Fotografia Expandida
Fotografia Expandida
Fotografia Expandida
DENISE
CATHILINA
FOTOGRAFIA
EXPANDIDA
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DENISE
CATHILINA
FOTOGRAFIA
EXPANDIDA
ORGANIZAÇÃO
Alberto Saraiva
1ª EDIÇÃO
Rio de Janeiro
2020
Roberto Guimarães | 8
Zalinda Cartaxo | 12
Anna Jutta | 61
The Denise Cathilina’s journey is closely connected to that of the School of Visual A trajetória de Denise Cathilina está intimamente ligada ao Parque Lage, lugar onde
Arts of Parque Lage, place that led to emergence some of the most influential surgiram alguns dos mais expressivos nomes da arte contemporânea brasileira.
names of the Brazilian contemporary art. An exponent of the 1990s generation, the Expoente da geração 90, a artista foi aluna da escola no começo da carreira, e, há
artist was one of the school’s students, and some years ago, crossed to the other anos, passou para o outro lado, atuando como professora na instituição.
side, and became a mentor at the institution.
Grande parte da geração 90 foi marcada por uma fotografia que aprofundava ques-
A substantial part of the 1990s generation was impacted by a photography that tões estruturais, de suporte e de imagem. Profissionais que podem ser considera-
further explored structure, base and image as its key subjects. Professionals that, dos, de algum modo, bastiões da imagem técnica contemporânea, desdobrada em
in some way, may be deemed as bastions of the contemporary technical imagery vídeos, filmes, instalações e videoinstalações. O Parque Lage foi sede principal
unfolded in videos, movies, installation arts, and video installations. Parque Lage dessas ações, e Denise estava lá, acompanhando e escrevendo essa trajetória, ao
served as the headquarters for such efforts, and Cathilina was there, closely fol- longo das últimas décadas.
lowing and helping write this history for the last decades.
Para o Oi Futuro, entre 19 de setembro e 13 de novembro de 2016, a artista criou
Especially for Oi Futuro, from September 19 to November 13, 2016, the artist set up an uma foto-videoinstalação imersiva, que pôde ser experimentada no 4.º nível. E,
immersive photo/video installation, which could be experienced at the fourth-floor para a galeria do 5.º nível, destinou um conjunto de fotografias representativas
gallery. In turn, at the fifth-floor gallery, she earmarked a collection of pictures that das diversas técnicas utilizadas ao longo de sua carreira. O resultado funcionou
represent the sundry techniques used throughout her career. The result bespeaks como um pequeno vocabulário, hoje simbólico, da própria história da imagem.
her own vocabulary, now symbolic, of the very history of image.
A produção mais recente de Denise Cathilina agora se concretiza nessa publicação
The most recent production of Denise Cathilina is now covered by this publication integrante de nossa Coleção Arte & Tecnologia, criando oportunidade de atuali-
of the Art & Technology Collection, giving the public the chance to learn further on zar o público carioca sobre sua obra e sobre os caminhos da fotografia brasileira
her work, meanwhile knowing the state-of-the-art of the Brazilian contemporary contemporânea.
photography.
Boa leitura!
Have a nice reading!
Roberto Guimarães
Roberto Guimarães Gerente-Executivo de Cultura do Oi Futuro
Executive Culture Manager of Oi Futuro
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riência temporal cubista (quadridimensional) focada na visualidade, a Cosmococa jornais, fotografias da produção, fragmentos na internet etc. Burgin (2004, p. 217)
de Oiticica e Neville avança, conciliando novas estruturas (sonoras e experimen- afirma que essa compilação “a partir de pedaços de imagens soltas no espaço e
tais). no tempo”1 é um objeto distinto do seu produto integral e original. A percepção
Comparar a obra Espaço Eu Lírico de Denise Cathilina àquelas de Schwitters e de que temos da realidade está fundada na recepção de informações sequenciais,
Oiticica & Neville não significa minimizar a sua potência, senão, localizar a sua apreendidas durante nosso dia. Espaço Eu Lírico materializa a incessante recepção
relevância histórica no desenvolvimento de uma questão cuja filiação é notória. de imagens e informações que recebemos de forma aleatória e à nossa revelia, no
Se as obras Merzbau e Cosmocaca trazem questões relativas ao seu tempo (a pri- mundo atual.
meira, quando aborda o espaço cartesiano quadridimensional; e a segunda, quando Segundo Walter Benjamin (1987, p. 239), “quem pretende se aproximar do próprio
se utiliza das tecnologias próprias daquela década), o mesmo faz Cathilina ao abordar passado soterrado deve agir como um homem que escava”. Ao fazê-lo, “não deve
esteticamente dispositivos de segurança e projetores de vídeos. Contudo, a artista temer voltar sempre ao mesmo fato, espalhá-lo como se espalha a terra, revolvê-
não é seduzida pelas novas tecnologias high-tech. Os projetores que utiliza nesta -lo como se revolve o solo. Pois ‘fatos’ nada são além de camadas que apenas à
obra são aqueles modelos mais antigos, visto que as variações de tons e cores pro- exploração mais cuidadosa entregam aquilo que recompensa a escavação” (Idem,
duzidas pelo desgaste do tempo interessam à artista. Assim, Denise orquestra uma ibidem, p. 239). As camadas imagéticas na obra Espaço Eu Lírico, com toda a sua
desconstrução espacial através do uso de imagens ora oblíquas, ora mais fracas, complexidade temporal, constituem-se como estrutura dinâmica que parece revol-
ora mais intensas, ora sobrepostas. Em meio a esse caos visual, o público tenta lo-
calizar a sua própria imagem. A artista utiliza um software que cria deslocamentos
1 “... a partir de pedazos de imagen desperdigados en el espacio y en el tiempo...”. Tradução da autora.
temporais não condizentes com a realidade (por exemplo, quando o sujeito entra na
galeria, vê a imagem da sua entrada retardada, a posteriori, numa estrutura de
mise-en-abyme). Novamente, o tempo protagoniza a obra. Se as câmeras de vigilân-
cia supostamente apresentam o tempo real, aqui, a artista é quem determina a sua
dinâmica. Assim, a obra Espaço Eu Lírico possui uma estrutura tectônica, fundada em
camadas temporais que convivem na simultaneidade. Também as imagens projeta-
das constituem-se por camadas, igualmente, temporais. As variações tonais (extre-
mamente pictóricas) nos lembram imagens ora atuais, ora antigas – dependendo do
seu grau de saturação e luminosidade. Entrando na galeria, a impressão que temos
é de um grande leque de informações visuais que paulatinamente começa a ganhar
forma quando compreendemos a lógica criada pela artista. Aos poucos, localizamos
nossa própria imagem no espaço e, a partir de nós mesmos, da nossa imagem, en-
tendemos o que se passa ali.
A fragmentação desse lugar-espaço podemos associar à própria percepção que te-
mos do tempo presente. De acordo com Victor Burgin, a relação que temos com o
mundo das imagens na contemporaneidade está fundada num somatório de infor-
mações fragmentadas. Segundo o autor, podemos nos familiarizar com um filme
a que nunca assistimos através dos veículos de comunicação como artigos em
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ver tudo que lhe pertence, como forma de ativar, de potencializar cada parte. Espaço
Eu Lírico prende o público hipnotizado em meio a tantas imagens. De acordo com
Georges Didi-Huberman, “não se pode falar do contato entre a imagem e o real
sem falar de uma espécie de incêndio. Portanto, não se pode falar de imagens sem
falar de cinzas.” (p. 5). O autor afirma que “saber olhar uma imagem seria, de certo
modo, tornar-se capaz de discernir o lugar onde arde, o lugar onde sua eventual
beleza reserva um espaço a um ‘sinal secreto’, uma crise não apaziguada, um sin-
toma. O lugar onde a cinza não esfriou” (p. 215). Walter Benjamin alerta para o que
chama de “analfabetismo da imagem”, ou seja, os clichês linguísticos. Didi-Huber-
man afirma que “porque a imagem é outra coisa que um simples corte praticado
no mundo dos aspectos visíveis. É uma impressão, um rastro, um traço visual do
tempo que quis tocar, mas também de outros tempos suplementares – fatalmente
anacrônicos, heterogêneos entre eles – que não pode, como arte da memória, não
pode aglutinar. É cinza mesclada de vários braseiros, mais ou menos ardentes” (p. 216).
A estrutura temporalizada das imagens em trânsito na obra Espaço Eu Lírico, de
Denise Cathilina, promove uma experiência visual-sensorial que se aproxima da
fala de Didi-Huberman: “mas, para sabê-lo, para senti-lo, é preciso atrever-se, é
preciso acercar o rosto à cinza. E soprar suavemente para que a brasa, sob as cin-
zas, volte a emitir seu calor, seu resplendor, seu perigo. Como se, da imagem cinza,
elevara-se uma voz: “Não vês que ardo?”.
Zalinda Cartaxo
DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. Traduzido do espanhol, do endereço eletrônico:
http://www.macba.es/uploads/20080408/Georges_Didi_Huberman_Cuando_las_imagenes_tocan_lo_real.pdf
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To approach Denise Cathilina’s photographic work means to enter the paths art has
taken, especially since the 1960s. It is significant the fact that she is a post-Hélio
Oiticica artist, whose artistic work influenced both directly and indirectly genera-
tions of Brazilian artists. There is an experimental inspiration on Cathilina’s work
which places her artistic production on the edge of limitlessness. To her, photog-
raphy is a medium of reflection in itself, and its modus operandi (both varied and
expanded) enables a potentially rich universe filled with references, poetry and
aesthetic questioning.
In her work The Space of the Poetic Speaker, from 2016, exhibited in Oi Futuro - Rio
de Janeiro, curated by Alberto Saraiva, Denise balances different matters of the
image universe simultaneously: reflective surfaces on each corner of the gallery,
surveillance cameras and old projectors. The artist deconstructs the orthogonality
of the exhibition space as she makes use of oblique and circumstantially over-
lapped projections, dissolving the gallery’s corners with reflections and drawing
a new temporal composition with surveillance cameras/video. The audience ex-
periments and explores the space through projected images in a nonsensical way,
breaking time logic.
The classical deconstruction of an orthogonal space is seen in the work Merzbau
by Kurt Schwitters, from 1925. The artist turned the cubist spatial structure into
three-dimensional, thus breaking the traditional spatial logic. This intervention’s
excessive information breaks the frontal view of the painting, investing in the pe-
ripheral view established by the experience. Years later, we can establish relations
between Denise’s The Space of the Poetic Speaker and Cosmococa by Hélio Oiticica
and Neville D’Almeida. Cosmococa – Program in Progress was conceived by the art-
ists in the seventies in New York. Based on the inquiry of the audience’s traditional
behavior in front of the movie screen, they created artworks they referred to as
quasi-cinema, in other words, an intermediate place for a new aesthetic proposal.
Transitioning the frontal image of the movie screen to a new one, established by
the spatial experience, reveals the re-enhancement of the image and its reloca-
tion. Oiticica and Neville produced films with no storytelling using slide projec-
tions, soundtracks and settings with instructions for use. Schwitters’ work, from
the beginning of the 20th Century, was established in a cubist temporal experience
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(four-dimensional) focusing on visuality. As for Cosmococa by Oiticica and Neville, of scattered images in space and time”1 is a different product from the original.
it progresses balancing new structures (both audible and experimental). Our perception of reality is established by sequential information acquisition on
Comparing Denise Cathilina’s The Space of the Poetic Speaker to Schwitters’ and our daily lives. The Space of the Poetic Speaker embodies the constant image
Oiticica and Neville’s work does not devalue her work importance, it places it as and information acquisition we randomly get by default in the modern world.
historically relevant since it develops the same subject matter as they did. According to Walter Benjamin (1987, page 239), “he who intends to get closer to
Merzbau and Cosmococa deal with matters related to their time (the former tack- a buried past must act like a digger.” And, doing so, “he shouldn’t be afraid of
les the four-dimensional Cartesian coordinate system; the latter incorporates always going back to the same event, raking it as he would the soil, plowing it
technology devices from its time), so does Cathilina, as she aesthetically introduc- as he would the land. Because ‘facts’ are nothing but layers that only reward
es surveillance cameras and projectors. However, the artist is not seduced by high those who carefully dig them” (1987, page 239)2. The image layers present in The
technology devices. She makes use of old projector models, as the color and shade Space of the Poetic Speaker, with all their temporal complexities, establish a
variation derived from deterioration of the device interests her. Thus, she orches- dynamic structure that seems to shake everything around as a way of activat-
trates a spatial deconstruction through the use of images – sometimes oblique, ing and potentializing each part. The Space of the Poetic Speaker mesmerizes
sometimes fading, intense, or even overlapped. In the midst of visual chaos, the the audience with so many images. As stated by Georges Didi-Huberman, “you
audience tries to locate their own image. The artist makes use of a software that cannot address the relation between image and reality without addressing some
creates illusory temporal shifts (for example, when one enters the gallery, they see type of wildfire. Thus, you cannot address image without addressing the ashes.”
their own delayed image, afterwards, in a mise-en-abyme-like structure). Again, (page 5). The author argues that “knowing how to properly look at an image, in a
time is the main artwork protagonist. Surveillance cameras allegedly work in real way, is to be able to see where the burn is, the place where its potential beauty
time, but here, the artist shifts and determines the dynamic. So, in The Space of holds room for a “secret code”, an unsettled crisis, a symptom. The place where
the Poetic Speaker, there is a tectonic structure established in temporal layers, all the ashes still burn.” (page 215) Walter Benjamin warns the reader against what
of them existing simultaneously. The projected images also create equally tempo- he calls “image illiteracy”, in other words, the linguistic clichés. Didi-Huberman
ral layers. The shade variation (extremely pictorial) reminds us of both new and states that “image is not a cutout of the visual aspects of the world. It is a
old images, depending on the saturation and brightness. As soon as one enters the printing, a trace, a visual trait of that specific time, but also of additional times
gallery, they get the impression of vast visual information that slowly start to take – fatally anachronic, heterogeneous among themselves – that can’t, as art of
shape as they understand the artist’s logic. Gradually, they locate their own image the memory, agglutinate. Like blended ashes from different braziers, sometimes
in the space and, through that, they start to understand what is taking place. more sometimes less hot than the other. (p.216)3
The space fragmentation can be associated with our own perception of the pres- The moving images timed structure in Denise Cathilina’s The Space of the Poetic
ent time. According to Victor Burgin, the way we relate to images in the contem- Speaker present a new visual-sensory experience close to what Didi-Huberman
porary world is based on the sum of fragmented information. As stated by the
author, we can become familiar with a movie we have never seen through other
1 “... a partir de pedazos de imagen desperdigados en el espacio y en el tiempo...”. Translated by the
media, such as: newspaper articles, behind the scenes pictures, information on author.
the internet, etc. Burgin (2004, page 217) states that the compilation of “pieces 2 TN: translated from excerpts from BENJAMIN, Walter. Rua de mão única. Rio de Janeiro, Brasiliense,
1987. Page 239.
3 TN: translated from excerpts from DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real.
Translated from Spanish by Patrícia Carmelho e Vera Casa Nova, from: http://www.macba.es/up-
loads/20080408/Georges_Didi_Huberman_Cuando_las_imagenes_tocan_lo_real.pdf
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claims: “however, to know it, to feel it, you must dare, you must get close to the
ashes. And gently blow so that the ember, beneath the ashes, go back to emitting
heat, glare and hazard. As if, from the ashy image, a raised voice cries: “Can’t you
see I’m burning?”
