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revisão de literatura

Sífilis: aspectos clínicos, transmissão,


manifestações orais, diagnóstico e
tratamento

RESUMO
A sífilis é uma doença que pode ser transmitida de diversas maneiras, mas as mais Yuri Kalinin*
frequentes são por contato sexual desprotegido ou verticalmente pela mãe contaminada André Passarelli Neto**
para o seu feto. Todas as suas fases podem apresentar manifestações orais, sendo uma
Dulce Helena Cabelho Passarelli***
doença de grande importância para o cirurgião-dentista, visto que essas manifestações
são de atribuição diagnóstica e podem ser confundidas com outras enfermidades.
Quanto mais rápido o diagnóstico, seja pelo cirurgião-dentista ou pelo médico, melhor * Aprimorando de Odontologia Estomatolo-
é o prognóstico do paciente. As alterações mais frequentemente observadas em boca gia e Oncologia na Universidade Metodista
são o cancro duro, as placas mucosas e as gomas, além dos incisivos de Hutchinson de São Paulo, UMESP
e molares em amora no caso de sífilis congênita. O melhor fármaco disponível hoje
** Mestre, Coordenador do curso de
para o tratamento da sífilis é a penicilina benzatina, sendo as suas doses e intervalos
definidos pela fase em que se encontra o paciente. A prevenção da doença e o controle Odontologia do Centro Universitário das
do paciente devem ser feitos com aconselhamento sobre práticas sexuais seguras, e o Faculdades Metropolitanas Unidas, FMU
profissional de saúde que for examiná-lo deve estar atento às normas de biossegurança, *** Mestre, Professora da Universidade
pois as lesões das primeiras fases são altamente contagiosas. Uma atenção especial Cidade de São Paulo nas disciplinas de
tem que ser dada às gestantes, visto que pode ocorrer a transmissão vertical da
Estomatologia e Patologia Geral e Bucal.
doença, a é totalmente passível de tratamento. A sífilis é uma doença curável, e por
isso, é dever dos profissionais de saúde conhecerem suas manifestações, como fazer UNICID e Coordenadora do Curso de Pós-
seu diagnóstico e como deve ser o tratamento adequado. -graduação Latu Sensu em Estomatologia
Palavras chave: sífilis, manifestações orais, diagnóstico, protocolos clínicos, controle do Centro Universitário SENAC
Submetido em: 22-4-2016
ABSTRACT
Aceito em: 28-10-2016
Syphilis is a disease that can be transmitted in several ways, but the most common are
by unprotected sex or vertical transmission from infected mother to her fetus. All the
disease stages present oral manifestations, which characterizes it as being of a great
relevance to a dentist, since the disease are manifested in oral cavity the dentist is able
to give an early diagnosis, but it can be confused with other illnesses. The quicker
the diagnosis made either by a dentist or a physician, the better the prognosis. The
most frequently observed oral alterations are: chancre, mucous plaques, and gummas;
in congenital syphilis cases Hutchinson and Mulberry’s molar have been reported
as signs of this disease. Benzathine penicillin is the best available drug for syphilis’
treatment nowadays, and the drug posology is defined by the patient’s disease stage
of evolution. The prevention and control of the disease are made through counseling
regard safe sex habits and the professional treating an infected patient should be
aware of biosecurity protocols, especially if this patient is on the first stages of the
disease, which are the most contagious. Furthermore, special attention should to be
given to pregnant women due to the fact of vertical transmission of the disease to
the fetus, although the disease’s transmission can be treated in this case. Therefore,
syphilis is a curable disease, and health professionals’s responsibility to know the
disease’s manifestations, how to make its diagnosis, and how the treatment should
be approached.
Keywords: syphilis, oral manifestations, diagnosis, clinical protocols, control

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Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento.

