Arqueologia Mapa Mental Texto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(UNIRIO)

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS (CCHS)

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS MUSEAIS (DEPM)

CURSO DE MUSEOLOGIA (NOTURNO)

Disciplina: Arqueologia e Museus (Arqueologia Geral)

Professora: Alejandra Saladino

TRABALHO FINAL

João Pedro Palmieri Ramos

Rio de Janeiro
2021

Introdução:

A disciplina arqueologia e museus foi ministrada pela professora Alejandra Saladino no


segundo semestre do ano de 2021. O mapa mental que aqui será apresentado é um breve
esquema do que penso poder sintetizar o curso de alguma forma. De certa maneira penso que
podemos fazer uma primeira distinção entre a parte da arqueologia mais teórica e histórica e a
parte mais ligada ao trabalho de campo e as teorias com este conectadas. Muito embora uma
distinção completa e abrupta não corresponda à realidade, uma vez que os "campos" da
disciplina dialogam entre si, alguma distinção a nível do mapa mental será feita. É importante,
também, ressaltar que este trabalho faz-se tendo em vista a visão de museólogo, não arqueólogo,
logo haverá um último ramo tratando da museologia.

Parte teórica:

Primeiramente será aqui abordado a parte que mais considero teórica, acadêmica, da
disciplina. À esta parte pertence a história da arqueologia. Desde o século XV já existe alguma
forma de catalogação de artefatos em um contexto. Esta realidade perdura até o século XVII
quando Jacques Spon começa a discutir e propor em conferência a arqueologia como ciência. No
século XVIII Winckelmann, que é tido como pai da arqueologia, publicou uma circular sobre as
descobertas de Herculano.

Entrando numa das subdivisões da "história" podemos entrar na evolução da arqueologia,


especialmente nos séculos XIX e XX. Houveram diversas evoluções metodológicas neste
período e, além disso, a expansão colonial franco-britânica ajudou consideravelmente as
expedições arqueológicas. Já entrando no século XX temos paradigmas da antropologia social e
a rejeição de ideias evolucionistas. O mapa prossegue com subgrupos de Brasil e futuro. No
campo mesmo da história e futuro podemos citar as perspectivas da arqueologia no século XXI
com o texto de González Ruibal (2012) onde ele fala sobre 10 propostas de uma nova
arqueologia.

Num outro "braço" do mapa mental temos a questão do conceito de arqueologia.


Definições sobre "o que é" arqueologia foram apresentadas. A priemira foi como o "estudo do
antigo", outras foram "ciência que busca explicar o que aconteceu com grupos humanos
específicos e generalizar sobre os processos de mudança cultural." (SALADINO, 2021).
Podemos pontuar também diversos tipos de arqueologia, como arqueologia pré-histórica,
clássica, experimental, etnoarqueologia, dentre outras.

Parte prática

A parte que chamei de prática é aquela que considerei mais ligada ao sítio arqueológico
propriamente dito. Para a análise de tal primeiramente penso que pode ser feita olhando
primeiramente para o conceito de ocorrência arqueológica. Este tipo de local seria um local
marcado pela atuação e presença humana. Os sítios arqueológicos são uma subdivisão de prática,
em certo sentido, e parece-me que a cultura material pode ser posta também como subdivisão da
mesma também, embora as linhas divisórias me soem tênues. Ocorrência arqueológica está
contido em sítios arqueológicos.

Um arqueólogo, tratando de sítios arqueológicos poderiam dizer que "não consigo defini-
lo, mas reconheço um quando o vejo" (ORTON, 2000, In. CAMPOS 2018). De fato, nem sempre
é fácil definir algo com o que trabalhamos. Os sítios, que nos aparecem como locais com
vestígios de artefatos humanos do passado, são produto de uma série de eventos ocorridos no
tempo; tanto alterações culturais, ou seja, alterações ocorridas quando aquele "lugar" ainda
estava imerço na cultura específica, quanto outras ocorridas após esse contexto, em outro
momento do tempo. Também coloquei classes de sítios, como funcional, posição e estratigrafia.

Além disso também tratei da cultura material e objetos. Estes estão de certa forma
conectados ao sítio arqueológico, são produto seu. Objetos podem ser analisandos levando em
conta a tipografia, morfologia e outros. Coloquei os "objetos" paralelo ao sítio arqueológico para
que não os fossem vistos como uma característica do sítio.

