Os Sentidos Internos
Os Sentidos Internos
Os Sentidos Internos
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO SEMINÁRIO ANTROPOLÓGICO
INSTITUTUM SAPIENTIAE
ANÁPOLIS
25 de outubro do 2016
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RESUMO
ABSTRAC
The mystery of mam has given rise to many questions throughout history, for within
this mystery “is contained an entire micro universe difficult to understand because we
are image and likeness of GOD” (Marcilio Ficino). This essay is dedicated to a detailed
inquiry concerning the psychological life of mam, characterized by the interior senses
(common sense, imagination, cognitive and memory), and its respective descriptions,
found in various authors of Philosophical Anthropology and saints of the Catholic
Church. The purpose of this essay is to give lights on man’s interior life, little know in
modern day’s society which bases its knowledge exclusively on the exterior senses as
can be seen in the ideologies of Positivism and Empirism.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................5
2. OS SENTIDOS INTERNOS................................................................................................6
4. IMAGINAÇÃO OU FANTASIA..........................................................................................9
5. ESTIMATIVA OU COGITATIVA......................................................................................12
6. A MEMORIA.................................................................................................................14
7. CONCLUSÕES...............................................................................................................17
8. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................18
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1. INTRODUÇÃO
2. OS SENTIDOS INTERNOS
Os sentidos externos nos permitem obter informações respeito as coisas sensíveis
próprias ou comuns. Porém a experiência manifesta que nossa atividade de
conhecimento sensível se estende para além de esta percepção imediata dos objetos;
este alcance em um nível superior do conhecimento das coisas precisa de certas
faculdades fora dos sentidos externos conhecidos como os sentidos internos (GARDEIL,
2013, p.68).
“Um exemplo prático do sentido comum o observamos quando num torrão de açúcar,
distinguimos o branco do doce e o referimos ao mesmo objeto. Porém, para comparar, há que
provar os dois termos. Mas isto nenhum sentido particular pode fazê-lo; a visão distingue o
branco e o vermelho, porque são dois cores, mas não o branco e o doce, porque ela não
experimenta o doce; igualmente o gosto distingue o doce e o salgado, mas não o doce e o
branco, porque não percebe os cores. Por conseguinte, temos que admitir no homem uma
função única que experimenta as diversas sensações e compara-las. Esta função se chama
sentido comum” (VERNEAUX, 1988, p.66, tradução nossa).
saber que esta unificação não é feita só pelos sentidos externos, de maneira insolada,
nem tampouco é a inteligência que o realiza primeiramente, já que tal distinção e
unificação ocorre também nos animais privados de inteligência e nas crianças em que
ainda não está desenvolvida a inteligência, por exemplo diante de um liquido que
tenha cor mas não gosto de leite, o lactante o rejeita, sinal de que não confunde cor e
gosto. Portanto, é importante admitir um sentido interno, que tenha a função de
distinguir entre as várias sensações externas e unifica-las (CAROSI,1963, p.286).
4. IMAGINAÇÃO OU FANTASIA
A imaginação é o sentido interno que tem por objeto a imagem ou fantasma sensível,
tudo aquilo que é percebido pelos sentidos: cores, formas, odores, sons, resistência,
calor, peso, etc. Tem como função conservar, reproduzir e combinar as imagens das
coisas sensíveis criando mundos fantásticos. É uma função do intelecto porque
representa objetos e é sensível porque seu objeto é concreto. O que distingue a
imagem da sensação é que seu objeto é irreal. A imagem não é a apresentação, mas a
representação de um objeto real, na ausência deste. Porém a alucinação é uma
exceção a este comportamento, a qual é considerada como anormal (VERNEAUX,
1988, p.68, tradução nossa).
memória. Mas difere essencialmente da memória porque, esta tem por objeto os
estados de consciência antigos, enquanto a imaginação tem como objeto as
imagens sensíveis, não enquanto elas foram a tal época de meu passado, mas as
imagens em si mesmas.
A imaginação guarda e conserva; Atesoura as impressões dos sentidos externos e
do senso comum. Esta faculdade é necessária ao animal, como o explica Santo
Tomás “Deve-se ter presente que para a vida do animal perfeito se precisa no
somente que perceba a realidade presente sensível, mas também a ausente. Isto
se observa quando os animais de movimento progressivo se movem para conseguir
o ausente que já tem percebido. Por tanto, é necessário que o animal, a través da
alma sensitiva, receba não só as coisas sensíveis em quanto estão presente, senão
que as guarde e as conserve”. Do ponto de vista metafisico a conservação das
imagens se origina pela sensação que o sujeito recebe dando uma forma a esta,
porém quando a sensação cessa esta forma permanece (VERNEAUX, 1988, p.69,
tradução nossa).
2. Reprodução ou criação: Consiste em tomar consciência da forma conservada, ou
mais exatamente, construir uma imagem. Esta é a função mais notória, e por ela
recebe o nome de fantasia, a qual realiza modificação das imagens. Porem ela tem
seus limites:
a. Limite de origem: nasce e se nutre da sensação externa; por isso a pessoa que
nasce cega jamais poderá imaginar as cores; é uma reprodução semelhante a
sensação.
b. Limite de termino: não poder ir mais além do sensível, transcendendo a formas
superiores de conhecimento; Por mais que estude os seus conteúdos, nunca
passará de imaginar cores, sons, odores, figuras, etc. Escreve São João da Cruz:
A razão de isto é porque a imaginação não pode fabricar nem imaginar coisas
fora das que os sentidos exteriores tem experimentado; mesmo a pessoa
imagine palácios de pérolas e montes de ouro é porque tem visto ouro e
pérolas em verdade (São João da Cruz, 2002, p. 225).
c. Limite da razão: se a imaginação é criadora, é por brotar da natureza racional;
por isso não há indícios que está se encontre nos animais. A razão por controlar
e dirigir a imaginação, limita sua espontaneidade.