1 I N T R O D U ÇÃO

A sífilis é uma doença infecciosa bacteriana que tem como agente etiológico a es-
piroqueta Treponema pallidum. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atinge
12 milhões de pessoas no mundo por ano. A transmissão pode ocorrer de muitas formas
dentre as quais: contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, via hematogênica
e através do contato direto com a mucosa, sangue ou saliva de pacientes infectados, sendo
esses classificados em sífilis adquirida, e transmitida pela mãe infectada para o feto, sendo
classificada como sífilis congênita. O Ministério da Saúde e a OMS porém, preconizam a
classificação de acordo com características clínicas, imunológicas e histopatológicas em
três fases: primária, secundária e terciária. Para fins de tratamento a sífilis é classificada
em recente, com menos de um ano e tardia (OMS). Sem tratamento adequado após a sífilis
secundária, existem dois períodos de latência: um recente, com menos de um ano, e outro
de latência tardia, com mais de um ano de doença1.
Na sífilis primária há uma lesão específica, o cancro duro que surge no local da ino-
culação do agente geralmente três semanas após a infecção, regredindo espontaneamente
em média de duas a seis semanas após o aparecimento, não deixando cicatriz. Localiza-
-se na região anogenital de 90% a 95% dos casos, mas outras áreas também são afetadas
como boca, língua, quirodáctilos e região mamária. Na maioria dos casos o cancro é único,
indolor e acompanhado de enfartamento ganglionar regional (bubão sifilítico). A lesão é
altamente contagiosa. Os testes sorológicos nessa fase podem dar falsos-negativos, mas
o exame em campo escuro auxiliará no diagnóstico. “As técnicas de biologia molecular
também têm sido usadas para detectar o Treponema pallidum, com boa sensibilidade.”2. Na
maior parte dos casos o cancro passa desapercebido.
Na sífilis secundária o T. pallidum se dissemina pelo corpo e os sinais são muito
mais fáceis de serem percebidos, usualmente começa de quatro a dez semanas após o
aparecimento do cancro. Os sinais e sintomas aparecem na pele e mucosas de forma geral,
e são relatados normalmente febre e mialgia. O acometimento em região de palma das
mãos e planta dos pés é muito característico. As lesões podem apresentar-se sob forma de:
- máculas e pápulas de cor eritematosa (roséola sifilítica) na pele, - placas de cor esbran-
quiçada nas mucosas. A resolução espontânea dos sinais se dá em média de três a doze
semanas. “Na face, as pápulas tendem a se agrupar em volta da boca e nariz, simulando
dermatite seborreica”.3
Não havendo tratamento, a sífilis entra num estado de latência, chamado de sífilis
latente que é uma fase geralmente assintomática onde grande parte dos pacientes fica
livre de sinais e de sintomas, mas os resultados sorológicos são positivos. A duração des-
se estágio pode ser de um a trinta anos. 4 Na sífilis latente recente, usualmente os doze
primeiros meses depois da fase secundária, os pacientes afetados são transmissores da
doença. Na sífilis latente tardia a transmissão pelo infectado diminui. 5
Após alguns anos, cerca de 15% a 40% dos pacientes infectados evoluirão para a
sífilis terciária. Essa é a fase mais grave de todas, e a sua lesão característica é a goma,
uma lesão ulcerada, nodular, indolor que leva a grande destruição tecidual, podendo atin-
gir mucosa, tecidos moles, ossos, pele e órgãos internos 4. Quando acomete a região oral,
normalmente afeta a língua ou palato, nesse último pode ocorrer a perfuração, causando a

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Kalinin et al.

comunicação oronasal. Nesse estágio os micro-organismos são inviáveis, podendo ocorrer


raros casos de micro-organismos vivos. 6
Na sífilis congênita, o T. pallidum ultrapassa a barreira placentária normalmente
entre a 9ª e a 16ª semanas de gestação, ou ao nascer o bebê entra em contato com lesões
genitais infecciosas da mãe. A transmissão materna quase sempre resulta em aborto, na-
timorto ou criança com malformações congênitas 6. É dividida em duas fases: - recente,
até dois anos de vida; - tardia, após dois anos. As características clínicas observadas na
sífilis congênita recente são: rinite, rash cutâneo, erupções vesículo-bolhosas, anemia,
hepatoesplenomegalia, eritroblastose, febre, periostite e osteocondrite. 6 Na fase tardia os
sintomas são: danos ósseos, oculares, cerebrais, gomas e a tríade de Hutchinson 4, 7. Para o
reconhecimento da sífilis congênita alguns achados são importantes, são eles: bossa frontal
de Parrot, atresia da maxila, palato ogival, nariz em sela e a tríade de Hutchinson que é
representada pela ceratite intersticial, dentes de Hutchinson e comprometimento do VIII
par de nervo craniano, levando posteriormente a surdez.
Considerando que todos os estágios da sífilis podem apresentar lesões orais, e que
essas são altamente contagiosas, principalmente durante a prática odontológica 4,5,6,8,9. “Os
estudantes que estão se formando no curso de graduação em Odontologia da universidade
estudada não apresentam conhecimento suficiente sobre as DST/HIV/Aids [...]” 10. Dentro
desse contexto, pareceu-nos oportuno a discussão sobre manifestações orais na sífilis.

2 D I S C U S S ÃO

A sífilis ou lues como também é conhecida, por ser uma doença com várias formas
de se manifestar, com grandes períodos de latência e por imitar normalmente outras
doenças, há quem diga que quem conhece sífilis conhece medicina 11. É uma doença com
amplas manifestações sistêmicas e orais, tendo grande importância tanto para a Medicina
quanto para a Odontologia. Não são sabidas suas origens, há historiadores que dizem que
o T. pallidum surgiu entre 16.500 a 5.000 anos atrás. A descoberta do agente etiológico da
sífilis aconteceu em 1905 por Schaudinn & Hoffmann, daí vem o seu nome, que primeira-
mente se chamara Spirochaeta pallida devido ao seu aspecto “pálido” quando observada em
microscópio, mudando no mesmo ano o nome para Treponema pallidum, como é conhecido
até os dias de hoje. Suas reações sorológicas foram descobertas um ano mais tarde, em
1906, por Wassermann e significaram um grande passo no conhecimento da doença.
Com a descoberta da penicilina em 1928 por Alexander Fleming e com o seu pri-
meiro uso como forma de tratamento de uma septicemia em 1941, houve uma mudança
na história da sífilis e de outras doenças bacterianas. Em 1943, Mahoney mostrou que
todos os estágios da sífilis eram sensíveis a penicilina, sendo a droga de escolha para o
tratamento até hoje, não tendo documentado nenhum caso de resistência ao tratamento. 3,12
A transmissão do T. pallidum pode ocorrer de muitas formas, dentre elas a pelo
contato sexual e a transplacentária da gestante infectada para seu filho são as mais fre-
quentes13, mas estudos realizados descrevem a transmissão pelo beijo, quando há cancros
ou lesões secundárias na boca5,6; a transmissão por escovas de dentes compartilhadas com
pessoas infectadas14 ; a transmissão por transfusão de sangue contaminado e tatuagem
(sífilis decapitada), além da transmissão na prática profissional quando não é estabelecida
a correta biossegurança. 3

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Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento.