Zalinda Cartaxo
DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. Traduzido do espanhol, do endereço eletrônico:
http://www.macba.es/uploads/20080408/Georges_Didi_Huberman_Cuando_las_imagenes_tocan_lo_real.pdf
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Outra Imagem
Nesse sentido, a obra da artista percorre dimensões técnicas que absorvem prin-
cipalmente elementos decorrentes de fluxos que aglutinam sombras, fantasmas,
manchas, erros, falhas e colorações escuras e transparentes. Soma-se a isso uma
série de sistemas tecnológicos que foram gradativamente se ampliando e se conec-
tando, como sistemas de câmeras de vigilância, conexões via internet, QR Codes,
filmes construídos a partir de álbuns de família, selfies e redes sociais. Essa di-
versidade indica que sua proposição é totalmente includente, sejam suas técnicas
high ou low-tech. A artista sempre procurará criar um ambiente imersivo-interati-
vo, cuja experiência imagética é, antes de tudo, um fluxo contínuo de informações
quase inapreensíveis, inefáveis, que existem em um ambiente híbrido real/virtual.
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A obra de Denise procura também criar espaços a partir de uma dimensão fenome-
nológica que se propõe a operar com a participação e a subjetividade do visitante/
construtor da obra. A artista denomina esse espaço de Espaço Eu Lírico e de Área
de Transferência, nomes de obras que redimensionam a posição do visitante no es-
paço. O que se dá nesse processo é uma proliferação de imagens transparentes, que
instauram a noção espacial fenomenológica da obra. Desse modo, a artista prevê
que todo aparato tecnológico proveniente da produção de imagem/vídeo-fotográfi-
ca pode ser absorvido na reelaboração espacial de vasta natureza fenomenológica.
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Alberto Saraiva
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Another Image The artists in not interested in defined images with absolute contours considered
for their quality and precision, on the contrary, she seeks something outside the
If the 1980s decade at Parque Lage was a landmark for the recommencement of production of technical images of the great international manufacturers of techno-
painting as a fundamental medium to reflect on the contemporary, the following de- logical devices; she also doesn’t seek to intervene on the inside of the “black box”
cade, at the same visual arts school, would be marked by photography and by teach- (devices that produce overall technical images) to subvert the factory’s defined pro-
ers, artists and critics such as Denise Cathilina, Rosângela Rennó, Eduardo Brandão, gramming, as predicted by Vilém Flusser. Her interest falls upon indefinite, reflexive
Paula Trope, Rochelle Costi, Cris Bierrebach, Cezar Batholomeu and Ruth Lifschits, images, that she manages to create from the overlap of a series of projections and
– all gathered around photography as a vehicle to evaluate the dynamics of life in cutout supports. Therefore, an attempt of developing an open, fragmented image,
the 1990s. However, the technical image was already challenged by a wide extent of almost unbearable. Nevertheless, in this imagery opening is a new maze that Denise
reevaluation and experimentation with those artists that considered its circulation perceives as data of the laterality that technology insinuates, in other words, an im-
since its conception in a lab, to means of communication in general, using the image age flow created as a distension of our experience of the last century’s technologic
and newspaper text as one of its main focuses. This is the overview in which Denise reality, especially after the advent of IT and digital image.
Cathilina starts developing her artistic language. Denise’s work also seeks to create spaces from a phenomenological dimension that
Denise Cathilina’s work reflects, thus, the decades of experimentation with photog- propose to operate with the participation and subjectivity of the work’s visitor/con-
raphy subsequent to the 1990s. Her work developed from open experiences that ad- structor. The artist calls these spaces The Space of the Poetic Speaker and Transfer-
dressed photography as a freely manipulated image, encompassing prints, reprints, ence Area, names of works that resize the visitor’s position in space. What happens
xerox copies, slides and images derived from different medias. This kind of practice in this process is a proliferation of transparent images that establish a phenomeno-
lead her work in the direction of a universe that predicted the interpretation of logical spatial notion of the work. In this way, the artist predicts that the whole tech-
technical image as interpolation’s core, whose structure is marked by the image’s nological apparatus from the creation of photographic-image/video can be absorbed
less defined aspects. in the spatial re-elaboration of a vast phenomenological nature.
In this sense, the artist’s work covers technical dimensions that absorb elements The poetic speaker treated as a space becomes a binder of an infinity of feelings
mainly resulting from flows that embodies shadows, ghosts, stains, errors, flaws composed by such space treated as it is. In this space, each participant contributes
and dark and transparent colorations. This was added to a series of technologic to the work without being granted a personal voice, but rather a collective voice at
systems that were gradually expanding and connecting themselves, such as, sur- the service of the collectivity. Therefore, this space is a sensitive and sentimental
veillance camera systems, internet connections, QR codes, films built from family universe and is proposing a phenomenological and vast existence, that includes ob-
albums, selfie pictures, and social networks; all this indicates that her proposal is jective and subjective facts, as well as concrete facts and facts derived from imagi-
totally inclusive, may it be high-tech or low-tech. The artist always seeks to create nation, dream and reverie, that is why it is, in a nutshell, a vast space. The philoso-
an immersive-interactive environment whose imagery experience is above all a flow pher Gaston Bachelard tells us on the use of the word “vast” in Baudelaire that “this
of information almost intangible, ineffable, that exists in a real/virtual hybrid envi- word is enforced when greatness touches something, a thought, a reverie” and even
ronment. though “the exterior spectacle is helping to reveal an intimate greatness”, in this
The notion of expanded photography that delineates the artist’s work considers open- sense, the nature of Denise’s work includes this vast space that points as much to
ings to experiences that seem to indicate new paths still without the need of another physical spatial experience as to a perceptible experience of the reverie and of the
nomenclature to define it. We are faced with an experience that strikes us and shows intimate vastness of the Poetic Speaker.
something beyond the photographic experience. Nonetheless, Denise Cathilina has cre-
ated a language that embodies everything in its reach, aside from implying us in this Alberto Saraiva
abyss of shadows, reflexes, stimuli and echoes, in a way that what we see in her work
is what is beyond and whose body we can call here an enigma.
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Denise Cathilina nos leva com ela a um campo fascinante e relativamente “novo”
da arte contemporânea. Ela mostra uma fotoperformance que está relacionada com
os jogos de sombras do século dezenove, usados nos salões de Paris ou de Viena.
No caso das performances de Denise Cathilina, porém, não se trata só de sombras
e luz, mas também de projeções e sobreposições de outros espaços e tempos. Não
é só a artista quem age, mas nós também somos convidados a aparecer em suas
projeções e nos tornamos personagens da sua obra de arte, uma arte que existe só
momentaneamente.
Muitos artistas ainda hoje se esforçam em criar “obras eternas”, que podem ser
vendidas e que idealmente podem ser conservadas nos museus. Também os cole-
cionadores de arte ainda querem adquirir “obras eternas”, que seus filhos possam
herdar. Mas, para Denise, essas formas de arte vão desaparecer. A arte depois de
Marcel Duchamp é uma atitude, e não um objeto. A ideia é o que faz a arte, e não
o processo artesanal e estético. Das fotoperformances ficam fragmentos, mas não
a obra em si. Mesmo assim, o que fica não é simplesmente uma documentação. As
imagens que ela escolhe têm uma poesia fascinante. A arte dela, no fundo, é ima-
terial. Somente os fragmentos são materiais, como se pode ver nas fotos também
aqui expostas.
Denise Cathilina foi atriz até seus 31 anos. Com apenas 5 anos, subiu pela primeira
vez no palco. Participou como dançarina e atriz de muitos musicais e chegou a es-
tudar teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Quando
começou seu estudo em fotografia e arte na Escola de Artes Visuais do Parque
Lage, no Rio, trouxe consigo as experiências da sua vida de atriz. As peças de tea-
tro têm uma autoria coletiva. Não são só a obra de um escritor, ou de um diretor,
como muitas vezes são vistas, mas são também obras coletivas, de todo o grupo.
Também nas suas fotoperformances lhe interessa o caráter coletivo do processo.
O artista como gênio romântico já não existe mais.
Mas há uma outra fonte para o desenvolvimento das suas fotoperformances. Esti-
mulada pela família, também tentou estudar Engenharia durante um ano. Não seguiu
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esse caminho, mas foi através desses estudos que se familiarizou com processos téc- A fotoperformance que nos mostra hoje não é uma peça de l`art pour l`art, mas
nicos e com os meios modernos da eletrônica. Isso a ajudou a sentir-se, hoje, comple- tem um conteúdo. O Brasil é um país de imigrantes. Imigrantes, como, por exemplo,
tamente à vontade na internet. Utiliza as redes para muitas atividades, trabalhando o seu padrasto e o tio do seu ex-marido, que vieram da Alemanha. Chegaram ao
inclusive com realidades virtuais. Instalou virtualmente, por exemplo, uma galeria Brasil ainda crianças, mas, mesmo assim, sofreram muito com saudades da Alema-
fictícia para a artista experimental Anna Bella Geiger. Sua intenção era informar aos nha. Tentaram satisfazer suas saudades abrindo as velhas caixas de fotografia já
usuários dos ambientes digitais que nunca iam ao museu sobre os fenômenos da arte amareladas que os pais ou avós tinham trazido, com canções de Natal alemãs, com
contemporânea, e teve uma ressonância muito grande. receitas de comidas. O tio, por exemplo, fazia chucrute no porão. Inventaram uma
cultura especial de memória.
Desde 1995, é professora na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Adora dar
aulas. Para ela, as aulas também são uma espécie de performance, da qual os es- Outros grupos de imigrantes fazem o mesmo. Denise reparou como essa saudade,
tudantes participam. Nesse ambiente, se criam muitos dos seus projetos de arte. mesmo na segunda e na terceira gerações, continua forte, apesar de eles nunca
mais terem voltado à Alemanha e de a terceira geração só a conhecer pelo que ouviu
Além de Duchamp, Beuys e Benjamin, tem muita importância para o seu conceito de contar. Também tiveram dificuldade de aprender a língua portuguesa. Esse aspecto
arte a filosofia de arte da francesa Anne Cauquelin. Essa autora distingue a arte mo- parecia-lhe interessante para a sua exposição na Alemanha. Através da internet e
derna da arte contemporânea. A primeira, para ela, está caracterizada pelo gosto pela de doações de acervos particulares, colecionou fotos que eram objeto da saudade.
novidade, pela recusa dos passados e pelo fato de ser produzida para o consumo,
através do mercado dos colecionadores e dos museus. A arte contemporânea, porém, Para nós que vivemos aqui na Alemanha, podemos perceber através da obra de
é produzida para a comunicação; é informação para a rede. As obras são imateriais. Denise Cathilina como foi difícil para os nossos compatriotas que emigraram viver
A artista produz para a rede. Não vive da sua arte, mas de projetos, ou ganha a sua entre dois mundos. Somos confrontados com os seus sonhos e suas recordações.
vida como professora ou com outras atividades. Nisso, a atitude de Denise Cathilina
se aproxima do conceito de pirataria. Para ela, a proteção dos direitos autorais não E isso é importante para nós, porque criticamos os nossos imigrantes turcos, ára-
tem importância. Como ela diz, o arquiteto também não ganha a casa que construiu, bes, africanos etc., de se apegarem à sua cultura de origem e de não aprenderem
depois de ter recebido o seu honorário. razoavelmente a língua alemã. Proceder assim parece ser uma constante humana.
Entretanto, ela não se restringe só a esse novo campo da arte. Também está fazendo Sentimos muito prazer em ter aqui Denise Cathilina, que no Brasil já é artista de
instalações de vídeo para museus e galerias, e usa, além da fotografia digital, méto- renome e faz exposições em lugares importantes. Para a nossa galeria, a fotoper-
dos artesanais, como a “câmera obscura”, o blue print e a fotografia analógica. Nes- formance de Denise Cathilina é um verdadeiro enriquecimento.
ses processos, criam-se “obras”. O processo é, ao contrário do trabalho com os novos
meios técnicos, muito demorado. Para ela, trabalhar com os métodos artesanais
do passado é um contrapeso. Não se aperta simplesmente um botão, mas no blue Anna-Jutta Pietsch
print, por exemplo, distribui-se citrato de amônio férrico e ferrocianeto de potássio
com um pincel tradicional no papel de aquarela. Coloca-se sobre esse papel, assim
preparado, objetos de significados biográficos, como, por exemplo, anéis, colares e
até mobílias. O papel será depois lavado, secado, posto ao sol. Ele se torna azul, e
o lugar onde estavam os objetos fica branco, com contornos não muito definidos.
Denise Cathilina diz precisar desses métodos de trabalho para não se perder na rede.
