Estação Total X Nível Óptico
Estação Total X Nível Óptico
Estação Total X Nível Óptico
Caruaru, 2013
Catalogação na fonte
Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242
Caruaru, 2013
GABRIEL OLIVEIRA DE LIMA
Banca examinadora:
Agradeço a Deus por ter me dado forças para conquistar este objetivo o qual tanto
almejei.
Agradeço ao meu pai por sempre sentar comigo me orientando e estimulando nos meus
estudos mostrando o que é mais importante na vida.
Agradeço aos meus tios Ribeiro e Izabel, por terem me apoiado a cursar esta
universidade aqui em Caruaru, aos quais tenho uma grande gratidão.
A minha namorada Yara por ser esta pessoa maravilhosa que é tão importante para
mim, que sempre me ajuda nos momentos bons e ruins, inclusive neste trabalho.
Ao meu orientador Mauricio Oliveira por aceitar o meu trabalho, me auxiliando e
ajudando a resolver os problemas que encontrei.
Aos amigos e familiares com os quais compartilhei grande parte das minhas emoções e
batalhas durante estes anos acadêmicos.
Aos (quase-) engenheiros civis da minha turma com os quais compartilhei alegrias e
frustrações.
O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no
dicionário.
Albert Einstein
RESUMO
Comparativo entre o nivelamento do eixo de uma rodovia, com estação total e com nível
óptico, para avaliar a adequação de cada método à precisão exigida nas normas do
DNIT.
Comparison leveling axle of a highway, with total station and optical level, to assess the
suitability of each method to the required accuracy standards DNIT.
This study aims to assess the requirement of DNIT about leveling the axis of a highway
using the optical level, which is a high precision instrument, but it has a high time in its field
operation during the execution of services. This study aims at the possibility of using Total
Station, maintaining an accuracy greater than or equal to the optical level, since it is an
instrument that has a high agility in its operation and stores all data that are collected in the
field. The problem is found in relation to the accuracy that can change this equipment may
cause the execution of leveling. This study aims to compare the accuracies obtained by each
of the instruments that were used in accordance with the standards of DNIT, and thus evaluate
the use of total station is sufficient. The simulation was run for a road following the rules
DNIT which is illustrated by the statement service IS-204 and IS-205. Where the total station
was used and the optical level, simulating the guideline of a highway for which it was leased
to the use of these devices, and then running the post-processing. On the basis of this study
found a high precision optical level with that is 2 cm / Km being accepted by DNIT. With the
optical level, performing the leveling found a mean error of 1.89 mm and a standard deviation
of 1.80 mm in some cases the error was greater than the average error. Using the Total Station
found the error was 4.49 cm / km which is a value higher than acceptable by DNIT. Using
data obtained with the station, the average error was found to be 25.95 mm with a standard
deviation of 30.5 mm, as observed in leveling, in some cuttings error was greater than the
mean. With the level and peak season there were some mistakes that were caused in the
operation field. At this error level was 3 times greater than the average error in the survey
while the station was 8 times higher, proving that the requirement DNIT is correct, and that
this body already provides possible human errors in operation.
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... I
RESUMO .............................................................................................................................. I
ABSTRACT .......................................................................................................................... I
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................ I
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... I
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... I
SUMÁRIO ............................................................................................................................2
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13
4 METODOLOGIA ............................................................................................... 36
1 INTRODUÇÃO
Com a evolução da tecnologia dos aparelhos topográficos, foi criado um aparelho que é
a combinação de um teodolito com um medidor eletrônico de distâncias, que é a estação total.
Hoje em dia os teodolitos estão em desuso, e a maior parte dos levantamentos topográficos é
executada com o uso da estação total.
Para Ribeiro (2007), numa estrada de rodagem, o eixo localiza-se na região central da
pista de rolamento. O processo de materialização de pontos de eixos no terreno é denominado
de locação de campo do eixo projetado, onde o mesmo possui três operações para realizar,
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sendo elas: locação do eixo, nivelamento do eixo locado e levantamento das seções
transversais. O eixo é compreendido por trechos retos (tangentes), que são os primeiros a
serem locados, e curvos possuindo sentido e origem definidos.
