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INTELIGÊNCIA

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INTELIGÊNCIA

INTELIGÊNCIA - “é uma capacidade mental muito geral que, entre outras coisas, implica na
habilidade para raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de maneira abstrata, e
aprender da experiência. Não se pode considerar um mero conhecimento enciclopédico, uma
habilidade acadêmica particular ou uma destreza para resolver um teste. Entretanto, reflete
uma capacidade mais ampla e profunda para compreender o ambiente – perceber, dar
sentido às coisas, ou imaginar o que deve ser feito” (Gottfredson, 1997, p.13)

É um constuto psicológico amplo, ubíquo, estável e de suma importância para a qualidade de


vida das pessoas (Lubinski, 2004)

CATTELL (1941, 1971) – TEORIA Gf-Gc;


Inteligência fluida (Gf): raciocínio geral que é base potencial da aprendizagem;
Inteligência cristalizada (Gc): investimento de Gf em experiências de aprendizagem
cristalizadas soba forma de conhecimento, as quais, subsequentemente, transformam-se em
potencial para aprendizagens mais complexas (denominada teoria do investimento);

HORN (1991) – estudante de Catell, elaborou ainda mais esse modelo, propondo em mais
subfatores;

CARROLL (1993) – Teoria dos Três Estratos


Modelo-síntese hierárquico que buscou reunir os achados mais importantes e clássicos nos
estudos acerca da estrutura da inteligência em três níveis:
1. 65 fatores específicos
2. Domínios mais amplos do conhecimento
3. Fator geral

TEORIA CATELL-HORN-CARROL DE INTELIGÊNCIA (CHC) – visão hierárquica multidimensional


das habilidades cognitivas, sendo considerada com uma das mais complexas descrições da
inteligência disponíveis; áreas amplas do funcionamento cognitivo, processamento cognitivo e
domínios do conhecimento;
1. FATOR G – proposto por Spearman (1904), de modo a representar a existência de uma
associação geral entre todas as habilidades cognitivas;
2. 10 FATORES AMPLOS
a. Funcionamento cognitivo: inteligência fluida, memória operacional,
armazenamento e recuperação de memória de longo prazo, velocidade de
processamento, rapidez de decisão);
b. Processamento cognitivo: processamento visual, auditivo e motor;
c. Domínios de conhecimento: conhecimento quantitativo, inteligência
cristalizada, leitura e escrita e conhecimento específico;
3. 70 FATORES ESPECÍFICOS
INTELIGÊNCIA COMO PROCESSO: CAPACIDADES GERAIS
Processos gerais que operam em praticamente todas as atividades intelectuais;
INTELIGÊNCIA FLUIDA (Gf)

Capacidade geral ligada ao controle da atenção para executar processos básicos de


percepção de relações entre itens de informação para formar conceitos, classificar, inferir
regras e generalizar;
Base do raciocínio lógico.
Percebida muitas vezes como a capacidade de resolver problemas novos, para os quais não
há informações memorizadas prontamente disponíveis, sendo necessário formular novo
conhecimento;
Capacidade de aprender;

Os testes que costumam ser usados para medi-la:


1. RACIOCÍNIO DEDUTIVO, em que as tarefas apresentam regras, premissas e
condições declaradas e requerem que os sujeitos estabeleçam processos
sequenciais de combinação dessas premissas para chegar à solução para o
problema;
2. INDUÇÃO, em que requer que os sujeitos descubram regras, conceitos, processos,
tendência, pertinência a uma classe que governa um problema e sua aplicação para
descobrir a resposta;
3. RACIOCÍNIO QUANTITATIVO, raciocinar de maneira indutiva e dedutiva sobre
conceitos que envolvem relações e propriedades matemáticas.
MEMÓRIA (Gsm e Glr)

Quatro grupos de tarefas correntes em teste de inteligência, em função dos processos


cognitivos comuns, reconhecendo a natureza multimodal desse construto
 Memória primária (de curto prazo) – armazenamento de informação por curtos
períodos de tempo e com espaço limitado;
 Memória secundária (de longo prazo) – armazenamento das informações
aprendidas para posterior recuperação

Memória de armazenamento (Gsm) – codificar, manter e transformar a informação na


memória imediata;
1. Armazenamento simples: exige que o sujeito armazene e reproduza determinada
sequência sem transformações
2. Memória operacional (WM) – controlar a atenção para executar transformações nas
informações armazenadas, de maneira a evitar que a atenção seja dirigida para
estímulos distratores que competem pela atenção; mais complexa e envolve
também as funções executivas, as quais são entendidas como processos mais gerais
de raciocínio;

Armazenamento e recuperação de informações (Glr, eficiência de aprendizagem) –


habilidade de estocar informações e fortalecer seu registro na memória secundária e à
capacidade de recuperá-la posteriormente (podendo ser em um intervalo de minutos ou
anos);
 O aspecto fundamental dos testes Glr envolve o fato de que as informações
fornecidas estão em número superior à capacidade de armazenamento ou
permanecem tempo suficiente até que sejam esquecidas ou substituídas por outras
informações. Dessa forma, seu registro só é recuperado de modo efetivo se tiverem
sido deslocadas à memória secundária e, depois, em um segundo momento, quando
requerido pelo examinador, restauradas à memória primária.

