquer forma e não precisam
diretamente de outro título para surgir.
beneficiário.
d.1. ao portador - atualmente só o cheque até o valor de R$100,00 (cem reais) pode
circular ao portador.
www.pidcc.com.br
16
6.1 Aceite
É através do aceite (ato cambiário) que o sacado se obriga cambiariamente e com esta
obrigação, se obriga em cumprir ordem que lhe é dada e a realizar o pagamento em data e
termos aprazados. O aceite é aposto no anverso da letra, ao lado esquerdo e também na
vertical. Caso for oposto no verso deverá ter a identificação do ato (art. 25 da lei Uniforme).
Fato que difere do endosso.
O aceite pode ser total ou parcial. “o aceite parcial pode ocorrer em duas modalidades:
limitativa e modificativa. Pela primeira, o sacado concorda em pagar parte do valor. Pela
segunda, o sacado altera condições de pagamento do título de crédito.” 2
Pode-se proibir a figura do aceite. Porém algumas exigências legais são requisitadas:
deve-se inserir cláusula de não aceitável na cártula e o efeito jurídico desta cláusula é a de que
não haverá o vencimento antecipado da letra de câmbio na recusa de aceite (art. 22 da lei
Uniforme). O tomador só deverá apresentar a letra no seu vencimento. Não deixa de ser uma
1
"São aqueles instrumentos jurídicos que, em virtude de sua disciplina jurídica, aproveitam somente em parte os
requisitos essenciais e as características dos títulos de créditos próprios." GOMES, F. B. p. 185.
2
FINKELSTEIN, Maria Eugenia, p.131.
www.pidcc.com.br
17
7 ENDOSSO
7.1 Conceito
Com o endosso opera-se a tradição da entrega do título. O artigo 893 do Código Civil
é taxativo: “a transferência do título de crédito. Implica a de todos os direitos que lhe são
inerentes.”
www.pidcc.com.br
18
Segundo M. C. A. Fuher
3
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios, Títulos de crédito e Contratos mercantis, Editora saraiva, são Paulo,
2006, p.39.
4
www.pidcc.com.br
19
7.a.4 Endosso-mandato
Também conhecido por endosso procuração, tem por objetivo constituir o endossatário
em mandatário do endossante.
Logo, terá endossatário poderes para realizar a cobrança e dar a quitação do título,
sem, todavia, dispor do valor do crédito, o qual pertence ao endossante. O endosso-mandato
se materializa no título pela inserção da cláusula “por procuração”, ou outra expressão
equivalente.
7.a.5 Endosso-caução
Caso, porém, seja efetuado após o protesto ou depois de expirado o prazo para que
este se fizesse, o endosso-póstumo produzirá os efeitos de uma cessão ordinária de crédito.
Nessa hipótese, o endossante-cedente não ficará obrigado cambialmente ao pagamento do
título; entretanto, todas as exceções que contra ele tiver o devedor podem ser opostas ao
endossatário-cessionário.
www.pidcc.com.br
20
Passa a existir este tipo de endosso quando o endossatário já é uma pessoa obrigada na
cártula (no título). O reendosso ocorre quando é praticado por aquele que adquire a cambial
em cártula que contenha o endosso de retorno.
Pode ser entendida como aquela que demonstra pela sua presença no título de crédito,
que o mesmo não está sendo garantido por terceiro (não está sendo garantido por aval, por
exemplo). Endosso sem garantia é diferente de cláusula proibitiva de novo endosso - ela
apesar desta nomenclatura, não proíbe novos endossos, apenas faz com que o endossante que
a colocou não garanta o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada
5
(art. 15 da LUG), só vincula a quem ela faz, não vincula o avalista.
O endosso sem garantia torna o endossante não obrigado, ou seja, ninguém pode
cobrar dele, pois não se torna coobrigado o título. Já na cláusula proibitiva de novo endosso,
só quem pode cobrar daquele que inseriu tal cláusula é o seu endossatário, e não os demais,
caso existam. 6
5
BRUNO, Rachel Direito Empresarial – Coleção Tópicos de Direito, vol. 8, Rio de Janeiro: Editora Lúmen
Júris, p.177.
6
ibidem, p.177.
www.pidcc.com.br
21
O endosso é ato unilateral que impõe O portador da cambial pode quando da emissão
forma solene: a escrita do título, não permitir que o mesmo circule
mediante endosso. Esta cláusula se insere no
bojo do mesmo, a “cláusula não à ordem”,
contudo ele poderá circular ainda, mediante o
instituto da cessão civil de crédito, em que o
cedente transfere o crédito ao terceiro, que
denomina-se cessionário. É um ato bilateral que
gera efeitos para ambas as partes envolvidas.
9 AVAL
7
Quadro Sinóptico apresentado no livro de Maria Eugenia Finkelstein. Direito empresarial, série leituras
jurídicas- provas e Concursos, editora Atlas, 2008, p.130.
www.pidcc.com.br
22
9. a.1 Espécies
9. a.1.2 Aval parcial – este é vedado pelo Código civil, conforme o artigo 897,
parágrafo único do Código Civil, porém continua em vigência o aval parcial, pois assim
disciplinam as leis da letra de câmbio, do cheque e da duplicata e por elas serem específicas
da área, aplica-se o princípio da hierarquia das leis, prevalecendo aquelas que tratam
especificadamente da matéria. No entanto, poderá ser aplicada se for compatível com a
mesma, o que não é o caso. Ocorre antinomia em ordenamento jurídico quando duas de suas
normas se encontram no mesmo campo de validade, são incompatíveis entre si. Logo o
questionamento, qual prevalecerá o artigo do Código civil ou das leis especiais? Segundo
Norberto Bobbio, as regras fundamentais para a solução das antinomias, são três:
II- hierárquico – conhecido como lex superior, no qual havendo incompatibilidade entre
normas , prevalece a hierarquicamente superior.
III- especialidade – é conhecido como lex specialis- é aquele que determina que existindo
a incompatibilidade, uma geral e uma especial, prevalece a segunda.
www.pidcc.com.br
23
Podem existir conflitos entre os critérios, especificadamente este quando passa existir
o conflito entre o hierárquico e o cronológico: para Bobbio, neste caso, a lei geral sucessiva
não elimina do caminho a lei especial precedente. Logo, não há como prevalecer a regra do
CC quanto ao aval parcial, pelos critérios apresentados por Bobbio.
9. a.1.3 Aval superposto e ou simultâneo - o aval pode vir a ser dado por mais
de uma pessoa no mesmo título, seja mais de um avalista para o mesmo avalizado, seja um
avalista do outro, com vários avalistas para o mesmo avalizado tem-se o aval simultâneo (co-
aval).
www.pidcc.com.br
24
11 PROTESTO CAMBIAL
A Lei 9492/97 trata de procedimento do protesto, como ele deverá ser tirado e
operacionalizado perante o cartório extrajudicial competente. Não podemos confundir
procedimentos e efeitos do protesto. Esta lei trata dos procedimentos, enquanto outros
dispositivos legais do direito cambiário tratam dos efeitos deste.
Tem a função probatória de direito, tem como função produzir provas, para a
caracterização da mora do devedor. No entanto, o que se apresenta como característica, é o
fato jurídico de que na relação cambial existente, não existe a obrigatoriedade do protesto do
título. O ato de protestar o título, caso o credor assim o decida, apenas gera o efeito de
comprovação de não pagamento. É facultativo para cobrar dos obrigados diretos.
www.pidcc.com.br
25
O local do protesto por falta de pagamento deve ser feito na praça do pagamento. É
um ato formal e solene e exige certas formalidades legais pelo tabelião de protesto, sob pena
de não serem observadas, o protesto poderá ser eivado de nulidade. Exemplo: protesto tirado
sem a intimação do devedor e/ou ausência de qualquer de um elemento estatuído no artigo 14
e parágrafos 8 da lei 9492/97, exigido para constar na intimação.
Ao receber o título para lavrar o protesto, o cartório competente tem até três dias úteis,
contado da protocolização do título ou documento de dívida para encaminhar ao devedor para
averiguação das informações passadas, através de carta com aviso de recebimento. Ao final
deste prazo o cartório pode lavrar ou não o protesto. No prazo de três dias úteis, o devedor
tanto poderá pagar, como também poderá se defender. No entanto, esta defesa não se dá em
cartório de protesto de títulos e sim no âmbito do poder Judiciário através de ação cautelar de
sustação de protesto. É bom dizer que se a medida do cautelar for concedida, esta deverá ser
entregue ao oficial, dentro deste prazo de três dias úteis ou antes da lavratura de protesto. Em
seguida poderá o devedor requerer o cancelamento do protesto (art. 17, parágrafo 1 da lei
9492/97 - sustação e art. 26 - cancelamento).
8
Art. 14 & 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de identificação do título ou
documento de dívida, e prazo limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bem como número do
protocolo e valor a ser pago. Art. 15 & 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé, responderá
por perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções civis, administrativas ou penais.
www.pidcc.com.br
26
O protesto pode ser cancelado, por qualquer interessado, com a apresentação do título
em original, ou declaração de anuência do credor, por três motivos: a) defeito formal do
9
Expressões fazer o protesto, tirar o protesto. LU - art. 44 e decreto 2044 e art. 28.
www.pidcc.com.br
27
Caso o protesto seja abusivo ou indevido, este poderá vir a ser sustado pela Ação
Cautelar de Sustação de Protesto com caução e ou depósito da quantia reclamada. E depois de
30 dias, deverá promover a ação anulatória do título que fora levado a protesto. Agora se o
protesto já tenha se efetivado no cartório competente de protesto de títulos, caberá ao
interessado promover a ação de cancelamento de protesto.
Para se efetivar a baixa do protesto, é necessário que sejam pagas as taxas e as dívidas,
apresentando o instrumento do protesto. Cabe ao credor em início, proceder a baixa do
protesto, quando o pagamento é realizado pelo devedor.
11.5.3 Contraprotesto
É uma espécie de protesto que não susta os efeitos do protesto, mas ao contrário,
produz novos efeitos contra o primeiro protestante. Passam a existir os efeitos também do
contraprotesto. O contraprotesto é feito judicialmente e nas hipóteses do artigo 871 10 do
Código de Processo civil, na parte final.
12 SAQUE E RESSAQUE
12.1 Saque
10
Art. 871 O protesto ou interpelação não admite defesa nem contraprotesto nos autos; mas o requerido pode
contraprotestar em processo distinto.
www.pidcc.com.br
28
“Saque é o termo utilizado para designar o ato cambiário que cria o título de crédito,
implicando em dois efeitos básicos: (i) autorizar o beneficiário, por ocasião do vencimento do
título, procurar o sacado com o objetivo de receber o valor mencionado no título; e (ii)
vincular o emitente do título (sacador) ao pagamento da obrigação cambial como
coobrigado” 11.
12.2 Ressaque
É uma ordem de pagamento que tanto pode ser a vista (quando da apresentação do
título para pagamento) como a prazo. Comporta obrigação quérable e portable.
13.1.2 Requisitos
13.1.2.1 Essenciais
11
CAMILLO, Carlos Eduardo Nicoletti e Alli – Direito de Empresas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo:
2008, p. 207.
12
CRETELLA JUNIOR, José e outro – 1000 perguntas de Direito Comercial, Rio de Janeiro: Editora Forense,
2004, p.83.
www.pidcc.com.br
29
c) nome do tomador
e) época do vencimento
f) assinatura do sacador
c) na falta de indicação do lugar onde foi passada, considerar-se-á o lugar designado ao lado
do nome do sacador.
13.1.3 Teorias
13.4.2 Sacado é quem recebe a ordem, é aquele que deve realizar o pagamento.
www.pidcc.com.br
30
13.5.1 À vista - ao ser apresentado o título para pagamento, este deverá ser de
pronto.
O aceite, como fora dito anteriormente, pode ser recusado e a sua recusa acarretará o
vencimento antecipado da letra. O sacado em face da recusa, não se obrigará cambiariamente,
restando ao credor somente a ação ordinária para se discutir a obrigação e deverá ser
mencionada a origem do débito, da dívida. O sacado não poderá reter indevidamente a letra
sob pena de prisão administrativa. Esta não tem natureza penal e com a simples apresentação
da letra cessam seus efeitos, segundo preceitua o artigo 885 do Código de processo Civil. 13
“O prazo de respiro significa que o sacado tem o direito de pedir que a letra lhe seja
reapresentada no dia seguinte à primeira apresentação para aceite para que ele possa realizar
consultas e pensar a respeito da conveniência de aceitar ou não a letra de câmbio.” 14
13
Art. 885 - O juiz poderá ordenar a apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou
aceitante; mas só decretará a prisão de quem o recebeu para firmar aceite ou efetuar pagamento, se o portador
provar, com justificação ou por documento, a entrega do título e a recusa da devolução. Art. 35, Intervenção -
Letra de câmbio - D-002.044-1908.
14
FINKELSTEIN, Maria Eugenia, p.132.
www.pidcc.com.br
31
Prazo de protesto de letra de cambio – é até o primeiro dia útil seguinte ao da recusa
de aceite ou de pagamento – art. 28 do decreto 2044/1908.
O sacado da letra de Câmbio não é obrigado solidário porque só o fato do seu nome
constar na letra não enseja responsabilidade. Havendo o aceite pelo sacado, ele é o aceitante o
obrigado direto. E todas as demais figuras intervenientes são devedores de regresso ou
subsidiários.
Com a inserção desta cláusula, portador, para poder exercer os seus direitos de ação,
estará isento, por vontade do sacador expressa na própria letra, de promover o
protesto. Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação da letra dentro do
prazo prescrito, nem tampouco dos avisos a dar. É óbvio que não provando a
apresentação da letra pelo protesto, o portador terá de fazer a prova por qualquer
outra forma extracambiária que o direito permite. Essa prova constituirá ônus
daquele que dá inobservância da apresentação queira se prevalecer contra o
portador. (...) Se a cláusula sem despesas, sem protesto ou outra equivalente for
inserida pelo sacador, produz os efeitos em relação a todos os que se obrigarem na
letra. Se inserida por endossante ou por avalista, somente em relação a ele terá
efeito. 15
Por serem devedores cambiários, são considerados também devedores solidários. São
eles: o sacador, aceitante, endossantes e avalistas. Em decorrência desta solidariedade, o
portador do título poderá acionar na justiça cada uma das figuras intervenientes,
individualmente, alguns e/ou todos, sem observância de qualquer tipo de ordem de
preferência. Esta solidariedade é de natureza cambiária e não de natureza processual como o
litisconsórcio necessário, como também difere da solidariedade do direito civil. A
solidariedade cambiária decorre de lei. Exemplo: caso se impetre execução em face de um
15
REQUIÃO, Rubens, p. 443.
www.pidcc.com.br
32
endossante e posteriormente se constate de que ele não tinha bens para cobrir a dívida, o
credor poderá acionar outros tantos solidariamente responsáveis, outros endossantes.
