Aula 04

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE – Faculdade de Ciência e Tecnologia

MECÂNICA DOS FLUÍDOS E MÁQUINAS


HIDRÁULICAS
________________________________________
2° Ano

Aula 4

Eng. Jacinto E. Laquene 1


Princípios de Hidrostática

• Definição da Pressão e da sua isotropicidade


• Pressões absolutas e relativas
• Lei da hidrostática
• Diagrama de pressões
• Princípios de manometria
• Impulsão hidrostática sobre superfícies planas e curvas
• Princípio de flutuação ou de Arquímedes
• Equilíbrio de líquidos contidos em corpos rígidos em movimentos.
Eng. Jacinto E. Laquene 2
4.1 – Definição da Pressão e da sua Isotropicidade
Num fluído estático, existe em todos pontos uma intensidade de pressão. Especialmente, a
intensidade de pressão será designada por Pressão, e é dada pela seguinte expressão:
∆𝐹 𝑑𝐹
𝑃= lim = (4.1)
∆𝐴→0 ∆𝐴 𝑑𝐴

A intensidade de pressão é uma quantidade escalar, isto é, tem


uma magnitude e age da mesma forma em todas direcções. Isto
é simplesmente demonstrado considerando um elemento de um
fluído em equilíbrio em forma de cunha. As forças que agem no
elemento são as forças superficiais e o peso do elemento.

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4.1 – Definição da Pressão e da sua Isotropicidade
A equação de equilíbrio na direcção x será:
𝐹𝑥 = 0 → 𝑃𝑛 sin 𝛼 𝑏∆𝑙 − 𝑃𝑥 𝑏 ∆𝑙𝑠𝑖𝑛 𝛼 = 0 𝑜𝑢 𝑃𝑛 =
𝑃𝑥 (4.2)
Também na direcção z podemos obter:
𝐹𝑧 = 0 → − 𝑃𝑛 cos 𝛼 𝑏∆𝑙 + 𝑃𝑧 𝑏 ∆𝑙𝑐𝑜𝑠 𝛼 −
1
𝛾∆𝑙 cos 𝛼 ∆𝑙 sin 𝛼 𝑏 = 0 (4.3)
2

Agora, encolhendo o elemento para o ponto (b, ∆𝑙 → 0), o último


termo desaparece porque este será um infinitésiomo de ordem
superior comparativamente aos outros termos, no limite teremos:
𝑷𝒏 = 𝑷𝒛 (𝟒. 𝟒)Eng. Jacinto E. Laquene 4
4.1 – Definição da Pressão e da sua Isotropicidade

Combinando as duas equações, obtém-se:

𝑷𝒏 = 𝑷𝒛 = 𝑷𝒙 (𝟒. 𝟓)

Desde que o ângulo seja arbitrário, conclui-se que a pressão em qualquer

ponto de um fluído estático age com a mesma magnitude em todas direcções,

o que é conhecido como isotropicidade da pressão.

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4.2 – Pressões Absolutas e Relativas
𝑭 𝑵
𝑷= , (𝟒. 𝟔)
𝑨 𝒎𝟐

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4.3 – Lei da Hidrostática de Pressões
Considere a figura ao lado:
Nota-se que em repouso só actuam forças de pressão pois 𝜏 = 0
𝐺 + 𝐹𝑅 = 0 → 𝐺 = 𝐹𝑅 (4.7)

Onde:
G – Força de gravidade sobre a partícula elementar;
𝐹𝑅 – Resultante das forças de contacto na partícula elementar.

Então:
𝑃1 −𝑃2
= ℎ2 − ℎ1 (4.8)
𝛾
𝑷𝟏 𝑷𝟐
+ 𝒉𝟏 = + 𝒉𝟐 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕. (𝟒. 𝟗)
𝜸 𝜸

Conhecida como a Lei da Hidrostática


𝑃
Note que + ℎ é a cota piezométrica em relação ao plano
𝛾
horizontal de referência.
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4.3 – Lei da Hidrostática de Pressões
Conclui-se que num fluído em repouso, todos os pontos situados a mesma cota do plano horizontal
de referência tem a mesma pressão.
𝑆𝑒, ℎ1 = ℎ2 , 𝑃1 = 𝑃2 (4.10)

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4.4 – Diagrama de Pressões
A grandeza escalar de pressão é perpendicular as superfícies onde ela actua.