Fluência de recuperação (Glr) – facilidade em recuperar, por associação, itens armazenados


na memória de longo prazo;
 Envolve testes de pensamento divergente e produção de ideias (fluência associativa,
originalidade, fluência de palavras), com frequência utilizados na avaliação da
criatividade;
VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO (Gs)

Habilidade de realizar tarefas cognitivas simples e repetitivas de forma rápida e fluente;


Considerada secundária quando comparada a Gf e Gc;
Importante preditor de desempenho durante a fase de aprendizado e aquisição de novas
habilidades, visto que, quanto mais rápido for o processamento, mais recursos de
processamento sobrarão para processos adicionais.
Avaliada através de tarefas/situações em que há um intervalo fixo definido para que a
pessoa execute o maior número possível de tarefas simples e repetitivas.

RAPIDEZ DE DECISÃO (Gt)

Velocidade de reagir, tomar decisões ou realizar julgamentos em tarefas que envolvem


processamentos mais complexos, apresentadas uma de cada vez;
Reação rápida a um problema envolvendo processamento e decisão (imediaticidade);
Diferente da velocidade de processamento, não só o tempo de reação é importante, mas
também sua consistência.
VELOCIDADE PSICOMOTORA (Gps)

Velocidade e fluidez com que os movimentos físicos do corpo podem ser realizados, em
geral envolvendo partes do corpo (braços, pernas, dedos, articulação vocal), por exemplo,
em atividades de escrita;
A velocidade de batida dos dedos tem sido foco de interesse da neuropsicologia, com a
finalidade de avaliar um possível desempenho desigual nas mãos direita e esquerda.

INTELIGÊNCIA COMO CONHECIMENTO: CONHECIMENTO ADQUIRIDO


Envolvem fatores culturais (disponibilidade ambientes ricos, setores familiares e sociais,
entre outros), consolida estruturas na memória que são chamadas de inteligência
cristalizada;
Indicam as característica individuais em relação à riqueza e à extensão das informações
armazenadas na memória de longo prazo;
INTELIGÊNCIA CRISTALIZADA (Gc)

Extensão e a profundidade de domínio dos conhecimentos e dos comportamentos que são


valorizados por determinada cultura; impossível avaliar de forma independente da cultura.
Associada ao conhecimento declarativo (fatos, ideias, conceitos) e ao conhecimento
procedimentos (raciocinar com procedimentos aprendidos previamente para transformar o
conhecimento).
Influenciada por fatores como: experiência, educação e oportunidades culturais
No geral não demanda intensa concentração, mas somente conhecimento geral, pois se
espera que a maior parte das pessoas tenha uma chance razoável de ter sido exposta à
informação.
CONHECIMENTO DE DOMÍNIOS ESPECÍFICOS (Gkn)

Profundidade, amplitude e domínio de um tipo de conhecimento especializado (aquele que


não se espera que todos os indivíduos tenham);
Costuma ser adquirido mediante demandas específica de determinada profissão, hobby ou
outros tipos de interesses, como religião ou esportes;
Influenciado por variáveis situacionais e individuais, ligadas a fatores de personalidade, tais
como abertura a experiências e engajamento intelectual;
LEITURA E ESCRITA (Grw)

Amplitude e profundidade de conhecimento relacionadas à linguagem escrita;


 Decodificação da leitura (identificar palavras em um texto);
 Compreensão da leitura (compreender o discurso escrito);
 Velocidade de leitura (rapidez com que o indivíduo consegue ler e compreender um
texto);
 Soletrar;
 Uso do português (conhecimento de regras de pontuação, emprego de vocabulário);
 Habilidade escrita (comunicar claramente suas ideias por meio do texto);
 Velocidade de escrita (copiar e gerar textos com rapidez);
Pessoas com dificuldade nessa área em geral não conseguem compreender textos ou
comunicar-se de forma clara.
Quando os testes de avaliação da capacidade de leitura e escrita são administrados, mede-
se muito mais do que somente essa habilidade: Inteligência cristalizada, memória de curto e
longo prazo;
CONHECIMENTO QUANTITATIVO (Gq)

Amplitude e profundidade do conhecimento relacionado à matemática;


 Símbolos matemáticos
 Operações (adição, subtração, divisão e multiplicação);
 Procedimentos computacionais (fração);
 Comportamentos relacionados (como usar a calculadora ou um software de
matemática);