Este trabalho parte da premissa que já foi realizado o estudo de exploração da região
onde irá passar a estrada, e que o projeto geométrico da estrada já foi executado com todos os
dados necessários para a locação da mesma.
1.2 Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é estudar a execução da locação de eixo de uma rodovia
já projetada, com o auxilio da estação total e do nível óptico e por comparação avaliar as
precisões obtidas e a adequação às normas vigentes do DNIT (Departamento Nacional de
Infraestruturas de Transportes).
O DNIT exige com as suas instruções de serviço (IS-204 e IS-205), que para executar a
locação do eixo de uma estrada, deve ser executado o nivelamento geométrico com o auxílio
de um nível, para obter as cotas dos pontos que foram locados.
2.1 Topografia
A Figura 2 acima, mostra uma superfície delimitada por sete vértices. Mostra também
as medidas de distâncias dos pontos (P) e (Q) para os vértices, como também os ângulos
formados entre a base e os pontos limites (1 ao 7).
Para Brandalize (2008), esse tipo de levantamento tem várias etapas a serem seguidas,
que são: reconhecimento do terreno, levantamento da poligonal, levantamento dos detalhes,
orientação da poligonal e computação dos dados, etapas essas necessárias para concluir o
desenho da planta e a redação do memorial descritivo. O reconhecimento do terreno é
executado observando a região que será estudada e definindo a delimitação do terreno, para
que sejam implantados os piquetes que definirão a poligonal. O levantamento da poligonal é
19
feito em campo, com os aparelhos, exemplo estação total, onde serão visados os piquetes que
definem a mesma. A poligonal pode ser do tipo fechada, aberta, apoiada, semi apoiada e não
apoiada. O levantamento de detalhes é feito quando na região estudada tem estruturas
importantes que merecem ser mostradas no levantamento da mesma. Exemplo, a área que está
sendo levantada possui um poste de rede de alta tensão, isto tem que ser mostrado.
A Figura 3 ilustra bem a diferença entre a cota e altitude, onde se mostra que a cota é
uma medida em relação à superfície genérica, enquanto a altitude relaciona-se ao nível médio
dos mares.
O referido autor destaca que o barómetro aneroide não usa mercúrio como no barómetro
de coluna de mercúrio e é menos preciso, porém mais portátil. Este consiste numa pequena
cápsula hermética com um diafragma metálico flexível o qual encerra uma pequena
quantidade de ar no seu interior, com uma mola no interior para evitar o seu esmagamento. A
câmara comprime-se quando a pressão aumenta e expande-se quando a pressão diminui. Estes
21
Fonte: http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/topo_aula4.pdf.
Segundo Brandalize (2008), a diferença deste método em relação aos outros é que se
baseia nas leituras de miras graduadas e não envolve ângulos. O aparelho deve está localizado
no meio da distância entre o ponto visado e a ré (Figura 5).
Fonte: http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/topo_aula4.pdf.
Para Nogueira (2008), o nivelamento geométrico pode ser simples ou composto. Ele é
considerado simples quando é possível determinar a diferença de nível entre dois pontos sem
23
a necessidade de armar o aparelho mais de uma vez, ou seja, em um só lance como mostra a
Figura 6.
Fonte: http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/topo_aula4.pdf.
2.1.3 Equipamentos
2.1.3.1 Teodolitos
Antunes (1995), diz que teodolitos são instrumentos utilizados para a leitura de medidas
de ângulos horizontais (azimutais) e verticais (zenitais). Hoje em dia já existem teodolitos
eletrônicos que proporciona uma maior rapidez nas medições. São constituídos
essencialmente, por uma base que contém o limbo horizontal (círculo graduado de 0º a 360º
que permite as leituras angulares) e uma alidade (parte giratória que roda em torno do eixo
principal do aparelho) na qual se encontra a luneta que gira em torno do eixo dos munhões ou
eixo secundário, sendo este por sua vez, suportado por dois montantes, num dos quais se
encontra o limbo vertical.