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Still today, many artists make an effort to create “eternal works”, that can be
sold and that can ideally be conserved in museums. Art collectors also want to
acquire “eternal works” that they can leave as a legacy to their children. But for
Denise, these art forms will disappear. Art after Marcel Duchamp is an attitude
and not an object. The idea makes the art, and not the artisanal and aesthetic
process. Fragments remain from the photoperformances, but not the work itself.
Even so, what remains in not a simple documentation. The images she chooses
have a fascinating poetry. Deep down, her art is immaterial. Only the fragments are
materials, as one can see in the photographs exposed here.
Until she was 31 years old, Denise Cathilina was an actress. At the age of 5 she went
on stage for the first time. She partook as a dancer and actress in many musicals
and studied drama at Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
When she started her studies in photography at Escola de Artes Visuais do Parque
(Parque Lage School of Visual Arts), in Rio, she brought with her the experiences
of her life as an actress. Theater plays have a collective authorship. They are not
only the work of a writer, or director, as they are often seen, but rather a collective
work. In her photoperformances she is also interested in the collective aspect of
the process. The artist as a romantic genius no longer exists.
with virtual realities. She virtually conceived, for instance, a fictional gallery for The photoperformance shown today is not a “l’art pour l’art1” piece, it has substance.
experimental artist Anna Bella Geiger. Her intention was to inform the users of
digital environments that would never go to museums about the phenomena of Brazil is a country of immigrants. Immigrants such as her stepfather and the uncle
contemporary art, and it had quite a big resonance. of her ex-husband, that came from Germany. They arrived in Brazil as children, but
even so, suffered a great deal from homesickness of Germany. They tried to satisfy
Since 1995 she has been a teacher at Escola de Artes Visuais do Parque Lage. She their longing by opening old boxes of photos already yellowed that their parents
loves to teach. For her, classes are also a kind of performance in which students or grandparents had brought, with German Christmas songs, with food recipes.
partake. In this environment many of her art projects are created. The uncle, for instance, would make choucroute in the basement. They created a
special culture of the memory.
Aside from Duchamp, Beuys and Benjamin, French art philosopher Anne Cauquelin
is very important to her concept of art. This author distinguishes modern art from Other immigrant groups do the same. Denise noticed how this homesickness, even
contemporary art. To her, the first one is characterized by the taste for novelty, in the second and third generations remained strong, although they never went
by the refuse of the pasts and by the fact that it is produced for consumption, back to Germany and the third generation only knew it from hearing of it. They also
through the collector’s and museum’s market. Contemporary art, however, is had a hard time learning the Portuguese language. This aspect seemed interesting
produced for communication, it is information for the network. The works are to Denise for her exhibition in Germany. She collected photos that were an object
immaterial. The artist produces them for the web. She does not live from her of longing from the internet and also from donations of private collections.
art, but rather from projects, or as a teacher and other activities. In this, Denise
Cathilina’s attitude resembles the concept of piracy. The protection of author’s For us, who live here, we can realize through Denise Cathilina’s work how hard it is
rights has no importance to her. She claims an architect, as well, no longer profits for our compatriots that emigrated to live between two worlds. We are confronted
from the house he built once he receives his remuneration. with their dreams and recollections.
However, she is not restricted to this new art field. She is also making video This is important to us because we criticize our Turkish, Arabic, African, etc.
installations for museums and galleries and, aside from digital photography, immigrants of remaining attached to their culture of origin and not reasonably
she uses artisanal methods such as “camera obscura”, blueprint and analogic learning the German language. Proceeding so seems a human constant.
photography. In these processes “works” are created. In opposition to the work
done with new technical media, the process is slow. For her, working with artisanal We are pleased to have Denise Cathilina here, in Brazil she is already a renowned
media from the past is a counterweight. One doesn’t simply push a button, but artist and presents exhibitions in important venues. For our gallery, receiving
rather in blueprint for instance, one distributes ferric ammonium citrate and Denise Cathilina’s photoperformance is truly enriching.
potassium ferrocyanide with a traditional brush on watercolour paper. Objects with
biographical meanings are placed on this prepared paper, such as rings, necklaces
Anna-Jutta Pietsch
and even furniture. It will then be washed, dried and exposed to the sun. The paper
becomes blue, and the place where the objects were once placed remains white
with indefinite contours. Denise Cathilina says she needs these work methods not
to lose herself on the web.
Ao ser interrogada acerca de sua memória mais antiga de seu interesse pela arte,
Denise recorda a primeira vez em que assistiu ao musical de patinação Holiday on
Ice, quando, aos cinco anos de idade, encantada com a iluminação do show, dese-
jou pela primeira vez “ser artista!”. Mas não qualquer tipo de artista. Ela repetia e
dava a ênfase: “Quero ser artista do Holiday on Ice”. Não chegou a ser artista desse
espetáculo, mas a música se materializou em sua rotina dos cinco aos doze anos,
período em que se dedicou ao estudo de piano clássico, realizando diversas apre-
sentações públicas. Em 1976, começa a estudar teatro no Colégio Pedro II e também
no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ),
obtendo um certificado de Técnica em Mecânica. Em 1979, faz estágio no complexo
petroquímico da Petroflex, seguido do ingresso no curso de Engenharia Cartográ-
fica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde estabelece contato
com computadores e com linguagens de programação. Logo, ingressou no curso de
Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e par-
ticipou de diversos espetáculos durante 15 anos.
Desse modo, este texto não poderia começar sem recorrer às definições de arte
intermídia, formulada por Dick Higgins, e de artista-etc, de Ricardo Basbaum. Para
auxiliar na compreensão do hibridismo que marcará os atravessamentos da poé-
tica de Denise Cathilina, faz-se necessário mencionar o conceito estabelecido por
Higgins na década de 1960: “intermedia: when two or more discrete media are
conceptually fused, they become intermedia. They differ from mixed media in be-
ing inseparable in the essence of an artwork” (Higgins, 1984, p. 140). Basbaum,
por sua vez, ao considerar que cada profissão é claramente delineada a partir de
1 Texto produzido com base em uma entrevista realizada no ateliê da artista em 25/01/2020.
120 121
suas atribuições, defende que “o artista faz a obra, o crítico critica, o historiador de 1992, ocorreu o primeiro Mês da Foto na EAV, oferecendo uma programação de
faz a história, o teórico faz a teoria, o curador faz a curadoria e assim por diante. palestras, seminários, workshops e exposições. Nessa primeira edição, as artistas
[...] Esse ‘etc.’ interessa a todas as áreas potencialmente”.2 O termo se aplicaria, visuais Paula Trope e Rosângela Rennó realizaram a curadoria da exposição Além
assim, ao artista que desenvolve uma prática para além da produção da obra de da Fotografia, da qual Denise participou expondo, pela primeira vez, junto a outros
arte — marca distintiva da trajetória de Denise. Sob uma ótica cronológica e linear, 11 artistas, entre eles: Cao Guimarães, Cezar Bartholomeu, Eduardo Brandão, Jean
seria impossível abordar sua trajetória, pois, ao longo das últimas três décadas, ela Guimarães, Rochelle Costi e Ruth Lifschits. A exposição foi um sucesso, com visita-
exerceu diversas atividades, demarcando interesses e desdobramentos em varia-
ção de aproximadamente 3000 pessoas. O evento iniciou, assim,
dos campos de experimentação, relacionados com a prática docente, curatorial e
artística. Levando isso em consideração, este texto possui idas e vindas temporais um espaço específico de reflexão sobre a emergência de uma
e busca agrupar interesses, para melhor compreensão, através de três eixos: Cons- fotografia de caráter conceitual e construído e, também, sobre
trução-Expansão-Educação, Web Art-Virtualização e Curadoria-Espaço-Instalação. a importância de um debate a respeito da imagem técnica ab-
sorvida pelas artes visuais, voltadas hoje para a interface das
diversas linguagens contemporâneas4.
Construção-Expansão-Educação Nessa época, Denise Cathilina se interessa pelas estratégias da fotografia con-
Em 1989, sem a intenção de se profissionalizar, Denise ingressa na Escola de Artes ceitual adotadas por seus contemporâneos e começa a se apropriar de negativos,
Visuais do Parque Lage (EAV). Naquele período, a fotografia brasileira atravessava fotografando detalhes de jornais e revistas, recontextualizando-os e esgarçando
um processo de transmutação e experimentação de materialidades, estabelecen- as possibilidades de manipulação. Esse processo tem como um de seus desdobra-
do um contexto de novas relações expressivas e interativas. Essas características mentos o trabalho apresentado em Além da Fotografia, quando apresentou pela
marcaram a produção fotográfica do período compreendido entre os anos 1990 e primeira vez Almas Gêmeas (1992), um tríptico composto por um anúncio redigi-
2000. Nas palavras da pesquisadora Deborah Núñez, do em inglês, apropriado do Jornal do Brasil. Na composição, o anúncio ampliado
é acompanhado das imagens de Adão e Eva, retiradas da pintura renascentista
ao expandir seu campo de expressão, a fotografia nacional
problematiza as formas tradicionais de sua reprodução: papel, de Lucas Cranach, o Velho. Denise realiza assim, nesses primeiros trabalhos, uma
jornal e livro, ampliando as possibilidades combinatórias e ex- apropriação de referências cotidianas e, ao mesmo tempo, da tradição artística da
pressivas da imagem e seu suporte (LOPES, 2018, p. 568) . 3
pintura Ocidental, somando-se à não utilização de máquina fotográfica. Alma Gê-
mea tem como base a construção de um negativo que rebate seu positivo, em uma
Nessa conjuntura, as experimentações incrementam o debate sobre as possibili-
grande ampliação, realizada através da técnica da reprografia/fotocópia.
dades de criação das imagens técnicas, pois se fazia necessária a discussão acerca
da insuficiência de materiais e de laboratórios na época, considerando que havia Vários fotógrafos desse momento deram ênfase ao estudo das especificidades do
uma fronteira que impedia a ampliação das possibilidades de produção, e dada dispositivo fotográfico, e um termo que auxiliava a compreensão desse novo modo
também a limitação do mercado fotográfico do momento. Entre 11 e 30 de agosto de lidar com as imagens técnicas era o de Fotografia Construída, que logo deu es-
paço à ideia de Fotografia Expandida, partindo dos termos de Escultura Expandida,5
2 Duda Kuhnert. Entrevista com Ricardo Basbaum, Revista Beira, 9/10/2016. Fonte: https://medium.com/
revista-beira/entrevista-com-ricardo-basbaum-85bbb4f0cea9. Acesso em: 15/01/2020.
3 LOPES, D. R. N. N. Imagem e sensação: as distintas materialidades da fotografia brasileira entre os anos 1990 4 Projeto do 2.º EAV - Mês da Fotografia. Fonte: Acervo Memória Lage.
a 2000. In: II Seminário Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual, 2018, Goiânia. Anais do Seminário
Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2018, p. 568 - 577. 5 Ver “Sculpture in the expanded field”, in: Revista October, n.º 8, primavera 1979.
122 123
apresentado por Rosalind Krauss, e de Cinema Expandido,6 de Gene Youngblood. e requalificar o mundo, tendo em vista sua vinculação com o real” (MAGALHÃES &
Essa ideia é debatida com seriedade no Mube - SP, durante o Seminário Panoramas PEREGRINO, 2004, p. 104). Elas entendem a fotografia contemporânea como
da Imagem (1996), que resultou no ensaio Descobertas e Surpresas na Fotografia
uma obra em aberto que se oferece ao espectador em seus sen-
Brasileira Contemporânea Expandida.7 A fotografia expandida representa a produ-
tidos múltiplos e provisórios. Tais poéticas individuais não só
ção de artistas que buscam desordenar a hierarquia dos métodos fotográficos,
abriram universos novos, como destruíram antigas categorias
desafiando instrumentos e técnicas convencionais. Nas palavras do pesquisador estéticas em que os críticos de arte se apoiavam para refletir
Rubens Fernandes Junior, o termo se aplicaria à produção contemporânea “mais sobre os distintos movimentos artísticos (MAGALHÃES & PERE-
arrojada, livre das amarras da fotografia tradicional, chamamos de fotografia ex- GRINO, 2004, p. 105).
8 MAGALHÃES, Angela; Peregrino, Nadja. Fotografia no Brasil: um olhar das origens ao contemporâneo. 9 Nessa transição, vale destacar o papel desempenhado por Ruth Lifscits, que já possuía vasta ex-
Rio de Janeiro: Funarte, 2004. periência no campo da fotografia, dominando diversos idiomas e agilizando a comunicação da Escola.
124
Naquela altura, Denise Cathilina já havia desenvolvido um olhar atento aos usos e
manipulações da técnica fotográfica, somando-se a isso a centralidade adquirida
pela fotografia documental pós-ditadura, que endossava ainda mais a ênfase no
debate das possibilidades do campo. Denise, então, sente-se provocada pela reno-
vação da fotografia na experiência artística na década de 1970 e propõe a realização
de uma exposição, reunindo trabalhos da coleção do MAM - RJ.
10 Projeto do 5.º EAV - Mês da Fotografia - Núcleo de Imagem Técnica. Acervo Memória Lage. Número
de Registro: BREAVLAP0465.
126 127
trabalhos de dois fotógrafos, Denise Cathilina e Zeka Araújo, que abordavam a foto- envolve-se no trabalho de pesquisa, recuperação, limpeza e arquivamento do acer-
grafia a partir de um processo de impressão de imagem. Denise apresentou, nessas vo de Regina, através do Edital de Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura.
exposições, o fotograma Sem título (pratos), impresso em papel fotográfico P&B e Denise realiza, então, sua segunda curadoria, Regina Alvarez: Experiência Fotos-
Calçado, impresso em cianótipo (série Blue Print). Seus trabalhos em cianotipia são sensível (EAV), envolvendo-se frontalmente com a tarefa de difusão do ensino e
apresentados em conjunto pela primeira vez na Galeria 90, na sua individual Blue com os questionamentos da produção da imagem fotográfica.