2.1 S ÍF I L I S P R I M ÁR I A
Na sífilis primária há uma lesão específica, chamada de cancro duro, cancro sifilítico/
luético ou protossifiloma, que se apresenta usualmente como pápula, placa, ou nódulo,
medindo aproximadamente de 1 a 2 cm de diâmetro, geralmente único, aparência de ero-
são ou ulceração, indolor, com bordas de consistência fibrosa, de fundo liso e brilhante.
6,13
Caso esteja localizada nos lábios pode apresentar aspecto crostoso e acastanhado. 3,10
O aparecimento do cancro já foi relatado até no local de extração dentária 15.
Quando o cancro se localiza em boca os locais de predileção são língua, lábios,
mucosa jugal, palato e tonsilas, mas pode acometer qualquer superfície mucosa. É seguido
de adenopatia regional não supurativa, móvel, indolor e múltipla, podendo ser dolorosa
quando há uma infecção secundária. 2,4 São muitas as variações do tempo de aparição do
cancro duro (10 a 90 dias), mas a OMS e o Ministério da Saúde preconizam uma média
de 21 a 30 dias após a inoculação do T. pallidum para a aparição do mesmo.
É uma lesão extremamente infecciosa e altamente rica em treponemas que podem
ser visto em microscópio em campo escuro, mas como na região oral encontram-se outros
treponemas, o diagnóstico através desse exame pode dar falso-positivo13. O diagnóstico
por campo escuro não é indicado por poder contaminar o realizador do exame5. Mas com
a correta biossegurança o contágio é nulo 10.
O diagnóstico através de exames sorológicos não treponêmicos nessa fase normal-
mente dá falso-negativo, vindo a positivar-se ao final da fase ou apenas na próxima fase.
Os testes sorológicos específicos (treponêmicos) se positivam em média 4 a 8 dias após o
aparecimento do cancro. Métodos de biologia molecular, como a PCR (Polymerase Chain
Reaction), têm sido usados para detecção de antígenos treponêmicos na sífilis primária
com alta sensibilidade e especificidade. 2,5,16 O exame histopatológico frequentemente revela
infiltrado inflamatório crônico, predominantemente plasmocitário e micro-organismos po-
dem ser detectados através do método de pesquisa direta com material corado. Dentre os
diagnósticos diferenciais para o cancro, destacam-se o carcinoma epidermóide, granuloma
piogênico17 manifestação bucal da paracoccidioidomicose e cancro mole4.
O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde nessa fase é penicilina benzatina
2.400.000 UI, intramuscular, em dose única. Mas sem tratamento o protossifiloma regride
espontaneamente em média 3 a 8 semanas após seu aparecimento17, sem deixar sequelas
locais ou cicatriz.4
Muitos dos pacientes não relatam o aparecimento do cancro, podendo ser duas as
hipóteses, ou o cancro passou desapercebido pelo profissional de saúde/paciente, ou o
paciente adquiriu a doença por transfusão de sangue/tatuagem com agulhas contaminadas
(sífilis decapitada), onde a doença não se manifesta na fase primária, pois a inoculação do
agente etiológico ocorre diretamente na corrente sanguínea.11
Quando há a presença de múltiplos cancros no local de inoculação, normalmente o
paciente está infectado com o HIV, visto que a lesão sifilítica aumenta o risco de infecção
pelo HIV em quatro vezes.3,4

2.2 S ÍF I L I S S E C U N D ÁR I A
A sífilis secundária é a fase em que as manifestações clínicas são generalizadas,
justamente onde ocorre uma explosão de sinais e sintomas, justificando a histórica consa-

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gração de que a doença é uma grande mimetizadora de diversas outras enfermidades9,11,18.