24
Desvio-padrão
Classe de teodolitos
precisão angular
1 - precisão baixa ≤ ±30"
2 - precisão média ≤ ±07"
3 - precisão alta ≤ ±02"
Fonte: NBR 13.133/94 (ABNT).
2.1.3.2 Níveis
Segundo Pinto (2000), os níveis são equipamentos que são designados para exercerem
uma única função, que é de medir as diferenças de alturas entre pontos distintos e é executado
através de visadas horizontais com o auxílio de miras.
25
Segundo Antunes (1995) e Pinto (2000), os MEDs são equipamentos que emitem ondas
de rádios ou infravermelha, que são responsáveis pela medição das distâncias entre os pontos
desejados. Os MEDs emitem estes sinais que são refletidos por prismas ou outro tipo de
anteparos e assim conseguem fazer a leitura das distâncias. Os MEDs são classificados pela
NBR 13.133/94 segundo o desvio-padrão. Na Tabela 3 está sendo mostrada a classe de
precisão dos MEDs.
Desvio-padrão Desvio-padrão
Classes de estações totais
Precisão angular Precisão linear
A NBR 13.133/94, diz que para o ajustamento de poligonais e para estabelecer suas
tolerâncias, são consideradas 3 tipos de poligonais:
a) Tolerância angular:
≤ + ∗ √ , onde:
a – erro médio angular (azimute) da rede de apoio (ordem superior) multiplicado
por √2.
b – coeficiente que expressa a tolerância para o erro de medição do ângulo
poligonal.
Segundo Garcia e Piedade (1984, apud Brandalize, 2008), o erro médio (ou tolerância)
de um nivelamento é em função do perímetro percorrido com o nível em km, classificando-se
da seguinte forma:
De acordo com Brandalize (2008), o erro médio é avaliado de forma distinta para
poligonal aberta e fechada. Em poligonais abertas é com a soma algébrica das diferenças de
nível parciais em cada ponto no nivelamento e no contranivelamento. Já em poligonais
fechadas é só a soma algébrica das diferenças de níveis entre os pontos.
O erro médio deve ser distribuído proporcionalmente entre todas as estações, quando
for menor que o erro médio total temível. Segundo Espartel (1987), o erro médio total temível
é dado pela seguinte fórmula:
= ±5 ∗√
Para o DNIT, na fase de estudos topográficos para apoiar a elaboração dos projetos
básicos de engenharia, objetiva-se obter modelos digitais de terrenos, que são de extrema
importância para avaliar o melhor traçado das rodovias. A instrução de serviço referente a
estes serviços é a IS-204.
3.1.1 Classe IN
Deve possuir uma extensão máxima de 10 km, os lances devem ser feitos no máximo a
80 m e no mínimo a 15 m. A tolerância de fechamento é de 12 ∗ √ , onde k está em
quilômetro.
Deve possuir uma extensão máxima de 10 km, os lances devem ser feitos no máximo a
80 m e no mínimo a 15 m. A tolerância de fechamento é de 20 ∗ √ , onde k está em
quilômetro.
Deve possuir uma extensão máxima de 10 km, os lances devem ser feitos no máximo a
500 m e no mínimo a 40 m, tendo um número máximo de lances de 40. A tolerância de
fechamento é de 0,15 ∗ √ , onde k está em quilômetro.
O DNIT esclarece como e quais são as etapas que serão seguidas, quais serão os
equipamentos utilizados (de acordo com a sua precisão), como elaborar as apresentações
destes trabalhos que foram executados em campo e quais são os estudos que devem antever
estas etapas, exemplo, estudos hidrológicos.
32
O DNIT diz que nesta fase é quando se executa com a elaboração do modelo digital do
terreno para que seja possível definir a geometria da rodovia, na obtenção de dados de
elementos topográficos que são necessários para os estudos.