A)
www.pidcc.com.br
33
DJ 297 de
ORIGEM.....:4A CAMARA CIVEL FONTE......:
18/03/2009
ACÓRDÃO....:12/02/2009 LIVRO......:(S/R)
PROCESSO...:20080432662 COMARCA....:GOIATUBA
EMENTA.....: APELACAO CIVEL. ACAO DE EXECUCAO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA. CEDULA DE
PRODUTO RURAL. EXCECAO DE PRE-EXECUTIVIDADE. MATERIA FATICA COMPROVADA DE
PLANO. POSSIBILIDADE. OBRIGACAO BILATERAL. 1 - A EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE E
UM MEIO DE DEFESA PROPRIO DO PROCESSO EXECUTIVO, SENDO CABIVEL PARA ALEGAR
MATERIA DE ORDEM PUBLICA E OUTRAS QUESTOES COMPROVADAS DE PLANO. 2 - SENDO A
CEDULA DE PRODUTO RURAL GARANTIA DO PROPRIO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
PACTUADO ENTRE FINANCIADORA E AGRICULTOR, O CUMPRIMENTO DO OUTRO, EM FACE DO
CARATER BILATERAL DA (CEDULA DE PRODUTO RURAL- CPR), CUMPRE AO EXEQUENTE
TRAZAR AOS AUTOS A COMPROVACAO DO SEU ADIMPLEMENTO JUNTO AO EXECUTADO, SOB
PENA DE EXTINCAO DO PROCESSO DE EXECUCAO SEM RESOLUCAO DO MERITO POR
CARENCIA DA ACAO. APELACAO CONHECIDA E IMPROVIDA.
Quarta Turma
A cédula de produto rural (Lei n. 8.929/1994), pela qual o produtor rural promete
entregar seu produto ao credor ou à sua ordem no local e nas condições nela
estabelecidas, por sua natureza, exige prévia notificação do devedor em caso de endosso
(que deve ser completo), para se confirmar ou alterar o local da entrega. Assim, in casu,
visto que não houve a referida notificação (art. 1.069 do CC/1916), o produtor cumpriu
sua obrigação ao entregar o combinado à cooperativa endossante, restando incorreto,
pelas peculiaridades do caso, o ato de a nova credora levar o referido título a protesto.
Resp. 494.052-RS, Rel. Min. Ruy Rosado, julgado em 17/6/2003.
www.pidcc.com.br
34
DJ 250 de
ORIGEM.....:1A CAMARA CIVEL FONTE......:
08/01/2009
ACÓRDÃO....:25/11/2008 LIVRO......:(S/R)
PROCESSO...:200803734845 COMARCA....:GOIATUBA
REDATOR....:
www.pidcc.com.br
35
O surgimento da nota promissória remonta-se à Idade Média. Sua origem está ligada à
atividade bancária e ao documento cautio, “documento lavrado pelo banqueiro, por meio do
qual se obrigava a pagar uma determinada quantia ao mercador, só que em outra praça. (...)
Código Comercial Francês de1807 tratou de disciplinar a nota promissória, a ela dando o
nome de billet à ordre, legislação, esta que influenciou a outros países a adotar essa espécie
de título de crédito.” 16
“Sua origem remonta às atividades dos banqueiros italianos, que recebiam dos
mercadores certas importâncias em depósito e emitiam documentos que prometiam pagar a
soma depositada ao depositante ou a um representante.” 17
16
BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial, São Paulo, 4ª edição, Editora Revista dos
Tribunais, 2008, p.437.
17
FINKELSTEIN, Maria Eugenia. Direito Empresarial, Série Leituras Jurídicas – Provas e Concursos, 4ª edição,
São Paulo, Editora Atlas, 2008, p.139.
www.pidcc.com.br
36
Três são os dispositivos legais que tratam da nota promissória, no nosso ordenamento
jurídico:
3. Os dispositivos do Código Civil de 2002, naquilo que não lhe for contrário.
13.2.2 Conceito
Surgem apenas duas figuras intervenientes, ao ser sacada uma nota promissória:
sacador (este equipara-se ao aceitante da Letra de Câmbio) e beneficiário. O sacado não existe
porque não há uma ordem de pagar e sim uma promessa. É um título abstrato e nele não se
discute a causa debendi.
13.2.3 Requisitos
A) Essenciais
www.pidcc.com.br
37
a) época do pagamento - a nota promissória em que se não indique a época do pagamento será
considerada à vista, ou seja, quando o credor apresentar a nota promissória, no ato da
apresentação, deverá ser quitada, paga.
Caso não se indique a data em que foi emitida e se esta não for inserida no texto, antes
do ajuizamento de ação cambial, perde o título a sua força executiva, porém pode se impetrar
ação monitória nos termos do artigo 1.102ª do Código de Processo Civil- CPC.
Neste caso trata-se de caso de nota promissória incompleta que a nossa lei admitiu o
seu preenchimento pelo portador do título de boa-fé, antes de qualquer cobrança e/ou
execução (Súmula 387 do STF) 18. “É imprescindível essa informação essa informação para
que se verifique se o sacador possuía capacidade jurídica à data da emissão” 19. Esta que não
contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar
designado ao lado do nome do subscritor.
18
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes
da cobrança ou do protesto.
19
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios, Títulos de crédito e contratos mercantis, Sinopses jurídicas, São Paulo,
Editora saraiva, 2ª edição, 2006, p. 61
www.pidcc.com.br
38
13.2.4.1 À vista
A nota deverá ser paga, vence, quando da apresentação do título ao seu emitente. 20
O subscritor determina um prazo que será contado a partir do momento do visto, para
que se dê o vencimento/pagamento da nota.
Este tipo de vencimento da nota promissória precisa ser bem esclarecido, já que esta
constitui uma promessa de pagamento e por ser promessa, precisa da assinatura do devedor
para ser emitida, portanto não admite aceite. Boa parte da doutrina comercialista não admite
este tipo de nota promissória. Neste caso, o aceite tem um único propósito que é servir para a
20
Artigo 34. A letra à vista é pagável à apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de 1
(um) ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes
prazos podem ser encurtados pelos endossantes. O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não
deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se
dessa data.
21
Artigo 36. O vencimento de uma letra sacada a 1 (um) ou mais meses de data ou de vista será na data
correspondente do mês em que o pagamento se deve efetuar. Na falta de data correspondente, o vencimento
será no último dia desse mês. Quando a letra é sacada a 1 (um) ou mais meses e meio de data ou de vista,
contam-se primeiro os meses inteiros. Se o vencimento for fixado para o princípio, meado ou fim do mês,
entende-se que a letra será vencível no primeiro, no dia 15 (quinze), ou no último dia desse mês. As expressões
"oito" dias ou "quinze" dias entendem-se não como 1 (uma) ou 2 (duas) semanas, mas como um prazo de 8
(oito) ou 15 (quinze) dias efetivos. A expressão "meio mês" indica um prazo de 15 (quinze) dias.
22
Artigo 35 “O vencimento de uma letra a certo termo de vista determina-se, quer pela data do aceite, quer pela
do protesto. Na falta de protesto, o aceite não datado entende-se, no que respeita ao aceitante, como tendo sido
dado no último dia do prazo para a apresentação ao aceite”.
www.pidcc.com.br
39
determinação da data para a definição de quando começará a correr o prazo para pagamento,
vencimento, quando oporá o seu visto. O prazo de apresentação para pagamento será de 01
ano do saque (art.23) quando o vencimento for a certo termo de vista.
c) 06 meses, a contar da data do dia em que o endossante pagou o título ou em que ele foi
acionado, dos endossantes, uns contra os outros, ou seus avalistas.
A nota deve ser apresentada a protesto no prazo de dois dias úteis após seu
vencimento, em cartório de protesto de títulos. Com o protesto atesta o não cumprimento da
obrigação cambial; na nota promissória não comporta protesto por falta de aceite, somente
por falta ou recusa de pagamento.
www.pidcc.com.br
40
obrigatório, a fim de que, o credor/tomador possa executá-los. Quanto à nota a certo termo de
vista poderá ser protestada por falta de data, conforme o art. 78, (segunda alínea). 23
Caso o credor perca os prazos legais fixados para tirar o protesto, perderá ele também
o direito de crédito contra os coobrigados da nota promissória, endossantes e seus respectivos
avalistas, lhe restando apenas a execução em face do promitente - devedor e respectivo
avalista, conforme o art. 53 da lei Uniforme (anexos).
A nota promissória pode ser fixada a contrato, mas dependerá de indicação no próprio
título de crédito, da celebração do referido negócio jurídico, ou seja, é emitida, via de regra,
com natureza pro solvendo para pagamento. Por esse motivo, a sua emissão não implica em
novação quanto à relação causal, de modo que, a obrigação consubstanciada no negócio
jurídico não termina com a emissão e entrega do título ao credor. No entanto, as partes podem
acordar no documento que a emissão da nota promissória ocorre com natureza pro soluto, isto
é, em pagamento.
Nesse caso, a mera emissão e entrega do título ao credor operam novação, assim
sendo, anula a obrigação da relação causal, independentemente de não ter ainda ocorrido o
vencimento e pagamento do título. Conforme estabelece o art. 361 do CC, 2002, a novação
não se presume e a emissão da nota promissória, com natureza pro solvendo ou pro soluto,
depende do que for estipulado no contrato.
Na hipótese da nota promissória ser emitida com natureza pro soluto, o credor não
poderá acionar o devedor para rescindir o negócio jurídico por descumprimento da obrigação
de pagar o preço, só poderá acioná-lo para cobrar a soma cambiária. Isso porque a obrigação
se extinguiu no momento da emissão e entrega do título ao credor, ainda que não vencido. Já
com natureza pro solvendo, o portador terá a faculdade de escolher entre mover a ação
cambiária ou rescindir o negócio jurídico por descumprimento da obrigação de pagar o preço.
23
Artigo 78. O subscritor de uma Nota Promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra.
As Notas Promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos subscritores nos prazos
fixados no art.23. O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar
o seu visto é comprovada por um protesto (art.25) cuja data serve de início ao termo de vista.
www.pidcc.com.br
41
Com base no princípio da autonomia dos títulos de crédito, a relação causal não se
confunde com a relação cartular, pois o título de crédito é documento constitutivo de direito
novo, autônomo e originário, e não probatório da relação causal.
Quando o título de crédito circula, o endossante transfere os direitos dele decorrentes ao
endossatário, de modo que a relação causal permanece imóvel entre o emitente e o
beneficiário, e o endossatário adquire direito novo, tendo em vista que o que circula é o título
e não a sua causa.
Por isso, o art. 17 da LUG determina que, quando acionado por terceiro adquirente de
boa-fé, o devedor não poderá chamar a relação causal consubstanciada no negócio jurídico
celebrado entre ele e o credor originário. Em regra, a relação causal só pode ser arguida
perante o credor com quem está relacionado diretamente no título.
Em regra, a relação causal só pode ser arguida perante o credor com quem está
relacionado diretamente no título. Tal regra tem base no princípio da economia processual,
para evitar que o devedor tenha que primeiro pagar a soma cambiaria para, em segundo
momento, mover uma ação extracamarária contra o credor do título, com base na relação
causal, para recuperar o valor pago.
Todavia, ressalta-se o art. 17, in fine da LUG que estabelece a não proteção ao terceiro
adquirente de má-fé, aquele que adquiriu o título para propositalmente prejudicar o devedor.
Portanto, esse terceiro de má-fé adquire apenas o direito derivado, e não o originário, ficando
sujeito às exceções que o devedor pode arguir com base na relação causal.
Quanto aos efeitos da nota promissória vinculada ao contrato, primeiramente deve ser
estabelecido que tal vinculação deverá estar expressa na nota promissória, e não apenas no
documento que consubstancia o negócio jurídico, pois o que circula é o título. Como não há
norma expressa, não há forma única para caracterizar a vinculação, o que se requer é que
esteja escrito expressamente no documento.
www.pidcc.com.br
42
Uma vez que a nota se encontra vinculada a contrato, a ciência da exceção implica
também a consciência de acarretar prejuízo ao devedor.
Mesmo que a nota promissória não circule, ela “desfigura-se em sua força, para correr à sorte
desse contrato” a que se vincula. Nesse caso, poderá haver violação ao princípio da
literalidade, pois o valor do débito pode não corresponder ao valor que consta no título.
Em alguns casos, o STJ admite que a nota promissória vinculada a contrato perde a
sua autonomia e o emitente poderá opor exceções pessoais perante o terceiro adquirente.
Seguindo essa linha, foi aprovada a Súmula 258 do STJ: “A nota promissória vinculada a
contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da liquidez do título que a
originou.”
Via de regra, o título de crédito é emitido com natureza pro solvendo (para
pagamento), ou seja, a mera emissão do título e entrega do mesmo ao credor não extingue a
obrigação que gerou o título. A obrigação só será extinta quando houver o efetivo pagamento.
Não há novação. Não se extingue, pela mera emissão e entrega ao credor, a obrigação que
gerou o título. Ela somente será extinta com o pagamento do título.
Havendo, por exemplo, um título dado para pagar uma compra e venda, se não ocorrer
o pagamento do título no vencimento, o credor tem dois caminhos:
As partes podem pactuar, contudo, que o título seja emitido com natureza pro soluto;
ou seja, em pagamento. Quando o título tem caráter pro soluto, o título é dado em pagamento
de uma obrigação; a mera emissão e entrega do título ao credor, independentemente da data
do vencimento, extingue a obrigação que gerou o título (causa debendi). Ocorre novação, e
nasce a nova obrigação, decorrente do título. A natureza pro soluto ou pro solvendo não é
definida no título, e sim no negócio que gerou o título. Para ser pro soluto, a novação tem de
estar claramente expressa no negócio jurídico; não se presume a novação ("O promitente-
comprador, em pagamento de..."). A LUG não trata disso, mas a Lei do Cheque (7.357/85)
tem um artigo sobre o assunto: seu art. 62 dispõe que a regra é pro solvendo em matéria de
cheque.
A jurisprudência entende que as discussões acerca das causas contratuais que deram
origem ao título irradiam sobre ele seus efeitos e assim, a deficiência ou
www.pidcc.com.br
43
13.3 Cheque
13.3.2 Conceito
24
NEGRÃO, Ricardo, Direito Empresarial – Estudo Unificado, São Paulo, Editora Saraiva, 2008, p.200.
29
Maria Helena Diniz, diz a professora.
www.pidcc.com.br
44
“Com efeito, é por meio dessas normas “inferiores” que são regulamentados o
formato, dimensões, espessura, tamanho do cheque, os motivos (antigas alíneas) e
consequências administrativas acercadas devoluções de cheques pelas instituições
financeiras.” 26
25
Conceito de Instituição Financeira: a lei 4595/64 elenca o que é considerado instituição financeira: bancos
comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas e as cooperativas de crédito.