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4.4 – Diagrama de Pressões
Problema 4.1

Determine a pressão relativa e absoluta no fundo de um recipiente aberto a atmosfera

a) Se se encontrar cheio de água;

b) Se se encontrar cheio de gasolina de massa específica 𝜌 = 700 𝑘𝑔/𝑚3

A profundidade do líquido no recipiente é de h = 4 m.

A pressão atmosférica é igual a 750 mm Hg

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4.4 – Diagrama de Pressões
Resolução

Pressão barométrica:
𝑃𝑏 = 0,750 ∗ 9,81 ∗ 13,6 ∗ 103 = 99960 𝑁/𝑚2
Recipiente cheio de água:
𝑃𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝛾𝐻2𝑂 ∗ ℎ = 1000 ∗ 9,81 ∗ 4 = 39240 𝑁/𝑚2
𝑃𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 = 𝑃𝑏 + 𝑃𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 99960 + 39240 = 139200 𝑁/𝑚2

Recipiente cheio de gasolina:


𝑃𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝛾𝑔𝑎𝑠𝑜𝑙 ∗ ℎ = 27468 𝑁/𝑚2
𝑃𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 = 𝑃𝑏 + 𝑃𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 99960 + 27468 = 127420 𝑁/𝑚2
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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.1 – Tubos Piezométricos

 Constituem o procedimento mais económico

 São de grande precisão na medição de pressões relativamente pequenas

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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.2 – Barómetros

Os barómetros são usados para medir a pressão atmosférica

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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.3 – Manómetros Diferenciais

São usados para medir pressões relativas

𝑃𝐴 + 𝛾1 ℎ1 − 𝛾2 ℎ2 + 𝛾3 ℎ3 − 𝛾4 ℎ4 = 𝑃𝐵
Toma-se:
+∆𝑃 – para baixo
−∆𝑃 – para cima
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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.4 – Micromanómetros

Trata-se de um manómetro geralmente de aplicação laboratorial.

Micromanómetro de tubo inclinado (figura ao lado)


tem grande precisão na medição de pressões
relativamente pequenas. Mesmo se o ângulo α for
pequeno conseguem-se valores consideráveis de
l para uma pressao Pr pequena.

𝑷𝒓 = 𝜸 ∗ ∆𝒉 = 𝜸 ∗ 𝒍 ∗ 𝒔𝒊𝒏 𝜶 (𝟒. 𝟏𝟏)


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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.5 – Tubo de Bourdon

A dimensão do tubo de Bourdon (feito de estanho)

depende da diferença entre a pressão externa ao tubo e a

pressão do fluído que age internamente. Daí:

𝑃𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝑃𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 (4.12)

𝑷𝒂𝒃𝒔 = 𝑷𝒂𝒕𝒎 + 𝑷𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕. (𝟒. 𝟏𝟑)

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4.5 – Princípios de Manometria
4.5.6 – Outros Manómetros de Aplicação Industrial

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4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação da Força de Pressão)

Sempre detectamos a presença de forças na superfície dos corpos que estão submersos nos fluídos.
A determinação destas forças é importante no projecto de tanques para armazenamento de fluídos,
navios, barragens e de outras estruturas hidráulicas.

Nós também sabemos que o fluído exerce uma força perpendicular nas
superfícies submersas quando está em repouso (porque as tensões de
cisalhamento não estão presentes) e que a pressão varia linearmente com
a profundidade se o fluído se comportar como incompressível.

Assim, para uma superfície horizontal, como a inferior do tanque de


líquido mostrado na fig. ao lado, o módulo da força resultante sobre a
superfície é 𝐹𝑟 = 𝑃𝐴 onde P é a pressão na superfície inferior e A é área
desta superfície. Eng. Jacinto E. Laquene 18
4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação da Força de Pressão)
Equação fundamental da Hidrostática:
𝑷
𝒉= +𝒛=𝑪 (𝟒. 𝟏𝟒)
𝜸