O DNIT em seu “Manual de Diretrizes Básicas de 1999” exige que seja executado o
nivelamento do eixo na classe IN, que se utiliza de nível de precisão alta (classe 3), e tem uma
tolerância de 12 ∗√ .
Todos os serviços deverão ser executados de acordo com uma norma técnica da ABNT,
NBR 13.133/94, fornecendo uma base necessária para o desenvolvimento técnico da execução
de levantamento topográfico.
Deverá ser implantada uma poligonal planimétrica topográfica com marcos distando 1
km ao longo de sua direção e que deverão está amarrados a marcos da rede geodésica do
IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatística) e esta deverá ser nivelada com RRNN
(referência de nível), localizados de km a km, também com referencia ao IBGE.
De acordo com a IS-205 a locação do eixo deve ser executada da seguinte maneira. O
eixo de projeto tem que ser locado por coordenada a partir de marcos da poligonal de apoio. O
equipamento tem que ser no mínimo classe 2, de acordo com a NBR 13.133/94. Deve ser
locado com pontos a cada 20 metros e em todos os seus pontos notáveis, que são cruzamentos
de rodovias, ferrovias, início e final de curvas, e etc. Todos estes pontos que foram locados
devem ser marcados com um piquete de madeira de boa qualidade e ao seu lado devem ser
cravados estacas testemunhas, onde será escrito a identificação do ponto locado. Se estes
pontos forem em áreas onde não é possível se cravar um piquete, usam-se tintas indeléveis e
faz-se a identificação em muros, postes, pavimentos etc.
Será necessário levantar a ocorrência em uma determinada região em que foi executado
o estudo, se for encontrado algum material que possa ser utilizado na própria construção da
rodovia ou que seja de má qualidade, consequentemente impossibilitando a construção no
trecho em que foi encontrado.
35
Esta etapa ocorre se durante o curso da rodovia, houver obstáculos como, por exemplo:
postos de polícia, balanças, cursos de água, postos de serviços e etc. Então será necessário
executar o levantamento dos mesmos.
Nos levantamentos utilizam-se estações totais, pois torna o trabalho mais ágil na
medição de ângulos e distâncias. Os desenhos que são gerados serão em formato tipo “cad
(Computer Aided Design)”.
Se for utilizar o GPS para rastrear pontos a serem locados e determinar a suas
coordenadas, devem ser utilizados receptores de precisão geodésica, com tempo de rastreio
de, no mínimo, 30 minutos ou “fast-static” com tempo de rastreio de, no mínimo, 10 minutos.
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4 Metodologia
Neste capítulo apresenta-se como foram realizados os estudos para avaliar a exigência
do DNIT em relação à precisão dos equipamentos: estação total e nível óptico, na locação e
nivelamento do eixo de uma rodovia. A execução deste estudo com os dois equipamentos
foram realizados no mesmo local, que se situa próximo a BR-104 no Km 62.
O estudo que embasa esta pesquisa foi executado em uma região localizada atrás do
Polo Comercial de Caruaru que se situa na rodovia BR-104, Km 62 em Caruaru, se
estendendo até o Autódromo Internacional de Caruaru, situado também na BR-104,
totalizando uma extensão de 2.781,68 m (dois mil setecentos e oitenta e um metros e sessenta
e oito centímetros). A poligonal teve início no acesso do Polo Comercial, onde está à estaca
“E0”, enquanto o final do trecho é próximo ao autódromo, onde se encontra a “E139+1,675”.
Este trecho que estudado tem os dados altimétricos de partida e de chegada previamente
fixados. Estes dados foram determinados da seguinte maneira: na partida onde se encontra a
estaca “E0” foi arbitrada uma cota de 561,00 m que serviu de referência de nível. Já a cota de
chegada na estaca “E139+1,675” foi de 568,00 m, obtida por transporte de cota por
nivelamento e contranivelamento geométrico.