26
CAMILLO, p.212.
www.pidcc.com.br
45
O cheque é emitido contra o banco ou instituição financeira que lhe seja equiparada,
sob pena de não valer como cheque. A emissão de cheque com valor superior a cem reais
deve ser obrigatoriamente nominal. As obrigações contraídas no cheque são autônomas e
independentes, mais que isso, o cheque pode ser emitido à ordem do próprio sacador, ou por
conta de terceiro ou ainda contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.
Mas o cheque, por sua vez, por se tratar de uma ordem de pagamento, não poderá ser
transacionado nesta espécie contratual do desconto bancário, visto que por definição legal não
existe cheque a vencer, ou, como é comumente adotado pelo mercado, cheque pré-datado. A
lei não prevê este tipo. O cheque é um instrumento de crédito exigível desde seu
preenchimento e quando é posto em circulação. O cheque não possui natureza pro solvendo,
mas sim, pro soluto. O cheque não admite aceite porque o banco não faz parte da relação
jurídica que tornou o emitente do título em devedor.
Quanto ao endosso, este no cheque só poderá ocorrer uma única vez, face não à
legislação comercial e sim à legislação tributária, segundo o artigo 17,I 27 da lei 9311/1996,
com o objetivo de evitar a circulação indiscriminada do cheque sem o recolhimento de
imposto. (CPMF), enquanto esta estava vigente. A partir do momento, que ficou revogado o
art. 20 28 da citada lei, voltou a viger a Lei Uniforme, que autoriza quantos endossos forem
necessários.
27
Art. 17. Durante o período de tempo previsto no art. 20: I - somente é permitido um único endosso nos
cheques pagáveis no País.
28
Art. 20. A contribuição incidirá sobre os fatos geradores verificados no período de tempo correspondente a
treze meses, contados após decorridos noventa dias da data da publicação desta Lei, quando passará a ser
exigida.
www.pidcc.com.br
46
Entretanto, com relação aos dispositivos das leis tributárias que tratam da série de
endossos nos cheques, especialmente o disposto no artigo 17, inciso I, da Lei nº 9.311/96
(CPMF), sob o aspecto eminentemente jurídico e levando-se em consideração critérios de
hermenêutica, é possível o entendimento de que esse dispositivo não pode prevalecer sobre a
lei do cheque, pois uma lei geral não pode prevalecer sobre outra especial. Por isso, a defesa
da possibilidade da série ininterrupta e ilimitada de endossos, prevista na lei do cheque (Lei nº
7.357/85), ainda é juridicamente viável no Brasil, não obstante o argumento daqueles que
entendem que o disposto no inciso I do artigo 17 da Lei nº 9.311/96, constitui um dispositivo
específico sobre o cheque, apesar de a lei ser genérica.
13.3.3 Requisitos
29
http://www.tvimagem.com.br/gilbertodebarrosbasilefilho/cheque.htm
www.pidcc.com.br
47
a) denominação cheque expressa no título; a palavra cheque deverá estar escrita no idioma do
país em que ele foi impresso.
b) a ordem incondicional de pagar determinada quantia, esta ordem é tanto expressa por
escrito como de forma numérica. Os dois coexistem e se por acaso vier a ocorrer divergências
entre ambos, prevalecerá o que estiver escrito, segundo preceitua o art. 12 da lei do cheque.
d) o lugar do pagamento – este requisito não é essencial, é facultativo pois na sua falta
entender-se-á que será considerado lugar de pagamento, aquele designado junto ao nome do
sacado; porém se forem designados vários lugares, o lugar do pagamento será no primeiro
deles e se por acaso não existir nenhuma indicação, o cheque será pagável no local de sua
emissão.
www.pidcc.com.br
48
É o cheque emitido pela própria instituição financeira para ser liquidado, para ser pago
em qualquer de suas agências. Sempre será emitida pela forma nominativa. É utilizado
bastante em transações que envolvam quantias expressivas que precisam de maior segurança
de pagamento.
Diz-se que o cheque é cruzado quando estão insertas no título duas linhas transversais
e paralelas no anverso (frente do cheque) do cheque. Existem duas espécies de cruzamento,
segundo o artigo 44.
www.pidcc.com.br
49
Com este tipo de cheque, o emitente proíbe o pagamento pelo sacador em dinheiro,
mediante inscrição transversal, no verso do título, da cláusula “para ser creditado em conta”
devendo o portador efetuar o depósito que mediante crédito em conta, transferência ou
pagamento receberá o pagamento da quantia lançada no cheque.
Está previsto este tipo no artigo 9º, inciso II da lei do cheque ao aceitar a possibilidade
do sacador emitir a ordem de pagamento por conta de um terceiro, determinando que o
pagamento seja feito usando os fundos disponíveis na conta de um terceiro, que não o
sacador.
30
MAYRIQUES, Saulo sena, manual Prático dos títulos de crédito, Doutrina e prática, editora edipro, 2009,
p.86.
www.pidcc.com.br
50
Agora, se não houve acordo entre as partes e o cheque foi devolvido por insuficiência
de fundos, está caracterizado crime de estelionato (art. 171, parágrafo 2º, VI) 31 se houve dolo.
Senão houve fraude, não se configura crime de emissão de cheques sem fundos, segundo a
Súmula 246 32 do STJ.
a.1) Cheque Nominativo à ordem – esta forma de apresentação está lançada no artigo 8 º da
lei do cheque, o qual autoriza ao sacador identificar o beneficiário. O Código Civil também
trata de endosso, no seu artigo 910. “O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou
anverso do título.” Há a completa identificação do beneficiário.
a.2) Cheque Nominativo não à ordem - é aquele que identifica o beneficiário da cártula,
porém acrescido da expressão “não à ordem” que significa juridicamente que o cheque não
poderá ser transferido cambiariamente mediante o endosso e sim somente pelo instituto da
cessão civil de crédito.
31
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. § 2º - Nas mesmas penas incorre quem.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
32
STF Súmula nº 246 Comprovação de Fraude - Configuração de Crime de Emissão de Cheque Sem Fundos.
Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.
33
Distinção entre cheque não à ordem e não transmissível – este último não existe mais no nosso ordenamento
jurídico cambiário. A cláusula de não transmissibilidade obsta a circulação do titulo em esfera seja ela cível e/ou
cambiária.
www.pidcc.com.br
51
contados da expiração do prazo de apresentação. Este é o prazo para ação cambial - ação
executiva. Perdido este prazo terá o portador direito à ação de locupletamento ilícito no prazo
de dois anos mais seis meses e o prazo de apresentação. Existe ainda o prazo da monitória,
caso tenha ocorrido a prescrição da executiva.
Relativamente ao cheque e segundo a Lei Federal no 7.357 de 1985, este deve ser
apresentado para pagamento, quando emitido no lugar onde tiver que ser pago, no prazo de 30
(trinta) dias da data de emissão e de 60 (sessenta) dias, observado o mesmo termo inicial,
quando emitido em outro lugar do País ou no Exterior.
Por ser uma ordem de pagamento à vista, o cheque deverá ser imediatamente
apresentado a pagamento, o beneficiário do cheque tem o prazo para apresentá-lo nos prazos
de 30 e 60 dias respectivamente se for emitido na mesma praça e/ou praça diferente e o local
de pagamento seja diverso. Caso o portador não o apresente dentro destes prazos legais, em
tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento, ele perderá o direito de execução em
face dos endossantes e avalistas, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de
apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável (3º do art. 47).
Poderá ser chamado o emitente e seu Avalista para satisfazer o débito, mesmo com a perda
do prazo.
www.pidcc.com.br
52
13.9.2 Cláusula sem protesto ou sem despesa - cláusula inserta quer pelo
emitente, endossante e avalista no título e assinada que dispensa o portador de tirar o protesto
antes de promover a execução do título. No entanto, caso o portador queira promover o
protesto, mesmo com esta cláusula, as despesas do mesmo correrão por sua conta e
respondem também todos os obrigados, se a cláusula é lançada por endossante ou avalista.
34
Este artigo trata da desnecessidade do protesto em cartório, bastando apenas a anotação do banco sacado.
www.pidcc.com.br
53
A sustação produz efeito de imediato e tanto poderá ser dada a ordem de sustação pelo
sacador-emitente ou pelo portador legitimado somente por estas razões de direito: furto,
roubo, extravio ou apropriação indébita. Também chamado de oposição. É a forma de
sustação convencional. Produz efeitos desde o momento da solicitação com base em relevante
razão de direito. Um detalhe prático jurídico relevante é que não cabe à Instituição Financeira
averiguar o alegado pelo emitente (2º do art. 36). A solicitação deverá ser por escrito. E a
liquidação do cheque pela Instituição Financeira fica sobrestada. Quando da averiguação pelo
Juiz, ao ser questionada a sustação, das razões apresentadas, caso ele não as aceite, o emitente
será considerado emitente de cheque sem fundos, dando efeitos criminais, crime de
estelionato 35. A oposição pode ser efetivada por portador legitimado.
35
O BACEN determinou em circular interna corporis que o cheque comportará duas apresentações, que são
facultativas, podendo o credor promover ação de execução sem nenhuma reapresentação. A obrigação vencida
líquida e exigível legítima o pedido. Mas para o emitente só haverá negativação do seu nome quando da
apresentação da segunda vez do cheque.
36
Art. 35 da lei de cheques.
www.pidcc.com.br
54
A ação cambial é o meio processual que o credor se utiliza para satisfazer o seu
crédito. A ação competente é a execução por título executivo extrajudicial, e dependendo do
tipo do protesto (falta de pagamento), o credor poderá promover a execução contra qualquer
um deles ou contra todos.
Esta poderá ser proposta em duas modalidades: a direta - em face dos devedores
diretos (aceitante e avalistas) e a ação regressiva - em face dos obrigados subsidiários. Os
prazos de prescrição de cada ação variam segundo o título de crédito respectivo.
Indústrias de Entretenimento Balada e Balada Ltda ME, micro empresa estabelecida na Rua
da Orla s/n, na cidade de Aracaju, estado de Sergipe, inscrita no CNPJ sob o nº
100000000000000-00, neste ato representada por seu sócio Baladeiro Baladeiro, brasileiro,
solteiro, residente e domiciliado na Rua do Sol, s/n, nesta capital, portador da cédula de
identidade nº 0000000-000, inscrita no CPF sob o nº 0000000-00, conforme cópia do contrato
social devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de Sergipe, em anexo, por sua
advogada infra assinado, (ut instrumento procuratório em anexo) com endereço comercial na
Rua do Parque s/n, para fins de intimação, nesta capital, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 585 do Código de Processo Civil combinado com o
artigo 47 da lei 7357/1985, promover a presente
www.pidcc.com.br
55
Descriminação Valor
Total R$
www.pidcc.com.br
56
Termos em que
Festeiro e Festeiro
Advogado
Após transcorrido o prazo da ação de execução, o credor poderá impetrar em até dois
anos, mais o prazo da execução e os da apresentação ação de locupletamento ilícito em face
do emitente, dos endossantes e dos avalistas com fundamento em enriquecimento sem causa
ilícito.
www.pidcc.com.br
57
www.pidcc.com.br
58
domiciliado na Rua do Sol, s/n, nesta capital, portador da cédula de identidade nº 0000000-
000, inscrita no CPF sob o nº 0000000-00, conforme cópia do contrato social devidamente
registrado na Junta Comercial do Estado de Sergipe, em anexo, por sua advogada infra
assinado, (ut instrumento procuratório em anexo) com endereço comercial na Rua do Parque
s/n, para fins de intimação, nesta capital, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 1102 - A e seguintes do Código de Processo Civil
promover a presente
Ação Monitória
Desde então, tenta a requerente em vão receber o crédito. Foram esgotados todos os
meios amigáveis para solução do litígio e recebimento do débito, porém tornaram-se
infrutíferas. Fato que legitima além de jurídica, mas eticamente, a requerente na propositura
da presente ação monitória, em face de perda do prazo da executiva. O cheque foi emitido em
estabelecimento empresarial na área de entretenimento.
www.pidcc.com.br
59
Descriminação Valor
Total R$
Requer outrossim, que caso não sejam oferecidos embargos e não cumprindo o
requerido o provimento judicial que seja então formado o respectivo documento escrito e
transformado em Título Executivo Judicial, ao tempo que requer, que Vossa Excia se digne
determinar a citação do para fins de pagamento, seguindo-se o trâmite de execução.
Termos em que
Festeiro e Festeiro
Advogado
www.pidcc.com.br
60
Esta ação é contemplada no art. 62 da lei 7357/1985 – Esta ação é também chamada
de ação causal e tem por objetivo a discussão de obrigações decorrentes da relação cambiária
originária. Ocorre quando o cheque está prescrito. O prazo prescricional desta ação é de dez
anos, segundo o artigo 205 do Código Civil 37. O foro do Juizado Especial cível não é
competente para se conhecer desta ação e sim a ação (execução) prevista nos artigos 3º e 14
da lei 9099/1995.
Ação de cobrança
37
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
www.pidcc.com.br
61
emitido, vencido e não pago até a presente data, fato que demonstra que ocorreu a prescrição
da ação executiva e da monitória (doc. 01).
Desde então, tenta a requerente em vão receber o crédito. Foram esgotados todos os
meios amigáveis para solução do litígio e recebimento do débito, tornaram-se infrutíferas.
Fato que legitima além de jurídica, mas eticamente, a requerente na propositura da presente
ação de cobrança, em face de perda do prazo da executiva e da monitória.
Descriminação Valor
Total R$
www.pidcc.com.br
62
Nestes termos
Pede deferimento
Festeiro e Festeiro
Advogado
13.4 Duplicata
13.4.1 Histórico
Título de crédito, como há muito dito, genuinamente brasileiro. Tem sua origem
jurídica no então revogado artigo 219 do Código Comercial de 1850. “Nas vendas por atacado
o vendedor era obrigado a extrair em duas vias, uma relação das mercadorias vendidas, as
quais eram assinadas por ele e pelo comprador, ficando cada via com uma das partes
contratantes.”
Também no Código de 1850, no seu artigo revogado 42, a “via da citada fatura
assinada pelo comprador a qual permanecia em mãos do vendedor era título de efeitos
cambiais, documento hábil para a cobrança judicial do preço da venda.”
Estes artigos vigoraram até o Decreto 2044 de 1908. No período de 1912 a 1921 houve
um ressurgimento em torno da duplicata, justificado pelo interesse governamental em cobrar
o Imposto do Selo nas transações comerciais. Já no período de 1922 a 1935, além da emissão
do imposto do selo, o governo também resolveu instituir outro imposto sobre a renda dos
www.pidcc.com.br
63
empresários de então, o que provocou uma reação e um retrocesso na emissão desses títulos.
