Slides Capítulo 1 Psicogênse Da Lingua Escrita

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PSICOGÊSE DA

LÍNGUA ESCRITA
EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY
PROFª DRª LIGIA BUENO ZANGALI
CARRASCO
A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA

ESCRITA FOI LANÇADA EM 1979 E

RETRATA A PESQUISA DA

LINGUISTA EMÍLIA FERREIRO


A Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky,
descreve como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de
ler e escrever mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue um
percurso semelhante àquele que a humanidade percorreu até chegar ao
sistema alfabético, ou seja, o aluno [inicialmente] ignora que a palavra
escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa
representação se processa. Ele precisa, então, responder a duas questões:
o que a escrita representa e o modo de construção dessa representação
(MENDONÇA; MENDONÇA, 2011). Para a Psicogênese da Língua Escrita,
essas questões vão sendo respondidas pelas crianças por meio das
hipóteses que vão criando no decorrer do processo.
(Pré-silábica - Silábica - Silábico-alfabética (intermediária) e Alfabética)
As autoras iniciam o livro apresentando um
levantamento da situação do analfabetismo
na América Latina na década de 1970.
Constataram que havia, naquele momento,
20% de crianças entre 7 e 14 anos fora da
escola, que apenas 53% dessas populações
chegavam à 4a. série e que 60% dos alunos
que já haviam saído da escola, tinham
reprovado de ano, ao menos uma vez.
Hoje, sabemos que a situação mudou
e avançou. No Brasil, temos a
obrigatoriedade garantida por Lei de
crianças entre 4 e 17 anos estarem na
escola, fruto de políticas públicas que
melhoraram o acesso, porém, ainda
nos deparamos com o fato de, grande
parte desses jovens concluírem o
Ensino Fundamental com sérias
dificuldades em leitura e escrita, por
vezes se tornando analfabetos
funcionais, ou seja, garantimos
acesso, mas não ainda a
permanência e a qualidade.
"Em outras palavras, trata-se mais de um
problema de dimensões sociais do que da
consequência de vontades individuais. Por isso,
acreditamos que, em lugar de "males
endêmicos", deveria se falar em seleção social
do sistema educativo; em lugar de chamar
"deserção" ao abandono da escola, teríamos de
chamá-lo de expulsão encoberta. E não se trata
de uma mudança de terminologia, mas de um
outro referencial interpretativo, porque a
desigualdade social e econômica se manifesta
também na distribuição desigual de
oportunidades educacionais".
"Quando falamos de seleção social, não
estamos nos referindo à intenção
consciente dos docentes enquanto
indivíduos particulares, e sim ao papel
social do sistema educativo. A partir do
ponto de vista dos docentes, ou melhor
dizendo, da pedagogia que sustenta a
ação educativa, tentou-se dar
respostas que tendessem à solução do
mencionado problema", ou seja,
encontraram argumentos diversos para
acobertar, na verdade, um fracasso que
era da escola.
Sobre os métodos, as autoras mencionam que, para além
da forma que cada método possui, se descortina uma
concepção psicológica de aprendizagem. Como os
métodos enfatizam fundamentalmente discriminações
auditivas e visuais e a correspondência fonema-grafema,
significa que é uma prática pautada nas abordagens
associacionistas da psicologia que vêm da corrente dos
filósofos Locke e Hume e dos psicólogos Skinner e
Pavlov.
PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CORRENTE ASSOCIACIONISTA
A MENTE TEM SUAS PRÓPRIAS REGRAS DE FUNCIONAMENTO E TODAS ELAS PODEM SER EXPRESSAS EM UMA IDEIA:
NOSSA CAPACIDADE DE REFLETIR SE BASEIA EM ALGUM TIPO DE ASSOCIAÇÃO MENTAL.
EXISTE ALGUM TIPO DE CONEXÃO ENTRE DIFERENTES IDEIAS CRIADAS PELA MENTE. NESTE SENTIDO, EXISTEM
DIFERENTES CONEXÕES:
1) A SEMELHANÇA (UNIMOS MENTALMENTE IMPRESSÕES E IDEIAS SIMILARES);
2) A CONTIGUIDADE (CONECTAMOS ELEMENTOS DISTINTOS DE MANEIRA TEMPORÁRIA OU ESPACIAL);
3) A CAUSA-EFEITO (NOSSA MENTE CONECTA IDEIAS A PARTIR DA RELAÇÃO NECESSÁRIA ENTRE UMA CAUSA E SEU
EFEITO).
É com base nessas ideias da filosofia e da
psicologia que o método sintético se fortalece e é