De acordo com a NBR 13.133/94, este equipamento é de classe 3 que possui uma
precisão alta.
O outro equipamento usado para os levantamentos necessários para este estudo foi uma
estação total Leica TC307, com as configurações informadas abaixo:
- Precisão de 7”;
- EDM coaxial mais rápido;
- Programas aplicativos amigáveis;
- Memória interna com maior capacidade;
- Movimento ilimitado para os parafusos de chamada;
- Tecla ativar de fácil utilização;
- Compensador nos dois eixos;
- Prumo a laser.
A estação total tem uma precisão média de classe 2, segundo a NBR 13.133/94.
Como exige o DNIT nas IS-204 e IS-205, foi executada uma poligonal aberta que serviu
de diretriz geral da estrada. O DNIT exige a cada 500 metros um marco que servirá de RRNN,
mas neste estudo só foram utilizados dois marcos como RRNN pois a proposta do mesmo é
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de avaliar os equipamentos que foram utilizados, não executando com o que o DNIT
preconiza.
Primeiramente foi executado este levantamento com a estação total, para que fosse
executado o levantamento planimétrico da região, materializando com a diretriz no campo.
Ao longo desta diretriz, foi executado o estaqueamento dos pontos a cada 20 metros de
distancia. Com a estação total, foi executada toda planimetria, coletando as distâncias das
tangentes e os ângulos entre as mesmas, como a altimetria dos pontos. Com todos os pontos
materializados em campo, foi executado o nivelamento geométrico, com nivelamento e
contranivelamento, em todas as estações, para que fossem coletadas as suas cotas e depois
pós-processadas.
4.4 Pós-processamento
5 Resultados
Para a extensão total deste estudo (2.781,68 m) o erro médio total temível é de 8,34 mm
e o erro máximo admissível é de 20,01 mm para atender a levantamentos de Classe IN por
nivelamento geométrico.
A diferença acumulada para o nivelamento com o nível nesta distância foi de -2,00 mm,
que em módulo é menor que o erro máximo admissível (e) de 20,01 mm atendendo desta
-2
-4
-6 Desvio padrão=1,80mm
-8
-10
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95100105110115120125130135140
Estaqueamento
Verifica-se também que por conta do erro de 2,00 mm ser menor que o erro temível
calculado em 8,34 mm, então se pode distribuir os erros em todos os pontos. Esse valor para
ser distribuído é encontrado dividindo-se o erro pela a quantidade de estacas, que para o
nivelamento geométrico foi de -0,0121 mm. O DNIT admite erro de 2 cm/km e com o nível
foi obtido um erro de 0,683 cm/km que está dentro da tolerância admitida.
41
25
0
-25
-50
-75
-100 Desvio padrão= 30,5 mm
-125
-150
-175
-200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
Estaqueamento
Quando é feita a sobreposição dos gráficos dos erros encontrados com o nível e dos
erros encontrados na estação total (ver Figura 12), é que se tira a conclusão que o nível tem
uma precisão bem maior em relação à altimetria, do que a estação total. O erro médio do
nivelamento com a estação total de 25,9 mm é cerca de 14 vezes maior do que o obtido pelo
nivelamento geométrico (1,89 mm).
Os picos dos erros no levantamento com a estação pode ter sidos ocasionados por conta
de erros no bastão do prisma, que pode estar na altura incorreta, problema que não acontece
na mira por a mesma ser uma altura só não podendo ser regulada como é o caso dos bastões
dos prismas. A estação é um equipamento que pode lê maiores distâncias que o nível, pois
não depende do desnível do terreno e da altura da mira, acarretando uma maior probabilidade
de erros nesta operação.
25
0
-25
-50
-75
-100
-125
-150
-175
-200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
Nível Estação Total
.