A maioria dos pacientes nesse estágio já passou por algum profissional da saúde que se
quer desconfiaram dessa enfermidade11. Nessa fase a espiroqueta se disseminou pelo corpo,
atingindo pele e órgãos internos1. Muitas são as variações de períodos para ocorrer a fase
secundária, mas como sugere o Ministério da Saúde, ocorre em média de 6 a 8 semanas
após o aparecimento do cancro. Na sintomatologia geral dessa fase são relatados mal estar,
mialgias, artralgias, micropoliadenopatia generalizada, febre baixa, cefaleias, faringite,
rouquidão, hepatoeplenomegalia e perda de apetite.1,4
Na pele, as sifílides, como são chamadas as lesões, ocorrem por surtos e de forma
simétrica, podendo se apresentar como erupção máculo-papular difusa, indolor, de cor
eritematosa e de duração breve, que são conhecidas como roséolas sifilíticas ou sob forma
de pápulas escamosas com aspecto psorisiforme, quando a descamação é intensa.3,18
O acometimento de lesões planto-palmares é bem característico, mas não é sinal
patognomônico uma vez que pode ser também uma característica do líquen plano3,6,12
Em regiões úmidas e de atrito da pele, como por exemplo dobras, sulco interglúteo,
região inguinofemoral, vulva, ânus, lábios etc. ocorrem as lesões pápulo-erosivas, hiper-
tróficas, maceradas, vegetantes, de cor de pele, que são chamadas de condiloma plano ou
condiloma latum pois simulam as lesões de condiloma acuminado (Human Papiloma Virus
– HPV) e são as lesões mais altamente contagiosas de todas as fases da sífilis.4,13
Em pacientes melanodermas as lesões ao redor dos orifícios naturais, boca e ânus,
tem configuração anulares e circinadas e são chamadas de sifílides elegantes.3,11,18
Em alguns casos pode-se estabelecer alopecia difusa, acentuada em região tempo-
roparietal e occipital, podendo ocorrer também perda de cílios, sobrancelhas, bigode e
barbas.3,11,13
Quando acomete a face, as erupções máculo-papulares tendem a se agrupar ao
redor da boca e nariz, simulando a dematite seborréica.3
A presença de lesões intraorais nessa fase é muito alta – cerca de 70% dos pacientes
apresentam – e podem acometer várias áreas da cavidade bucal.11 Na língua observa-se
atrofia das papilas ou erosão lingual (despapilação). 19 Pode se observar também lesões
chamadas de placas mucosas, caracterizadas como placas branco-acinzentadas múltiplas,
indolores, de forma oval, arredondada ou serpiginosa (sinuosa), sobrepostas a uma super-
fície ulcerada com bordos delimitados por um halo eritematoso, essas placas localizam-se
com mais frequência na língua, gengivas, mucosa jugal, palato mole e região das fauces.
As lesões na comissura labial podem apresentar-se na forma de condiloma plano, carac-
terizadas como nodulares e firmes. Todas as lesões da fase secundária sofrem remissão
espontânea em poucas semanas, podendo oscilar entre remissão e exacerbação durante
meses ou até mesmo durante vários anos.3
O diagnóstico através dos testes sorológicos nessa fase são sempre positivos, podendo
dar falso-negativo em apenas 2% dos casos pelo fenômeno prozona. O exame histopatológico
apresenta, como aspectos mais característicos, infiltração inflamatória rica em plasmócitos
com comprometimento de pequenos vasos. E o exame em campo escuro das lesões também
pode ser empregado, pois todas as lesões são altamente ricas em treponemas.4
Caso a sífilis secundária não seja tratada ou de a terapia não ser adequada, a doença
entra em estágio de latência (sífilis latente), onde a sintomatologia do paciente desaparece,

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mas os testes sorológicos continuam positivos. Esse período de latência é extremamente


perigoso, principalmente às gestantes, pois os pacientes nessa fase acreditam estar curados,
aumentando assim o risco de transmissão.4
O estágio de latência pode durar muitos anos (1 – 30 anos), cerca de 30% continu-
arão na fase latente, chamado de estágio latente persistente, 30% dos pacientes evoluirão
para a sífilis terciária, aproximadamente 30% terão cura espontânea e os outros 10% são
atribuídos às mortes específicas por sífilis.3 O tratamento na fase secundária e da
fase latente recente (menos de um ano), segundo o Ministério da Saúde, é a penicilina
benzatina duas doses de 2.400.000 UI, intramuscular, com intervalo de uma semana entre
cada dose, sendo a dose total de 4.800.000 UI
Atualmente vêm sendo descrita uma forma de sífilis secundária chamada de sífilis
maligna precoce ou lues maligna, ela acomete pacientes imunodeprimidos, com maior pre-
valência em pacientes com AIDS. Caracteriza-se por lesões ulceradas necrótico-hemorrágicas
acometendo normamente a face e o couro cabeludo. O aparecimento de lesões oculares e
orais também é frequente. Os sintomas gerais relatados são febre, cefaleia e mialgia.3,4,8,13

