A Criança e o Númer1
A Criança e o Númer1
A Criança e o Númer1
Mesmo aps 25 anos da publicao da primeira edio de A Criana e o Nmero (128 pgs., Ed. Papirus, tel. 19/3272-4500, 30,90 reais), algumas questes levantadas pela autora, Constance Kamii, permanecem atuais e devem ser estudadas pelos educadores que trabalham com a Educao Infantil. O livro aborda os processos envolvidos na construo do conceito de nmero pelas crianas e ajuda o professor a observar como elas pensam a fim de entender a lgica existente nos erros. Com propriedade, Constance defende que, diferentemete do que algumas interpretaes indicam, desenvolver e exercitar os aspectos lgicos do nmero com atividades pr-numricas (seriao, classificao e correspondncia termo a termo) uma aplicao equivocada da pesquisa de Jean Piaget (1896-1980). Na realidade, o cientista suo tinha preocupaes epistemolgicas e no didticas. Sabe-se que as noes numricas so desenvolvidas com base nos intercmbios dos pequenos com o ambiente e, portanto, no dependem da autorizao dos adultos para que ocorram. Ningum espera chegar aos 6 anos para comear a perguntar sobre os nmeros... O texto enfatiza que uma criana ativa e curiosa no aprende Matemtica memorizando, repetindo e exercitando, mas resolvendo situaes-problema, enfrentando obstculos cognitivos
e utilizando os conhecimentos que sejam frutos de sua insero familiar e social. Ao mesmo tempo, os avanos conquistados pela didtica da Matemtica nos permitem afi rmar que com o uso do nmero, da anlise e da refl exo sobre o sistema de numerao que os pequenos constroem conhecimentos a esse respeito. Tambm merecem destaque algumas posturas que o professor deve levar em conta ao propor atividades numricas, como encorajar as crianas a colocar objetos em relao, pensar sobre os nmeros e interagir com seus colegas. Priscila Monteiro, selecionadora do Prmio Victor Civita Educador Nota 10
Trecho do livro
"Quando ensinamos nmero e aritmtica como se ns, adultos, fssemos a nica fonte vlida de retroalimentao, sem querer ensinamos tambm que a verdade s pode sair de ns. Ento a criana aprende a ler no rosto do professor sinais de aprovao ou desaprovao. Tal instruo refora a heteronomia da criana e resulta numa aprendizagem que se conforma com a autoridade do adulto. No dessa forma que as crianas desenvolvero o conhecimento do nmero, a autonomia, ou a confiana em sua habilidade matemtica. (...) Embora a fonte defi nitiva de retroalimentao esteja dentro da criana, o desacordo com outras crianas pode estimul-la a reexaminar suas prprias idias. Quando a criana discute que 2 + 4 = 5, por exemplo, ela tem a oportunidade de pensar sobre a correo de seu prprio pensamento se quiser convencer a algum mais. por isso que a confrontao social entre colegas indispensvel (...)"