6 Considerações Finais
Ficou comprovado com a execução destes estudos que os procedimentos feitos pela
estação total ocorreram de forma mais rápida do que o estudo executado pelo nível óptico,
pois a mesma estava locada em um ponto fixo onde através deste eram lidos vários outros
pontos e não era necessária uma caderneta de campo, pois os dados são armazenados no
próprio aparelho. No nível óptico é necessário que o operador anote todos os dados que são
obtidos, possuindo outro inconveniente dependendo do desnível do terreno, pois o operador lê
as medidas na mira graduada em um plano horizontal onde em alguns casos esta leitura não é
possível.
Nas operações de campo com os dois equipamentos, foram encontrados falhas nas
operações por parte do operador do equipamento e dos seus ajudantes que ocasionaram alguns
picos de erros durante o nivelamento. Essas falhas podem ter sido ocasionadas por vários
fatores: erro na calagem do instrumento, na hora de centrar o aparelho, na diferença de altura
dos bastões que estão os prismas para a estação total, na falta de prumo destes bastões e da
mira graduada, etc.
Essas diferenças de proporção comprovam que o DNIT prevê que haja erros nas
operações de campo (locação e nivelamento), possuindo um peso bem menor na precisão do
levantamento quando utiliza-se o nível óptico para estes serviços.
Com o erro encontrado na operação com a estação total, a mesma possui restrição em
sua utilização. Em serviços de rodovias rurais onde será feito a terraplanagem, 200 mm de
erro não tem influência na movimentação de terra, permitindo assim que o estudo possa ser
executado com a mesma, realizando-o de maneira mais rápida e com uma precisão aceitável.
Com o uso cada vez mais frequente da estação total e a necessidade de conclusão das
obras em um curto prazo de tempo, não se pode negar que a estação total é um instrumento
com grande capacidade de assumir a função de executar os serviços de maneira rápida e
precisa, se precavendo com os devidos cuidados relacionados a altimetria, avaliando quando é
necessário ou não a utilização do nível óptico.
Neste estudo não foi feito como o DNIT preconiza, marcos de RRNN a cada 500
metros. Poderia ser um objeto de estudo relevante executar com a estação total o nivelamento
do eixo de uma rodovia com os marcos distando 500 metros entre eles, pois este
procedimento poderia diminuir o erro encontrado com a estação total.
Outro área de estudo interessante para o nivelamento do eixo de uma estrada, seria a
execução do serviço com o uso do GPS. Não sendo necessário um número elevado de
operadores de campo para a leitura dos pontos, e a obtenção dos dados poderia ser feita sem a
necessidade de abrir picadas nas matas para as visadas, como é necessário nos procedimentos
de operação da estação total.
45
REFERÊNCIAS
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Curso de Engenharia Civil, Campos Universitário de SINOP, Universidade do Estado do Mato
Grosso, 2008. Disponível em <http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/topo_aula4.pdf>.
Acesso em: 27/08/12.
ESPARTEL, Lélis. Curso de Topografia. Porto Alegre, RS.: Globo, 1977. 655 p.
McCormac, Jack C. Topografia. Tradução Daniel Carneiro da Silva; revisão técnica Daniel
Rodrigues dos Santos, Douglas Corbari Corrêa, Felipe Coutinho Ferreira da Silva. Rio de
Janeiro: LTC, 2007. 391 p
46
Pinto, José Roberto Marques. Potencialidade do uso do GPS em obras de engenharia. Dissertação
mestrado – UNESP, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 161p. 2000.
Disponível em <http://www4.fct.unesp.br/pos/cartografia/docs/teses/d_pinto_jrm.pdf>. Acesso em:
27/08/12.
Ribeiro, Denise. Notas de aula – Locação do Eixo da Estrada. Estudos Topográficos, Estudos
Pré-Construtivos. Disciplina Construção de Estradas. Departamento de Transportes, Escola
Politécnica, Universidade Federal da Bahia, 33 p. 2007. Disponível em
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%20Estudos%20Preliminares%20-%20Estudos%20Topogr%C3%A1ficos%20-
%20Loca%C3%A7%C3%A3o%20do%20eixo%20da%20estrada.pdf>. Acesso em: 15/04/12.
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APÊNDICE