Print - Impressões Secretas (2005). Nesse contexto, a curadora da exposição, Isa-
Em 1993, o IBAC - Funarte e o Museu Casa de Benjamin Constant promoveram o
bel Portella, afirma que as imagens de Denise operam “como numa radiografia, nos
evento No Trilho da Imagem: Fotografia e Memória, onde Denise estabeleceu o pri-
transportam à medula, a um lugar interno que existe na essência de cada objeto”.
meiro contato com o Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte
Ao ser interrogada acerca de seu interesse em cianótipo, Denise aponta para o (CCPF). Esse evento marcou uma nova seara de interesses, guiados por uma pales-
gosto por fotografia experimental ter relações com sua prática docente, já que os tra de Pedro Karp Vasquez e pela visita ao Centro de Conservação e ao Laboratório
professores levavam seus equipamentos para a EAV. Ao burlar métodos tradicionais de Restauração da Biblioteca Nacional, com Joaquim Marçal. Nos anos seguintes,
da fotografia, distanciando-se de esquemas industriais, ela aproxima-se da própria Denise se aprofundou na pesquisa junto a essas referências, através de palestras,
história da técnica, não necessitando de equipamentos e disponibilizando para os livros e demais eventos de fotografia, e o CCPF passou a ser frequentado por ela
alunos meios mais democráticos de criação de imagem. como um importante espaço de formação. O CCPF apoiou a primeira exposição de
Regina Alvarez, realizando o trabalho de conservação, restauro e montagem das
Diante disso, vale considerar a influência do pensamento da pesquisadora e educa-
obras, experiência que possibilitou a aproximação de Denise com a conservadora e
dora Regina Alvarez, artista pioneira nos estudos de técnicas de impressão da luz
restauradora Sandra Baruki, que a auxiliou na formação da equipe de restauradores
sobre superfície fotossensível. Entre 1975 e 1977, Regina Alvarez recebeu uma bolsa
da segunda exposição de Regina.
do Conselho Britânico para estudar na Birmingham School of Art Education and De-
sign, na Inglaterra, voltada para a pesquisa dos processos alternativos de produção
e de impressão de imagens e para a fotografia híbrida e experimental. Em 1978,
Web Art-Virtualização
retorna e ministra na EAV a primeira oficina de “fotografia sem câmara” (como era
denominada por Regina) ou pinhole, no Brasil. Sendo a primeira a publicar e divul- Em 2003, ex-executivos de empresas como Electronic Arts, eBay, Disney, Adobe e
gar a técnica no país e tendo desenvolvido, em 1980, oficinas em várias partes do Apple criam a empresa Linden Lab, desenvolvedora do Second Life (SL), um am-
território nacional através da Funarte, Alvarez realiza no ano seguinte a exposição biente interativo 3D com foco em relações sociais, mesclando características de
Fotografia sem Câmara (1981) na Galeria da Funarte, tendo sido creditado a este ca- jogo, rede social, plataforma de comércio virtual ou de simples simulador. Seu pe-
tálogo o título da primeira publicação nacional de fotografia realizada com câmera ríodo de maior sucesso ocorreu por volta de 2007, quando, diariamente notícias
artesanal. Denise foi aluna de Regina Alvarez nos anos 1990, uma experiência que envolvendo a plataforma ganharam destaque em vários veículos de comunicação.
marcou sua prática docente, na qual passa a adotar diversas táticas adquiridas pela Não à toa, Philip Rosedale, fundador e CEO da empresa, foi eleito pela Revista Time
convivência entre as duas na EAV. uma das 100 Pessoas Mais Influentes Do Mundo.
Dessa relação, Denise assina, em 2000, a curadoria de Pelo buraco da Agulha, no Ainda que a plataforma tenha entrado em declínio após a criação e a adesão de
Centro Cultural Laurinda Santos Lobo (Santa Teresa, Rio de Janeiro), apresentan- novas redes sociais, o SL foi uma das plataformas mais utilizadas por artistas ao
do 27 trabalhos de Regina Alvarez, das décadas de 70 e 80. Após uma década, redor do mundo, tendo se tornado uma base fundamental para discussão de ideias
128 129
130 131
acerca da produção artística em ambientes virtuais. Tal debate ganha força quando trabalhos de arte digital, performances e espetáculos multimídia. Sua primeira ex-
analisado a partir do conceito de Web Art ou Internet Art, que, segundo as pesqui- posição foi nowhere/anywhere/somewhere, das artistas Giselle Beiguelman e Tânia
sadoras do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, Inês Fraga, que integrou o Simpósio Memória do Futuro no Itaú Cultural, e que buscou
Albuquerque e Rosa de Oliveira, pode ser definido a partir da
11
refletir sobre ambientes virtuais, redes sociais e autorias colaborativas.
interactividade, participação do usuário, colaboração, virtua- Denise começa a se interessar por essa plataforma que vinha despertando a aten-
lidade, efemeridade, carácter multimediático e híbrido, mul-
ção de artistas e pesquisadores do mundo virtual e, em 2007, realiza sua primeira
tiplicidade de pontos de acesso em simultâneo, ubiquidade,
experiência profissional na SL, através do workshop Retratos da Fronteira: Arte
globalidade, independência e custo de produção reduzido. A in-
teractividade e o carácter híbrido parecem ser as características Numérica, durante a 1.a Semana de Jornalismo da Escola de Comunicação da UFRJ,
mais relevantes (ALBUQUERQUE & ROSA, 2011, p. 2). onde propôs que os jovens participantes elaborassem um autorretrato, construído
a partir de informações extraídas da rede e retrabalhadas em softwares.
Em 2003, o artista italiano Marco Cadioli lança o Net Photography Manifesto, pri-
meiro texto sobre net photography, passando a desenvolver uma série de trabalhos O interesse foi continuado através da parceria estabelecida entre o fotógrafo Bru-
com fotografia e Internet Art. Na SL, Cadioli circulava como o repórter Marco Man- no Lisboa, dono da Galeria Flow (localizada na Second Life) e o Núcleo de Arte e
ray, tornando-se uma figura central na divulgação das possibilidades da SL e reali- Tecnologia (NAT - EAV). Juntos, realizaram a curadoria da exposição Encontre um
zando importantes exposições sobre a temática. Em 2006, apresenta uma série de ponto, individual do artista plástico Luiz Alphonsus, passando pela sua produção
trabalhos na exposição NetSpace: viaggio nell’arte della Rete Paesaggi elettronici, desde a década de 1970 e contando, em grande parte, com obras da coleção Gilberto
no Museu Nacional de Arte do Século XXI (Roma, Itália). No mesmo ano, na Italian Chateaubriand que integram o acervo do MAM - RJ. O evento contou com abertura
Academy da Universidade de Columbia, em Nova York, ocorreu a exposição 13 Most simultânea nos dois mundos, vernissage na SL e também na EAV.
Beautiful Avatars, reunindo retratos realizados pelos artistas Eva e Franco Mattes,
resultados de mais de um ano de “passeios” pelo mundo de SL. O fotógrafo inglês No ano seguinte, Denise estabelece outra parceria com Bruno Lisboa, e criam o
James Deavin também criou a exposição Photographs from the New World, na Ga- Avabloco Samba Flow (2008), projeto que incluiu a criação de um samba enredo
leria Jen Bekman’s, em Nova York; na época, Deavin afirmou que, enquanto artista, eletrônico composto pelos instrumentistas Gabriel Improta e Rodrigo Penna Fir-
detinha interesse naquele novo mundo e em todas suas infinitas possibilidades. me, tendo como intérprete Makley Matos e incluindo a contratação do Dj Pardal
Essas exposições ocorriam não apenas no mundo real: a própria plataforma tam- (avatar). O bloco saiu na quarta-feira de cinzas na Ilha de Búzios, SL. A camiseta
bém foi adquirindo protagonismo no desenvolvimento de propostas expositivas. do bloco de avatares foi assinada pela artista Suzana Queiroga, contando também
com animações, feitas especialmente para o evento, de Viviane Fonseca. Naquele
Nesse sentido, podemos destacar a importância crescente da plataforma a partir
mesmo ano, Cathilina organiza, junto com Simone Michelin e Tina Velho, o evento
de projetos realizados no Brasil na mesma época, como em 2007, quando foi criada
Parque Lage na Second Life, incluindo Projeção de Vídeos de Arte, palestra com os
a Noema, creditada como a primeira galeria de arte brasileira na SL,12 abrigando
avatares da antropóloga Laura Graziela Gomes e de Roberto Santos (dono da Ilha de
Búzios e da Ilha Bradesco, na SL) e contando, também, com a inauguração de três
galerias virtuais e de um SL BOOK (livro virtual) sobre o carnaval. Para finalizar,
11 ALBUQUERQUE, Inês; OLIVEIRA, Rosa M. P. 2011. “A Internet como espaço de criação artística”,
Trabalho apresentado em Avanca | Cinema 2011 Conferência Internacional Cinema: Arte, Tecnologia, houve uma festa com apresentação do DJ Kramur (avatar), que animou ao mesmo
Comunicação, In Avanca | Cinema 2011, Avanca.
tempo avatares e seres humanos. Ainda que a SL tenha começado a decrescer em
12 SILVA, F. A. Folha de São Paulo, Ilustrada. Noema é a primeira galeria de arte brasileira no Second popularidade, em 2009, a 7.ª Edição da Bienal do Mercosul ainda teve plataformas
Life, 08/03/2007.
132
expositivas em várias cidades ao redor do mundo (João Pessoa, Atenas, Sion, NY,
Havana, Yerevan, São Paulo, Dunquerque, Milão e Genebra), contando também com
uma mostra de filmes no Fiteiro Cultural do SL, com noite de abertura transmitida
ao vivo no Santander Cultural de Porto Alegre. Esse período de entusiasmo revela-
-se como um importante marco no que concerne à produção de Arte & Tecnologia,
necessitando ainda de mais pesquisas que deem conta dos múltiplos projetos que
contribuíram para a reflexão acerca dos desafios poéticos de articulação entre nos-
so mundo e os processos de virtualização, temáticas que atravessaram um curso
oferecido por Denise em conjunto com Giodana Holanda e Tina Velho, O duplo em
uma realidade duplicada _ EAV e Second Life, em 2012.
Curadoria-Espaço-Instalação
Em 1997, o artista visual Nelson Leirner muda para a cidade do Rio de Janeiro e
passa a coordenar o curso básico da EAV até o ano seguinte. Uma passagem rápida,
mas que influenciou a prática de Denise, pois, além de ser professora convidada
em seu curso, ela acompanhava suas aulas e, com base em suas provocações, foi
ampliando seu trabalho no âmbito das instalações. Denise destaca, assim, em sua
formação, a enorme influência, no início dos anos 1990, de Eduardo Brandão no que
concerne à experimentação com as linguagens tradicionais. No final da década,
Nelson Leirner desperta ainda mais seu interesse pelo espaço expositivo, unindo,
assim, sua experiência adquirida com palco e cenografia e incluindo as possibilida-
des de expansão da linguagem fotográfica para o espaço.
13 De corpo presente. Entrevista cedida a Ana Hortides. Gambiarra, Niterói, n. 7, dezembro de 2014,
p.119-127.
136 137
cidade do Rio de Janeiro. Foi também uma das criadoras do projeto Pinhole Rio, que de propostas. Através de uma parceria entre a EAV e o Projekt der GEDOK München,
nasceu em 2012 por ocasião do Dia Internacional da Fotografia Pinhole, iniciativa Denise Cathilina realiza parte de sua pesquisa em Munique e, com os meios técni-
realizada em conjunto com a professora Cristina Miranda (UFRJ) e com as jovens cos oferecidos por essa residência, cria a instalação Überzeit (2012), apresentada
artistas visuais Ana Hortides e Sophia Ehan. O projeto visou à realização de ações na exposição überzeit – also sprach die fotografie, com curadoria de Anna-Jutta
coletivas nas quais a comunidade registra a cidade a partir da técnica fotográfica Pietsch-Moritz e de Emily Barsi, na Galeria Gedok. Partindo da relação dispositivo/
pinhole, utilizando uma câmera sem objetiva (lente). espectador, a pesquisa de Denise passa a incluir câmeras de vigilância, mecanismo
onde a produção da imagem é guiada pela busca dos “desvios”, já que a câmera
Voltando-se cada vez mais para o exercício da atividade curatorial junto aos seus
efetua a captura e a reprodução de uma imagem, justificada pela não regulação.
alunos, Denise concebe vários projetos nos quais propõe outras articulações entre
Nas palavras do artista e cineasta alemão Harun Farocki,14
aluno-artista-professor, retomando o projeto que viveu na década de 1990, no Par-
que Lage, prática herdada da vivência das várias edições do Mês da Foto. Durante O que é interessante nas imagens de câmeras de vigilância é
sua atuação junto ao Ateliê da Imagem, Denise realizava várias exposições por ano, que elas são usadas de um modo puramente indicial; não se re-
orientando projetos nos quais a expografia se desenvolvia a partir de escadas, ba- ferem a impressões visuais, mas apenas a certos fatos: o carro
nheiros e demais espaços não convencionais, o que chama de “ocupações radicais ainda estava no estacionamento às 14h23min? O garçom lavou
do espaço”, trabalho já realizado na EAV, semestralmente. Denise diz que, nesse as mãos depois de usar o banheiro? E daí por diante. Insiste-se
momento, usava cada vez mais o pensamento matemático e abstrato, desenvolvi- nessa atitude até o ponto em que as imagens podem ser con-
sideradas totalmente inúteis, quando nada especial acontece, e
dos durante seu curso de mecânica, quando orientava seu pensamento a partir de
são frequentemente apagadas de imediato para economizar a
vistas, planos e perspectivas.
fita (FAROCKI, 2003, p. 67).