2.3 S I F ÍL I S T E R C I ÁR I A
A fase terciária da sífilis é a fase mais grave da doença, ela ocorre em cerca de
30% a 40% dos pacientes não tratados ou tratados inadequadamente. Normalmente suas
alterações só aparecem depois de anos (mais de 3 anos de infecção) e são frequentemente
localizadas em pele, mucosas, sistema cardiovascular e nervoso.3,4,5,13
Grande parte dos pacientes nesse estágio ignora sua enfermidade, ou foram mal
examinados por profissionais da saúde.
Vários são os sistemas afetados na sífilis terciária, entre eles, os mais comuns estão
o sistema vascular (cerca de 8% dos casos) 4, chamado de sífilis cardiovascular, podendo
ocorrer aneurisma da aorta ascendente devido à aortite, hipertrofia ventricular e falência
cardíaca congestiva. Outro sistema afetado é o sistema nervoso central (cerca de 8% dos
casos)4, chamado de neurossífilis, o envolvimento desse sistema pode levar a tabes dorsa-
lis (lenta degeneração dos neurônios e suas fibras nervosas que carregam a informação
sensorial para o cérebro), psicose, demência, paresia, parestesia unilateral ou bilateral do
nervo trigêmeo e do nervo facial5 e morte. Além disso as articulações do paciente também
podem ser afetadas, a chamada artropatia de Charcot.
As gomas são lesões que aparecem com a maior frequência na sífilis terciária (cerca
de 17% dos casos)4 e consistem em processo inflamatório granulomatoso focal, com necrose
central, acometem normalmente pele, mucosas, ossos, órgãos internos, e raramente pode
afetar palato mole, glândula parótida e osso alveolar inferior.5 A característica dessa lesão
é a formação de granulomas destrutivos não infectantes, indolores, aparecendo como lesão
endurecida, nodular ou ulcerada, que pode variar de um milímetro a vários centímetros
de diâmetro. Quando esta acomete o palato geralmente há perfuração em direção à ca-
vidade nasal.6 Os sinais clínicos são voz anasalada ou queixa de comunicação oronasal
que dificulta a deglutição. Quando a lesão está localizada na língua ela toma um aspecto
aumentado, com forma irregular e lobulada, à ultima se dá o nome de glossite intersticial,
outra forma de acometimento da língua é descrita, a chamada glossite luética, onde ocorre
a atrofia difusa e perda das papilas dorsais.3,4,5

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As lesões dessa fase, quando submetidas às provas diretas para testes de treponemas
podem ser negativas, pois podem não apresentar ou apresentar poucos micro-organismos.6
Já os testes sorológicos específicos em sua grande maioria dão positivos e os testes não
treponêmicos tendem a se negativar com o decorrer dos anos, aumentando cada vez mais
a chance de falso-negativo. As gomas são caracterizadas histologicamente como endarterite
obliterante, granulomas de células epitelióides e gigantes com ou sem necrose central e
infiltrado de plasmócitos.5
O tratamento da sífilis adquirida tardia e latente tardia proposto pelo Ministério da
Saúde é: penicilina benzatina 2.400.000 UI, intramuscular semanal, por 3 semanas, sendo
a dose total de 7.200.000 UI.

2.4 S ÍF I L I S C O N G ÊN I TA
A sífilis congênita ocorre pela contaminação do feto pela mãe infectada por via
transplacentária, durante a vida intrauterina. Mas pode também ocorrer durante o parto
caso o bebê entre em contato com alguma lesão existente na genitália da mãe 3. Nas pri-
meiras fases da doença, primária e secundária, a taxa de transmissão do T. pallidum da mãe
para o feto é muito maior que nas fases tardias, latente e terciária, cerca de 70% a 100%
de chance nas primeiras fases para cerca de 30% nas fases tardias, segundo o Ministério
da Saúde. Segundo a OMS a taxa de transmissão nas primeiras fases da doença é de cerca
de 80%, corroborando com a média da taxa proposta pelo Ministério da Saúde. A taxa
de aborto espontâneo em mães infectadas é de cerca de 40% 6. As alterações de sífilis nas
gestantes são as mesmas que em qualquer outro paciente, dependendo da fase em que se
encontra a doença.
A sífilis congênita tem sido utilizada por alguns autores como indicador de qua-
lidade de pré-natal, visto que é uma doença totalmente passível de prevenção quando o
diagnóstico é rápido e o tratamento adequado é estabelecido16,20. Exames sorológicos para
sífilis em gestantes são obrigatórios durante o pré-natal, auxiliando no diagnóstico precoce,
evitando a transmissão vertical da doença.20,21,22
Para efeitos de classificação a sífilis congênita apresenta dois estágios: a sífilis congê-
nita precoce, quando diagnosticada até dois anos de vida ou tardia, quando diagnosticada
com mais de dois anos de vida.23

2.4.1 Sífilis Congênita Precoce
A infecção do feto pela mãe pode ocorrer a partir da 9ª semana de gestação, se-
gundo o Ministério da Saúde.
Na sífilis congênita precoce além da prematuridade e baixo peso ao nascimento
são observadas algumas principais características, sendo elas: hepatomegalia com ou sem
esplenomegalia, lesões cutâneas de sífilis (como as lesões da sífilis adquirida), periostite,
osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos membros, problemas respiratórios com ou
sem pneumonia, rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia e linfadenopatia generaliza-
da. Além dessas, outras características clínicas incluem: petéquias e/ou púrpuras, fissura
peribucal, síndrome nefrótica, edema, convulsão e meningite.6,23
Devem ser diagnosticada por meio de exames clínico, físico, anamnésico e soroló-
gico da situação materna, de avaliações laboratoriais e de estudos de imagem na criança.

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Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento.

O diagnóstico na criança é um processo complexo, pois a maioria delas é assintomática


ou com pequenos, discretos ou com sinais pouco específicos.16,23
O tratamento do recém-nascido depende dos exames laboratoriais e de onde as
infecções estão localizadas, por exemplo detecção de alterações nos exames de líquor
cefalorraquidiano, sugerindo neurossífilis, o tratamento será diferenciado. O tratamento
adequado será estabelecido pelo médico.3,23
A maioria das crianças infectadas que sobrevivem até um ano de idade sem trata-
mento adequado evolui para sífilis latente e posteriormente para a sífilis terciária.