Da lei 187/1936 até a presente lei 5474/68, pode-se remarcar que o fato preponderante desta
época é que a lei 187, como não poderia ser diferente, seguiu os ditames da Constituição de
1934, que no capítulo de competência de tributar, descentralizou a competência do então ICM
– Imposto de Circulação de mercadorias da União para os Estados, além de dispensar a
emissão de duplicata para sua cobrança e fiscalização.
Como este título está intimamente ligado à compra e venda de mercadorias, suas
características são intrinsecamente vinculadas à fiscalidade e à atividade empresarial.
O modelo da duplicata que circula no comércio foi determinado pela Resolução nº 102
do Conselho Monetário Nacional.
www.pidcc.com.br
64
b) o número da fatura
f) a praça de pagamento
k) a assinatura do emitente
13.4.6 Tipos
O crédito do prestador de serviços pode ser documentado por dois títulos distintos: a
duplicata de prestação de serviços e a conta de serviços. O primeiro pode ser emitido por
sociedades empresárias, cuja atividade seja serviço. Já o segundo, não é muito conhecido e
utilizado, é título utilizado pelos profissionais liberais e prestadores de serviços eventuais. “É
título emitido pelo profissional ou pelo prestador de serviços de natureza eventual. Não há
padrão de observância obrigatória, para o documento, que uma vez emitido, deve ser levado
ao cartório de Títulos e Documentos, para registro e entrega ao adquirente dos serviços.
Constitui título executivo extrajudicial a conta de serviços registrada, enviada ao devedor,
www.pidcc.com.br
65
Como já vimos, a duplicata não se confunde com fatura, embora ela surja decorrente
daquela. A duplicata é um título de crédito e a fatura é um mero documento representativo da
compra e venda efetuada.
38
BIZERRA, Patrícia, Plano de Aula 12, Disciplina Direito Comercial I, Universidade Federal de Sergipe.
www.pidcc.com.br
66
a.2) Por presunção decorre do recebimento das mercadorias, quando inexistente recusa
formal. Desde recebidas as mercadorias, sem a manifestação formal de recusa, é o comprador
devedor cambiário.
13.4.8.1 Execução
A execução transita diante do aceite praticado. Caso o aceite for ordinário, resta
somente a apresentação, exibição do título. Caso o aceite for o presumido, é necessário
quando a impetração da execução, o exequente prove o protesto do título e comprove a
entrega das mercadorias.
É possível a ação de execução de uma duplicata de venda mercantil, desde que
aceita, protestada ou não. Esta poderá correr em face do emitente ou seus coobrigados
(avalistas e endossatários).
Poderá ocorrer a execução de duplicatas sob duas hipóteses:
www.pidcc.com.br
67
a) quando somente se apresenta a duplicata, assinada pelo devedor. Neste caso, o protesto é
dispensável;
Fluência de juros – Uns dizem que incidem a partir da data do protesto do título e não
do seu vencimento – art. 40 da lei 9492/97.
Outra posição dominante segundo o artigo 25 da Lei das duplicatas deve-se observar o
art. 48 da legislação sobre letras de câmbio, cabendo a partir do dia do pagamento, se não o
fez, passa a fluir os juros.
www.pidcc.com.br
68
Este tipo de ação só caberá quando o título perder a sua força executiva. Quando a
duplicata perder alguns dos seus requisitos legais, passado o tempo da prescrição da ação
executiva.
Está recepcionada nos artigos 1102-A, 1102-B e 1102- C do Código de Processo Civil,
além daquela (execução) estatuída na lei que criou o Juizado Especial Cível - lei 9099/1995,
no artigo 14 nos casos que versem sobre valores inferiores a 40 salários mínimos.
13.4.9 Prescrição
13.4.10 Protesto
Esta forma é a mais comum e a mais utilizada no dia a dia das relações empresariais.
A cártula é apresentada ao cartório competente para protesto, após o vencimento e o protesto
será lavrado por este motivo.
Com a desmaterialização das cártulas face ao meio magnético, isto não afeta a
indispensabilidade de ser levado a protesto, título vencido e não pago, através de uma simples
indicação, sem que se tenha que apresentar o título em cartório. O parágrafo 3º do artigo 889
do Código Civil já contempla a possibilidade de emissão de títulos de crédito, a partir de
caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração
do emitente. Também podemos incluir mais outra legislação na questão da desmaterialização
que é a lei de processo eletrônico – lei 11419/2006.
distribuição de Protesto de Títulos para este objetivo. As indicações devem estar de acordo
com a compra e venda realizada que lastreou a emissão da duplicata, porque senão, o sacador
responderá por perdas e danos, além da parte penal, pois o artigo 172 do CP traz o crime de
Duplicata fria, cometido pelo credor que expede duplicata em desacordo com a quantidade e
qualidade da mercadoria vendida. A duplicata recusada, retirada e emprega será protestada
uma só vez, pouco importa o tipo de protesto, porque os seus próprios efeitos são idênticos,
em qualquer hipótese.
Caso o protesto não for efetuado (tirado) no prazo de 30 dias após o vencimento
ocorrerá a perda do direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas do título
(art. 13 & 4º). Enfim a verdadeira finalidade do protesto cambial é probatória, servindo este
documento ao credor de declaração autêntica de mora no pagamento.
“Emitir fatura duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida,
em quantidade ou qualidade, ou serviço prestado”.
É crime formal, que se consuma pela simples emissão da duplicata sem lastro, o
mesmo se dizendo da fatura e ou nota fiscal.
“Acontece que, se a duplicata, fatura ou nota de venda for emitida sem que
corresponda a uma efetiva venda ou serviço prestado, poderá gerar prejuízo para quem a
descontar. Isso porque, na data do vencimento da duplicata. É evidente que a pessoa que
constar no título como adquirente da mercadoria se negará a pagar o seu valor, já que nada
adquiriu.” 39
39
Victor Gonçalves, p.92.
www.pidcc.com.br
71
13.5.2 Conceito
São dois títulos de crédito emissíveis pelos Armazéns Gerais 42, que nascem juntos e
que podem circular livremente um sem o outro. São Títulos emitidos pela empresa de
armazéns gerais, representativos de mercadorias ali depositadas sob sua guarda.
13.5.3 Características
40
Leis 9973/00 e 11076/04
41
Waldo Fazzio Junior, às fls. 479.
42
Armazéns Gerais são empresas (pessoas naturais e jurídicas), devidamente registradas nas juntas comerciais,
que têm por fim a guarda e conservação de mercadorias, serviços que prestam de acordo com a lei, um
regulamento interno, sendo remunerados por tarifa correspondente. Respondem por perdas e avarias das
mercadorias.
43
Este livro conterá o número de ordem correspondente, contendo a designação particular, informações sobre as
mercadorias depositadas (a natureza e a quantidade) e como também suas marcas de indicações geográficas para
identificação de suas origens. Deve conter ainda a relação dos impostos, despesas,quando a mercadoria foi
armazenada, para fins de cálculos dos dias de armazenamento e, sobretudo a assinatura do empresário que estar
recebendo a mercadoria e emitindo os títulos, ou seu mandatário especial. Todas as ocorrências ocorridas com a
mercadoria deverão ser anotadas no verso do talão, tais como substituição, perda, penhor, furto, penhora.
www.pidcc.com.br
72
apresentar como seu legítimo proprietário. Como representa a propriedade do título, serve este
para efetuar a transferência do domínio. Já o warrant representa que os bens depositados nos
Armazéns Gerais são passíveis de circulação, mediante o endosso e que também sinalizam
que as mercadorias depositadas podem ser objeto de garantia.
13.5.4 Transmissão/Endosso
Como dito acima, os títulos emitidos pelos Armazéns Gerais podem circular e serem
transmitidos a terceiros mediante o endosso, tanto unidos como separados um do outro,
quando se transfere o warrant.
Disciplinada pela lei 10931 de 02-08-2004, nos artigos 18 a 25. Pode ser emitida por
credor de crédito oriundo de financiamento imobiliário, mesmo sem a anuência do devedor.
"A CCI pode ser emitida por credor, cujo crédito seja originado por financiamento
imobiliário, podendo ser integral e fracionária (se representar parte dele), sem que sua
emissão independa da autorização do devedor" 44. A CCI poderá ter a forma cartular ou
escritural, e podendo possuir garantias tanto reais como fidejussórias. A CCI escritural será
emitida mediante escritura pública ou particular, que ficará custodiada em instituição
financeira.
Foi criado este título para a facilitação de aquisição de casa própria, através do decreto
lei 70 de 21 de novembro de 1966 que o conceitua e o recepciona no seu artigo 10: "Título
destinado à representação de crédito hipotecário. Somente em certas circunstâncias é que o
credor hipotecário poderá emiti-las:
c- hipotecas entre outras partes, desde que a cédula hipotecária seja originariamente emitida
em favor de instituições financeiras em geral e companhias de seguro.
44
Fabio Bellote, p.189.
www.pidcc.com.br
74
A Lei 4380-1964, no seu artigo 44, a conceitua como um título de crédito impróprio
que representa uma promessa de pagamento emitida por sociedade de crédito imobiliário
e/ou garantida pela União, com a finalidade de captação de recursos financeiros no mercado
de capitais para o financiamento imobiliário.
Uma grande característica é que a esta letra tem preferência sobre os bens do ativo da
sociedade emitente em relação a quaisquer outros créditos contra a sociedade, inclusive
quanto aos de natureza fiscal ou para-fiscal, como preceitua o art. 47, parágrafo 2. O que
precisa se entender é este dispositivo em relação à atual lei 11101 de 2005. Se este artigo não
está revogado, já que a classificação de créditos foi mudada substancialmente, tem que
observar se houve revogação expressa ou se é a especialidade que vai ser a vigente.
A lei que a disciplina, é a lei 6840/80, que a caracteriza como título ligado a
financiamento concedido por Instituições Financeiras quer seja pessoa física ou jurídica. As
atividades que estão intimamente relacionadas a este título é a exportação ou a produção de
bens para exportação, e como também atividade de apoio à exportação. Como forma
suplementar, as legislações pertinentes às cédulas de crédito industrial e/ou nota de crédito
industrial poderão lhe ser aplicadas subsidiariamente à lei 6840/80.
www.pidcc.com.br
75
A Lei 6313-75 que trata das instituições financeiras - pessoas físicas ou jurídicas que
se dedicam ao objeto da atividade empresarial emitem títulos ligados à exportação ou à
produção de bens para exportação, tudo que estiver relacionado à exportação;
Foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela lei 4728/1965 – Lei de Mercado
de Capitais, artigo 30 45, e com posteriores modificações pelo Decreto-lei 14/1966 que
autorizou aos bancos privados a emitirem CDB.
45
Art. 30. Os bancos referidos no artigo anterior, para os depósitos com prazo superior a 18 meses, poderão
emitir em favor dos respectivos depositantes certificados de depósito bancário, dos quais constarão:
I - o local e a data da emissão;
II - o nome do banco emitente e as assinaturas dos seus representantes;
III - a denominação "certificado de depósito bancário";
IV - a indicação da importância depositada e a data da sua exigibilidade;
V - o nome e a qualificação do depositante.
VI - a taxa de juros convencionada e a época do seu pagamento;
VII - o lugar do pagamento do depósito e dos juros.
VIII - a cláusula de correção monetária, se for o caso.
§ 1° O certificado de depósito bancário é promessa de pagamento à ordem da importância do depósito, acrescida
do valor da correção e dos juros convencionados.
46
Explicar o que seja o Conselho Monetário Nacional, a lei 4595/64 confere ao CMN poderes de disciplinar o
crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive avais e
prestações de garantia por parte das instituições financeiras, este ao conceder a autorização aos integrantes do
SNCR , para a concessão de financiamentos rurais, com a Compra de CPRs, o faz com a condição suspensiva de
que as CPRs estejam devidamente registradas na CETIP. O Sistema Financeiro Nacional é composto por várias
instituições financeiras públicas e privadas, tendo o órgão que as gerencia, fixa normas de política monetária. O
Conselho Monetário Nacional, o qual tem toda a sua estruturação basilar ancorada na lei da Reforma Bancária,
lei 4595/64. Conselho Monetário Nacional – órgão deliberativo do sistema Financeiro Nacional.
www.pidcc.com.br
76
crédito que representa uma promessa de pagamento em dinheiro, na data nele especificada,
acrescida de correção monetária e juros convencionais com garantia de uma instituição
financeira.
“A fim de facilitar sua circulação, foi admitido o seu endosso em preto ou completo,
mas por exceção, o endossante não responde pelo pagamento do certificado, mas apenas por
sua legitimidade.” 47. Logo só se admite endosso em preto ou completo.
“Contudo, com o passar do tempo, a referida força executiva foi sendo demovida pelo
STJ que, por meio de sua Súmula 233, sacramentou a iliquidez do saldo devedor respectivo.
A partir de então, as instituições financeiras não sabiam como proceder, o que foi
resolvido pelo mesmo Superior Tribunal de Justiça, via da Súmula 247, indicando a ação
monitória como meio judicial cabível.
47
SANTOS, Theophilo de Azeredo, Certificado de Depósito Bancário e Cédula de Crédito Bancário, Revista
Carta Mensal, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Rio de Janeiro, maio de 2008,
638, v.54,p.62.
48
Idem, p.64.
www.pidcc.com.br
77
A Cédula de Crédito Bancário (CCB) foi instituída pela medida provisória 1925 de 11
de novembro de 1999 e foi galgada ao patamar de lei ordinária mediante a Lei nº. 10.931 de 2
de agosto de 2004.
A CCB é um título de crédito que pode ser emitido por pessoa física ou jurídica, na
forma cartular (em papel) ou escritural, em favor de uma instituição do Sistema Financeiro
Nacional, representando uma promessa de pagamento, em dinheiro, decorrente de operação
de crédito de qualquer modalidade. A instituição do Sistema Financeiro Nacional em favor da
qual é emitida a CCB é a Instituição Registradora da CCB.
A Instituição Registradora pode ou não ser coobrigada com a emissão de CCB a qual
ela esteja vinculada. Se assumida a coobrigação a Instituição Registradora é denominada
Instituição Credora da CCB e, obviamente, assume o papel de investidor da operação.
Todavia, pode ocorrer que a Instituição Registradora atue apenas como o veículo para
a emissão e movimentação da CCB que nesse caso será colocada, sem sua coobrigação, junto
a investidores institucionais, tais como os fundos de investimento e de previdência. Desse
modo, a Instituição Registradora atua fazendo uma intermediação entre investidores
qualificados do Mercado de Capitais e o mercado tradicional de crédito corporativo. Para ser
distribuída no mercado secundário a CCB deve ser registrada na CETIP – Câmara de
Custódia e Liquidação (www.cetip.com.br).
www.pidcc.com.br
78
A CCB é título executivo extrajudicial – não depende do aval do juiz para cobrança –
e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja
pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo ou nos extratos da conta corrente
elaborados pela Instituição Registradora.