Em 2006, através do Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV (NAT - EAV), Denise realiza
Denise é uma pesquisadora comprometida com iniciativas colaborativas e inova-
a curadoria da exposição Luz Própria, pensando nos desafios de criar uma exposi-
doras e com interesse na expansão das possibilidades tecnológicas, com foco em
ção no terraço da EAV, onde havia apenas tomadas elétricas como eixo disparador
analisar a produção e circulação de imagens na sociedade contemporânea. A câmera
de sua proposta curatorial, contando com trabalhos de alunos como Cauê Capillé,
de segurança estabelece, assim, conexões que potencializam o desenvolvimento
Diego Paleólogo, João Penoni, Pedro Victor Brandão e Márcia Bellotti. À frente do
Núcleo de Exposições do Ateliê da Imagem, Denise realiza a curadoria de exposi- entre a interatividade e a experimentação no campo das imagens virtuais. O pri-
ções como Ainda Retratos (2006) e Pajelança (2007), com trabalhos de alunos como meiro trabalho no qual abordará o usuário e sua capacidade de modificar a imagem
Anitta Boa Vida, Carol Valansi, Daniel Toledo e João Sánchez, entre outros. em tempo real, de modo a transformar o evento em função de sua participação, é
Especular (2009), uma instalação interativa com projeções, apresentada na expo-
Convidada a integrar a exposição A Última Foto (2007), na Caixa Cultural, Rio de sição Dinâmicas da Luz (2009), com curadoria de Alberto Saraiva no Oi Futuro Fla-
Janeiro, com projeto e curadoria de Rosângela Rennó, Denise e outros 24 fotógra-
mengo. Nessa exposição, Denise Cathilina e Elisa de Magalhães convidam Rochelle
fos recebem a missão de fotografar o Cristo Redentor, utilizando câmeras antigas
Costi e Cris Bierrenbach, respectivamente. Em 2013, considerando a diligência na
analógicas, como Kodak, Box Tengor, Minolta, Baby Brownie, Olympus, Rio 400 e
articulação entre Arte & Tecnologia, o curador Alberto Saraiva convida Denise a
Contaflex. Após a utilização do último filme, Rennó inutilizava as lentes, e os dis-
positivos integravam a exposição, ao mesmo tempo como obra e como coautoras.
14 FAROCKI, Harun, “Miradas que controlan” [1999]. In: FAROCKI, H. Critica de la mirada. Textos de Harun
Sempre com interesse sobre o low e high tech, suas propostas buscam usar tecno- Farocki. Seleção e Tradução de Inge Stache. InHrsg. V. Goethe-Institut Buenos Aires, Buenos Aires, 2003,
logias não sectárias, considerando sempre o contexto possível de materialização p. 67-74.
138 139
propor, para o projeto de arte pública Grande Campo, a obra Calçado. Assim, ante-
riormente impresso em cianótipo, o trabalho passa a ocupar 100 m² da fachada do
Centro Cultural Oi Futuro Flamengo. Após três anos, Alberto reafirma novamente
a singularidade de sua produção, na curadoria da primeira mostra abrangente de
sua obra, Fotografia Expandida, onde foi apresentada a videoinstalação Espaço Eu
Lírico (2016), que, segundo a pesquisadora Andrea Vilanova,
Aldones Nino16
15 VILANOVA, A. Fotografia Expandida. Arte & Ensaios, v. 34, p. 269, 2017.
16 Doutorando em Historia y Arte pela Escuela Internacional de Posgrado da Universidade de Granada
em cotutela com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro.
140 141
142 143
Between High and Low: pathways and crossings in Denise Cathilina’s poetics 1
Denise Cathilina’s (1960) trajectory reveals itself throughout the multiple overlay-
ings, and each one contributes to the consolidation of the whole. Where to start?
Pianist, actress, photographer, curator, teacher? A brief journey across her work re-
veals the impossibility of ignoring the interlacing of many actions developed over
the last three decades and limiting her to only one of these activities.
When questioned about her oldest memory of her interest in art, Denise recalls the
first time she saw the ice-skating musical Holiday on Ice, when, at five years old,
for the first time, dazzled by the show’s lighting, she wished: to be an artist! But
not any kind of artist. She would repeat and emphasize: - I want to be a Holiday on
Ice artist. Although she didn’t manage to be an artist of this particular show, music
materialized in her daily routine, from five to ten years of age, a period in which
she dedicated herself to study classic piano, performing publicly several times.
In 1976, she attends theatre classes at Colegio Pedro II, she also studied at Centro
Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), obtaining a
degree as a Mechanic Technician. In 1979, she interns at the petrochemical complex
of Petroflex, followed by an acceptance at the Cartographic Engineering course at
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), where she gets acquainted with
computers and programming. Soon, she starts a major in Drama at Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) and takes part in several performances
for over fifteen years.
Therefore, I could have not started this text without invoking the definition of
intermedia art laid out by Dick Higgins, and the artist-etc concept coined by
Ricardo Basbaum. To help us comprehend the hybridism that will mark the cross-
ings of Denise Cathilina’s poetics, it becomes necessary to mention the con-
cept conceived by Higgins in the 1960s: “intermedia: when two or more discrete
media are conceptually fused, they become intermedia. They differ from mixed
media (q.v.) in being inseparable in the essence of an artwork” (Higgins, 1984: 140).
1 This text was written based on an interview that took place in the artist’s studio in 01/25/2020.
144 145
As for Basbaum, when considering each profession is clearly outlined from its at- of materials and labs at the time was necessary, given the limitation of the pho-
tributions, he defends that “the artist makes the artwork, the critic writes the tographic market at the time and the fact that there was a frontier that stopped
critique, the historian establishes the history, the theorist outlines theory, the the expansion of the production possibilities. Between August 11th and 30th,1992,
curator does the curatorship, and so on and so forth. [...] This “etc” potentially the first Mês da Foto [Photo Month] at the EAV took place, offering a program of
interests all areas”. Thus, the term would apply to the artist that develop a prac- lectures, seminars, workshops and exhibitions. In this first edition, visual artists
tice beyond the production of the artwork, a distinctive mark of Denise’s career such as Paula Trope and Rosângela Rennó were the curators of the exhibition Além
path. Under a chronologic and linear perspective, it would be impossible to address da Fotografia [Beyond photography]. It was Denise first exhibition alongside 11 art-
her career pathway because over the last three decades she has pursued several ists, among them were: Cao Guimarães, Cezar Bartholomeu, Eduardo Brandão, Jean
activities, outlining interests and unfolding in several fields of experimentation, Guimarães, Rochelle Costi and Ruth Lifschits. The exhibition was a great hit and
related to teaching, curatorial and artistic practices. Considering this, this text has approximately 3,000 people visited it. This events thus starts
temporal comings and goings, seeking to improve through grouped interests the
comprehension of her work due to three axis: Construction-Expansion-Education, a specific space of reflection on the emergence of a conceptual
and constructed photography, and also on the importance of a
Web Art- Virtualization and Curatorship- Space- Installation.
debate on the technical image absorbed by visual arts, directed,
nowadays, to the interface of several contemporary languages.4.
Construction-Expansion-Education During this period, Denise Cathilina takes interest on the strategies of conceptual
photography adopted by her contemporaries and starts appropriating herself of
In 1989, without intending to become a professional artist, Denise enters the Esco-
negatives, photographing newspaper and magazine details, recontextualizing them
la de Artes Visuais do Parque Lage2 (EAV). During this period, Brazilian photography
and stretching the manipulation possibilities. One of the unfoldings of this pro-
was going through a process of transmutation and experimentation of material-
cess was the work presented in Beyond photography, where she presented Almas
ities, establishing a context of new expressive and interactive relations. These
Gêmeas [Soul Mates] (1992) for the first time, a tryptic composed of an ad written
aspects were a mark on the photographic production of the period comprised be-
in English appropriated from Jornal do Brasil. In the composition, the ad is enlarged
tween 1990 and 2000. In the words of researcher Deborah Nuñez,
and accompanied of the images of Adam and Eve, taken from the renaissance
by expanding its field of expression, national photography re- painting by Lucas Cranach – the Elder. Denise thus accomplishes at the same time
flects on the traditional forms of its reproduction: paper, news- the appropriation of daily references and the artistic tradition of western painting,
paper and books, expanding the combined and expressive pos-
aside from the fact of the non-use of photo cameras in these first pieces. Soul
sibilities of the image and its support (LOPES, 2018, page568)3.
Mates is based on the construction of a negative that produces its positive in a
In this scenarios, the experimentations increase the debate on the possibilities big enlargement print made through the technique of reprography and photocopy.
of the creation of technical images, because the discussion on the insufficiency At the time, many photographers focus on the study of the specifics of the pho-
tographic device. A term that would help understand this new way of dealing with
2 School of Visual Arts of Parque Lage. images was the one of Built Photography, that soon made room for the idea of
3 TN: tranlated from excerpts from LOPES, D. R. N. N. Imagem e sensação: as distintas materialidades
da fotografia brasileira entre os anos 1990 a 2000. In: II Seminário Internacional de Pesquisa em Arte
e Cultura Visual, 2018, Goiânia. Annals of Seminário Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visu-
al. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2018. Pages 568 - 577. 4 Projeto do 2º EAV - Mês da Fotografia. Source: Acervo Memória Lage.
146 147
Expanded Photography5, inspired by the terms Expanded Sculpture presented by porâneo10 [Photography in Brazil: a gaze from the origins to the contemporary],
Rosalind Krauss and Expanded Cinema6, presented by Gene Youngblood. This idea where they state that photography is operated inside the visual field of contem-
is seriously debated at Mube-SP during the Seminar Panoramas da Imagem (1996) porary production and starts being organized “mainly by the power it has to com-
that resulted in the essay Descobertas e Surpresas na Fotografia Brasileira Contem- plement and retrain the world, bearing in mind its ties to the real” (MAGALHÃES &
porânea Expandida7 [Discoveries and surprises in contemporary Brazilian photogra- PEREGRINO, 2004, page 104), they understand contemporary photography as
phy]. Expanded photography represents the production of artists that seek to dis-
an open artwork that offers itself to the spectator in its mul-
organize the hierarchy of photographic methods, defying conventional instruments
tiple and provisional senses. Not only did these individual po-
and techniques. In the words of the researcher Rubens Fernandes Junior, this term
etics open new universes, by destroyed old esthetic categories
would apply to the contemporary production, “bolder, freed from the bonds of tra- which art critics relied on to reflect on several artistic move-
ditional photography, we call it expanded photography when the emphasis is put ments. (MAGALHÃES & PEREGRINO, 2004, page 105).
on the creation and the procedures used by the artist” (FERNANDES, 2006, page11).
During the 3rd Mês da Foto at the EAV, the exhibition Na Falta da Verdade [In the
In 1993, the Photography area of the Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (IBAC) Lack of Truth] (1994) takes place, curated by Eduardo Brandão, gathering the works
alongside the Photography sector of the Universidade Federal Fluminense (UFF) of Cezar Bartholomeu, Cristina Guerra, Denise Cathilina, Paula Trope, Rubens Mano,
launches a national call with a selection committee formed by Angela Magalhães among others. According to the curator, this group of artists developed a common
(IBAC), Marcia Mello (Museu de Arte Moderna8, MAM-RJ), Nadja Peregrino (UFF)
language that orbits around three concerns: 1) breaking with the function of pho-
and Zeka Araújo (photographer) aiming the organization of several exhibitions with
tography to identify through reproduction means; 2) breaking with the expecta-
curatorship signed by them. The committee identifies a strong trend among these
tions of a concept of photography; 3) radically breaking with the “photographical
young artists, that unfolds their poetics by making interferences in the photo-
product” and its limits. In 1996, Denise integrates EAV’s Núcleo de Imagem Técni-
graphical process, thus proposing built realities, as stated by Marcia Mello in the
ca directed by Ruth Lifschits11 and formed by Cezar Bartholomeu, Paula Trope. In
text written for the show. These young artists materialize the exhibition Jogos
1996, during the 5th Mês da Foto, these former students that are now part of the
& Simulacros [Games and Simulacrum] at Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
teaching staff continue the researches begun in former editions of Mês da Foto,
(Niterói - RJ) in 1993 and at Galeria de Fotografia do IBAC/Funarte9 in 1994. The five
commiting to the investigation of the processes of image creation. Among the
young selected photographers are: Cezar Bartholomeu, Denise Cathilina, Rogério
workshops of the 5th edition are Oficina de Pinhole [Pinhole workshop] with Paula
Gomes, Vicente de Mello and Walter Porto. In 2004, Angela Magalhães and Nadja
Trope; Fotografia em processos Artesanais [Photography in Artisanal Processes]
Peregrino publish the book Fotografia no Brasil: um olhar das origens ao contem-
with Regina Alvarez; Fotografia Contemporânea Brasileira [Contemporary Brazil-
ian Photography] with Paulo Herkenhoff; Fotografia: Um Projeto para Educação
5 See “Sculpture in the expanded field”, in: revista October, Nº 8, primavera 1979. [Photography: a Project for Education] with Miguel Chikaoka, on the possibilites
6 See Expanded cinema, Gene Youngblood, A Dutton Paperback, 1970. of teaching by building and operating camera obscura; and besides organizing
that year’s exhibition, Denise offered the workshop: Cianótipo: Uma experiência
7 FERNANDES JUNIOR, Rubens. Processos de Criação na Fotografia apontamentos para o entendimen-
to dos vetores e das variáveis da produção fotográfica. Revista Facom - FAAP, nº 16 - 2º semestre de
2006.
10 MAGALHÃES, Angela; Peregrino, Nadja. Fotografia no Brasil: um olhar das origens ao contemporâ-
8 Museum of Modern Art in Rio de Janeiro. neo. Rio de Janeiro, Funarte, 2004.
9 Brazilian Foundation for the Arts. 11 In this transition, it’s worth highlighting the Ruth Lifscits’ role, who already had a vast experience
in the field of photography, dominating several languages and optimizing the School’s communication.