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Uma das manifestações mais notáveis da imaginação criadora é o sonho. Não porque
atue mais que na vigília, levada pelo entendimento (na arte, no discurso, etc.), senão
porque no sonho seu desenvolvimento é mais simples e mais especifico. Ao finalizar o
exercício sensorial e o controle da mente, a imaginação reproduze y cria com maior
autonomia e exclusividade. No sonho a imaginação produz combinações mais o menos
fantásticas.
Nem mesmo a ciência pura deixa de se beneficiar da criação imaginativa, uma vez
que as grandes hipóteses cientificas são ante todo fruto de uma imaginação, que
reconstrói de alguma forma a natureza, segundo um plano antecipado, que a
experiência deverá posteriormente confirmar ou invalidar (JOLIVET, 1995, p. 151).
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Todos este perigos podem surgir. Mas não é necessário, contudo, atribui-los à
imaginação pura e simples, mas antes a uma imaginação disgregada e mal utilizada.
Uma viva imaginação é sempre uma riqueza, sob a condição de ser bem governada.
Por isso, aquele que, após verificar quaisquer desvios da imaginação, se aplicasse a
arruinar o impulso dessa faculdade, se assemelharia ao cirurgião que quisesse cortar as
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pernas de um doente, sob o pretexto de que ele sofre de reumatismo. Não se trata de
amputar mas de curar (JOLIVET, 1995, p. 159).
5. ESTIMATIVA OU COGITATIVA
Chama-se assim o elemento de conhecimento, no qual está implicado o instinto
(tendência ao saber-fazer inato) e o apetite natural (tendência inata). O saber-fazer é a
estimativa.
Esta faculdade é admitida como distinta dos sentidos externos e da imaginação porque
se observa que o animal procura ou foge de algumas coisas, não porque sejam boas ou
más de sentir (azedo, doce, etc.), mas por causa de sua utilidade e nocividade, não
percebida por esses sentidos; A ovelha foge do lobo, não porque a sua cor lhe
desagrada, mas porque tem o “pressentimento” se sua malignidade, e o passarinho
que constrói o ninho escolhe uma palhinha, não porque lhe agrada a vista, mas porque
“percebe” que pode server como elemento do seu ninho.
6. A MEMORIA
Frequentemente se confunde a memória com a imaginação. A memória é a faculdade
de conservar e de reproduzir imagens. Mas o que especifica a memória é o seu objeto
formal, ou seja o passado. Ela é o conhecimento do passado como tal.
Seu ato próprio é o reconhecimento das lembranças, ou a lembrança como tal, quer
dizer, uma imagem enquanto referida ao passado (VERNEAUX, 1988, p.73, tradução
nossa).
2. A memória de ideias: é essencial, não tentar apreender nada de cor que não
tenha sido, de início, perfeitamente compreendido, a fim de ajudar a memória
verbal pela memória de ideias, que é evidentemente a mais importante. O
melhor meio de reter as coisas é ligá-la segundo sua ordem natural.
3. O método dos conjuntos: se apreende mais facilmente se desde o início se tem
ligado as ideias dos sentimentos, das imagens, coisas que podem ser vistas em
conjunto e não em fragmento.
4. O concurso das diversas memórias: para fazer dar a memória todo os seu
rendimento, é bom apelar as diversas memórias: Memoria visual, das palavras
lidas, memória auditiva das palavras ouvidas, memória das imagens evocadas,
memória dos gestos realizados.
5. O esquecimento auxiliar da memória: Se deve aprender a esquecer. A
memória não deve ser embaraçada para que permaneça alerta e fresca, é
necessário que as lembranças sejam agregadas a algumas ideias fundamentais
e muito gerais, e tudo o que for inútil ser rejeitado e esquecido.
A educação da memória não é fácil por falta de experiência. Geralmente se
quer reter todo porque não sabemos classificar as ideias. Aprender a esquecer
é, então, apreender a pôr ordem nas lembranças (JOLIVET, 1995, p. 161).
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7. CONCLUSÕES
8. BIBLIOGRAFIA
- AQUINO, Tomás (S.th). Suma Teológica. Parte I. Questão 78. 4. Ed. BIBLIOTECA DE
AUTORES CRISTIANOS: Madrid, 2001.
- AQUINO, Tomás (S.th). Suma Contra os Gentios. Volumem II. 1. Ed. CO-EDIÇÃO:
Porto Alegre, 1990.
- CAROSI, Paulus. Curso de Filosofia. 1. Ed. EDIÇÕES PAULINAS: São Paulo, Brasil, 1963.
- GARDEIL, Heri-Dominique. Iniciação à Filosofia de São Tomás de Aquino. 1. Ed.
PAULUS: São Paulo, Brasil, 2013.
- JOLIVET, Régis. Curso de Filosofia. 19. Ed. Livraria AGIR Editora: Rio de Janeiro, 1995.
- São João da Cruz. Obras completas. 7. Ed. VOZES: Petrópolis, 2002.
- VERNEAUX, Roger. Filosofía del hombre. 10. Ed. EDITORIAL HERDER: Barcelona,
España, 1988.