A CCB pode conter garantias reais e/ou fidejussórias constituídas no próprio título,
sendo que as garantias reais constituídas na CCB podem estar vinculadas ao instituto da
alienação fiduciária e o credor poderá exigir a sua cobertura por seguro em seu benefício, sem
reforço ou substituição.
Na CCB poderão ser pactuadas todas as características do título, tais como juros,
critérios de sua incidência, capitalização, despesas e encargos da obrigação e obrigações do
credor, o que, em princípio, dificulta a sua contestação judicial.
A CCB pode ser objeto de cessão de acordo com as disposições do direito comum,
caso em que o cessionário (o que recebe o título), mesmo não sendo instituição financeira,
fica sub-rogado em todos os direitos do cedente. Esse fato tem propiciado o uso de CCB’s
como lastro em operações de securitização de carteiras de créditos bancários que permitam ao
investidor receber o pagamento pelo título independentemente da situação financeira do banco
que o gerou. Neste caso, fundamental que haja uma segregação patrimonial da carteira de
crédito a ser securitizada, em relação ao patrimônio do banco originador desta carteira.” 49
Informativo nº 0225
Período: 18 a 22 de outubro de 2004.
Terceira Turma
49
Texto reproduzido do site de contabilidade.
www.pidcc.com.br
79
Tratava-se de ajuste acerca de CDB “pós-fixado”, transação realizada por meio eletrônico e
centralizada na Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), não
havendo, pois, que se falar em contrato escrito. Dessarte, a Turma, ao prosseguir o
julgamento, firmou, dentre outros, que, nesse caso, os juros remuneratórios são devidos até o
vencimento da obrigação e não até seu efetivo cumprimento. O Min. Ari Pargendler, em seu
voto-vista, ao ressalvar seu ponto de vista, aduziu que prevalece o entendimento de que, por
sua peculiar natureza, tal ajuste não prevê expressamente a adoção dos juros remuneratórios
após o vencimento, sendo vetada, portanto, sua cobrança nesses moldes. Precedente citado:
Resp. 153.479-MG, DJ 19/3/2001. Resp. 247.353-MG, Rel. Min. Antônio de Pádua
Ribeiro, julgado em 19/10/2004.
Informativo nº 0053
Período: 3 a 7 de abril de 2000.
Quarta Turma
A Turma, apesar de não conhecer do recurso especial, entendeu que, à falta de pacto expresso
pelas partes, não é possível a cumulação dos juros compensatórios (remuneratórios) com os
juros moratórios após o vencimento da aplicação financeira em CDB, cujo resgate não foi
integralmente honrado pelo banco. O Min. Ruy Rosado acompanhou a Turma com a ressalva
de que, por terem natureza distinta dos moratórios e serem devidos em momentos distintos, os
remuneratórios não podem ser cobrados depois do vencimento. Precedente citado: Resp.
151.257-MG, DJ 3/11/1999. Resp. 206.440-MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, julgado
em 4/4/2000.
www.pidcc.com.br
80
O art. 5º, da mesma lei, estabelece a competência do Banco Central (BACEN) para
dirigir, coordenar e fiscalizar o cumprimento das deliberações, do Conselho Monetário
Nacional, aplicáveis ao crédito rural. Por conseguinte, ao BACEN, como órgão de controle do
SNCR, compete:
50
Órgão extinto, Devido à criação do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), pelo
Decreto-Lei n. 1.110, de 9 de julho de 1970.
51
Órgão também extinto pelo mesmo decreto-lei.
52
Atual BNDES.
www.pidcc.com.br
81
53
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento das agências de fomento.
54
Altera e consolida as normas relativas à constituição e ao funcionamento de cooperativas de crédito.
55
Dispõe sobre a captação de depósitos de poupança.
56
As autorizadas pelo Banco Central do Brasil para operarem em crédito rural e a captação de depósitos de
poupança rural, nos termos do art. 2º da Resolução 3.549/2008. BACEN.
www.pidcc.com.br
82
Devido a suas atribuições que lhe são próprias, cabe ao BACEN, privativamente, o
controle do SNCR em todos os seus aspectos, especialmente, conforme registra o Manual de
Crédito Rural:
b) sistematizar a ação dos órgãos financiadores e promover a sua coordenação com os que
prestam assistência técnica e econômica ao produtor rural; (Circ. 1.536)
c) elaborar planos globais de aplicação do crédito rural e conhecer de sua execução, tendo em
vista a avaliação dos resultados para introdução de correções cabíveis; (Circ. 1.536)
[...]
57
Brasil, 2011A.
58
Ibidem.
www.pidcc.com.br
83
IV. Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer
privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;
V. Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com
vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
VI. Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII. Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública, interna e externa 59.
Todavia, cabe considerar que o banco faliu sete anos após a Proclamação da
Independência do Brasil, em decorrência de vultuosos saques, ocasionados pelo retorno da
família real portuguesa para a Europa. Somente em 1851, portanto 22 anos depois, surgiu um
novo Banco do Brasil, mas como instituição privada, fundada pelo Visconde de Mauá. No
entanto, foram necessários apenas dois anos para que ele se fundisse com o Banco Comercial
do Rio de Janeiro, passando aos domínios da coroa, por iniciativa legislativa do Visconde de
Itaboraí, hoje considerado como fundador do atual Banco do Brasil. Suas primeiras atividades
ligadas ao crédito rural remontam aos anos de 1890. Com a Lei nº 4.595/1964, entre outras
atribuições, coube ao Banco do Brasil a competência para executar preços minímos.
59
Lei n٥ 4.595/1964.
www.pidcc.com.br
84
a) representativos ou de tradição
www.pidcc.com.br
86
O BACEN classifica o produtor rural entre mini produtor, pequeno produtor e outros
produtores, enquanto que, as instituições financeiras os classifica segundo as principais linhas
de crédito para o setor agropecuário, o que significa que o denominador de classificação é a
renda bruta anual. 60
60
O primeiro grupo de classificação está lançado no Decreto 1946/1996. Este decreto criou o PRONAF -
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, que tem por objetivo promover o
desenvolvimento sustentável aos agricultores de pequeno porte e que empregam mão de obra
predominantemente familiar. O segundo grupo segundo a classificação das instituições financeiras abrange
aqueles produtores que não se enquadram nos requisitos estatuídos pelo PRONAF.
61
O Banco do Nordeste S/A dispõe de linha de crédito rural alternativa para aqueles que não se enquadram dos
requisitos do PRONAF. Possui esta linha de crédito características assemelhadas às do Banco do Brasil S/A que
são: o mini produtor e pequeno produtor não devem ter renda superior anual a R$ e no mínimo 80% da renda
familiar provir da exploração agropecuária e como também não deter qualquer título, inclusive sob a forma de
arrendamento com área superior a seis módulos fiscais, conforme legislação. Estas informações estão inseridas
no site do BNB. www.bnb.gov.br.
www.pidcc.com.br
87
O produtor rural tem os seus contornos jurídicos definidos em várias leis: estatuto da
terra (lei 4504/64), lei agrícola( lei 8171/91, lei institucionalizadora do crédito rural ( lei
4829/65) e o Manual de Crédito Rural, além do Código Civil nos artigos 971,1093 e 1094.
Também tem também a classificação de produtores rurais exarada na lei 11428/2006, que
trata do regime jurídico do bioma Mata Atlântica, no artigo 3, o qual declina como fator
determinantes desta classificação, o tamanho da propriedade.
“Pequeno produtor rural: aquele que, residindo na zona rural, detenha a posse de
gleba rural não superior a 50 (cinquenta) hectares, explorando-a mediante o trabalho pessoal e
de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiros, bem como as posses coletivas de terra
considerando-se a fração individual não superior a 50 hectares, cuja renda bruta seja
proveniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais ou do extrativismo
rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo.”
Também a legislação tributária, no seu artigo 4 da lei 8398/1992 define produtor rural.
Define como aquela pessoa física que explora a terra visando à produção vegetal, criação de
animais (produção animal) e também a industrialização de produtos primários (produção
agroindustrial). Esclarece-se que em nenhum momento, a lei trata de segmentação 62, apenas
faz a distinção entre produtor pessoa física e o produtor como empresário rural/empresa
agrária. A lei 9456/1997 também define, com melhor explicação, no seu art. 10 parágrafo 3,
de produtor rural.
62
“Tal lacuna na legislação tributária em possuir uma segmentação em uma classe tão heterogênea quanto a dos
produtores rurais, faz a mesma ser injusta na medida em que equipara pequenos agricultores a grandes
latifundiários que na maior parte das vezes dispõem apenas da receita rural para sua manutenção.” JESUS,
Antoane Amaro, Proteção jurídica no crédito Bancário para o pequeno e o miniprodutor rural, monografia do
curso de Direito da UFS, 2010, p. 34.
www.pidcc.com.br
88
II. Mantenha até dois empregados permanentes, sendo admitido ainda o recurso
eventual à ajuda de terceiros, quando a natureza sazonal da atividade agropecuária o
exigir;
III. Não detenha, a qualquer título, área superior a quatro módulos fiscais ,
quantificados segundo a legislação em vigor;
IV. Tenha, no mínimo, oitenta por cento de sua renda bruta anual proveniente da
exploração agropecuária ou extrativa; e
V. Resida na propriedade ou em aglomerado urbano ou rural próximo;” 63
“O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão pode requerer
inscrição no registro Público de Empresa Mercantis, da respectiva sede, caso em que, depois
de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.”
Como se vê o teor do art. 971, também do código civil, o empresário rural, o produtor
rural, pessoa física pode requerer, se assim desejar, inscrição na Junta Comercial, é
facultativo, basta apenas, como efeitos fiscais, tributários, se inscrever no posto fiscal da
Secretaria da Fazenda do Estado e da localidade na qual se localiza o seu estabelecimento
rural. Caso opte pela inscrição na Junta Comercial, será este tratado juridicamente como
empresário.
Esta regra é uma exceção já que para ser considerado empresário, a regra é a
obrigatoriedade do registro e do exercício da empresa (art. 967 – É obrigatória a inscrição no
Registro público de Empresas mercantis da respectiva sede, antes do início da atividade).
Outro fator preponderante a ser explicado é que ao se registrar, o empresário poderá se
beneficiar do instituto da recuperação judicial e/ou extrajudicial, no entanto sofrerá com a
decretação da falência e não da insolvência civil, caso não tivesse se inscrito. A lei que trata
do registro do empresário é a lei 8934/94, no art. 32, inciso II. O arquivamento, a dos
documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas individuais,
sociedades mercantis e cooperativas).
63
Estatuto do Produtor rural em tramite no senado.
www.pidcc.com.br
89
Para o exercício pleno da atividade rural, se o empresário for individual deverá ser
inscrito na Junta Comercial, se for, sociedade empresária também deverá requerer sua
inscrição e se for autônomo, não há necessidade de registro, é uma faculdade, não é
obrigatório.
“Produtor rural é a pessoa física que explora a terra, objetivando a produção vegetal, a
criação de animais, industrialização de produtos primários.” Quanto à tributação da Pessoa
física – produtor rural, esta é exteriorizada pelos lançamentos contábeis no Livro caixa, com
todos os itens pertinentes à escrituração contábil.
64
YOUNG, Lúcia Helena Briski, Manual Básico de Direito Empresarial, com ênfase no Direito Tributário, 4ª ed.
Curitiba, Editora Juruá, 2008.p.50.
www.pidcc.com.br
90
Quanto à tributação da pessoa jurídica que explora a atividade rural, estas sujeitam-se
ao adicional do imposto de renda na alíquota de 10% segundo preceitua o Decreto 3000/99 –
RIR/99, art. 406.
Outra recomendação fiscal para o exercício da atividade rural por pessoa jurídica que
exerça outra atividade além da rural é que toda a parte contábil deverá ser lançada no Livro de
Apuração do Lucro real (LALUR). Separadamente tanto o lucro e o prejuízo de cada
atividade distinta da rural.
c) os demais valores comuns a todas as atividades, que devam ser computadas no lucro real 65;
Optando pela tributação, na forma do lucro real estimado, a base de cálculo estimada,
em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento)
sobre a receita bruta auferida na atividade rural. No caso e pessoa jurídica rural que explorar
outras atividades, será aplicado o percentual correspondente a cada uma dessa atividades.” 66
Empregado rural está conceituado no art. 2º lei 5889/73 que disciplina que o mesmo
deverá estar prestando serviços em propriedade rural ou prédio rústico; e o seu
enquadramento dependerá da atividade de seu empregador. Deve-se ressaltar o que se deve
levar em consideração para fins de contextualização do rural, o que importa é a sua atividade
e não a localização.
68
Lucro Real.
66
YOUNG, op. cit. , p.52.
www.pidcc.com.br
91
67
“Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e privadas e
produtores rurais ou às suas cooperativas para aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos
objetivos indicados na legislação em vigor, ou seja, ET e seus regulamentos.” OPITZ, Silvia ET ALLI, curso
completo de direito agrário. 6ª edição, São Paulo, Editora Saraiva, p. 264.
68
O art. 32 do CTN estabelece que a zona urbana será definida no Plano Diretor Municipal, observando-se no
mínimo 02 requisitos, enquanto que o art. 29 estabelece o que é zona rural por exclusão. Logo, o critério de
classificação é utilizado pelo nosso ordenamento jurídico tanto pelo CTN, para estabelecer a incidência do
ITR e do IPTU e também pela Constituição Federal na usucapião rural, no art. 191 que diz: “ Aquele que,
não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade”. Inclusive o art. 153 , inciso
IV, parágrafo 4 que nos fala do ITR progressivo no tempo, imposto este que tem a competência de instituir, a
União. O imposto previsto no inciso IV do caput: I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
www.pidcc.com.br
93
Diz Cassettari, que imóvel rural é aquele que tem uma atividade agrária. “por ser uma
atividade agrária, é necessário a soma de dois elementos da atividade do homem: processo
agrobiológico e risco correlato. O processo agrobiológico é uma interação do homem com a
natureza na busca da produção de alimentos e matéria-prima. O risco correlato é um risco da
atividade da natureza que só a atividade agrária possui, ou seja, o trabalho do produtor rural
pode sofrer interferência de fatos naturais (raio, geada, inundação)” 70.
O art. 4 do Estatuto da Terra define no seu inciso I o que seja imóvel rural, o prédio
rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais,
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III - será fiscalizado e
cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução de imposto
ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
69
Quanto à destinação, o art. 4 da lei 8629/93- Lei da Reforma Agrária estabelece que o imóvel rural é “ como
prédio rústico, de área contínua, independentemente de sua localização, e que se destine à exploração
agrícola ou agroindustrial.” Ou seja, imóvel que nela se desenvolva atividade agrária.
70
CASSETTARI, Christiano, Direito Agrário, São Paulo: Editora Atlas, 2012, p.23.
71
CASSETTARI, Christiano, op. cit. p.24.
www.pidcc.com.br
94
O art. 4 da lei 8629/93 nos apresenta maiores detalhes jurídicos, econômicos ao art.
