Tecnica de Expressão

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Arquidiocese de Nampula

Região Pastoral da Cidade

Paróquia de Santa Isabel

Comissão Paroquia de Comunicação Social – CCS

Formação dos membros da CCS em Matéria de Técnicas de expressão e comunicação em


Publico.

Comunicação

A comunicação consiste na transmissão de conteúdos entre duas entidades. Não dizemos que,
neste processo de transmissão, estão necessariamente envolvidos seres humanos porque os
animais também comunicam (recorde-se as “danças” das abelhas, a “linguagem” dos golfinhos e
das baleias, e o ladrar dos cães, entre muitos outros exemplos).

1- Qual seria a diferença existente entre Comunicar e informar?

O significado etimológico da palavra comunicar era “pôr em comum, dividir, partilhar”. E, de


facto, há comunicação sempre que um indivíduo partilha com outro(s) um determinado
conteúdo.
A comunicação é uma actividade essencial para a vida em sociedade. Não é verosímil que
pudéssemos sobreviver, quer enquanto indivíduos, quer enquanto comunidades, se não houvesse
qualquer tipo de comunicação entre os seres humanos.
A narrativa bíblica da torre de Babel evidencia que a falta de comunicação (verbal, nesse caso)
inviabiliza a consecução de projectos que exigem a cooperação dos seres humanos. Dada a
desmedida ambição dos homens (pretendiam construir uma torre que atingisse o céu, para, desse
modo, se igualarem a Deus), o castigo divino consistiu em fazer com que cada homem falasse
uma língua diferente, impedindo que atingissem o seu objectivo justamente porque ficaram
impossibilitados de comunicar entre si.
A comunicação verbal (ou seja, a comunicação que se efectiva com recurso às línguas naturais,
como o português, o inglês, o francês, etc.) constitui, sem dúvida, a forma de comunicação mais
importante nas sociedades humanas, quer em termos quantitativos (por constituir o modo de

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comunicação mais frequente e mais comum), quer em termos qualitativos (devido à
extraordinária riqueza e complexidade dos conteúdos que permite comunicar).

Todavia, além da comunicação verbal, há muitas outras formas de os seres humanos


transmitirem informações, seja de modo intencional, seja involuntariamente: por gestos ou outro
tipo de sinais (como os do código da estrada, as bandeiras na praia ou o código morse), mas
também pela expressão facial, pela postura do corpo, pela roupa que se veste, pelo corte de
cabelo e penteado que se usa, etc.

2- Quais são os elementos principais para que haja uma comunicação?

Esquema dos elementos de Comunicação

Claude Shannon (1916-2001) e Warren Weaver (1894-1978)

Todos os actos comunicativos evidenciam dois aspectos: o conteúdo e a relação


Quando comunicamos verbalmente, dirigimos um conjunto de informações ao nosso
interlocutor. Mas, além dessas informações, comunicamos algo mais: comunicamos também o
modo como percepcionamos a relação que mantemos com ele.
Se damos uma ordem, comunicamos que, naquela situação pelo menos, sentimo-nos em posição
de exigir do interlocutor que nos obedeça. Pelo contrário, se fazemos um pedido, comunicamos
que, apesar de pretendermos que ele faça algo, não estamos em posição de o exigir. O uso de

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formas de tratamento (como tu, você, a senhora, senhor doutor, vossa excelência, etc.) revela
também o tipo de relação (simétrica ou não) que os dois interlocutores mantêm entre si.
Qualquer acto comunicativo manifesta, portanto, mais informações do que as que são
literalmente comunicadas na mensagem transmitida. No próprio acto comunicativo, o
locutor evidencia igualmente o tipo de relação que (julga que) mantém com o seu
interlocutor.
Comunicação não verbal
Quando falamos de comunicação não-verbal referimo-nos a todos os sinais que são não-verbais,
isto é, aos sinais não-linguísticos.