Observando a Figura
𝑃
= 𝑦 ∗ sin 𝛼 ↔ 𝑃 = 𝛾 ∗ 𝑦 ∗ sin 𝛼 (4.15)
𝛾

Força elementar 𝑑𝐹𝑅 que actua em dA localizada numa


profundidade:
𝑑𝐹𝑅 = 𝑃𝑑𝐴 = 𝛾 ∗ 𝑦 ∗ sin 𝛼 ∗ 𝑑𝐴 (4.16)
Todas as forças elementares são paralelas. Assim a resultante
de 𝐹𝑅 será:
𝑭𝑹 = 𝒅𝑭𝑹 = 𝜸 ∗ 𝐬𝐢𝐧 𝜶 𝒚𝒅𝑨 = 𝜸 ∗ 𝐬𝐢𝐧 𝜶 ∗ 𝒚𝑮 ∗ 𝑨 = 𝜸 ∗ 𝒉𝑮 ∗ 𝑨 (𝟒. 𝟏𝟕)
Eng. Jacinto E. Laquene 19
4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação da Força de Pressão)
Assim pode ser reescrita como: 𝑭𝑹 = 𝜸 ∗ 𝒉𝑮 ∗ 𝑨 (𝟒. 𝟏𝟖)

A resultante das forças de pressão sobre uma superfície plana submersa é igual ao produto do peso
específico do líquido, γ, pela profundidade do centro de gravidade, ℎ𝐺 , em relação ao plano
piezométrico, e pela área da superfície, A.

Esta equação demonstra que o módulo da força resultante é igual a pressão no centróide multiplicada
pela área total da superfície submersa.
Apesar da nossa intuição sugerir que a linha de ação da força resultante deveria passar através do
centróide da área este não é o caso. A coordenada 𝑌𝑅 da força resultante pode ser determinada pela
soma dos momentos em torno do eixo x, ou seja, o momento da força resultante precisa ser igual aos
momentos das forças devidas a pressão: Eng. Jacinto E. Laquene 20
4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação do Centro de Pressão)

Equação dos momentos em torno de O – X:


𝐹𝑅 ∗ 𝑌𝐶𝑃 = 𝑦𝑑𝐹 = 𝛾 ∗

sin 𝛼 𝑦 2 𝑑𝐴 (4.19)
Sabemos do slide anterior que:
𝐹𝑅 = 𝛾 ∗ sin 𝛼 𝑦𝑑𝐴 (4.20)

Assim:

𝛾∗sin(𝛼) 𝑦 2 𝑑𝐴 𝑦 2 𝑑𝐴
𝑦𝐶𝑃 = = (4.21)
𝛾∗sin(𝛼) 𝑦𝑑𝐴 𝑦𝑑𝐴

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4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação do Centro de Pressão)

Sabe-se que 𝑦 2 𝑑𝐴 = 𝐼𝑜 é o momento de inércia da área A em relação ao eixo Ox.

Da equação (4.21) teremos:

𝑦 2 𝑑𝐴 𝐼𝑜
𝑦𝐶𝑃 = = (4.22)
𝑦𝑑𝐴 𝑦𝐶𝐺 𝐴

“ A distância do centro de pressões ao eixo intersecção da superfície imersa com a superfície livre

do fluído é obtida dividindo-se o momento de inércia da área A, em relação ao mesmo eixo, pelo

produto da distância do centro de gravidade pela área da superfície imersa.”


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4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação do Centro de Pressão)

Uma das propriedades do momento de inércia é (teorema de eixos paralelos):


2
𝐼𝑂−𝑋 = 𝐼𝐶𝐺 + 𝐴𝑦𝐶𝐺 (4.23)

Onde 𝐼𝑂−𝑋 é o momento de segunda ordem em relação ao eixo que passa no centróide e é
paralelo ao eixo x, 𝐼𝐶𝐺 é o momento de inércia calculado em relação a um eixo que passa pelo
centróide da superfície de área A. Logo a equação (4.22) passa a ser:

𝐼𝑜 𝐼𝐶𝐺
𝑦𝐶𝑃 = = 𝑦𝐶𝐺 + (4.24)
𝑦𝐶𝐺 𝐴 𝑦𝐶𝐺 𝐴

Distância entre o centro de


Eng. Jacinto E. Laquene Gravidade e de Pressões 23
4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação do Centro de Pressão)

Sequência de Cálculo

 Parte 1:
1. Determinar 𝐴𝑓𝑖𝑔.𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎 ;
 Parte 3:
2. Determinar 𝑦𝐺 ↔ ℎ𝐺 ;
7. Localização dos pontos de aplicação das
3. Determinar 𝐹𝑅 .
forças;
 Parte 2:
8. Equação dos momentos.
4. Determinar 𝐼𝐺𝐺 ;
5. Determinar 𝑦𝐺𝐶 ;
6. Determinar 𝑦𝑐 . Eng. Jacinto E. Laquene 24
4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
(Determinação do Centro de Pressão)