148 149
Fotossensível [Cyanotype: a photo sensible experience], aiming on the experimen- a part of Mostra Rio Gravura, an event focusing on the expanded debate on the
tation with sunlight and emulsion for cyanotype on large formats. poetics of artists that work with questions related to the process of image repro-
duction, with the participation of Daniel Senise, Luiz Alphonsus, Ricardo Basbaum,
By then, Denise Cathilina had already developed an attentive gaze to the uses and
Tina Velho, among others. This exhibition had works by two photographers, Denise
manipulations of photographic techniques, adding this to the centrality acquired
Cathilina and Zeka Araújo, that addressed photography from an image printing pro-
by documentary photography post dictatorship, that endorses even more the em-
cess. In these exhibitions, Denise presented respectively the photogram Untitled
phasis on the debate on the field’s possibilities. Thereupon, Denise feels provoked
(plates), printed on B&W paper and Shoe, printed on cyanotype (Blue Print series).
by photography’s renovation in the artistic experience of the 1970s and proposes Her works on cyanotype are presented as an ensemble for the first time at Galeria
an exhibition gathering works of the MAM-RJ’s collection. 90 in her solo show Blue Print – Impressões Secretas (2005) [Blue Print – Secret
Impression]. In this context, the exhibition’s curator Isabel Portella states that De-
This proposal is precedented by exhibitions that already discussed this matter,
nise’s images operate “just as radiography that lead us to the marrow, an internal
such as the group show Foto linguagem [Photo Language] (MAM-RJ), in 1973, orga-
place that exists in the essence of each object”.
nized by artist Iole de Freitas, that was also the title of Gil Eanes’ solo exhibition
at the EAV, presented during the second semester of 1978. When asked about her interest in cyanotype, Denise points out that her curios-
ity towards experimental photography is related to her teaching practice, since
From a conversation that took place between Fernando Cochhiarale and Cezar Bar-
teachers took their equipment to the EAV. By circumventing traditional methods of
tholomeu, Denise Cathilina and Ruth Lifschits, came the title Anos 70: fotolin-
photography, moving away from industrial schemes, it comes close to the history
guagem [1970s: Photolanguage], with works by Anna Bella Geiger, Antonio Dias,
of the technique, not needing equipment and providing more democratic means of
Antonio Manuel, Carlos Vergara, Carlos Zílio, Fernando Cocchiarale, Iole De Freitas,
image creation for students.
Lygia Pape, Maria do Carmo Secco and Waltércio Caldas. As it can be seen in the
documentation12, Denise coordinated the exhibition and when remembering the Therefore, it is worth considering the influence of the thought of the researcher and
developing of the project, she recalls that when she contacted the artists, many educator Regina Alvarez, a pioneer artist in the study of light printing techniques on
of them would say – I’m not a photographer! She would then explain the need to photosensitive surfaces. Between 1975 and 1977, Regina Alvarez received a scholar-
reflect on photography as an expressive language that enables unfoldings beyond ship from the British Council to study at the Birmingham School of Art Education and
the practice’s common labels. Design, in England, dedicated to researching the alternative processes of production
and printing of images and hybrid and experimental photography. In 1978, she re-
She partook in two exhibitions at Museu do Telefone (Rio de Janeiro, RJ) in 1999.
turns and teaches at the EAV the first “cameraless photography” (as it was called
The first being Campo Randômico [Randomic Field] focused on honoring the 25
by Regina) or pinhole workshop in Brazil. Being the first to publish and disseminate
years of video art in Brazil, with Adriana Varella, Arthur Omar, Bruno de Carvalho,
the technique in the country, developing workshops in various parts of the national
Frederico Dalton, Alberto Saraiva, Julio Rodrigues, Lygia Pape and Sonia Andrade. territory through Funarte in 1980, in the following year Alvarez held the Fotografia
In which Denise was the only artist to develop a research through photographic sem Câmara [Photography Without Camera] (1981) exhibition at the Funarte Gallery,
language. Followed by the exhibition Espaço Gravado [Recorded Space], that was with this catalogue credited for the title of the first national photography publica-
tion made with a handmade camera. Denise was a student of Regina Alvarez in the
1990s, an experience that marked her teaching practice, when she started to adopt
12 Projeto do 5º EAV - Mês da Fotografia - Núcleo de Imagem Técnica. Memória Lage Collection. Regis-
several tactics, acquired by the coexistence of both of them at the EAV.
tration Number: BREAVLAP0465.
150 151
From this relationship, in 2000, Denise signs the curatorship of Pelo buraco da world, becoming a fundamental basis for discussing ideas about artistic production
Agulha [Through the Needlehole] at the Laurinda Santos Lobo Cultural Center (San- and virtual environments. Such debate gains strength when analyzed from the
ta Teresa, Rio de Janeiro), presenting 27 works by Regina Alvarez, from the 1970s concept of Web Art or Internet Art, which according to researchers from the De-
and 1980s. After a decade, she became involved in the work of researching, reco- partment of Communication and Art of the University of Aveiro, Inês Albuquerque
vering, cleaning and archiving Regina’s collection, through the Visual Arts Public e Rosa de Oliveira13, can be defined as the
Notice of the Secretary of State for Culture, Denise then carries out her second
interactivity, user participation, collaboration, virtuality,
curatorship, Regina Alvarez: experiência fotossensível [Regina Alvarez: photosen- ephemerality, multi-media and hybrid character, multiple ac-
sitive experience] (EAV), involving herself frontally with the task of disseminating cess points simultaneously, ubiquity, globality, independence
teaching and questioning the production of photographic images. and reduced production cost. Interactivity and hybrid character
seem to be the most relevant characteristics (ALBUQUERQUE &
In 1993, IBAC - Funarte and Casa de Benjamin Constant Museum promoted the ROSA, 2011, p.2).14
event No Trilho da Imagem: Fotografia e Memória [On the Image Track: Photo-
In 2003, the Italian artist Marco Cadioli launched the Net Photography Manifes-
graphy and Memory], where Denise establishes her first contact with Funarte’s
to, the first text on net photography, starting to develop a series of works with
Photographic Conservation and Preservation Center (CCPF). This event marked a
photography and Internet Art. In SL, Cadioli circulated as a reporter Marco Manray,
new area of interest,
guided by a lecture by Pedro Karp Vasquez and by a visit to
becoming a central figure disseminating the possibilities of SL, holding important
the Conservation Center and the Restoration Laboratory of the National Library
exhibitions on the subject. In 2006, he presented a series of works at the exhi-
with Joaquim Marçal. In the following years, she deepened her research with the-
bition NetSpace: viaggio nell’arte della Rete Paesaggi elettronici, at the National
se references, through lectures, books and other photography events, and Denise
Museum of 21st Century Art (Rome, Italy). In the same year, at the Italian Academy
started to attend the CCPF as an important training space. The CCPF supports the
at Columbia University in New York, the exhibition 13 Most Beautiful Avatars took
first exhibition by Regina Alvarez, carrying out the work of conservation, restora-
place, bringing together portraits made by the artists Eva and Franco Mattes, re-
tion and assembly of the works, an experience that makes it possible for Denise to
sults of more than a year of “tours” around the world of SL. English photographer
approach the conservator and restorer Sandra Baruki, who helps training the team
James Deavin also created the exhibition Photographs from the New World at the
of restorers for Regina’s second exhibition.
Jen Bekman’s Gallery in New York; at the time, Deavin stated that as an artist he
has an interest in this new world and in all its infinite possibilities. These exhibi-
tions took place not only in the real world, but also the platform itself took on a
Web Art-Virtualization leading role in the development of exhibition proposals.
In 2003, former executives from companies such as Electronic Arts, eBay, Disney, In this sense, we can highlight the growing importance of the platform from pro-
Adobe and Apple created the company Linden Lab, developer of Second Life (SL), a jects carried out in Brazil at the same time, such as in 2007, when Noema was
3D interactive environment focused on social relations, mixing features of a game, a
social network, virtual commerce platform or a simple simulator. Its most successful
period occurred around 2007, when daily news involving the platform gained promi-
nence in various media. No wonder, Philip Rosedale, founder and CEO of the company,
13 Albuquerque, Inês; Oliveira, Rosa M. P. 2011. “A Internet como espaço de criação artística”, Lecture
was elected by Time Magazine as one of the 100 Most Influential People in the World. presented at Avanca | Cinema 2011 International Cinema Conference – Art, Technology, Communication,
In Avanca | Cinema 2011, Avanca.
Although the platform has fallen into decline after the creation and accession of
14 TN: translated from excerpts from Albuquerque, Inês; Oliveira, Rosa M. P. “A Internet como espaço
new social networks, SL was one of the most used platforms by artists around the de criação artística”, 2011. Page 2.
152 153
created, credited as the first Brazilian art gallery in SL15, housing digital art works, ending with a party with presentation by DJ Kramur (avatar), for both avatars and
performances and multimedia shows. The first exhibition was nowhere/anywhere/ human beings. Although SL began to decrease in popularity, in 2009 the 7th Edition
somewhere, by the artists Giselle Beiguelman and Tânia Fraga, which was part of of the Mercosur Biennial still had exhibition platforms in several cities around the
the Memory of the Future Symposium at Itaú Cultural, which sought to reflect on world (João Pessoa, Athens, Sion, NY, Havana, Yerevan, São Paulo, Dunkirk, Milan
virtual environments, social networks and collaborative authorship. and Geneva), with a film show at Fiteiro Cultural in SL, with an opening night
broadcast live at Santander Cultural in Porto Alegre. This period of enthusiasm is
Denise became interested in the platform that has been attracting the attention
revealed as an important milestone in terms of the production of Art & Technology,
of artists and researchers from the virtual world, in 2007 she carried out her first
requiring even more research that takes into account the multiple projects that
professional experience in SL, through the workshop Retratos da Fronteira: Arte
contributed to the reflection on the poetic challenges of articulation between our
numérica [Portraits of the Frontier: Numerical Art], during the 1st Week of Journalism at
world and virtualization processes, themes that crossed a course offered by Deni-
Escola de Comunicação in UFRJ where she proposed that young participants se in conjunction with Giodana Holanda and Tina Velho, O duplo em uma realidade
create a self-portrait based on information extracted from the network and duplicada _ EAV [The double in a duplicated reality _ EAV] and Second Life,
reworked in software.
braided like a large spider web (or “large crochet”, as she describes herself), with creators of the Pinhole Rio project, which was created in 2012 on the occasion of
hanging mini slide viewers. In these mini slide viewers, the observer finds a knot, the World Pinhole Photography Day, an initiative carried out in conjunction with
which functions as a metonym for analog photography, and also as a figure of the professor Cristina Miranda (UFRJ) and young visual artists Ana Hortides and Sophia
moment of encounter (knot) captured by technical images. From this work she is Ehan. The project aimed to carry out collective actions in which the community
invited to participate in the first Grande Orlândia: artistas abaixo da linha vermelha records the city using the pinhole photographic technique, using a camera without
(2003), a collective exhibition of “artists of unconventional techniques”, coordina- photographic objective (lens).
ted by Ricardo Ventura, Márcia X and Elisa de Magalhães. This time, she presents
Turning more and more to the exercise of curatorial activity with her students,
her installation in the kitchen space, since since she was a child she always liked
Denise conceives several projects in which she proposes other student-artist-
to cook, and understood both the laboratory and the kitchen as spaces for mani-
teacher articulations, resuming the project she lived in the 1990s at Parque Lage,
pulation and experimentation of the senses, and not only of visuality. In this work
a practice inherited from the experience of several editions of Mês da Foto.
there are mini slide viewers within the reach of the visitor, where the public sees
During her work with Ateliê da Imagem, Denise held several exhibitions per year,
knots and intersections, and others that are inaccessible. Alexandre Vogler, Brígida
Baltar, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Ernesto Neto, Franz Manata, Laura Lima, guiding projects in which the exhibition developed from stairs, bathrooms and
Paulo Climachauska, Simone Michelin, Vicente de Mello, Tunga, Zalinda Cartaxo and other unconventional spaces, what she calls “radical occupations of space”, work
others participated in this exhibition. Through Grande Orlândia, her work aroused already carried out at the EAV every six months. Denise says that at that moment,
the interest of Lauro Cavalcanti (at the time director of Paço Imperial/RJ), who she increasingly used the mathematical and abstract thinking developed during
was developing an exhibition entitled O Fio e o Espaço [The Thread and the Space] her course on mechanics, when she guided her thinking from views, plans and
(2003), to which Denise was invited and presented the installation in its greatest perspectives.
version, expanding the axis of debate about memory and arousing even more her
In 2006, through the EAV Center for Art and Technology (NAT-EAV), Denise curated
desire about the possible relations between photography and spatiality.
the exhibition Luz Própria [Inner Light], thinking of the challenges of creating an
Practices that use collectivity as a platform for action acquire centrality within exhibition on the terrace of the EAV, where there were only electrical outlets as
their research, and according to an interview conducted in 201416, this collectivity the trigger for her proposal curatorial, with works by students such as Cauê Capillé,
results from their theatrical practice acquired over 15 years, being a powerful field Diego Paleólogo, João Penoni, Pedro Victor Brandão, Márcia Bellotti. At the head of
of experimentation that, since the end of 1990s, have been taking shape and the Exhibition Center of Ateliê da Imagem, Denise curated exhibitions such as Ain-
importance within her work. In the early 2000s, Denise Cathilina became one of the da Retratos [Still Portraits] (2006) and Pajelança [Indigenous Healing Ritual] (2007)
main references in the teaching of contemporary photography in Rio de Janeiro, with works by students such as Anitta Boa Vida, Carol Valansi, Daniel Toledo and
starting to teach in addition to Parque Lage, also at Ateliê da Imagem and in private João Sánchez, among others.
lessons, becoming also responsible for the discipline of Photography and Creativity
Invited to participate in the exhibition A Última Foto [The Last Photo] (2007) at
at Estácio de Sá University. With a focus on grouping people around common goals,
Caixa Cultural, Rio de Janeiro, with project and curatorship by Rosângela Rennó,
Denise leads two collectives, the first (foto)contemporaneav, which lasts three
Denise and 24 other photographers are given the mission of photographing Christ
years acting collaboratively and then Leve Rio³, with a focus on ephemeral actions
the Redeemer, using old analog cameras: like Kodak, Box Tengor, Minolta, Baby
in the public space of the Rio de Janeiro city center. She was also one of the
Brownie, Olympus, Rio 400, Contaflex, in which after using the last film, Rennó
made the lenses useless, and the devices integrated the exhibition at the same
16 De corpo presente. Interview provided by Ana Hortides. Gambiarra, Niterói, n. 7, December 2014.
Pages 119-127.
time, both as a work and as co-authors.
156 157
Always interested in low and high tech, her proposals seek to use non-sectarian Technology, the curator Alberto Saraiva invites Denise to propose for the public
technologies, always considering the possible context of materialization of pro- art project Grande Campo, the work Shoe. Thus, previously printed in cyanotype,
posals. Through a partnership between the EAV and Projekt der GEDOK München, the work now occupies 100m² of the facade of Oi Futuro Flamengo Cultural Center.