2.4.2 Sífilis Congênita Tardia


A sífilis congênita tardia é de grande importância para a Odontologia uma vez que
um dos seus três sinais patognomônicos ocorrem na boca: Os dentes de Hutchinson. Não
são todos os pacientes que apresentam a tríade de Hutchinson, cerca de 75% apresentam,
e quando esses achados estão em conjunto o diagnóstico pode ser conclusivo de sífilis
congênita tardia. As três características são: - Dentes de Hutchinson; - Ceratite intersticial;
- Surdez provocada pelo comprometimento do VIII (oitavo) par craniano.
A infecção pelo T. pallidum altera a forma dos incisivos (incisivos de Hutchinson)
e dos molares (molares em amora, molares de Moon, molares de Fournier) podendo es-
tar presente tanto na dentadura decídua quanto na permanente, nesta última sendo mais
frequente. Os incisivos apresentam-se em forma de barril ou forma da parte ativa de uma
chave de fenda, ou seja, apresenta largura mesiodistal maior no terço médio da coroa e
no terço incisal afunila-se em direção da borda incisal. A borda incisal nesses incisivos
comumente exibe uma lesão hipoplásica podendo também apresentar reentrância em forma
de meia lua. 21 Nos molares em amora a anatomia oclusal é anormal, havendo projeções
globulares ao invés de cúspides bem formadas, essas projeções lembram a superfície de
uma amora, por isso o nome, molares em forma de amora.17,23
Outra alteração da tríade de Hutchinson é a ceratite intersticial, aparece normal-
mente a partir dos 5 anos de idade, e progressivamente vai tornando opaca a superfície
da córnea, resultando na perda progressiva da visão. Além dessas duas alterações mais
uma compõe a tríade, a surdez pela infecção do oitavo par de nervo craniano, o nervo
vestíbulo-coclear.23,25
A sífilis congênita tardia pode apresentar outras características, como a bossa
frontal ou fronte olímpica, atresia da maxila, palato ogival, nariz em cela, aumento da
clavícula adjacente ao esterno (sinal de Higoumenaki), abaulamento anterior da tíbia como
resultado da periostite (tíbia de sabre), articulação de Clutton (aumento da articulação
e sinovite indolor, normalmente afetando a articulação dos joelhos) e escápula escafóide
(concavidade da borda vertebral da escápula).13,17
O paciente com sífilis congênita tardia deverá ser tratado com penicilina G-benzatina
e a dose irá variar de acordo com a idade do paciente, seu peso e as titulações dos exames
sorológicos.23

2.5 D I A G N ÓS T I C O
O diagnóstico da sífilis pode ser através de exames sorológicos, provas diretas,
exame radiográfico, exame do líquor cefalorraquidiano (caso haja hipótese de neurossífilis)

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Kalinin et al.

ou quando há a presença do sinal patognomônico: A tríade de Hutchinson, e dependem


apenas da sua fase e de suas lesões.
Exames sorológicos treponêmicos são positivos a partir dos primeiros dias de in-
fecção e podem continuar positivos para o resto da vida (cicatriz sorológica). Já os exames
não treponêmicos se positivam um pouco mais tarde, ou ao final da sífilis primária ou
no início da fase secundária, e tendem a se negativar com o tratamento adequado ou nas
fases tardias , latente e terciária.1
O diagnóstico através de provas diretas pode ser estabelecido apenas nas primei-
ras fases da doença, onde as lesões são altamente contagiosas com o T. pallidum. Quando
as lesões são em boca, pode haver dificuldade em distinguir entre o treponema e outras
espiroquetas presentes na mucosa oral, exceto no caso de emprego da técnica de imuno-
fluorescência direta, pois esse exame é altamente especifico e com alta sensibilidade.3
O exame radiográfico é usado para diagnóstico em casos suspeitos de sífilis con-
gênita. A radiografia de ossos longos pode auxiliar no diagnóstico e em alguns casos, as
únicas alterações nos recém-nascidos são detectadas através desses exames e são elas:
periostite, osteíte ou osteocondrite.3
A histopatologia não é um exame empregado para o diagnóstico de sífilis, mas
como seus achados são sugestivos da doença podem auxiliar no diagnóstico que devem
ser confirmados por exames sorológicos.2,4,13
O exame do líquor deve ser indicado nos pacientes com sintomas neurais com
diagnóstico sorológico de sífilis ou em pacientes que após o tratamento adequado manti-
veram exames sorológicos com títulos elevados. O diagnóstico através deste é feito pela
combinação de positividade à prova sorológica, aumento de celularidade e proteínas.3

2.6 T R ATA M E N T O
A droga de escolha para o tratamento da sífilis é a penicilina benzatina (OMS) 1, ela
age interferindo a síntese do peptidoglicano, componente da parede celular do T. pallidum,
como resultado disso, a água entra no treponema e isso o destrói. Até hoje nenhum caso
de resistência à penicilina foi relatado.4
A variação de doses e de quantidade de penicilina, varia de acordo com as fases.
O quadro em Anexo mostra o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde.
Outras drogas têm sido usadas, como a azitromicina, eritromicina e tetraciclina mas
as suas atividades não são superiores à penicilina, devendo ser mantidas como drogas de
segunda linha.4
Na impossibilidade de ser usada a penicilina outros fármacos podem ser utilizados,
mas a eficácia desses não se compara a da penicilina. 4 E as suas doses, assim como os
fármacos sugeridos pelo Ministério da Saúde estão no quadro em Anexo.