Momento de Inércia para várias Geometrias

Eng. Jacinto E. Laquene 25


4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
Caso particular de Rectângulo com dois lados horizontais

Repetindo a análise anterior, chega-se à seguinte expressão:


𝑦2 𝑃1 +𝑃2 𝛾∗𝑏
𝐹𝑅 = 𝑆
𝑃𝑑𝐴 = 𝑦1
𝑃𝑏𝑑𝑦 = 𝑏 𝑦2 − 𝑦1 = (ℎ22 − ℎ12 ) (4.25)
2 2 sin 𝛼

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4.6.1 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Planas
Caso particular de Rectângulo com dois lados horizontais (Método de Decomposição)

Forças de pressão (horizontais e verticais)


𝐹𝑅 𝐻 = 𝛾 ∗ ℎ𝐺 ∗ 𝐴𝐻 (4.26)
𝐹𝑅 𝑉 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐶𝐷𝐸𝐹𝐶 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐶𝑃 (4.27)
Onde:
𝐴𝐻 - Projecção de 𝐴𝐶𝐷 no plano ortogonal a 𝐹𝑅 𝐻
𝑉𝐶𝑃 = 𝑉𝐶𝐷𝐸𝐹𝐶 - volume do corpo de pressão.

O centro de pressão para este caso será dado:

𝑰𝑮𝑮
𝒚𝑪 = 𝒚𝑮 + (𝟒. 𝟐𝟖)
𝑨 ∗ 𝒚𝑮 Eng. Jacinto E. Laquene 27
4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Método de Decomposição

As equações desenvolvidas para a determinação do módulo, e localização do ponto de aplicação da


força resultante que actua numa superfície submersa são aplicáveis à superfícies planas.

Entretanto, também precisamos de resultados relativos à superfícies que não são planas (tais como as
superfícies das barragens, tubulações e tanques).

É possível determinar a força resultante em qualquer superfície por integração, como foi feito no caso
das superfícies planas, mas este procedimento é trabalhoso e não é possível formular equações
simples e gerais.

Assim, como uma abordagem alternativa, nós consideraremos o equilíbrio de um volume de fluído
delimitado pela superfície reversa considerada e pelas projecções vertical e horizontal
Eng. Jacinto E. Laquene 28
4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Método de Decomposição

Considere a secção curva DC do tanque aberto mostrado na


figura.´Desejamos determinar a força resultante que actua
sobre esta secção que apresenta comprimento unitário na
direcção perpendicular ao plano do papel. Primeiramente
isolamos o volume de fluído que é delimitado pela superfície
curva considerada, neste caso a CD, o plano horizontal EC e
o plano vertical ED.
O diagrama do corpo livre corresponde a ECDE, os módulos e
as posições dos pontos de aplicação de Fx e Fz podem ser
determinados utilizando as relações aplicáveis à superfícies
planas.
O peso do fluído contido no volume é igual ao peso específico do fluído multiplicado pelo volume e o
ponto de aplicação desta força coincide com o centro de gravidade da massa de fluído contida no
volume. Eng. Jacinto E. Laquene 29
4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Método de Decomposição

Para que o sistema de forças esteja equilibrado, o módulo do componente Fx precisa ser:
𝐹𝑅 𝑥 = 𝛾 ∗ ℎ𝐺 ∗ 𝐴𝑥 (4.29)

Já o módulo do componente Fz deve ser igual ao peso: 𝐹𝑅 𝑧 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐴𝐵𝐶𝐷𝐴 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐶𝑃 (4.30)

Como três forças actuam na massa de fluído (Fx, Fz e a força que o tanque exerce sobre o fluído), estas
precisam formar um sistema de forças concorrentes.
Isto é uma decorrência do seguinte princípio da estática “ quando um corpo é mantido em equilíbrio
por três forças não paralelas, estas precisam ser concorrentes (suas linhas de acção se interceptam num
ponto) e coplanares. Assim o módulo da força resultante e obtido pela equação:

𝑭𝑹 = 𝑭𝟐𝒙 + 𝑭𝟐𝒛 (𝟒. 𝟑𝟏) Eng. Jacinto E. Laquene 30


4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Método de Decomposição

Forças de pressão no plano tridimensional:

