Cesario Verde Num Bairro Moderno Teste
Cesario Verde Num Bairro Moderno Teste
Cesario Verde Num Bairro Moderno Teste
Sem muita pressa, para o meu emprego, Eu não dou mais." E, muito descansado,
Com tonturas duma apoplexia. Que vem bater nas faces duns alperces.
1.2. Faz um levantamento das expressões que liguem essa personagem ao campo e estabelece um
contraste com o cenário envolvente.
4. Demonstra como o criado presente neste excerto é o elemento de ligação entre dois
mundos distintos.
1.2. «Esta pequena vendedora é o arquétipo de uma personagem campestre, que, face à
opulência da cidade, se vê inferiorizada e diminuída. Por este motivo, ela é pequenina, não se
conseguindo opor às casa apalaçadas deste bairro; a sua atitude contrasta com a do bairro, uma
vez que, por se mostrar azafamada, não se coaduna com os Rez-de-chaussée que repousam
sossegados; a sua pobreza está expressa na sua indumentária, pois mostra-se rota, abre-se-lhe o
algodão azul da meia, facto impensável para aqueles que mostram ostensivamente as suas
porcelanas; por último, ela é esguedelhada, feia, pois a sua única preocupação reside no seu
trabalho, contrariando a vida burguesa, pois o luxo dos jardins e o bem-estar dos quartos
estucados surgem como preocupação primordial.
3. Os versos transcritos expressam condição social e o modus vivendi daqueles que habitam
neste bairro moderno. O sujeito poético deixa transparecer o seu desabafo ao constatar que
aqueles que vivem no seu conchego não merecem tal vida, uma vez que esta é demasiado fácil, é
um reflexo da exploração que exercem sobre os trabalhadores, que nunca chegam a beneficiar de
tamanho esforço. Por este motivo, este desabafo é irónico, pois a saúde que estes burgueses
gozam é para Cesário motivo de repúdio e não de satisfação.
Ao caminhar para o emprego, e sem esperar por tal, o "eu" lírico encontra-se com uma vendedora,
símbolo do campo. É natural que, contra todas as adversidades que pudesse sentir, o sujeito
poético de imediato se interessa por aquela pessoa, símbolo da sua libertação citadina.
5. O criado é neste poema um elo de ligação entre a burguesia e o povo visto que este, apesar de
pertencer ele próprio ao povo, apresenta já os mesmos comportamentos da burguesia. Ele é rude
na forma como trata a vendedora, é snob e arrogante. No entanto, porque não pertence à
burguesia, continua a ser um daqueles que por ela é explorado, sendo ele quem fala e lida com o
povo, pois a burguesia ocupa uma posição demasiadamente altiva para se rebaixar ao ponto de
falar com estas pessoas.