185, ao conceituar que o imóvel rural é considerado como pequena propriedade ao possuir
área compreendida entre hum e quatro módulos fiscais, a média propriedade com área
superior a 04 módulos fiscais e inferior a 16 (dezesseis) e, por fim, a grande propriedade é
aquela de área maior ou igual a 16 (dezesseis) módulos. Logo, denota-se que a unidade
utilizada para classificar a propriedade rural é a da número de módulos fiscais obtidos, e se
chega a este número de módulos, ao dividir a área aproveitável do citado imóvel, levando em
consideração o módulo fiscal do município, no qual o imóvel rural se localiza. 72
E no seu inciso VI, define o que seja Empresa Rural que é o empreendimento de
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel
rural, dentro de condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore
área mínima agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo
Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas
naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias.
“O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão pode requerer
inscrição no registro Público de Empresa Mercantis, da respectiva sede, caso em que, depois
de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.”
Como se vê o teor do art. 971, o empresário rural, o produtor rural, pessoa física pode
requerer, se assim desejar, inscrição na Junta Comercial, é facultativo, basta apenas, como
efeitos fiscais, tributários, se inscrever no posto fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado e
da localidade na qual se localiza o seu estabelecimento rural. Caso opte pela inscrição na
Junta Comercial, será este tratado juridicamente como empresário. Esta regra é uma exceção
72
“Verifica-se a seguinte diferença entre módulo rural e módulo fiscal: Módulo rural é calculado para cada
imóvel rural em separado, e sua área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel rural, segundo sua
região de localização. Módulo fiscal, por sua vez, é estabelecido para cada Município e procura refletir a
área mediana dos módulos rurais dos imóveis rurais do Município.”CASSETTARI, op. cit. P 29.
www.pidcc.com.br
95
Para o exercício pleno da atividade rural, se o empresário for individual deverá ser
inscrito na Junta Comercial, se for sociedade empresária também deverá requerer sua
inscrição e se for autônomo não há necessidade de registro.
“Produtor rural é a pessoa física que explora a terra, objetivando a produção vegetal, a
criação de animais, industrialização de produtos primários.”
73
YOUNG, Lúcia Helena Briski, Manual Básico de Direito Empresarial, com ênfase no Direito Tributário, 4ª ed.
Curitiba, Editora Juruá, 2008.p.50.
www.pidcc.com.br
96
Na parte tributária o imposto que o produtor rural paga da sua atividades agrícola é o
ITR, que está previsto nos art. 153, VI, & 4 da CF e lei 9393/96 e trata-se de imposto
inicialmente ligado ao imóvel rural, que a doutrina assim o caracteriza como uma fonte de
estímulo para que os proprietários de imóveis rurais tornem-nos produtivos. A Constituição
Federal vai mais além no art. 158 ao estabelecer a divisão das receitas tributárias auferidas
pelo ITR.
Art. 153 da CF – Pertencem aos Municípios:
(...)
Cinquenta por cento do produto de arrecadação do imposto da União sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade
na hipótese da opção a que se refere o art. 153& 4, III.
Contudo, se o Município opte por fiscalizar e cobrar o imposto, desde que não
implique redução do mesmo, ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, caberá então ao
Município a totalidade da arrecadação, 100% do montante arrecadado, conforme a lei
11250/2005.
São 07 (sete) elementos fiscais que compõem o ITR, são eles: fato gerador 75; base de
cálculo 76; alíquota 77; sujeito ativo do tributo 78; sujeito passivo 79; isenção 80 e imunidade. 81
74
YOUNG, op. cit. p.52.
75
Posse, domínio útil ou propriedade, de imóvel por natureza em 1 de janeiro, segundo o art. 29 do CTN.
76
É o valor da terra nua tributável – VTN (cálculo de áreas não aproveitáveis do imóvel rural); é o valor
fundiário do imóvel segundo o art. 30 do CTN, excluem-se as instalações, construções e todo tipo de
benfeitorias.
77
A variação pode ocorrer até 20% (vinte por cento) a depender da produtividade; Com a finalidade de
promover o estímulo produtivo, conclui-se que a maior alíquota vai para grandes propriedades e praticamente
improdutivas.
78
União, através da Procuradoria da Fazenda Nacional; Súmula 139 do STJ.
79
O proprietário e/ou possuidor do imóvel ou da área.
80
São isentos do ITR imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas
autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos. a) seja
explorado por associação ou cooperativa de produção. b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse
os limites estabelecidos para pequena gleba rural; c) o assentado não possua outro imóvel; II - o conjunto de
imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites fixados na Lei, desde que,
cumulativamente, o proprietário: a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; b)
não possua imóvel urbano.
81
O ITR não incide em propriedades de pequenas glebas rurais.
www.pidcc.com.br
97
A lei que vemos tratar do crédito rural é a lei 4829/1965, no seu artigo 2. Considera-se
crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e estabelecimentos
de crédito particulares e produtores rurais, ou a suas cooperativas para aplicação exclusiva em
atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em vigor.
O crédito rural não deixa de ser um dos objetivos das políticas públicas relacionados à
consolidação do setor rural, com objetivo de melhor o padrão de agricultura nos campos
cultivados brasileiros, também ao atender a sustentabilidade dos recursos naturais. 84
82
CHIMENTI, Ricardo Cunha, op. cit. p. 193.
83
CHIMENTI, Ricardo Cunha, Direito Tributário, vol. 16, 12 edição, São Paulo: Editora Saraiva, p.191.
84
Aspectos Ambientais Da Exploração De Recursos Naturais.
www.pidcc.com.br
98
Outra lei que trata de crédito rural é a lei 8171/1991 e nela estão retratados os meios
de estímulos aos investimentos rurais, com objetivos de favorecer tanto o custeio, como a
comercialização de produtos agropecuários. Trata também a lei de incentivar a introdução de
métodos racionais de produção. Enfim, fortalecer o produtor rural, para que ele possa cumprir
suas obrigações financeiras com a produção agropecuária de sua propriedade. 85
Através destas leis 4829/65 e 8171/91, o crédito rural é conceituado, é definido com
maior clareza, 86 e o Banco Central do Brasil através de resoluções interna corporis
complementa a classificação do crédito rural.
b) pesquisa; 88
85
“É importante ressaltar que, quando destinado à agricultura familiar, o crédito rural terá por objetivo estimular
a geração de renda e o melhor uso da mão de obra familiar, financiando-se atividades rurais agropecuárias,
desde que desenvolvidas em estabelecimento rural, a produção de artesanato e assemelhados, conforme o art.
48 parágrafo 1 da lei 8171/1991.” JESUS, Antoane Amaro, op. cit. p. 39.
86
Resolução nº. 3240/2004 que classifica o custeio em agrícola, pecuário e de beneficiamento ou
industrialização que visam cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produção agrícola ou
pecuária; Resolução 3137/2003 define a abrangência de investimentos fixo e semifixo; Resolução 3865/2010
que trata do crédito de comercialização que seria aquele destinado a cobrir despesas próprias da coleta da
produção, estocagem, transporte ou à monetização de títulos oriundos da venda de sua produção.
(Empréstimo do Governo Federal – EGF).
87
“O objetivo da assistência técnica e extensão rural no Brasil é a conjugação do crédito com assistência
técnica e orientação ao produtor rural, permitindo maior eficiência na administração dos recursos
financiados, tanto pela segurança de seu retorno à instituição financeira para reaplicação, quanto pela certeza
de que eles estão contribuindo para difundir junto aos agropecuaristas a tecnologia disponível, com vistas a
ganhos de produção e de produtividade e a sustentabilidade das atividades financiadas.” JESUS, Antoane
Amaro, op. cit. p.49.
88
A EMBRAPA, atualmente, é o órgão que alavanca a política agrícola brasileira, voltado para o
aperfeiçoamento de ações governamentais para exploração de nossa produção rural, e de melhores técnicas
de culturas plantadas em solo brasileiro.
89
Atualmente em sede de política agrícola, a fixação de preços mínimos traz segurança econômica e jurídica
para os pequenos produtores rurais quando de celebração de contrato para obtenção de crédito bancário. Ou
seja, em caso de queda dos preços comercializados pelos agricultores, tais como, variações climáticas,
excesso de produção, ser-lhe-ão concedido desconto quando do pagamento de financiamento agrícola.
Política adotada através do PGPAF – Programa de Garantia de Preço para a Agricultura Familiar que foi
instituído em 2006, através do Decreto 5996 de 2006. “Tal política é benéfica uma vez que não só protege o
agricultor contra o aviltamento de preços que normalmente ocorre na época das safras. (...) Os produtores
rurais e suas cooperativas optam por vender seus produtos no mercado, ou, pelo preço mínimo, ao governo,
mediante a Aquisição do Governo Federal (PAA). Como também podem utilizar o Empréstimo do Governo
www.pidcc.com.br
99
São estes os títulos de crédito rural: Cédula de Crédito à Exportação – lei 6313/1975,
cédula de crédito bancário, lei 10931/2004, cédula rural pignoratícia e hipotecária, decreto-lei
167/67, cédula pignoratícia de debêntures lei 6404/76, cédula rural hipotecária, cédula rural
pignoratícia – decreto-lei 167/67, letra hipotecária, lei 7684/1988, CDA, CRA, WA.
"Se caracteriza pelo fato do crédito ser incorporado no título com a garantia do penhor
rural ou de penhor mercantil. O devedor será sempre um ruralista ou pecuarista, e a garantia
oferecida poderá ser de bens móveis relacionados com a atividade rural ou comercial, como
admite a lei." Requião, p.603.
Federal – EGF fato que lhes dá condições de reter a produção agrícola na safra para venda na entressafra.
“JESUS, Antoane Amaro, op. cit. p.51.
90
Previsto no art. 187, V da CF de 1988 e também no art. 56 da lei 8171/1991. É um instrumento de apoio ao
pequeno produtor rural face a fenômenos climáticos adversos.
www.pidcc.com.br
100
Como já vimos, a duplicata não se confunde com fatura, embora ela surja decorrente
daquela. A duplicata é um título de crédito e a fatura é um mero documento representativo da
compra e venda efetuada.
A lei 8929/94 criou um novo título rural com objetivo de facilitar a negociação de
produtos rurais. Esta lei foi modificada pela lei 10200 de 14 de fevereiro de /2001- Cédula de
produto rural financeira – CPR financeira.
Este novo título veio a ser introduzido no nosso ordenamento jurídico em face da
necessidade de melhor dotar o mercado primário produtivo de instrumentos legais que melhor
refletissem seus interesses e modernização da venda do setor produtivo rural. O título
conhecimento de depósito e warrant, e outros já não mais atendiam plenamente os anseios do
setor.
O artigo 1º da lei 8929/94 conceitua o que venha a ser a cédula de produto rural, que é
título de crédito com (penhor, hipoteca e alienação fiduciária) (reais) ou sem garantia
cedularmente constituída, outorga ao credor o direito de exigir do seu emitente a entrega do
produtor rural nela prometido. Objetivam estes títulos a venda do produto rural voltados para
os interesses do produtor rural, suas associações e cooperativas, cujos intervenientes no título
de crédito legitimados a emiti-los. Representa este título promessa de entrega de produtos
www.pidcc.com.br
102
rurais dados com ou sem garantia, podendo quando do seu nascimento, já que é um título de
crédito causal, pois vincula-se ao negócio que lhe deu origem, ser liquidado financeiramente.
b) data da entrega, sem esta consignação tira-lhe a sua eficácia como título, observar-se-á
conforme o artigo 50,V da lei 8171/91, prazos e épocas de reembolsos ajustados à natureza e
especificidade das operações rurais, bem como a capacidade de pagamento e as épocas
normais de comercialização dos bens produzidos pelas atividades financeiras. Ou seja, o
credor não poderá impor outra época e colocar o produtor rural em mora fora da realidade de
sua vida negocial.
www.pidcc.com.br
103
pertinente à quantidade de produto rural, esta poderá ser expressa, por exemplo, em quilo,
arroba, fardo, unidade, etc., segundo o produto prometido. Eventual imprecisão constante da
cédula neste ponto, sendo a omissão relevante, poderá levar à própria imprestabilidade do
título para o credor exercer o seu direito de coagir o emitente a entregar o produto
negociado.” 91
O local de entrega deve ser bem especificado para não gerar dúvidas porque caso
venha a ocorre algum vício este será suportado pelo credor, já que é de seu interesse a entrega
do produto rural.
Como a CPR é um título que pode ser emitido à ordem, pode quando houver endosso,
haver a mudança de credor. Isto por si só forçaria ao devedor a entregar o produto no local
que o atual credor assim designar?
A simples alteração do credor não é suficiente, por si só, para modificar o local de
cumprimento da promessa, exceto se convier ao devedor ou se as partes por escrito
dispuseram de outra forma. Eventual alteração do local de entrega do produto, relativamente
àquele que se estipulou na Cédula, deverá ensejar a lavratura do competente aditivo (art. 9º), o
qual deverá revestir-se das formalidades legais requeridas, ou mesmo, para simplificação do
ato, uma manifestação escrita do novo credor indicando com precisão o novo local de
cumprimento da promessa, o que ficará a critério do devedor aceitar ou não, fazendo também
sua manifestação por escrito.” 92
O foro competente para discutir cláusulas é o foro do lugar onde a obrigação deve ser
satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento.
Este item só poderá vir a ser essencial se a Cédula for emitida com garantia real, já que esta
poderá ser emitida sem garantia. A garantia tanto poderá vir expressa no próprio título ou em
documento apartado, consoante o parágrafo segundo do artigo 3º.
91
PEREIRA, Lutero de Paiva, Comentários à lei da cédula de produto rural, coleção direito bancário (1), 3ª ed.
Juruá,2009.p.40.
92
Pereira, op. cit. P.46.
www.pidcc.com.br
104
Quando esta for uma garantia pignoratícia, deverão ser respeitador os dispositivos
legais pertinentes, tais como: lei 492/37, Decreto-lei 167/67, além dos artigos do Código
Civil, artigos 1442, 1443 e parágrafo único.
Estes requisitos são essencialíssimos à CPR, pois a partir destes, vários elementos do
processo executivo são identificados.
g) assinatura do emitente
O mandatário pode opor sua assinatura no título, já que nenhum óbice legal existe a
respeito. CPR é um título de crédito causal, portanto tem natureza cambial. Algumas
características comuns a alguns títulos, nela (CPR) não se apresentam plenamente, senão
vejamos:
a) os endossos devem ser completos caso haja alguma modificação de credor, em decorrência
do endosso, o credor endossatário poderá propor aditivo à cláusula do local da entrega, por
isto que se diz endosso completo. 93 Os endossantes não respondem pela entrega do produto,
mas, tão somente pela existência da obrigação. Vê-se que a obrigação legal neste título
imposta, aos endossantes, pela lei, é a de responder pela obrigação. Fato que difere da CPR a
qual comporta o pagamento em quantia certa.