𝐹𝑅 𝑥 = 𝛾 ∗ ℎ𝐺 ∗ 𝐴𝑥 (4.32)

𝐹𝑅 𝑦 = 𝛾 ∗ ℎ𝐺 ∗ 𝐴𝑦 (4.33) O centro de pressão:

𝑰𝑮 𝑮
𝐹𝑅 𝑧 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐴𝐵𝐶𝐷𝐴 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐶𝑃 (4.34) 𝒚𝑪 = 𝒚𝑮 + (𝟒. 𝟑𝟓)
𝑨∗𝒚𝒈

𝐴𝑥 - projecção de 𝐴𝐶𝐷 no plano ortogonal a 𝐹𝑅 𝑥

𝐴𝑦 - projecção de 𝐴𝐶𝐷 no plano ortogonal a 𝐹𝑅 𝑦

𝑉𝐶𝑃 - volume do corpo de pressão. Eng. Jacinto E. Laquene 31


4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Volume do Corpo de Pressão

Considerando:
𝐹𝑅 1 - resultante das forças de pressão na superfície superior “1”;
𝐹𝑅 2 - resultante das forças de pressão na superfície inferior “2”.

O volume do corpo de pressão será dado por:

𝑽𝑪𝑷 = 𝑽𝑨𝑬𝑫𝑪𝑩𝑨 − 𝑽𝑨𝑬𝑭𝑪𝑩𝑨 = 𝑽𝑪𝑫𝑬𝑭 (𝟒. 𝟑𝟔)


Eng. Jacinto E. Laquene 32
4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Problema 4.2

A figura ao lado ilustra o corte transversal de um tanque


horizontal de secção circular com diâmetro D = 2,6 m e
comprimento l = 9,6 m. Sabe-se que o tanque está
completamente cheio de óleo de massa específica
900 𝑘𝑔/𝑚3 . Por fora do tanque actua a pressão
atmosférica.
Calcular a força total (módulo e sentido) exercida pelo
fluído na superfície superior do tanque.
Eng. Jacinto E. Laquene 33
4.6.2 – Impulsão Hidrostática Sobre Superfícies Reversas
Resolução Problema 4.2
Volume do corpo de pressão e a força resultante
Área projectada em x:
em z:
𝐷 2,6
𝐴𝑥 = ∗𝑙 = ∗ 9,6 = 12.48 𝑚2
2 2
1 𝐷2
O ponto de aplicação da força de 𝑉𝐶𝑃 =𝜋∗ ∗ ∗ 𝑙 = 25,48 𝑚3
2 4
gravidade: 𝐹𝑅 𝑧 = 𝛾 ∗ 𝑉𝐶𝑃 = 225 003,53 𝑁
𝐷
ℎ𝐺 = = 0.65 𝑚 A força total resultante será:
4

A força resultante em x: 𝐹𝑅 = 𝐹𝑅 2𝑥 + 𝐹𝑅 2𝑦 = 225 121.9 𝑁


𝐹𝑅 𝑥 = 𝛾 ∗ ℎ𝐺 ∗ 𝐴𝑥 = 7 300.8 𝑁
𝐹𝑅 𝑧
sin 𝛼 = = 0,999 ↔ 𝛼 = 83.7°
𝐹𝑅
Eng. Jacinto E. Laquene 34
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Sempre identificamos uma força, exercida pelos fluídos, sobre os corpos que estão completamente
submersos ou flutuando.

A força resultante gerada pelo fluído e que actua nos corpos é denominada empuxo.

Esta força líquida vertical, com sentido para cima, é o resultado do gradiente de pressão (a pressão

aumenta com a profundidade) e ela pode ser determinada através de um procedimento similar ao

utilizado na secção anterior.

Eng. Jacinto E. Laquene 35


4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Considere um corpo de forma arbitrária (fig. ao lado) que
apresenta volume V e que está imerso num fluído. Note que
W é o peso do corpo CDEH dado por:
𝑊 = 𝛾𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 ∗ 𝑉𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 (4.37)

A condição para o equilíbrio na direcção z é:


𝐹𝐴 = 𝐹2 − 𝐹1 = 𝑊 que é a força de ascenção ou impulsão,
que corresponde ao peso líquido que ocuparia o volume CDEH.
Se o peso específico do fluído for constante:
𝐹2 − 𝐹1 = 𝛾 ℎ2 − ℎ1 𝐴 (4.38)