2.7 C O N T R O L E E P R E V E N ÇÃO
O objetivo do controle e da prevenção é a interrupção de uma nova infecção pelo
paciente ou do paciente.2
Evitar a transmissão da doença consiste na detecção e tratamento adequado o mais
precocemente possível. Evitando assim que o paciente/parceiro transmita a doença para
outras pessoas. O controle e a prevenção são de grande importância durante a gravidez,
visto os danos que a sífilis pode causar para o bebê.16,21

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Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento.

Para o controle e a prevenção adequados o conhecimento das manifestações da do-


ença, visto que a sífilis é uma grande mimetizadora, é de substancial relevância, somente
assim o diagnóstico será estabelecido o mais precocemente e o tratamento adequado será
realizado, curando o paciente.19
A reciclagem continuada das equipes de saúde faz parte das medidas de prevenção
e controle, visto que Franco (2009) 10 em seu estudo constatou uma deficiência no apren-
dizado sobre DST de estudantes de Odontologia na universidade estudada por ela.
O processo de cura do paciente deve ser monitorado trimestralmente por meio de
exames de sorologia não específica, ou seja a não treponêmica, estes devem apresentar
titulações mais baixas que no início do tratamento e devem ser repetidos durante um ano.
Se houver a elevação dos títulos em quatro ou mais vezes (exemplo: de 1:2 para 1:8) acima
do último exame realizado, justifica um novo tratamento, mesmo na ausência de sinais
ou sintomas específicos de sífilis.23

3 C O N C L U S ÃO

• Pode-se concluir que as manifestações bucais da sífilis podem ocorrer em todas


as fases, sendo na primeira fase o cancro duro, geralmente uma lesão ulcerada e
indolor. Na fase secundária normalmente a lesão que se apresenta em boca são
as placas mucosas, podendo ocorrer em qualquer superfície mucosa, desde a
língua e gengivas até a orofaringe, região das fauces. Na fase terciária na maioria
das vezes as gomas afetam tanto língua como palato, nesse último pode ocorrer
a perfuração do osso palatino, acontecendo a comunicação oronasal.
• O diagnóstico da sífilis pode ser feito pelos testes sorológicos na fase secundária,
latente e tardia. Na fase primária, como o T. pallidum não se disseminou pelas
linfas nem pelo sangue, o diagnóstico pode ser feito por provas diretas, sendo
a imunofluorescência direta a prova com maior sensibilidade.
• O tratamento do paciente deve ser feito com penicilina benzatina, assim como a
OMS e o Ministério da Saúde recomendam, e a sua dosagem variará de acordo
com a fase que o paciente se encontra e com o tipo de lesão encontrada.
• O controle do paciente deve ser feito por meio dos exames sorológicos, averi-
guando a titulação dos mesmos, e consequentemente o controle da cura estará
sendo feito.

R E F E R ÊN C I A S

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de
Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde. 2006. 140p.
2. S teffen N , M a r tha V F , M a r tha A S , F e r r i J J . Sífilis primária de tonsila mimetizando linfoma.
Scientia Medica 2011; 21(2):67-68.
3. AVELLEIRA, J. C. R.; BOTTINO, G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. An. Bras. Dermatol., v. 81, n. 2,
p. 111-126. 2006
4. ISRAEL, M. et al. Diagnóstico da sífilis a partir das manifestações bucais. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v
62, n. 2, p. 159-164, Jul/Dez. 2008
5. LEÃO, J. C.; GUEIROS L. A.; PORTER, S. R. Oral Manifestations of syphilis. Clinics., São Paulo, v. 61, n. 2, p.
161-166, 2006

74 Odonto 2015; 23(45-46): 65-76


Kalinin et al.

