Carta Secundaria
Carta Secundaria
Carta Secundaria
Desde os primórdios dos tempos a humanidade busca pelos segredos da natureza. Como dizia
Galileu Galilei, ilustre iluminista “Deus nos deu sentidos para apreciarmos suas suas obras, mas também
nos deu intelecto para tentarmos compreendê-las”
Na Grécia os estudos das ciências, filosofias e matemáticas chegaram a ser mais difundidos,
ainda com caráter religioso, principalmente em escolas como a de Pitágoras.
Nas antigas Escolas de Mistérios, se pretendia com cada teste determinar se o candidato estava
devidamente e realmente preparado para a Iniciação. Estar devidamente preparado implicava estar em
boa condição física, possuir uma boa capacidade mental para entender, estar munido de um alto nível de
pureza moral. Dentro dos parâmetros da preparação, certas virtudes como a coragem, a temperança,
juízo e zelo eram altamente desenvolvidas. Por outras palavras, para ser digno para a Iniciação, uma
pessoa tinha de se submeter a um teste de carácter. E mais, era sentido que os que possuíam
características negativas iriam provavelmente abusar do conhecimento revelado durante o processo de
Iniciação.
Muitas das antigas Escolas de Mistério adotaram um caráter secreto para mantiveram seus
estudos através das gerações. Tornou-se comum usar linguagens “metafóricas” para descrever obras de
magia e de alta ciência, tal como era usado pelos sacerdotes egípcios e pelos sábios dos gregos para
manter secretos conhecimentos que não deveriam ser conhecidos pelo vulgo.
Com o movimento renascentista, alguns grupos ousaram desafiar a igreja e decidiram que era
tempo de não mais ser ocultos. Confrarias como a Maçonaria e a Rosa-Cruz espalharam-se por toda a
Europa trazendo conhecimentos que desafiavam a igreja que combatia com mão de ferro através do
santo ofício e da contra reforma.
Mesmo em tempos de iluminação, os colégios iniciáticos decidiram que, em função das tradições
e em pró da defesa do conhecimento adquirido através de séculos, certas obras deveriam ser ensinadas
somente a um grupo de iniciados, costume este, ainda preservado nos dias de hoje.
Era bastante comum, desde os primórdios dos tempos até a decadência da idade das trevas,
chamar de magia aquilo que não poderia ser explicado. Por certo pode ser explicado, contudo essa
explicação é reservada a poucos. Os denominados magos eram tidos como seres portadores de grandes
poderes e realizadores de grandes obras, e realmente o eram. É fácil maravilhar uma criança possuindo
o conhecimento de um adulto e a mesma formula se aplica quanto ao ignorante e ao sábio.
Estais aqui a penetrar nos segredos dos antigos mistérios, obter os conhecimentos que
empalideceram homens de gênio e levaram outros a loucura. A sabedoria é o bem mais precioso que se
pode obter mas, ainda no mundo de hoje, poucos são os seres que buscam a iluminação e que estão
aptos a conhecê-la.
Nosso grupo trata de três ensinamentos, aos quais um completa o outro. Na Carta Primordial
comentamos a respeito do iluminismo e dos chamados Iluministas. Trata-se de um conjunto de ideias que
levaram a humanidade ao progresso atual. Acompanhada desta filosofia, colocamos o estudo das
ciências ocultas ou ocultismo, termo usados nos dias de hoje. O ocultismo, vulgarmente conhecido como
magia, é o estudo reservado desde o início dos tempos, e passados de gerações em gerações a seletos
grupos onde cada membro era selecionado conforme seu grau de espiritualidade e desenvolvimento.
Tratamos de espiritualidade a forma como cada um reage com seu “Deus interior”, e com as situações da
vida cotidiana. O terceiro ensinamento aplicado trata da ética e do caráter a ser seguido.
Sendo de sua vontade, serão passados estudos a respeito das ciências da magia e com o tempo
entenderás que nada mais é do que uma ciência, e entenderá os motivos de ser estudada por poucos.
Assim como nos antigos estudos da magia, era necessário que seus iniciados fossem homens
íntegros, exigimos certa conduta de nossos estudantes. Conduta esta que será informada na próxima e
ultima carta.
Mas ressaltamos que os estudos das ciências ocultas exigem dedicação em todos os aspectos da
vida. Diferente das demais ciências, é necessário ao estudante de magia viva sob determinadas
condições. É necessário a devida dedicação aos estudos, e um modo de vida auto observado com a
finalidade da evolução intelectual e espiritual.
Eliphas Levi diz em seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia:
Aqui chegamos a um ponto onde mais uma vez lhe perguntamos: Queres continuar neste
tenebroso caminho?
Se estais a ler esta Carta, significa que aceitou as condições e ensinamentos oferecidos pela
primeira. Tomarás aqui a decisão de dar mais um passo!
Caso aceite, uma terceira ultima Carta lhe será enviada, contendo as das qualidade exigidas, não
somente para o estudo do ocultismo, mas também para seu próprio progresso espiritual e intelectual. O
Aceite nas três Cartas implicará no começo de seus estudos iniciáticos, os quais deverá avançar
gradativamente.
Lembramos que és um ser livre para tomar suas decisões, e livre para quebrar vossos vínculos
conosco no momento em que concluíres oportuno.
Nossos objetivos com os ensinamentos que por vós serão aprendidos é unicamente o progresso
da humanidade, através de um mundo livre, fraterno onde cada ser humano é igual ao outro, sem
distinções ou preconceitos. Se presentes continuar neste caminho, advertimo lhes que árduo é o
caminho, mas as graças virão multiplicadas.
Solicitamos que mantenha o sigilo a respeito deste convite e, quando sentir-se pronto, devolva-o a
seu instrutor, informando seu interesse em nossos ensinamentos.
Caso possua dúvidas, ofereça-as a seu instrutor. Ele deverá ser seu guia em seu processo de
evolução e iluminação.
P. S.: Segue ainda a Introdução do livro “Dogma e Ritual da Alta Magia”, escrito por Eliphas Levi
no Século XIX, livro que posteriormente será objeto de seus estudos. O trecho descreve com
entendimento a respeito do que ser um mago significa.