Substituindo e simplificando temos a expressão para a força de empuxo:


𝑭𝑨 = 𝜸𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐 ∗ 𝑽𝑪𝑫𝑬𝑯𝑪Eng. Jacinto (𝟒. 𝟑𝟗)
E. Laquene 36
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
O sentido da força de empuxo, que é a força que age sobre o corpo,
é oposto àquele mostrado no diagrama do corpo livre. Assim, a força
de empuxo apresenta módulo igual ao peso do fluído deslocado pelo
corpo, sua direcção é vertical e seu sentido é para cima. Este
resultado é conhecido como princípio de Arquímedes em honra
Arquímedes pois ele foi o primeiro a enunciar as ideias básicas da
hidrostática.
A localização da linha de ação da força de empuxo pode ser
determinada somando-se os momentos das forças mostradas no
diagrama de corpo livre em relação a um eixo conveniente.
𝑭𝑨 𝒚𝑪 = 𝑭𝟐 𝒚𝟏 − 𝑭𝟏 𝒚𝟏 − 𝑾𝒚
Eng.𝟐Jacinto(𝟒. 𝟒𝟎)
E. Laquene 37
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
𝑊 = 𝛾𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 ∗ 𝑉𝐶𝐷𝐸𝐻 (4.41)
𝐹𝐴 = 𝛾𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∗ 𝑉𝐶𝐷𝐸𝐻𝐶 (4.42)
𝑊 > 𝐹𝐴 : O corpo se afunda
𝑊 < 𝐹𝐴 : O corpo vai flutuar até uma posição em que 𝑊 = 𝐹𝐴 .
𝑊 = 𝐹𝐴 : o corpo mantém-se submerso na posição desejada.

Admitimos, nesta derivação, que o fluído apresenta peso específico constante. Se o corpo
está imerso num fluído que apresenta variações de peso específico, tal como num fluído
estratificado em camadas, o módulo da força de empuxo continua igual ao peso do fluído
deslocado. Entretanto, o ponto de aplicação da força não coincide com o centróide do volume
deslocado mas sim com o centro de gravidade do volume
Eng. Jacinto E. Laquene deslocado. 38
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos

𝑊 = 𝐹𝐴 - o caso de imersão total.


Um outro problema interessante e importante é aquele associado a estabilidade dos corpos
submersos ou que flutuam num fluído em repouso.

Um corpo está numa posição de equilíbrio estável se, quando perturbado, retoma a posição de
equilíbrio original. De modo inverso, o corpo está numa posição de equilíbrio instável se ele se move
para uma nova posição de equilíbrio após ser perturbado (mesmo que a perturbação seja bastante
pequena).

As considerações sobre o equilíbrio são importantes na análise dos corpos submersos e flutuantes
porque os centros de empuxo e de gravidade necessariamente não são coincidentes. Assim, uma
pequena rotação pode resultar num momentoEng.de restituição
Jacinto E. Laquene ou de emborcamento. 39
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos

𝑊 = 𝐹𝐴 - o caso de imersão total.


O problema de estabilidade para
os corpos que flutuam num fluído
em repouso é mais complicado
porque a localização do centro
de empuxo (que coincide com o
centróide do volume deslocado)
pode mudar quando o corpo
rotaciona.

Eng. Jacinto E. Laquene 40


4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos (Barcos)

Considere:
Sabendo que temos os seguintes centros:
 Plano de Flutuação N-N;
 G – centro de gravidade do barco
 Eixo de Flutuação E-E;
 C – centro de impulsão (centro de gravidade do
 Altura Metacêntrica:
líquido deslocado)
Distância GM.
 M – Metacentro = ponto de intersacção de E-E
com a direcção de FA.

Eng. Jacinto E. Laquene 41


4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos (Barcos)
Teoria desenvolvida por arquitectos navais:
 Consideremos um navio que oscila por um ângulo pequeno α;
 Avalia-se em primeiro a deslocação do centro de impulsão de C a C`;
 A seguir, usando relações trigonométricas determina-se GM (i.e., para avaliar o binário de reposição ao
equilíbrio inicial);

Note que o centro de impulsão situa-se em C` (i.e., no centróide do volume do líquido deslocado).