Denise Cathilina conducts part of her research in Munich, and with the technical After three years, Alberto reaffirms again the singularity of her production, in
means offered by this residence, creates the installation Überzeit (2012), presented the curatorship of the first comprehensive exhibition of her work, Expanded
in the exhibition überzeit - also sprach die fotografie, curated by Anna-Jutta, Pie- Photography, where the video installation The Space of the Poetic Speaker (2016)
tsch-Moritz and Emily Barsi, at the Gedok Gallery. Starting from the device/viewer was presented, which, according to researcher Andrea Vilanova,
relationship, Denise’s research now includes surveillance cameras, a mechanism
is a demonstration of her questioning about what would define
where image production is guided by the search for “deviations”, since the camera
photography itself, by the supports it uses. Making it go beyond
captures and reproduces an image, justified by non-regulation. In the words of the what we can call photography, without being able, in fact, to say
German artist and filmmaker Harun Farocki 17
that we are not in the field of photography, when we are facing
her work. Cathilina explores the imagery extrapolation in which
What is interesting about surveillance camera images is that
we are immersed and sculpts in the exhibition space an installa-
they are used in a purely indexical way; they do not refer to
tion that, like a living organism, pulsates with our presence18.
visual impressions, but only to certain facts: was the car still in
the parking lot at 2:23 pm? Did the waiter wash his hands after
Situated at a key moment in the history of the image, Denise acts in the passage
using the restroom? And so on. This attitude is insisted to the
of the 20th and 21th century, interested in cyanotype processes in parallel to the
point that the images can be considered totally useless, when
most advanced systems of capturing and digital image processing. In this way, her
nothing special happens, and are often erased immediately to
save the tape (FAROCKI, 2003, page 67). work reveals itself from a powerful articulation between artistic practice and Art &
Technology, complementary thresholds, which oscillate between low and high tech,
Denise is a researcher committed to collaborative and innovative initiatives, and and which, added to the overlapping of practices, open interesting temporal cracks.
with an interest in expanding technological possibilities, with a focus on analyzing Without intending to exhaust the great number of projects carried out by Denise
the production and circulation of images in contemporary society, the security Cathilina over the past few years, we recognize the innumerable layers of her work,
camera thus establishes connections that enhance the development between which has influenced the training of several artists. Demarcating great interest in
interactivity and experimentation in the field of virtual images. The first work photographic techniques and new processes of capturing and elaborating images,
in which the user and his ability to modify the image in real time, in order to Denise offers a contribution to the field of contemporary photography, which
transform the event according to his participation, is Mirror (2009), an interactive results from her unique commitment to experimentation – a method expressed
installation with projections, presented in the Light Dynamics Exhibition (2009), both in her teaching activity and in her curatorial projects and artistic practice.
curated by Alberto Saraiva at Oi Futuro Flamengo. In this exhibition, Denise
Cathilina and Elisa de Magalhães invite Rochelle Costi and Cris Bierrenbach, Aldones Nino19
respectively. In 2013, considering the diligence in the articulation between Art &
18 VILANOVA, A. Fotografia Expandida. Arte & Ensaios, v. 34. Page 269, 2017.
17 TN: translated from excerpts from FAROCKI, Harun, “Miradas que controlan” [1999]. In: FAROCKI, H.
Critica de la mirada. Texts by Harun Farocki. Selected and translated to Portugese by Inge Stache. InHr- 19 PhD in History and Arts at Escuela Internacional de Posgrado from Universidade de Granada in a
sg. V. Goethe-Institut Buenos Aires, Buenos Aires, 2003. Pages 67-74. co-tutelle with the Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro.
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INFORMAÇÕES DAS IMAGENS [p.44] [pp.64-65,70-75] [pp.98-99]
IMAGE INFORMATION Blue Print, 2005 Série Überzeit | Überzeit Series, 2012 Fortuna I |Fortune, 2014
Fotograma impresso em cianótipo em papel de algodão | Fotografia digital impressa em papel de algodão | Digital Impressão em vinil adesivado / Fotografia digital impressa
[pp.10-29] Cyanotype printed photogram on cotton paper Photo Printed on Cotton Paper em papel de algodão | Adhesive vinyl print / Digital Photo
espaço-eu-lírico | the space of the poetic speaker, 2016 50 x 66 cm | 50 x 66 cm| 22 x 32 cm | 22 x 32 cm | 22 x 32 cm Tamanho variado | Variable dimensions Printed on Cotton Paper
Instalação transmídia, com câmeras de vigilância, webcam, | 30 x 40 cm | 180 x 120 cm | 100 x 67 cm
computadores, programa Live Video Delay, projetores e es- [pp.66-67]
pelho | Transmedia installation with surveillance cameras, [p.45] Überzeit - Além da fotografia | Überzeit – Beyond photo- [pp.100-103]
webcam, computers, Live Video Delay program, projectors Calçado | Shoe, 1996 graphy, 2012 Fortuna II-III | Fortune II-III, 2014
and mirrors Fotograma impresso em cianótipo em papel de algodão | Galerie Gedok - München - Artista convidada do programa Impressão em vinil adesivado / Fotografia digital impressa
Cyanotype printed photogram on cotton paper de residência. Curadoria Anna Jutta Pietsch-Morizt e Emily em papel de algodão | Adhesive vinyl print / Digital Photo
[pp. 30-31, 139] 24 x 38 cm Barsi | Galerie Gedok- München – Guest artist at the resi- Printed on Cotton Paper
Sem título I-IV | Untitled I-IV, 1991 dency program. Curatorship by Anna Jutta Pietsch-Morizt 300 x 200 cm | 150 x 100 cm
Impressão P&B em papel gelatina de prata | B&W Gelatin Blue Print, 2005 and Emily Barsi
Silver Print Fotograma impresso em cianótipo em papel de algodão | Instalação transmídia, com câmeras de vigilância, computa- [pp.104-105]
60 x 50 cm Cyanotype printed photogram on cotton paper dor e projetores |Transmedia installation with surveillance Corpo à luz da máquina | Body in the light of the machine,
18 x 24 cm | 50 x 66 cm | 18 x 24 cm | 30 x 40 cm | 50 x 66 cm cameras, computer and projectors 2004
[p.34] Fotografia digital | Digital Photo
Possível | Possible, 1999 [p.46] [pp.68-69, 77] 20 x 30 cm
Fotograma impresso em papel de algodão | Printed Photo- Calçado | Shoe, 1996 Série Überzeit I-III | Überzeit Series I-III, 2012
gram on Cotton Paper Fotograma impresso em cianótipo em papel de algodão | Impressão Duratrans em caixa de luz | Duratrans print on [pp.106-109]
160 x 100 cm Cyanotype printed photogram on cotton paper lightbox Sem título | Untitled, 2010
24 x 38 cm 50 x 75 cm Fotografia digital impressa em papel de algodão | Digital
[pp.35, 124] Photo Printed on Cotton Paper
Série Newton & Jobs - Tecno-performance ECO UFRJ | New- [p.47] [pp.82-84, 86-87] 110 x 120 cm | 90 x 60 cm
ton & Jobs Series - Tecno-performance, ECO UFRJ, 2010 Calçado - Arte Pública | Grande Campo: Oi Futuro Flamengo | Denise Cathilina Fios - Paço Imperial Rio de Janeiro | Denise
Projeção de diapositivos fotografados digitalmente | Projec- Shoe – Public Art, 2013 Cathilina, Threads at Paço Imperial Rio de Janeiro, 2003 [pp.110-113]
tion of digitally photographed slides Impressão em lona frontlight | Printed on tarpaulin Instalação com linhas de bordado e visores de slides | In- Sem título | Untitled, 2010
1040 x 1190 cm stallation made of embroidery threads and mini slide viewers Fotografia digital impressa em papel de algodão | Digital
[pp.37, 118, 125, 128-129, 133-134] Dimensões variadas | Variable dimensions Photo Printed on Cotton Paper
Série Newton & Jobs - Tecno-performance Festival Interna- [pp.48-51] 90 x 60 cm
cional de Cultura Digital - MAM Rio| Newton & Jobs Series - Sem título | Untitled (After Regina Alvarez & Rosângela Ren- [pp.85, 88-89]
Tecno-performance, International Festival of Digital Culture no - 30 Anos EAV Parque Lage), 2005 Denise Cathilina Fios - Grande Orlândia | Denise Cathilina, [pp.114-117]
Series - MAM Rio, 2011 Fotograma impresso em cianótipo em lençol de algodão Threads - Grande Orlândia 2003 Autorretrato - Exposição Digital Urbano - EAV Parque Lage |
Projeção de diapositivos fotografados digitalmente | Projec- | Cyanotype printed photogram on cotton paper Instalação com linhas de bordado e visores de slides | In- Self-portrait – Digital Urbano Exhibition – EAV Parque Lage,
tion of digitally photographed slides 240 x 220 cm stallation made of embroidery threads and mini slide viewers 2015
Dimensões variadas | Variable dimensions Fotografia digital | Digital Photo
[pp.38-39, 60, 78] [p.52-57] 30 x 40 cm
Série Newton & Jobs - Tecno-performance Gedok Munique Sapato I-VI | Shoe I-VI, 2005 [pp.90-93]
- Alemanha| Newton & Jobs Series - Tecno-performance, Fotograma impresso em papel gelatina de prata | Photogram Área de Transferência - Projeto Vitrine Efêmera - Estúdio [pp.140-143]
Gedok Munich - Germany, 2012 printed on gelatin silver Paper Dezenove | Transfer area – Ephemeral Window Project – Es- Vista da exposição Fotografia Expandida, no Oi Futuro Fla-
Projeção de diapositivos fotografados digitalmente | Projec- 27 x 22 cm túdio Dezenove, 2017 mengo | Expanded Photography at Oi Futuro Flamengo –
tion of digitally photographed slides Instalação transmídia com televisores, fios, câmeras de Exhibition view, 2016.
[p.58] vigilância e pintura | Transmedia installation with TV sets,
[p.40] Calça vermelha | Red pants, 2004 threads, surveillance câmeras and painting
Sem título | Untitled, 1999 Fotografia digital | Digital photo Dimensões variadas | Variable dimensions
Fotograma digitalizado e impresso em papel de algodão | 20 x 30 cm
Scanned Photogram Printed on Cotton Paper [pp.94-97]
100 x 127 cm [p.59] Especular - Exposição Dinâmicas da Luz - Oi Futuro Flamen-
Calça xadrez | Plaid pants, 2004 go | Mirror – Light Dynamics Exhibition, 2009
Fotografia digital | Digital photo Instalação com projetores, câmeras de vigilância e espelho |
20 x 30 cm Installation with projectors, surveillance cameras and mirror
Dimensões variadas | Variable dimensions
COLEÇÃO ARTE & TECNOLOGIA OI FUTURO 17. Fotografia e Novas Mídias: FotoRio 2007 32. Entre Temps: Uma década de videoarte 47. Arte e novas espacialidades:
OI FUTURO ART AND TECHNOLOGY COLECTION Antonio Fatorelli [org.], francesa na coleção do Musée d’Art moderne relações contemporâneas
Coedição Contra Capa, 2007 de la Ville de Paris/ARC Angeline Scherf, Eduardo de Jesus [org.],
Coordenação | Coordination Odile Burluraux, Jean-Max Colard, 2009 Coedição F10, 2011
Roberto Guimarães 18. Babilaques: alguns cristais clivados
Waly Salomão e outros, 33. Performance Presente Futuro. Vol. II 48. RELIVRO: Lenora de Barros
1. Corpos Virtuais Coedição Contra Capa, 2007 Daniela Labra [org.], Lenora de Barros e Alberto Saraiva [org.],
Ivana Bentes [org.], 2005 Coedição Aeroplano, 2009 Coedição Automática Edições, 2011
19. Relíquias e Ruínas
2. Estado de Atividade Funcional: E.A.F. Tina Velho Alfons Hug [org.], 34. Entreouvidos: Sobre Rádio e Arte 49. Performance Presente Futuro Vol. III
Alberto Saraiva [org.], 2005 Coedição Contra Capa, 2007 Lilian Zaremba [org.], Daniela Labra [org.],
Coedição SOARMEC Editora, 2009 Coedição Automática Edições, 2011
3. Ciclo Paradigma Digital: FotoRio 2005 20. FILE RIO 2008: Festival Internacional
Milton Guran [org.], 2005 de Linguagem Eletrônica 35. Pierre et Gilles: A Apoteose do Sublime 50. Projetor: Tony Oursler
Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.], 2008 Marcus de Lontra Costa, Paulo Venancio Filho [org.],
4. Geração Eletrônica Coedição Aeroplano, 2009 Coedição Automática Edições, 2011
Tom Leão [org.], 2006 21. Poiesis
André Vallias, Friedrich W. Bloch e 36. FILE 8 BIT GAME PEOPLE: Festival Internacional 51. Geração Eletrônica 2011
5. FILE RIO 2006: Festival Internacional Adolfo Montejo Navas [org.], 2008 de Linguagem Eletrônica Bruno Katzer, Rossine A. Freitas e Tom Leão [org.],
de Linguagem Eletrônica Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.], 2009 Edição Oi Futuro, 2011
Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.], 2006 22. Ivens Machado: Encontro / Desencontro
Alberto Saraiva [org.], 37. Frederico Dalton: Fotomecanismos 52. FILE Games Rio 2011: Eu quero jogar
6. Pintura em Distensão Coedição Contra Capa, 2008 Coedição Contra Capa, 2007 Ricardo Barreto e Paula Perissinotto [org.],
Zalinda Cartaxo, 2006 Coedição F10, 2011
23. Dança em Foco: Entre Imagem e Movimento 38. Multiplicidade: Imagem_som_inusitados
7. Wilton Montenegro: Notas do Observatório, Paulo Caldas, Eduardo Bonito e Regina Levy [org.], Batman Zavareze [org.], 2007 53. Trans - Adriana Varella
Arte Contemporânea Brasileira Coedição Contra Capa, 2008 Alberto Saraiva [org.],
Glória Ferreira [org.], 2006 39. Multiplicidade 2008 Coedição Aeroplano, 2011
24. Hüzün. Carlos Vergara Batman Zavareze [org.],
8. Nam June Paik: videos 1961–2000 Luiz Camillo Osório, Coedição Aeroplano, 2009 54. Power Pixels
Nelson Hoineff [org.], 2006 Coedição Contra Capa, 2008 Miguel Chevalier,
40. Multiplicidade 2009 Coedição Aeroplano, 2011
9. Vicente de Mello, Áspera Imagem 25. Marcos Chaves Batman Zavareze [org.],
Alberto Saraiva [org.], Alberto Saraiva, Coedição Aeroplano, 2010 55. Warhol TV
Coedição Aeroplano, 2006 Coedição Aeroplano, 2008 Judith Benhamou-Huet [org.],
41. A Carta da Jamaica Coedição Aeroplano, 2011
10. Dança em Foco: Dança e Tecnologia 26. Performance Presente Futuro Alfons Hug [org.],
Paulo Caldas e Leonel Brum [org.], 2006 Daniela Labra [org.], Coedição Aeroplano, 2010 56. Além Cinema
Coedição Contra Capa, 2008 Neville D’Almeida,
11. Câmaras de Luz 42. SONIA ANDRADE: VIDEOS Coedição Nova Fronteira, 2011
Ligia Canongia [org.], 2006 27. Arte da Antártida André Lenz [org.],
Alfons Hug, Coedição Aeroplano, 2010 57. Luciferinas, Simone Michelin
12. Multiplicidade: Imagem_som_inusitados Coedição Aeroplano, 2009 Simone Michelin [org.],
Batman Zavareze [org.], 2006 43. Livro de Sombras: Pintura, Cinema, Poesia Coedição Aeroplano, 2011
28. FILE RIO 2009: Festival Internacional de Luciano Figueiredo
13. FILE RIO 2007: Festival Internacional de Linguagem Eletrônica Katia Maciel e André Parente [org.], 58. Pulso Iraniano
de Linguagem Eletrônica Ricardo Barreto e Paula Perissinotto [org.], 2009 Coedição +2 Produções, 2010 Marc Pottier [org.],
