Resumo de Descartes
Resumo de Descartes
Resumo de Descartes
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4ª parte do Discurso do Método
Descartes pretende mostrar que os céticos estão enganados, isto é, que o conhecimento
verdadeiro é possível.
No Discurso do Método propõe um método que nos conduz ao conhecimento infalivelmente
justificado. Segundo ele, é necessário encontrar um fundamento seguro para obter um
conhecimento certo. Se se encontrarem crenças indubitáveis que possam servir para encontrar
outras crenças temos esse fundamento encontrado.
Então Descartes procedeu da seguinte forma:
Recorreu à dúvida, vulgarmente chamada de dúvida metódica, que consiste em
examinar todas as crenças em que possamos imaginar a menor dúvida, rejeitando,
provisoriamente, todas aquelas que não sejam completamente indubitáveis. Se houver
alguma crença que resista a todo e qualquer argumento dos céticos pode ser considerada
como indubitável e aceite como fundamento para o conhecimento.
A dúvida carateriza-se por se metódica e provisória (é apenas uma estratégia para
atingir a certeza), hiperbólica (tudo o que oferecesse a mais pequena dúvida era tido
como falso) e universal e radical (relativa tanto ao conhecimento como aos seus
fundamentos).
Os argumentos utilizados para justificar a necessidade de recorrer à dúvida são:
- Os sentidos que por vezes nos enganam, não sendo prudente confiarmos neles.
- Os sonhos levam-nos, por vezes, a tomar como realidade aquilo que foi sonhado, isto
é, a confundir realidade com ilusão.
- Às vezes enganamo-nos a raciocinar.
O génio maligno ou deus enganador, uma mera hipótese, que nos levaria a pensar que
vivemos numa realidade ilusória.
Mas enquanto assim pensava, Descartes constata que há uma certeza, da qual não
podemos ter a menor dúvida. É que se estamos a pensar, forçosamente temos de existir
– penso, logo existo (cogito, ergo sum). Para Descartes, o cogito é o fundamento certo
do conhecimento, dado que nem o génio maligno pode abalar esta certeza. O cogito
refere-se à certeza do pensamento e não do corpo. Temos, pois, a certeza que existimos
como uma substância pensante (res cogitans).
Descartes avança, a partir daqui, considerando que o cogito é uma ideia clara e distinta
e que, todas as ideias da mesma natureza, isto é, claras e distintas, são verdadeiras.
Então, para Descartes as ideias claras e distintas são o critério de verdade.
De seguida, Descartes afirma que a ideia de perfeição, que corresponde à ideia de Deus,
é algo que podemos conceber com toda a clareza e perfeição.
Apresenta vários argumentos a priori a favor da existência de Deus.
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- Um desses argumentos refere que a ideia que temos de um ser mais perfeito do que
nós tem a sua origem em Deus. Afirma que o que é menos perfeito não pode criar o que
é mais perfeito, logo se eu possuo essa ideia é porque alguém mais perfeito a colocou
em mim. Esse alguém é Deus.
- Outro argumento baseia-se na ideia de que a existência é essencial à perfeição
(argumento ontológico)
Ao estabelecer a existência de Deus pode afastar a hipótese hiperbólica da existência do
génio maligno. Deus, seguramente não nos engana, pois é perfeito. Deus passa a ser a
garantia das ideias claras e distintas. Tudo o que concebemos clara e distintamente é
verdadeiro porque a nossa razão (faculdade do conhecimento) foi criada por Deus.
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Argumento a favor da realidade do mundo Físico (último parágrafo da quarta parte do
Discurso do Método)
- Tenho uma inclinação muito forte para acreditar que as minhas perceções sensíveis
são causadas por objetos físicos.
- Se as minhas perceções sensíveis fossem causadas de outra forma, por exemplo por
Deus, as minhas ideias não corresponderiam às coisas corpóreas. Deus seria enganador.
- Mas Deus não é enganador. Deus é um ser perfeito.
- Logo, as minhas perceções sensíveis são causadas pelas coisas corpóreas. O mundo
físico existe.
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requerem alguém que os pense” e “Neste momento existem pensamentos”, concluindo
que “Quem os pensa tem de existir”.
3ª - Sobrevalorização da razão e desvalorização da experiência.
Teoria do erro
Descartes justifica a existência do erro através da vontade. A vontade que dá o
assentimento aos juízos que o entendimento (razão) formula, por vezes é precipitada,
aceitando conhecimentos que não são evidentes.