Eng. Jacinto E. Laquene 42


4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos (Barcos)

Momentos (Binário) dos volumes em torno do eixo y-y:

𝑥𝑉𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜 = 𝐴𝑂𝐷𝑦𝐵𝐴
𝑥𝑑𝑉 + 𝐸𝑂𝐷𝐸
𝑥𝑑𝑉 − 𝐴𝑂𝐵𝐴
𝑥𝑑𝑉 = 0 + 𝐸𝑂𝐷𝐸
𝑥 𝐿𝑑𝐴 − 𝐴𝑂𝐵𝐴
𝑥 𝐿𝑑𝐴 (4.43)

= 𝐸𝑂𝐷𝐸
𝑥𝐿(𝑥 tan 𝛼 𝑑𝑥) − 𝐴𝑂𝐵𝐴
[−𝑥𝐿 𝑥 tan 𝛼 𝑑𝑥 ] = tan 𝛼 𝐴𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑢𝑎
𝑥 2 𝑑𝐴𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑢𝑎

= 𝐼00 tan 𝛼
Substituindo 𝑥 por CC´:
𝐼00 tan 𝛼
𝐶𝐶´ = = 𝐶𝑀 tan 𝛼 (4.44)
𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜

𝑪𝑪´ 𝑰𝟎𝟎 𝒕𝒂𝒏 𝜶 𝑰𝟎𝟎


𝑮𝑴 = 𝑪𝑴 − 𝑪𝑮 = − 𝑪𝑮 = − 𝑪𝑮 = − 𝑪𝑮 (𝟒. 𝟒𝟓)
𝐭𝐚𝐧 𝜶 𝑽𝒔𝒖𝒃𝒎𝒆𝒓𝒔𝒐 𝒕𝒂𝒏𝒈 𝜶 𝑽𝒔𝒖𝒃𝒎𝒆𝒓𝒔𝒐

Eng. Jacinto E. Laquene 43


4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos (Barcos)

Momentos (Binário) dos volumes em torno do eixo y-y:


𝐼00
𝐺𝑀 = − 𝐶𝐺
𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜

Esta relação é usada para determinar a estabilidade de corpos


flutuantes.
𝐺𝑀 > 0 – corpo estável, e
𝐺𝑀 < 0 – corpo instável.

Os princípios apresentados são formulados da mesma forma,


mesmo para ângulos α pronunciados.
Eng. Jacinto E. Laquene 44
4.7 – Princípio de Flutuação / Arquímedes
Equilíbrio de Corpos Totalmente Submersos (Barcos)

Um bloco de madeira de 1 ft de largura, 1 ft de altura e 2 ft de comprimento pesa 75 lbf. Será que este
bloco poderá flutuar com os seus lados na mesma posição vertical?
𝐹𝑦 = 0 = −𝑊 + 𝐹𝐴 = −75 + 62,4 ∗ 2 ∗ ℎ = 0 , h = 0,6 ft
Altura metacêntrica:

13
𝐼00 2∗12
𝐺𝑀 = − 𝐶𝐺 = − 0,5 − 0,3 = −0,061 𝑓𝑡 → bloco instável nesta posição.
𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚 0,6∗2∗1

Virando de posição:

23
𝐼00 1∗12
𝐺𝑀 = − 𝐶𝐺 = − 0,5 − 0,3 = 0,36 𝑓𝑡 → bloco estável nesta posição
𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚 0,6∗2∗1

Momento de retorno a posição de equilíbrio: 𝑀. 𝑅. = 𝛾𝑉𝑠𝑢𝑏𝑚 ∗ 𝐺𝑀 ∗ 𝛼


Eng. Jacinto E. Laquene 45
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Translação

Tem-se que:
• O ângulo é o mesmo para todas as partículas, logo, a superfície livre é plana;
• Os planos de igual pressão são paralelos à superfície livre.

𝑎
𝑡𝑎𝑛𝑔 𝛼 = (4.46)
𝑔

𝑎 𝑎
→: 𝐹𝑅 𝑥 − 𝑊 ∗ = 0 ↔ 𝐹𝑅 𝑥 = 𝑊 ∗ (4.47)
𝑔 𝑔

↑: 𝐹𝑅 𝑧 − 𝑊 = 0 ↔ 𝐹𝑅 𝑧 = 𝑊 (4.48)
Donde:
𝑭𝑹 𝒙 𝒂
= = 𝒕𝒂𝒏𝒈 𝜶 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 (𝟒. 𝟒𝟗)
𝑭𝑹 𝒛 𝒈
Eng. Jacinto E. Laquene 46
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Translação

Uma das linhas de pressão será a superfície livre. A taxa de aumento de pressão na direção g-a é
maior que o aumento normal na hidrostática e é dado por:
𝑑𝑃
= 𝜌𝐺 (4.50)
𝑑𝑠

Onde:
𝐺 = 𝑎𝑥2 + 𝑔 + 𝑎𝑧 2 1/2 (4.51)

Estes resultados são independente do tamanho e forma do


recipiente desde que o fluído esteja continuamente ligado.