Tipos de comunicação não verbal

Contacto físico
Tocar no interlocutor indicia que se trata de alguém com quem se tem uma relação de amizade
ou de alguma familiaridade. Por outras palavras, a proximidade física decorre da proximidade da
relação que os interlocutores mantêm.

Orientação
O modo como dispomos o corpo relativamente ao nosso interlocutor, durante uma conversa,
também pode ter um significado. O caso mais extremo parece ser o de virar as costas a um dos
interlocutores quando se está a falar em grupo. Sinal de que não se está interessado em ouvir nem
em falar com aquele interlocutor, esta atitude é frequentemente interpretado como um acto de má
educação ou, pelo menos, de falta de polidez.
Aparência
O modo como usamos o cabelo e como nos vestimos é também significativo. Uma aparência
punk, com cabelos em forma de crista e com vestuário predominantemente de cor preta, parece
indicar valores de rejeição relativamente à sociedade moderna (de tipo ocidental) em que
vivemos. Usar fato e gravata, ou roupa de uma marca prestigiada e cara, ou uma jóia sofisticada
são formas de evidenciar (voluntariamente ou não) um determinado estatuto social.

Movimentos da cabeça
Os movimentos mais comuns são o de acenar (afirmativamente, revelando concordância) ou de
abanar a cabeça (negando ou discordando do que está a ser dito).

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Expressão facial
Um maior grau de abertura dos olhos, acompanhado de um movimento das sobrancelhas, pode
revelar surpresa ou medo, por exemplo. Juntamente com os olhos, também a boca pode revelar
um conjunto de sentimentos, desde a alegria à tristeza e à decepção.
Gestos
Quando falamos, raramente estamos completamente imobilizados. O mais comum é mexermo-
nos e gesticularmos com as mãos e os braços. Esses gestos podem ter os mais diversos
significados: apontar uma direcção ou uma pessoa ou um edifício (com o braço estendido e o
dedo indicador esticado); manifestar alegria por encontrar alguém (abrir os braços manifestando
vontade de dar um abraço); acenar cumprimentando (com a mão aberta e levantada); etc.
Postura
A postura diz respeito ao modo como nos apresentamos enquanto falamos com alguém: podemos
apresentar-nos de um modo mais rígido ou tenso, ou de um modo mais relaxado ou descontraído.
O grau de formalidade das situações (uma cerimónia religiosa é mais formal do que um encontro
com amigos) e o relacionamento (mais ou menos familiar) com os nossos interlocutores são dois
factores que contribuem para determinar o tipo de postura que se tem.

Movimento dos olhos e contacto visual


É frequente “lermos” mensagens nos olhos do interlocutor. Daí a máxima segundo a qual os
olhos são o espelho da alma.
O movimento dos olhos e o contacto visual não devem ser perspectivados como sinais isolados,
mas analisados em conjunto com a expressão facial, de que os olhos são, possivelmente, os
maiores responsáveis.
Aspectos não-verbais do discurso
Vejamos de que modo três aspectos não-verbais do discurso – a velocidade de dicção, o sotaque
e a (in)correcção gramatical – são susceptíveis de ser interpretados.
Uma maior velocidade de dicção (ou seja, uma maior velocidade na articulação das palavras e
das frases) pode indicar nervosismo ou excitação do locutor. Por outro lado, o sotaque é,
frequentemente, revelador do local de origem do falante. Refira-se, finalmente, que a (in)
correcção gramatical atestada nos enunciados de quem fala pode indiciar tratar-se de uma pessoa
com um grau de instrução elevado (ou baixo).

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Estes aspectos da comunicação não-verbal raramente são interpretados de modo isolado. O
contacto físico e os gestos, a proximidade entre os falantes e a orientação de um relativamente ao
outro, a expressão facial e o movimento dos olhos/contacto visual constituem exemplos de tipos
de sinais não-verbais que parecem funcionar em conjunto para evidenciar determinados
significados.

Referências Bibliográficas

Paulo Nunes da Silva. (2012). MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E


COMUNICAÇÃO II.

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