usado até hoje. As autoras explicam que havia
base na área da linguística também com o
linguista Leonard Bloonfield, pois ele acreditava
que as dificuldades de compreensão na leitura,
eram decorrentes de um domínio imperfeito da
mecânica da leitura. Assim, acreditava-se que só
era possível a aquisição do código de escrita por
meio dos métodos sintéticos.
A referência que as autoras fazem no slide anterior
denota exatamente o pensamento que fundamenta
o método sintético, ou seja, a necessidade de se
ensinar a escrever e a ler por partes menores, de
ensinar do mais fácil ao mais difícil, pois
acreditavam ser apenas uma questão de associação,
memorização, estímulo e resposta.
Já os métodos analíticos vêm para se
opor ao sintético, pois acreditam numa
leitura global para a aquisição da leitura
e escrita, se pautando em outras bases
teóricas. Há autores que apresentam
Comenius como o pai da palavração, ou
seja, o iniciador do método analítico.
Decroly é outro pensador que se opõe ao
método sintético propondo formas mais
globais de entendimento da língua.
No método analítico, segundo Ferreiro
e Teberosky (1999), o principal ponto é
o reconhecimento global das palavras
ou orações. A análise dos
componentes menores, é uma tarefa
posterior.
Nessa direção, a ênfase dada às
habilidades perceptivas desses
métodos, descuida de aspectos que são
fundamentais:
a) a competência linguística da
criança;
b) suas capacidades cognoscitivas.
Vamos
aprofundar o
assunto
Leitura compartilhada da
seção 3 - página 23 a 28 - "A
Psicolinguística
contemporânea e a
aprendizagem da leitura e da
escrita".
A seção lida nos remete a
compreender que há elementos no
processo de aprendizagem da criança
que não podem ser desconsiderados
no momento de se ensinar a ler e a
escrever. Desde a aquisição da fala, a
criança constrói hipóteses sobre sua
língua, a princípio a falada e depois,
faz o mesmo para a língua escrita. É
necessário estarmos atentos a essa
construção cognitiva de hipóteses e
realizarmos as intervenções
apropriadas para que ela avance, em
seu tempo, nessas hipóteses e alcance
a capacidade escritora e leitora.
A pertinência da teoria de
Piaget para compreender
os processos de aquisição
da leitura e da escrita.
Não basta a criança estar pronta para a
alfabetização como muitos acreditam, a
questão da prontidão que se preocupa
com os aspectos de lateralidade,
coordenação motora, discriminação
auditiva e visual. Para aprender a ler e a
escrever a criança precisa ser colocada
em situação de aprendizagem e, para
isso, precisa ser vista como um sujeito
cognoscente, ou seja, que seja capaz de
pensar, ter hipóteses e possa ter a
oportunidade de reformulá-las a partir do
trabalho realizado em sala de aula.
Diferente dos métodos de alfabetização, a
teoria de Piaget não direciona o sucesso da
aprendizagem ao método e sim ao sujeito.
Para Piaget é o sujeito quem aprende, por
meio dos processos cognitivos que ocorrem em
sua mente. Piaget nos alerta para entendermos
o que são instrumentos que acreditamos que
sejam necessários para a aprendizagem da
criança e a aprendizagem em si.
A epistemologia genética é a única em postular a ação como
origem de todo o conhecimento. Um sujeito intelectualmente
ativo não é aquele que faz muitas coisas, nem um sujeito que
tem uma atividade observável. Um sujeito ativo é aquele que
compara, exclui, ordena, categoriza, reformula, comprova,
formula hipóteses, reorganiza. Isso tudo de forma
interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva. Um sujeito que
copia ou realiza apenas coisas que são bastante óbvias, não é
um sujeito ativo.
Importante saber
que
O ponto de partida de
toda a aprendizagem é o
próprio sujeito!!!
Esquemas
assimiladores
Desenvolvimento
Cognitivo

Capacidades sensoriais
PARA FINALIZAR
01 Compreender que a proposta
de Piaget é a de construção
do conhecimentos por meio
dos conflitos cognitivos

02 Erros construtivos - exemplo


da tabuada

03 Desequilíbração e
equilibração - Assimilação -
Acomodação
R EF E R Ê NCI A
FERREIRO, EMÍLIA, TEBEROSKY, ANA. PSICOGÊNESE
DA LÍNGUA ESCRITA. SÃO PAULO: ARTMED, 1999.

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