Ricardo Barreto e Paula Perissinotto [org.], 2007 Coedição Aeroplano, 2011
29. Meias Verdades 44. WLADEMIR DIAS-PINO
14. Filmes de Artista: Brasil 1965–80 Ligia Canongia, 2009 Wlademir Dias-Pino [org.], 59. Era uma vez...
Fernando Cocchiarale [org.], Coedição Aeroplano, 2011 Aída Marques e Elianne Ivo [org.],
Coedição Contra Capa, 2007 30. Dança em Foco: A Dança na Tela Coedição Aeroplano, 2011
Paulo Caldas, Eduardo Bonito e Regina Levy [org.], 45. Multiplicidade 2010
15. Dança em Foco: Videodança Coedição Contra Capa, 2009 Batman Zavareze [org.], 60. Letícia Parente
Paulo Caldas e Leonel Brum [org.], 2007 Coedição Aeroplano, 2011 André Parente e Katia Maciel [org.],
31. Gary Hill: O Lugar Sem o Tempo. Coedição +2 Editora, 2011
16. Atlas Américas Taking Time From Place 46. FAD - Festival de Arte Digital 2010
Paulo Herkenhoff [org.], Marcello Dantas [org.], FAD - Festival de Arte Digital [org.], 61. Gabriele Basilico
Coedição Contra Capa, 2007 Coedição Contra Capa, 2009 Coedição ICC Instituto Cidades Criativas, 2010 Nina Dias e Paola Chieregato [org.],
Coedição Francisco Alves, 2011
62. Brígida Baltar: O que é preciso para voar 76. EXPO(R) GODARD 91. O Papagaio de Humboldt 105. Multiplicidade 2014
Brígida Baltar e Marcelo Campos, Aída Marques, Anne Marquez e Dominique Païni [org.], Alfons Hug [org.] Batman Zavareze [org.]
Coedição Aeroplano, 2012 Coedição 7 Letras, 2013 Coedição Nau das Letras Editora de Livros Ltda, 2015 Coedição Aeroplano, 2015
63. Multiplicidade 2011 77. MACHINARIUM 92. Niura Bellavinha: Em torno da luz 106. Espírito de Tudo
Batman Zavareze [org.], Marisa Flórido e Monica Mansur [org.], Alberto Saraiva Rosângela Rennó [org.]
Coedição Aeroplano, 2012 Coedição Binóculo Editora, 2013 Coedição Nau Editora, 2014 Coedição Cobogó, 2017
64. High-Tech/Low-Tech – Formas de Produção 78. Ana Vitória Mussi 93. Poesia Visual 2 107. Multiplicidade 2025
Alfons Hug [org.], Marisa Flórido [org.], Alberto Saraiva [org.] Batman Zavareze [org.]
Coedição Aeroplano, 2012 Coedição Apicuri e F10, 2013 Coedição F10, 2015 Coedição Cobogó, 2017
65. AdF.11 - Atos de Fala 79. Bill Lundberg 94. Transperformance 2 108. Códigos Primordiais
Felipe Ribeiro [org.], Alberto Saraiva [org.], Marisa Flórido [org.] Caroline Menezes e Fabrizio Poltronieri [orgs.]
Coedição Rizoma, 2011 Coedição F10, 2013 Coedição F10, 2015 Coedição Caosmos Editora, 2017
66. Sebastião Barbosa, fotógrafo 80. Paulo Climachauska 95. Desenlace – Miguel Angel Rios & Teresa Serrano 109. Máquina Devir – Maria Lynch
Felippe Schultz Mussel [org.], Alberto Saraiva, Luiza Interlenghi [org.] Bernardo Mosqueira, André Abu-Merhy Barroso e Alberto
Coedição Letra e Imagem, 2012 Coedição Coletiva Projetos Culturais, 2013 Coedição Memória Visual, 2015 Saraiva
Coedição R&L Produtores Associados, 2017
67. FILE RIO 2012: Festival Internacional 81. FILE GAMES RIO 2014: Festival 96. AdF.14 - Atos de Fala
de Linguagem Eletrônica Internacional de Linguagem Eletrônica Felipe Ribeiro [org.] 110. Nam June Paik
Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.], Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.] Coedição Rizoma, 2014 Marco Pierini
Coedição Aeroplano, 2012 Coedição FILE, 2014 Coedição Base 7 Projetos Culturais, 2017
97. Daniel Senise
68. Iluminando o futuro – 82. Nenhuma Ilha - Elisa de Magalhães Alberto Saraiva, Flavia Corpas e Paulo Miyada 111. Poesia Visual 4
50 anos de Jorginho de Carvalho. Marcelo Campos [org.], Coedição Cosac Naify, 2015 Alberto Saraiva [org.]
EPA!, Miguel Colker [org.], Coedição Letra&Imagem, 2014 Coedição Fioretti, 2016
Coedição Aeroplano, 2012 98. Somos Iguais – Nazareno
83. Anatomia da Luz Nazareno e Tainá Azeredo [org.] 112. Outras Ideias – Daniel Arsham + Azuma Makoto
69. I Seminário Oi Futuro Mediação em Museus: Martha Pagy [org], Edição ADUPLA, 2015 Marcello Dantas
Arte e Tecnologia - Reflexões e Experiências Albano Afonso, 2014 Edição Oi Futuro, 2017
Adriana Fontes e Rita Gama [org.], 99. Área 91 - Thales Leite
Coedição Livre Expressão, 2012 84. BRICS Marisa Flórido Cesar [org.] 113. Denise Cathilina – Fotografia Expandida
Alfons Hug [org.], Coedição F10, 2016 Alberto Saraiva [org.]
70. Predicament Situações Difíceis Coedição Editora Atlântica, 2014 Coedição AREA27 e EdUERJ, 2020
Yann Lorvo e Stéphanie Suffren, 100. Poesia Visual 3
Coedição Apicuri, 2012 85. Foto + vídeo + arte contemporânea: FotoRio 2009 Alberto Saraiva [org.]
Milton Guran [org.], Coedição F10, 2016
71. Xico Chaves Coedição Aeroplano, 2010
Alberto Saraiva [org.], 101. Transperformance 3
Coedição F10, 2012 86. FILE RIO 2010: Perspectivas da arte digital Gabriel Bogossian, Luísa Duarte [orgs.].
Paula Perissinotto e Ricardo Barreto [org.], 2010 Coedição F10, 2016
72. Multiplicidade 2012
Batman Zavareze [org.], 87. Videofotopoesia - Tadeu Jungle 102. Amor
Coedição Aeroplano, 2013 Alberto Saraiva [org.], Denise Carvalho e Monika Szewczyk.
Coedição F10, 2014 Coedição Barléu Edições, 2016.
73. Poesia Visual
Alberto Saraiva [org.], 88. Paisagens Cromáticas 103. Gambiólogos 2.0
Coedição F10, 2013 Isabel Portella, A Gambiarra nos Tempos do Digital
Coedição Apicuri, 2013 Fred Paulino [org.]
74. Transperformance Coedição Fogão de Lenda, 2016
Lilian Amaral [org.], 89. Apichatpong Weerasethakul
Coedição F10, 2013 Daniella Azzi e Francesca Azzi [org.], 104. AdF. 16 - Atos de Fala
Coedição Iluminuras, 2014 Felipe Ribeiro [org.]
75. Regina Vater: Quatro Ecologias Coedição Rizoma, 2016
Paula Alzugaray [org.], 90. Marulhar – artistas portugueses contemporâneos
Coedição F10, 2013 Delfim Sardo,
Coedição Nau das Letras Editora de Livros Ltda, 2014
DENISE CATHILINA EXPOSIÇÃO | EXHIBIT Textos | Authors Fotografias | Photographs
FICHA DE CRÉDITOS | EXHIBITION CREDITS DENISE CATHILINA Alberto Saraiva Denise Cathilina (todas, com exceção de | all except those by)
Fotografia Expandida | Expanded Photography Aldones Nino Adelmo Lapa (pp. 82-84, 86-87)
OI FUTURO 19 de setembro a 13 de novembro de 2016 Anna-Jutta Pietsch Raquel Garcia (pp. 48-49, 50-51)
September 19 to November 13, 2016 Zalinda Cartaxo Vera Condé (pp. 18, imagem superior esquerda | upper-left image).
CONSELHO GESTOR / MANAGING COUNCIL Vicente de Mello (pp. 30-31,139)
Presidente / President Curadoria | Curatorship Apoio | Support Wilton Montenegro (pp. 10-11, 13,15, 18, imagem meio esquerda e
Rodrigo Abreu Alberto Saraiva Instituto de Artes da UERJ inferior direita | middle-left and bottom-right; 18-19, imagem inferior
Direção | Director meio | bottom-middle image; 19, imagem meio direita | middle-right
Conselheiros / Board Members Produção | Produced by Alexandre Sá Barretto da Paixão image; 20-21, 40-41, 44, imagem superior esquerda | upper-left image;
Bernardo Scudiere R&L Produtores Associados Vice-direção | Vice-director 85, 88-92, 140-142)
Carlos Eduardo Monteiro de Morais Medeiros Aldo Victorio Filho
Suzana Gomes Santos Direção de Produção | Production Director Impressão | Printing
Programa de Pós-graduação em Artes da UERJ
Rodrigo Andrade Gráfica Koloro
Coordenador pró-tempore | Coordinator pro tempore
DIRETORIA EXECUTIVA / EXECUTIVE BOARD Maurício Barros de Castro
Diretora Presidente / President Director Gestão de Projeto | Project Manager Agradecimentos | Acknowledgements
Coordenação | Coordinator
Suzana Gomes Santos Lucas Lins Aldones Nino
Sheila Cabo Geraldo
Bernardo Scudiere Andrea Villanova
Vice-coordenação | Vice-coordinator
Assistente de Artista | Artist Assistent Cristina Adam Salgado Guimarães Carlão
Diretor / Director Thiago Antônio Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Editora da UERJ Geraldo Garcia
Sara Crosman
Editor Executivo | Executive Editor Horacio Inchausti
Revisão de Textos | Proofreader
João Feres Júnior Instituto de Artes da UERJ
Rosalina Gouveia
CULTURA / CULTURE Jair Cruz
Projeto Gráfico e Tratamento de Imagem | Graphic Design Mauro Teixeira Paulo Junior
Gerência Executiva de Cultura / Culture Executive Management Versão para o Inglês | Translator
and Image Processing Programa de Pós-graduação em Artes da UERJ
Roberto Guimarães Márcio Pinheiro
Nemer Fornaciari Design Roberto Guimarães
Gerência de Cultura / Culture Management Identidade Visual | Visual Identidy Vicente de Mello
Revisão de Texto | Proofreader Wilton Montenegro
Victor D’Almeida Nemer Fornaciari Design
Natalia Francis Zach Poff
Produção de Artes Cênicas e Visuais / Impressão | Printing Office Zalinda Cartaxo
Versão para o inglês | English Translator
Visual Arts e Scenic Arts ou Performing Arts Ultraset
Aïcha Barat Agradecimentos especiais | Special Acknowledgements
Zelia Peixoto
Thiago Amaral Alberto Saraiva
Assessoria de Imprensa | Press Relations
Elmar Aquino Rodrigo Andrade
Produção LabSonica / Labsonica Production Frase Comunicação
Yuri Chamusca
Sinalização | Labels and Intro Panel DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Patrocínios Culturais / Cultural Sponsorships Ginga Design Todos os esforços foram feitos para encontrar e contatar os
Luciana Adão D395 detentores dos direitos das imagens. | Every effort has been
Joseph Andrade Programa Live Video Delay | Live Video Delay Program made to trace and contact copyright holders.
Denise Cathilina : fotografia expandida / organização Alberto
Zach Poff Saraiva ; [textos Alberto Saraiva ... et al. ; tradução Aicha Barat e
Museologia / Museology Thiago Amaral]. – 1. ed. – Rio de Janeiro : AREA27 : EdUERJ,
2020.
Bruna Cruz Execução e Montagem | Set Design & Build 163 p. : il. (algumas color.) ; 25,5 cm. – (Coleção Arte &
Leyanne Azevedo Mário Costa | Claquete Tecnologia)