Finalmente tratarei de um que foi um importante exemplo de sítios arqueológicos no


Brasil, os sambaquis. Esses sítios encontram-se por muitas regiões da costa do Brasil e está
ligado à cultura de pescadores-coletores, desaparecida há centenas de anos. Sabemos através da
arqueologia diversas informações sobre sua sociedade e cultura, como o tratamento dado aos
mortos, entre outros.

Parte museológica

O museu e a arqueologia estão ligados e compartilham muitos desafios e objetivos em


comum, uma vez que vivenciam um contexto mais ou menos similar, entretanto, como diz Maria
Bruno (2018) as relações "são frágeis e existem muitos pontos de desencontro, tais como: a
formação profissional e produção de conhecimento desarticuladas; a incapacidade de trabalho
interdisciplinar e multiprofissional e os preconceitos e desconhecimentos sobre os avanços das
respectivas áreas". Numa perspectiva histórica no Brasil, por outro lado, essa questão foi de altos
e baixos. Como diz BRUNO (2018) durante o início do século XX a arqueologia não era algo
tido como prioridade pelo museu nacional:

Apesar de alguns levantamentos arqueológicos, especialmente


propiciados pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro, a ênfase recaiu
sobre os indígenas contemporâneos, legando às sociedades do passado
um papel de coadjuvante nas pesquisas e nos acervos institucionais.
Ainda nesse momento, mas já no período republicano, tem início a
proliferação de instituições museológicas e as ações para o
estabelecimento de legislação preservacionista e um olhar agudo voltado
para a proteção do passado no âmbito das políticas de Estado. Entretanto,
essa perspectiva privilegia o passado colonial em seus esforços
preservacionistas e os acervos arqueológicos não assumem
protagonismo. p. 115-116

A situação ao longo do século teve momentos como a lei de proteção a sítios


arqueológicos e também e a expansão de institutos arqueológicos pelo país, coisas boas para a
arqueologia. Entretanto a "proliferação de museus nas diversas esferas públicas e privadas, nas
distintas regiões do país, não contemplou os acervos arqueológicos e nem a produção de
exposições com temáticas sobre o passado pré-colonial" (p. 116).

Ainda no mesmo artigo, Maria Bruno (2018) lista interesses comuns às duas disciplinas:
Identificamos, ainda, zonas de confluência de interesses comuns, como por exemplo:

[...] o apreço ao estudo e valorização da cultura material; a consolidação


do conceito de curadoria e das práticas inerentes ao processo curatorial; o
interesse na compreensão dos gestos, das técnicas, das relações sociais
pretéritas e suas respectivas relações com o ambiente circundante e o
envolvimento com as comunidades circundantes ao universo da pesquisa.
p. 119

Apesar desta relação conturbada pode-se pontuar alguns pontos de possibilidade de


desafios e dilemas que poderiam causar um bom resultado, como: "possibilitar a proposição de
estratégias (cadeia operatória museológica) para o gerenciamento e administração da memória,
do ponto de vista museológico, com desdobramentos em relação à realidade arqueológica
evidenciada" e também "[...] Ou seja, avaliar se os projetos de pesquisa e as ações museológicas
que correspondem à potencialidade patrimonial do território selecionado". (BRUNO 2018)

Conclusão

O mapa mental tentou ser uma síntese breve dos conteúdos abordados nas aulas, com
uma certa dinâmica entre os mesmos e tentando separar os assuntos nos principais ramos. Aqui
foi feita uma explicação geral do mapa.

___________
BRUNO, Maria. Museus de Arqueologia no Brasil: uma estratigrafia de abandonos e de desafios.
Anais, 200 anos de museu no Brasil, desafio e perspectivas. Instituto Brasileiro de Museus -
Ibram 2018

CAMPOS, Luana Cristina da Silva Campos. Sítio Arqueológico. In: GRIECO, Bettina;

ORTON, Clive. Sampling in Archaeology. Cambridge Manuals in Archaeology. Cambridge:


Cambridge University Press., 2000

TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio


Cultural. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2018. (verbete). ISBN
978-85-7334-299-4

RUIBAL, A. G. Hacia otra arqueología: diez propuestas. Complutum. Vol. 23 Núm. 2 (2012):
Teoría Arqueológica. Disponível em:
<https://revistas.ucm.es/index.php/CMPL/article/view/40878> Acesso em 21 de set. 2021

SALADINO, Alejandra. Material da atividade síncrona. 2021

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