93
Endosso completo diferente de endosso pleno
94
Controvérsias jurídicas existem acerca da natureza jurídica do procedimento de execução se esta será por
quantia certa ou quantia incerta como disciplina a lei.
www.pidcc.com.br
105
produtos da cédula. A CPR pode ser negociada nos mercados primário e secundários, ou seja,
em mercados de balcão e bolsa, no entanto a lei exige como condição sine qua non para
negociação destas vendas, deverão ser estas registradas junto ao sistema de registro e de
liquidação financeira, através do Banco do Brasil.
A CPR é uma forma da CPR que difere da matriz original quanto a sua forma de
liquidação e também de sua forma de execução. Com a emissão, o emitente (devedor) se
compromete a pagar, o valor que se obtém pela multiplicação da quantidade de produto nela
prevista, pelo preço ou pelo índice de preço na cártula.
A discussão jurídica quanto á execução da CPR se esta é por quantia certa ou incerta,
como dispõe a lei, no caso da CPR, o parágrafo 2º diz que para a cobrança de CPR com
liquidação financeira, cabe ação de execução por quantia certa.
13.6.6.1.5.3.1 Jurisprudência
A)
95
CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos.
www.pidcc.com.br
106
B)
Não é razoável exigir que o agricultor emitente de cédula de produto rural entregue a
mercadoria na sede da cessionária, localizada a mais de mil quilômetros do local da produção.
Produto cancelado.
C)
EMOLUMENTOS
As Cédulas de Produto Rural têm a mesma natureza das Cédulas de Crédito Rural, seja nas
suas características de títulos líquidos, certos e exigíveis, seja quanto às suas garantias e a
obrigatoriedade da inscrição no Cartório de Registro de Imóveis para ter eficácia contra
terceiros.
Desta forma, os atos normativos expedidos pela Corregedoria Gaúcha para regular a cobrança
dos emolumentos pela inscrição ou registro das Cédulas de Crédito Rural, inclusive o
Provimento nº 22/92-CGJ, devem ser aplicáveis, no que cabível, às Cédulas de Produto Rural.
www.pidcc.com.br
107
(RMS 10.22/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em
28/06/2001, DJ 15/10/2001 p. 264)
D)
DJ 231 de
ORIGEM.....: 3A CAMARA CIVEL FONTE......:
05/12/2008
REDATOR....:
www.pidcc.com.br
108
Ementa:
www.pidcc.com.br
109
técnica. Presente os requisitos legais do arresto, previstos nos artigos 813 e 814, ambos do
CPC, deve-se manter a sentença que consolidou a liminar deferida, colocando-se como
garantia bem que, futuramente, caso restem improcedente os pedidos da demanda principal,
afaste a imutabilidade da decisão.
F)
Ementa:
G)
www.pidcc.com.br
110
Ementa:
H)
DJ 231 de
ORIGEM.....: 3A CAMARA CIVEL FONTE......:
05/12/2008
ACÓRDÃO....:11/11/2008 LIVRO......:(S/R)
PROCESSO...:200803872016 COMARCA....:GOIATUBA
REDATOR....:
www.pidcc.com.br
111
96
Lei 9973 de 29 de maio de 2000.
93
GOMES, Fábio Bellotti , p.187.
www.pidcc.com.br
112
(CDA), conforme o art. 6, parágrafo 3 da lei, servindo este último para operações de
financiamento."93
O produtor rural tem os seus contornos jurídicos definidos em várias leis: estatuto da
terra (lei 4504/64), lei agrícola (lei 8171/91, lei institucionalizadora do crédito rural (lei
4829/65) e o Manual de Crédito Rural, além do Código Civil nos artigos 971,1093 e 1094.
O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão pode requerer
inscrição no registro Público de Empresa Mercantis, da respectiva sede, caso em
que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário
sujeito a registro.
Como se vê o teor do art. 971, o empresário rural, o produtor rural, pessoa física pode
requerer, se assim desejar, inscrição na Junta Comercial, é facultativo, basta apenas, como
efeitos fiscais, tributários, se inscrever no posto fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado e
da localidade na qual se localiza o seu estabelecimento rural. Caso opte pela inscrição na
Junta Comercial, será este tratado juridicamente como empresário.
Esta regra é uma exceção já que para ser considerado empresário, a regra é a
obrigatoriedade do registro e do exercício da empresa (art. 967. É obrigatória a inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início da atividade).
Outro fator preponderante a ser explicado é que ao se registrar, o empresário poderá se
beneficiar do instituto da recuperação judicial e/ou extrajudicial, no entanto sofrerá com a
decretação da falência e não da insolvência civil, caso não tivesse se inscrito. A lei que trata
do registro do empresário é a lei 8934/94, no art. 32, inciso II. Cabe também a Junta
Comercial o arquivamento do produtor rural caso ele faça essa opção, a) dos documentos
relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas individuais, sociedades
mercantis e cooperativas).
www.pidcc.com.br
113
Para o exercício pleno da atividade rural, se o empresário for individual deverá ser
inscrito na Junta Comercial, se for sociedade empresária também deverá requerer sua
inscrição e se for autônomo não há necessidade de registro. “Produtor rural é a pessoa física
que explora a terra, objetivando a produção vegetal, a criação de animais, industrialização de
produtos primários.”
Quanto à tributação da pessoa jurídica que explora a atividade rural, estas sujeitam-se
ao adicional do imposto de renda na alíquota de 10% segundo preceitua o Decreto 3000/99 –
RIR/99, art. 406.
Outra recomendação fiscal para o exercício da atividade rural por pessoa jurídica que
exerça outra atividade além da rural é que toda a parte contábil deverá ser lançada no Livro de
Apuração do Lucro Real LALUR. Separadamente tanto o lucro e o prejuízo de cada atividade
distinta da rural.
c) os demais valores comuns a todas as atividades, que devam ser computadas no lucro real 98.
Optando pela tributação, na forma do lucro real estimado, a base de cálculo estimada,
em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento)
97
YOUNG, Lúcia Helena Briski, Manual Básico de Direito Empresarial, com ênfase no Direito Tributário, 4ª ed.
Curitiba, Editora Juruá, 2008.p.50.
98
Lucro real.
www.pidcc.com.br
114
sobre a receita bruta auferida na atividade rural. No caso e pessoa jurídica rural que explorar
outras atividades, será aplicado o percentual correspondente a cada uma dessa atividades.” 99
Este novo título veio a ser introduzido no nosso ordenamento jurídico em face da
necessidade de melhor dotar o mercado primário produtivo de instrumentos legais que melhor
refletissem seus interesses e modernização da venda do setor produtivo rural. O título
conhecimento de depósito e warrant e outros já não mais atendiam plenamente os anseios do
setor.
A CPRf é uma forma da CPR que difere da matriz original quanto a sua forma de
liquidação e também de sua forma de execução . Com a emissão, o emitente (devedor) se
compromete a pagar, o valor que se obtém pela multiplicação da quantidade de produto nela
prevista, pelo preço ou pelo índice de preço na cártula.
A discussão jurídica quanto á execução da CPR se esta é por quantia certa ou incerta,
como dispõe a lei, no caso da CPRf, o parágrafo 2º diz que para a cobrança de CPR com
liquidação financeira, cabe ação de execução por quantia certa.
b) títulos de financiamento
99
YOUNG, op. cit. , p.52.
100
BURANELLO, R. op.cit. p.149
101
GOMES, Fábio Bellotti. p.187
www.pidcc.com.br
115
c) Títulos de Investimento
A Lei 9514-1997, no seu art. 6 nos define como título de crédito de emissão exclusiva
de companhias de seguro, sendo livremente negociado e tendo como suporte financeiro
créditos imobiliários;
Foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela lei 4728/1965 – Lei de Mercado
de Capitais, artigo 30 102, e com posteriores modificações pelo Decreto-lei 14/1966 que
autorizou aos bancos privados a emitirem CDB.
102
Art. 30. Os bancos referidos no artigo anterior, para os depósitos com prazo superior a 18 meses, poderão
emitir em favor dos respectivos depositantes certificados de depósito bancário, dos quais constarão:
I - o local e a data da emissão;
II - o nome do banco emitente e as assinaturas dos seus representantes;
III - a denominação "certificado de depósito bancário";
IV - a indicação da importância depositada e a data da sua exigibilidade;
V - o nome e a qualificação do depositante;
VI - a taxa de juros convencionada e a época do seu pagamento;
VII - o lugar do pagamento do depósito e dos juros;
VIII - a cláusula de correção monetária, se for o caso;
§ 1° O certificado de depósito bancário é promessa de pagamento à ordem da importância do depósito, acrescida
do valor da correção e dos juros convencionados.
www.pidcc.com.br
116
“A fim de facilitar sua circulação, foi admitido o seu endosso em preto ou completo,
mas por exceção, o endossante não responde pelo pagamento do certificado, mas apenas por
sua legitimidade.” 104 Logo só se admite endosso em preto ou completo.
103
Explicar o que seja o Conselho Monetário Nacional, a lei 4595/64 confere ao CMN poderes de disciplinar o
crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive avais e
prestações de garantia por parte das instituições financeiras, este ao conceder a autorização aos integrantes do
SNCR, para a concessão de financiamentos rurais, com a Compra de CPRs, o faz com a condição suspensiva de
que as CPRs estejam devidamente registradas na CETIP. O Sistema Financeiro Nacional é composto por várias
instituições financeiras públicas e privadas, tendo o órgão que as gerencia, fixa normas de política monetária. O
Conselho Monetário Nacional, o qual tem toda a sua estruturação basilar ancorada na lei da Reforma Bancária,
lei 4595/64.
104
SANTOS, Theophilo de Azeredo, Certificado de Depósito Bancário e Cédula de Crédito Bancário, Revista
Carta Mensal, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Rio de Janeiro, maio de
2008,638,v.54, p.62.
105
Idem,p.64.
www.pidcc.com.br
117
“A Cédula de Crédito Bancário (CCB) foi instituída pela medida provisória 1925 de
11 de novembro de 1999 e foi galgada ao patamar de lei ordinária mediante a Lei No 10.931
de 2 de agosto de 2004.
A CCB é um título de crédito que pode ser emitido por pessoa física ou jurídica, na
forma cartular (em papel) ou escritural, em favor de uma instituição do Sistema Financeiro
Nacional, representando uma promessa de pagamento, em dinheiro, decorrente de operação
de crédito de qualquer modalidade. A instituição do Sistema Financeiro Nacional em favor da
qual é emitida a CCB é a Instituição Registradora da CCB.
A Instituição Registradora pode ou não ser coobrigada com a emissão de CCB a qual
ela esteja vinculada. Se assumida a coobrigação a Instituição Registradora é denominada
Instituição Credora da CCB e, obviamente, assume o papel de investidor da operação.
Todavia pode ocorrer que a Instituição Registradora atue apenas como o veículo para a
emissão e movimentação da CCB que nesse caso será colocada, sem sua coobrigação, junto a
investidores institucionais, tais como os fundos de investimento e de previdência. Desse
modo, a Instituição Registradora atua fazendo uma intermediação entre investidores
qualificados do Mercado de Capitais e o mercado tradicional de crédito corporativo. Para ser
distribuída no mercado secundário a CCB deve ser registrada na CETIP – Câmara de
Custódia e Liquidação (www.cetip.com.br).
A CCB é título executivo extrajudicial –não depende do aval do juiz para cobrança – e
representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo
saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo ou nos extratos da conta corrente
elaborados pela Instituição Registradora.
A CCB pode conter garantias reais e/ou fidejussórias constituídas no próprio título,
sendo que as garantias reais constituídas na CCB podem estar vinculadas ao instituto da
alienação fiduciária e o credor poderá exigir a sua cobertura por seguro em seu benefício, sem
reforço ou substituição.
www.pidcc.com.br
118
Na CCB poderão ser pactuadas todas as características do título, tais como juros,
critérios de sua incidência, capitalização, despesas e encargos da obrigação e obrigações do
credor, o que, em princípio, dificulta a sua contestação judicial.” 106
A CCB pode ser objeto de cessão de acordo com as disposições do direito comum,
caso em que o cessionário (o que recebe o título), mesmo não sendo instituição financeira,
fica subrogado em todos os direitos do cedente. Esse fato tem propiciado o uso de CCB’s
como lastro em operações de securitização de carteiras de créditos bancários que permitam ao
investidor receber o pagamento pelo título independentemente da situação financeira do banco
que o gero. Neste caso, fundamental que haja uma segregação patrimonial da carteira de
crédito a ser securitizada, em relação ao patrimônio do banco originador desta carteira.
3 Após a emissão a Instituição Colocadora atua para distribuir as cédulas junto a investidores
do Mercado Financeiro ou do Mercado de Capitais.
JURISPRUDÊNCIA
A)
106
www.sagresdtvm.com.br
www.pidcc.com.br
119
B)
Não é razoável exigir que o agricultor emitente de cédula de produto rural entregue a
mercadoria na sede da cessionária, localizada a mais de mil quilômetros do local da produção.
Produto cancelado.
C)
EMOLUMENTOS.
As Cédulas de Produto Rural têm a mesma natureza das Cédulas de Crédito Rural, seja nas
suas características de títulos líquidos, certos e exigíveis, seja quanto às suas garantias e a
obrigatoriedade da inscrição no Cartório de Registro de Imóveis para ter eficácia contra
terceiros.
www.pidcc.com.br
120
sobre os quais não incidam encargos extorsivos, um instrumento rápido e eficaz de fomento
ao plantio, garantido pela própria safra.
Desta forma, os atos normativos expedidos pela Corregedoria Gaúcha para regular a cobrança
dos emolumentos pela inscrição ou registro das Cédulas de Crédito Rural, inclusive o
Provimento nº 22/92-CGJ, devem ser aplicáveis, no que cabível, às Cédulas de Produto Rural.
(RMS 10.272/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em
28/06/2001, DJ 15/10/2001 p. 264)
D)
Informativo nº 0225
Terceira Turma
Tratava-se de ajuste acerca de CDB “pós-fixado”, transação realizada por meio eletrônico e
centralizada na Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), não
havendo, pois, que se falar em contrato escrito. Dessarte, a Turma, ao prosseguir o
julgamento, firmou, dentre outros, que, nesse caso, os juros remuneratórios são devidos até o
vencimento da obrigação e não até seu efetivo cumprimento. O Min. Ari Pargendler, em seu
voto-vista, ao ressalvar seu ponto de vista, aduziu que prevalece o entendimento de que, por
sua peculiar natureza, tal ajuste não prevê expressamente a adoção dos juros remuneratórios
após o vencimento, sendo vetada, portanto, sua cobrança nesses moldes. Precedente citado:
Resp. 153.479-MG, DJ 19/3/2001. Resp. 247.353-MG, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro,
julgado em 19/10/2004.