CAPACIDADES SENSÓRIO-MOTORAS (DEPENDENTES DE DOMÍNIO)


Habilidades associadas a modalidades sensoriais, relacionadas a regiões bem definidas e ao
funcionamento do córtex cerebral
PROCESSAMENTO VISUAL (Gv)

Habilidade de gerar, perceber, armazenar, analisar, manipular e transformar imagens visuais


para resolver problemas;
Envolve diferentes aspectos do processamento de imagens (geração, transformação,
armazenamento e recuperação);
Avaliação: representação e transformação mental de imagens (ex: imaginar um objeto sob
outra perspectiva); resolução de problemas de natureza visuoespacial (ex: como fazer uma
parte grande de um móvel passar por uma porta estreita);
PROCESSAMENTO AUDITIVO (Ga)
Habilidade de detectar processos que envolvem, principalmente, informação não verbal em
forma de som;
Envolve o uso de informações sensoriais capturadas pelo ouvido, às vezes muito tempo
depois de um som ter sido escutado;
 Codificação fonética (distinguir fonemas);
 Discriminação de sons da fala (detectar e discriminar diferenças entre os sons da
fala em casos de pouca ou nenhuma distração ou distorção);
 Resistência à distorção do estímulo auditivo (escutar corretamente as palavras
mesmo em condições de distorção ou ruído alto de fundo);
 Memória de curto prazo para padrões sonoros (tais como tom, padrões de tons e
vozes);
 Manutenção e julgamentos de ritmos (reconhecer e manter um ritmo musical);
 Discriminação e julgamento musical (relativo a melodia, harmonia e aspectos
expressivos, tais como tempo, fases, variações de intensidade);
 Ouvido absoluto (habilidade de identificar perfeitamente os tons);
 Localização do som (habilidade de localizar os sons no espaço.
PROCESSAMENTO OLFATIVO (Go)

Habilidade para detectar e processar informações significativas em relação a odores;


Não se refere à sensibilidade do sistema olfativo, mas sim à cognição processada a partir do
que o nariz é capaz de aprender;
 Memória olfativa,
 Habilidades específicas de odor;
 Identificação e detecção de odores;
 Nomeação de odores;
 Imaginação olfativa;
Aplicações clínicas envolvem testes de cheiro ou de acuidade sensorial olfativa.
PROCESSAMENTO TÁTIL (Gh)

Habilidade para detectar e processar informações significativas nas sensações táteis;


Não se refere à sensibilidade ao toque, mas à cognição ou à interpretação das sensações
que envolvem o tato;
 Visualização tátil (identificação de objetos via apalpamento);
 Localização tátil (onde foi tocado);
 Memória tátil (lembrar onde foi tocado);
 Conhecimento de texturas (por meio da nomeação de superfícies, texturas e tecidos
ao toque);
 Sensibilidade tátil (habilidade de fazer discriminações finas em sensações táteis);
Avaliação: pode-se citar a colocação simultânea de dois objetos na pele, devendo o
indivíduo perceber, separadamente, cada um dos pontos, assim como o momento em que
eles estiverem juntos;
HABILIDADE CINESTÉSICA (Gk)

Possibilita detectar e processar informações significativas sobre sensações proprioceptivas


(detectar posição dos membros e movimentos via proprioceptores, órgãos sensoriais
presentes nos músculos e nos ligamentos que detectam o alongamento);
Muitas vezes é confundida com habilidade para dança;
Pode ser avaliada por meio da capacidade de inferir características de objetos, tais como
noção de quantidade de força necessária nos membros para mover objetos de acordo com
seu tamanho, peso e distribuição de massa.
HABILIDADE PSICOMOTORA (Gp)
Execução de movimentos corporais e físicos, tais como movimento dos dedos, das mãos e
das pernas com precisão, coordenação e força.
 Força estática (de exercer força muscular para mover um objeto móvel ou pesado);
 Coordenação multimembros (fazer movimentos motores específicos ou discretos
com os braços e as pernas);
 Destreza dos dedos (fazer movimentos precisos e coordenados com a mão ou com a
combinação mão-braço);
 Estabilidade braço-mão (usar de modo preciso e coordenado no espaço);
 Precisão de controle (executar movimentos de resposta ao feedback ambiental);
 Pontaria (habilidade de executar uma sequência de movimentos que exijam
coordenação olho-mão);
 Equilíbrio (manter o corpo na posição vertical);
Avaliada pelos neuropsicólogos com o intuito de buscar sinais de desempenho irregular
entre a mão direita e a esquerda, como indicativos de lesão cerebral. Identificar a destreza
manual para trabalhos específicos, assim como medida da regularidade do funcionamento
motor.

Em resumo, a psicologia atualmente concebe a inteligência enquanto um construto


multidimensional, constituído por, no mínimo, 16 capacidades amplas. Há uma relação entre
todas essas capacidades emergindo de um fator geral.

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