Eng. Jacinto E. Laquene 47


4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Rotação

A partícula “A” possui uma aceleração 𝜔2 𝑥


𝐹𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 = 𝑚 ∗ 𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟í𝑓𝑢𝑔𝑎 (4.52)
Pelo princípio de D´alembert:
𝑊 𝑊
→: 𝐹𝑅 𝑥 − ∗ 𝜔2 𝑥 = 0 ↔ 𝐹𝑅 𝑥 = ∗ 𝜔2 𝑥 (4.53)
𝑔 𝑔

↑: 𝐹𝑅 𝑧 − 𝑊 = 0 ↔ 𝐹𝑅 𝑧 = 𝑊 (4.54)
Donde:

𝑭𝑹 𝒙 𝝎𝟐
= 𝒕𝒂𝒏𝒈 𝜶 = 𝒙 ≠ 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 (4.55)
𝑭𝑹 𝒛 𝒈

No caso do movimento de translação, α era constante, e aqui


depende de x. Eng. Jacinto E. Laquene 48
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Rotação

Integrando a equação 4.55 temos:

𝝎𝟐 𝒙𝟐
𝒚= + 𝑪 (Solução geral) (4.56)
𝟐𝒈

Trata-se de uma parábola que passa pelo ponto (x,y)= (0,0).


Quando esta gira origina um paraboloide.

Solução particular:
No ponto (x,x)=(0,0)
C=0

𝝎𝟐 𝒙𝟐
𝒚= (4.57)
𝟐𝒈 Eng. Jacinto E. Laquene 49
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Rotação

Após o período transitório inicial, o fluído contido num tanque que


gira com uma velocidade angular 𝜔, constante em torno do eixo
mostrado na fig. ao lado, também rotacionará como um corpo
rígido em torno do mesmo eixo.

Sabemos da dinâmica elementar, que o módulo da aceleração de


uma partícula localizada a uma distância r do eixo de rotação é
igual a 𝜔2 𝑟, que a direcção desta aceleração é radial e que é
dirigida para o eixo de rotação.

Como as trajectórias das partículas de fluído são circulares, é


conveniente utilizarmos o sistema de gradiente de pressão neste
sistema de coordenadas. Eng. Jacinto E. Laquene 50
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Rotação

𝜕𝑃 1 𝜕𝑃 𝜕𝑃
Assim temos: 𝛻𝑃 = 𝑑𝑟 + 𝑑𝜃 + 𝑑𝑧 (4.58)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑧

Para este sistema de coordenadas :


𝑎𝑟 = −𝜔2 𝑟𝑑𝑟; 𝑎𝜃 = 0; 𝑎𝑧 = 0 (4.59)

Assim:
𝝏𝑷 𝝏𝑷 𝝏𝑷
= 𝟐
𝝆𝒓𝝎 ; = 𝟎; = −𝜸 (4.60)
𝝏𝒓 𝝏𝜽 𝝏𝒛

Estes resultados mostram que a pressão é função das variáveis r e


z quando o fluído executa um movimento de rotação de corpo
rígido. Eng. Jacinto E. Laquene 51
4.8 – Equilíbrio de Fluídos em Corpos Rígidos em Movimento
Corpos rígidos em Movimento de Rotação

Nestes casos, o diferencial de pressão é dado por:

𝜕𝑃 𝜕𝑃
𝑑𝑃 = 𝑑𝑟 + 𝑑𝑧 = 𝜌𝜔2 𝑟𝑑𝑟 − 𝛾𝑑𝑧 (4.61)
𝜕𝑟 𝜕𝑧
Ao longo de uma superfície com pressão constante, tal como a superfície livre, dP = 0. Se aplicarmos
a equação 4.61 nesta superfície e utilizarmos 𝛾 = 𝜌𝑔, temos:

Eng. Jacinto E. Laquene 52

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