6. GUIDI, R. Manifestações bucais da sífilis: estudo retrospectivo. 2007. 87f. Dissertação (Mestrado em Cirurgia
Buco-Maxilo-Facial) – Programa de Pós Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Uberlândia, 2007
7. ARAÚJO, Ney Soares de; ARAÚJO, Vera Cavalcanti de. Da Mucosa Bucal por Agentes Biológicos, Físicos e Quí-
micos. In: ARAÚJO, Ney Soares de; ARAÚJO, Vera Cavalcanti de. PATOLOGIA BUCAL. S.l.: Artes Médicas,
1984. Cap. 3 p. 39-71.
8. AZEVEDO, W. A. S. et al. Sífilis exuberante em paciente co-infectado pelo HIV. Med. Cutan. Iber. Lat. Am., v.
37, n. 2, p. 98-101. 2009
9. NORONHA, A. C. C. et al. Sífilis secundária: Diagnóstico a partir das lesões orais. DST- J Bras. Doenças Sex.
Transm., Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 190-193, 2006
10. FRANCO, A. C. M. O conhecimento dos formandos do curso de graduação em odontologia de uma universidade
pública de Pernambuco sobre SDT/HIV/AIDS e medidas de biossegurança no ano de 2008. 2009. Monografia
(Especialização em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2009
11. TOMMASI, Antonio Fernando. Doenças Infecciosas. In: TOMMASI, Antonio Ferrnando. Diagnostico em patologia
bucal. 2. ed. São Paulo: Pancast, 1998. Cap. 11, p. 177-229.
12. MOLERI, A. B. et al. Diagnóstico diferencial das manifestações da sífilis e da Aids com líquen plano na boca:
Relato de caso. DST- J Bras. Doenças Sex. Transm., Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 113-117, 2012
13. MACHADO, G. S. Doenças infecto contagiosas de fácil transmissão em odontologia. 2001. 35f. Monografia
(Especialização em Gestão em Serviço de Saúde) – Diretoria de projetos especiais, Universidade Candido Mendes
Rio de Janeiro, 2001
14. SIQUEIRA JÚNIOR, H. M. et al. Os micro-organismos contaminam as escovas dentais? HU Revista, Juiz de Fora,
v. 37, n. 4, p.409-412, Out/Dez. 2011.
15. SHAFER, William G.; HINE, Maynard K.; LEVY, Barnet M.. Doenças de Origem Microbiana: Infecções Bacterianas,
Virais e Micóticas. In: SHAFER, William G.; HINE, Maynard K.; LEVY, Barnet M.. Tratado de patologia bucal. 4.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987. Cap. 6, p. 316-375.
16. DE LORENZI, D. S.; MADI, J. M. Sífilis Congênita como Indicador de Assistência Pré-natal. Rev. Bras. Ginecol.
Obstet., Rio de Janeiro, v. 23, n. 10, dez. 2001.
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ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. Cap. 5, p. 157-182.
18. OLIVEIRA, F. L.; SILVEIRA, L. K. C. de B.; NERY, J. A. da C. As diversas apresentações da sífilis secundária.
Relato de casos. Rev. Bras. Clin. Med., São Paulo, v. 10, n. 6, p. 550-553, Nov-Dez 2012.
19. RIBEIRO, B. B. et al. Importância do reconhecimento das manifestações bucais de doenças e de condições sistê-
micas pelos profissionais de saúde com atribuição de diagnóstico. Rev. Odonto, São Bernardo do Campo, v. 20,
n. 39, p. 61-70, 2012.
20. LIMA, M. G. et al. Incidência e fatores de risco para sífilis congênita em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2001-
2008. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 499-506, Feb. 2013.
21. WATERLOO, M. R. de O.; LANGE, A. de A. R. Aspectos bucais da sífilis congênita: relato de caso. Rev. Ibero-
-am. Odontopediatr. Odonto. Bebê, Curitiba, v. 7, n. 36, p. 132-137, 2004
22. OBARA AN, M. Y et al. Manifestações bucais em pacientes portadores de doenças sexualmente transmissíveis.
DST- J Bras. Doenças Sex. Transm., Rio de Janeiro, v. 20, n. 3-4, p 161-166, 2008
23. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS.Diretrizes
para controle da sífilis congênita: manual de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa Nacional de DST/Aids. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde. 2006. 72 p.
24. BORAKS, Silvio. Doenças Infecciosas. In: BORAKS, Silvio. Diagnóstico Bucal. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas,
1999. Cap. 11, p. 185-226.

OBRAS CONSULTADAS

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Eliminação mundial da sífilis congénita: fundamento lógico e estratégia
para acção. Suíça. 2008

Odonto 2015; 23(45-46): 65-76 75


Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento.

ANEXO

Intervalo Opções terapêuticas


Estágio Esquema Controle de
entre as na impossibilidade
terapêutico cura (sorologia)
séries do uso da Penicilina

Doxicilina 100mg
12/12h (VO), ou
Penicilina G Exame
tetraciclina 500mg,
benzatina 1 série* sorológico não-
6/6h (VO), ou
Sífilis primária Dose total 2.400.000 Dose única treponêmico
eritromicina 500mg
UI IM trimestral
6/6h (VO), todas por
15 dias
Doxicilina 100mg
Sífilis
12/12h (VO), ou
secundária Penicilina G Exame
tetraciclina 500mg,
ou latente benzatina 2 séries sorológico não-
6/6h (VO), ou
com menos Dose total 4.800.000 1 semana treponêmico
eritromicina 500mg
de 1 ano de UI IM trimestral
6/6h (VO), todas por
evolução
15 dias

Doxicilina 100mg
Sífilis terciária
12/12h (VO), ou
ou com mais Penicilina G
tetraciclina 500mg, Exame
de uma de benzatina 3 séries
6/6h (VO), ou sorológico não-
evolução ou Dose total 7.200.000
1 semana eritromicina 500mg treponêmico
com duração UI IM
6/6h (VO), todas por trimestral
ignorada
30 dias
Penicilina procaína
2.400.000 UI (IM)
Penicilina G diariamente associada
Exame do líquor
Cristalina aquosa 18 4/4horas à probenecida 500 mg
de 6/6 meses até
Neurossífilis a 24 milhões de UI diariamente (VO) quatro vezes por
a normalização
por dia. 10 a 14 dias. por 10 dias dia, ambas de 10 a 14
dias

*1 série de penicilina benzatina = 1 ampola de 1.200.000 UI aplicada em cada glúteo


Fonte: Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso. Brasília : Ministério da Saúde, 2006 (adaptado)

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