Informativo nº 0053
www.pidcc.com.br
121
A Turma, apesar de não conhecer do recurso especial, entendeu que, à falta de pacto expresso
pelas partes, não é possível a cumulação dos juros compensatórios (remuneratórios) com os
juros moratórios após o vencimento da aplicação financeira em CDB, cujo resgate não foi
integralmente honrado pelo banco. O Min. Ruy Rosado acompanhou a Turma com a ressalva
de que, por terem natureza distinta dos moratórios e serem devidos em momentos distintos, os
remuneratórios não podem ser cobrados depois do vencimento. Precedente citado: Resp.
151.257-MG, DJ 3/11/1999. Resp. 206.440-MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, julgado em
4/4/2000.
Como já vimos, a duplicata não se confunde com fatura, embora ela surja decorrente
daquela. A duplicata é um título de crédito e a fatura é um mero documento representativo da
compra e venda efetuada.
107
“ Passaram os títulos de crédito do agronegócio a constituir uma alternativa para aplicação dos recursos
oriundos dos fundos de investimento, trazendo vantagem tanto para os investidores como para aqueles
www.pidcc.com.br
122
com a criação de mais cinco tipos de títulos de crédito rural: CDA,WA, CDCA,LCA e
CRA por razões econômica já conhecidas: Falta de recursos, Insuficiência de
credibilidade da CPR junto aos mercados financeiro e de capitais e por fim os custos
altos do sistema que mantêm , o agronegócio.
Para poder emitir o CDCA existem condições obrigatórios : ter os recebíveis( lastro) ,
entregar os recebíveis para uma instituição financeira em custódia e por último registrar
os recebíveis em Sistema de Liquidação Financeira.
Para poder emitir um CDCA, o total dos recebíveis tem que ser igual ou superior ao valor do
CDCA. Como pode ser emitido de forma fracionada , deverá ter o mesmo lastro ( recebíveis –
direitos creditórios) e a data de vencimento do CDCA tem que ser igual a dos recebíveis.
Exauridas estas condições a lei nos elenca no art. 25 os requisitos obrigatórios deste título.
que têm o agronegócio seu meio de vida.” RIZZARDO, Arnaldo Títulos de crédito, 4ª edição , Rio de Janeiro:
Forense, 2013, p. 274.
www.pidcc.com.br
123
IV - o valor nominal;
V - a identificação dos direitos creditórios a ele vinculados e seus respectivos valores, ressalvado o disposto
no art. 30 desta Lei;
VI - data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, discriminação dos valores e das datas de
vencimento das diversas parcelas;
VIII - o nome da instituição responsável pela custódia dos direitos creditórios a ele vinculados;
IX - o nome do titular;
Enfim são estes os requisitos legais que deverão ser cumpridos, cuja emissão é exclusividade
de cooperativas de produtores rurais e de outras pessoas jurídicas ( não físicas) que exercem
esta atividade empresarial.
Parágrafo único. O CDCA é de emissão exclusiva de cooperativas de produtores rurais e de outras pessoas
jurídicas que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos e
insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.
d) o valor nominal
No entanto, por outro lado, a lei instituiu que para o adquirente garantisse seus direitos
creditórios vinculados ao títulos, deveria ele registrá-lo em sistema e também no sistema de
liquidação financeira de ativos autorizado pelo BACEN além de levá-lo à custódia em
instituições financeiras autorizadas pela CVM a prestar serviço de valores mobiliários.
A lei então concedeu uma norma desburocratizante ao credor adquirente , porém ao mesmo
tempo este benefício lhe é retirado com a obrigatoriedade de registro destes títulos em
instituições custodiantes. Pois mesmo sem o protesto, esta instituição teve assegurado os
mesmos direitos de regresso provenientes do protesto, ao exigir obrigatoriamente o registro
destes títulos no sistema do BACEN.
Vê-se que este registro não é facultativo, é obrigatório pois o caput do artigo é bem claro, “ os
direitos creditórios SERÃO registrados.
Além também da instituição custodiante de manter sob sua guarda toda a documentação que
evidencie a regular constituição dos direitos creditórios vinculados ao CDCA. A liquidação
física e financeira caberá também à mesma , com poderes suficientes para efetuar sua
cobrança e recebimento , por conta e ordem do emitente do CDCA. É o que denominamos nas
regras cambiais, de endosso mandato conferido pelo emitente do título.
Como então se efetua a liquidação dos lastros da CDCA? a primeira opção dar-se-á fora do
sistema de registro e liquidação financeira e pelo sistema de registro e liquidação.O CDCA
poderá vir a servir de lastro para emissão da LCA, desde que os recursos financeiros sejam
canalizados , direcionados para o sistema do agronegócio e seus atores.
www.pidcc.com.br
125
I - registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco Central do
Brasil;
I - manter sob sua guarda documentação que evidencie a regular constituição dos direitos creditórios
vinculados ao CDCA;
II - realizar a liquidação física e financeira dos direitos creditórios custodiados, devendo, para tanto, estar
munida de poderes suficientes para efetuar sua cobrança e recebimento, por conta e ordem do emitente do
CDCA;
Dispõe sobre o Imposto sobre Operações de Crédito,Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários (IOF) nas operações com títulos do agronegócio
3. Art. 1º A alíquota do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou
Valores Mobiliários (IOF) fica reduzida a zero nas operações com Certificado de Direitos Creditórios do
Agronegócio (CDCA), com Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e com Certificado de Recebíveis do
Agronegócio (CRA).
9. Registro na CETIP
www.pidcc.com.br
126
“ Para ter uma ideia melhor de uma operação destacamos aqui um exemplo de operação
com a emissão do CDCA, discriminando todas as etapas e descrição dos instrumentos
formadores dos direitos creditórios:
108
BURANELLO,Renato . Manual do Direito do Agronegócio. São Paulo: Editora Saraiva,2013,p.146/147.
www.pidcc.com.br
127
– Não tem IOF em decorrência da Portaria SRF nº 19/05 que instituiu alíquota zero.
14.2 LCA
www.pidcc.com.br
128
Este título de crédito rural só pode ser emitido com base em direitos creditórios
originários de negócios realizados entre produtores rurais e suas cooperativas 109 e agentes da
cadeia produtiva do agronegócio, inclusive com lastro nos financiamentos contratados pelos
próprios bancos, como de custeio, de investimento realizados através das Cédulas de Crédito
Rural, NPR descontadas.
Art. 26. A Letra de Crédito do Agronegócio – LCA é título de crédito nominativo, de livre negociação,
representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial.
IV - o valor nominal;
V - a identificação dos direitos creditórios a ela vinculados e seus respectivos valores, ressalvado o disposto
no art. 30 desta Lei;
VII - data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, discriminação dos valores e das datas de
vencimento das diversas parcelas;
I - deverão ser registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco
Central do Brasil;
109
Conforme os artigos 18 parágrafo 1º da lei 4595/64 combinados com os artigos 17 da citada lei , Lei
complementar 130/2009 ( regula o Sistema nacional de Crédito Cooperativo) e o art. 192 da CF conferem
legitimidade a cooperativa de crédito , como instituição financeira e com capacidade de ser emissora de
LCA.
www.pidcc.com.br
129
14.2.2 - Para emissão da LCA a IF deve dar o mesmo tratamento do CDCA no que
tange:
• a substituição dos direitos creditórios (lastro), desde que tenha acordo entre as
partes
“ cada título poderá ser vinculado aos direitos creditórios que o seu respectivo emissor
possua, ou seja, é uma espécie de repasse destes recebíveis aos investidores privados antes
dos seus investimentos. Esse repasse proporcionará maior disponibilidade de capital aos
www.pidcc.com.br
130
b) o produtor, para garantir sua obrigação, entre Cédulas de produto rural (CPRs) com
garantia de penhor, representativas dos insumos que irá produzir;
c) uma vez em posse das CPRs, a empresa de defensivos as endossa para um banco:
110
RIZZARDO, A. Títulos de crédito, 4ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 2013, p.281.
111
BURANELLO, R. op.cit. p.149
www.pidcc.com.br
131
• nome do titular
• valor nominal
14.4 Cédula de produto rural - CPR – lei 8929/94 modificada pela lei 10200 de 14 de
fevereiro de /2001
Este novo título veio a ser introduzido no nosso ordenamento jurídico em face da
necessidade de melhor dotar o mercado primário produtivo de instrumentos legais que melhor
refletissem seus interesses e modernização da venda do setor produtivo rural. O título
conhecimento de depósito e warrant e outros já não mais atendiam plenamente os anseios do
setor.O artigo 1º da lei 8929/94 conceitua o que venha a ser a cédula de produto rural, que é
titulo de crédito com (penhor, hipoteca e alienação fiduciária) (reais) ou sem garantia
cedularmente constituída, outorga ao credor o direito de exigir do seu emitente a entrega do
produtor rural nela prometido. Objetivam estes títulos a venda do produto rural voltados para
www.pidcc.com.br
132
www.pidcc.com.br
133
pertinente à quantidade de produto rural, esta poderá ser expressa, por exemplo, em quilo,
arroba, fardo, unidade, etc., segundo o produto prometido. Eventual imprecisão constante da
cédula neste ponto, sendo a omissão relevante, poderá levar á própria imprestabilidade do
título para o credor exercer o seu direito de coagir o emitente a entregar o produto
negociado.” 112
O local de entrega deve ser bem especificado para não gerar dúvidas porque
caso venha a ocorre algum vício este será suportado pelo credor, já que é de se interesse a
entrega do produto rural.
Como a CPR é um título que pode ser emitido à ordem, pode quando houver endosso,
haver a mudança de credor. Isto por si só forçaria ao devedor a entregar o produto no local
que o atual credor assim designar?
O foro competente para discutir cláusulas é o foro do lugar onde a obrigação deve ser
satisfeita,para a ação em que se lhe exigir o cumprimento.
Este item só poderá vir a ser essencial se a Cédula for emitida com garantia
real, já que esta poderá ser emitida sem garantia.
112
PEREIRA, Lutero de Paiva, Comentários á lei da cédula de produto rural, coleção direito bancário (1), 3ª ed.
Juruá,2009.p.40.
113
Pereira, op. cit. p.46.
www.pidcc.com.br
134
Quando esta for uma garantia pignoratícia, deverão ser respeitador os dispositivos
legais pertinentes, tais como: lei 492/37, Decreto-lei 167/67, além dos artigos do Código
Civil, artigos 1442, 1443 e parágrafo único.
Estes requisitos são essencialíssimos à CPR, pois a partir destes, vários elementos do
processo executivo são identificados.
g) assinatura do emitente
O mandatário pode opor sua assinatura no título, já que nenhum óbice legal existe a
respeito.
114
Endosso completo diferente de endosso pleno
115
Controvérsias jurídicas existem a cerca da natureza jurídica do procedimento de execução se esta será por
quantia certa ou quantia incerta como disciplina a lei.
www.pidcc.com.br
135
Porém incompatibilidades da lei que criou a CPRf existem com a Lei Uniforme, são
eles: a) inadmissibilidade de endosso em branco; b) responsabilidade dos endossantes tão
somente pela existência do título e por último a falta de necessidade do protesto extrajudicial
para fins de cobrança dos avalistas do credor originário e ou endossatário da CPRf. 117
A CPRf é uma forma da CPRf que difere da matriz original quanto a sua forma de
liquidação e também de sua forma de execução. Com a emissão, o emitente (devedor) se
compromete a pagar, o valor que se obtém pela multiplicação da quantidade de produto nela
prevista, pelo preço ou pelo índice de preço na cártula.
A discussão jurídica quanto à execução da CPRf se esta é por quantia certa ou incerta,
como dispõe a lei, no caso da CPRf, o parágrafo 2º diz que para a cobrança de CPRf com
liquidação financeira, cabe ação de execução por quantia certa.
O produtor rural tem os seus contornos jurídicos definidos em várias leis: estatuto da
terra (lei 4504/64), lei agrícola( lei 8171/91, lei institucionalizadora do crédito rural (lei
116
CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos.
117
CPR física e CPR - financeira
www.pidcc.com.br
136
4829/65) e o Manual de Crédito Rural do Banco do Brasil, além do Código Civil nos artigos
971,1093 e 1094.
13.6.6.1.5.6.1 Conceito
13.6.6.1.5.6.2 Requisitos
13.6.6.1.5.6.5 Seguro
13.6.6.1.5.7.1 Conceito
ART. 36
13.6.6.1.5.7.2 Requisitos
ART. 37
13.6.6.1.5.7.3 Garantias garantia flutuante – parágrafo 2 do art. 37
13.6.6.1.5.7.4 Securitização do títulos do agronegócio
13.6.6.1.5.7.5 Conselho Monetário Nacional
13.6.6.1.5.7.6 Taxa de fiscalização
ART. 52
13.6.6.1.5.8 Nota Comercial do agronegócio – Instrução da CVM 422
de 20 de setembro de 2005
www.pidcc.com.br
137
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRÂO, C. H., Contra – Ordem e Oposição no Cheque, 3ª ed. São Paulo: Editora
Universitária de Direito Ltda, 2000.
ABRÃO, N. Curso de Direito Bancário, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1982.
BARROS, A. M. de. Curso de Direito do Trabalho, 4ªed. São Paulo: LTR, 2008.
BRUNO,R. Direito Empresarial, Vol. 8, Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, 2009.
CAMPINHO, A. Manual de Títulos de Crédito, 5ª ed., Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris,
2003.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes et al. Curso Constitucional Ambiental Brasileiro, São
Paulo: Editora Saraiva, 2007.
CAVALLI, C. Direito Comercial: passado, presente e futuro. São Paulo: Editora Campus
Jurídico/FGV Rio, 2012.
CHIMENTI, R. C. Direito Tributário, Sinopses Jurídicas. Vol. 16, 12 edição, São Paulo:
Editora Saraiva, 2008.
FRANCO, V. H. M. de. Direito Empresarial. Vol. I, 4ª edição, São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2012.
MARQUES, B. F. Direito Agrário Brasileiro. 10ª edição, São Paulo: Editora Atlas, 2012.
MARTINS, F. Títulos de Crédito, vol. I e II 2ª ed. Editora Forense, Rio de Janeiro, 1989.
___________ Manual de Direito Empresarial. São Paulo: 2ª ed. Editora Atlas, 2006.
NEGRAO, R. Direito Empresarial: estudo Unificado. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.
www.pidcc.com.br
139
OPITZ, S. et ali. Curso completo de direito agrário. 6ª edição, Saraiva, São Paulo: 2012.
PARIZATTO, J. R. Protesto de Títulos de crédito, 4ª ed. São Paulo: Editora Edipa, 2004.
PEDRO, P. R. B. Curso de Direito Empresarial. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2011.
RIZZARDO, A. Contratos de Crédito Bancário. 8ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2009.
_____________ Títulos de crédito, 4ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
SANTOS. E. T. V. dos. Prática Empresarial. Vol. 5, São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2009.
www.pidcc.com.br