Comissão de Protocolos e Farmácia Terapêutica - PCR C Capa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

PROTOCOLOS

HOSPITALARES
Comissão de Protocolos e
Farmácia Terapêutica.

Unidade Mista N. S. Graças


Secretaria Municipal de Saúde
Prefeitura Mun. Teotônio Vilela

2019
COMISSÃO DE PROTOCOLOS E FARMÁCIA TERAPÊUTICA

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
UNIDADE MISTA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS – TEOTONIO VILELA – AL
EMISSÃO: SETEMBRO / 2019 - VALIDADE: SETEMBRO / 2021

INTRODUÇÃO

PCR ou Parada Cardiorrespiratória pode ser definida como a interrupção súbita da circulação sistêmica da
respiração (SANTOS; OLIVEIRA; MACHADO, 2019). Sobre o qual se mostra indispensável uma abordagem
organizada, harmoniosa, metódica e de alta qualidade, decorrente do bom treinamento dispensado a equipe que o
desempenhará (OLIVEIRA et al., 2018).

OBJETIVOS DO PROTOCOLO

 Contribuir com a organização e ordenamento das ações prestadas frente ao evento em pauta (PCR).
 Favorecer uma maior sobrevida por parte dos pacientes assistidos frente a PCR.
 Amparar no que se refere ao ordenamento das ações prestadas em cunho hospitalar.
 Estimular os profissionais a aprimorarem suas habilidades técnicas frente à abordagem da PCR.

SETORES E REFERENCIAL NORMATIVO

A utilização deste protocolo é destinada a todos os setores da Unidade Mista Nossa Senhora das Graças
(UMNSG), com embasamento para abordagem em contexto intra-hospitalar.
 Referencial normativo: ACLS (2019) e Diretrizes normativas do Guideline de RCP AHA (2015).

RESPONSABILIDADE

A responsabilidade da execução de tal protocolo é cabível a todo e qualquer profissional que desempenhe funções
voltadas a assistência em saúde no âmbito hospitalar. Independente do nível de instrução e com base em seu
treinamento prévio e perícia no manejo da PCR. Visando a melhor assistência a ser prestada ao público vilelano ou
a quem necessitar dos serviços prestados por esta unidade.

RECURSOS NECESSARIOS (ANEXO)


®
Dispositivo bolsa-válvula-máscara (AMBU ): adulto, pediátrico e neonatal.
 Cânulas traqueais (Cânula de Guedel).
 Sondas nasogástrica, vesical e endotraqueal.
 Aspirador
 Carrinho de PCR
 Medicações para o manejo da PCR.
 Monitor cardíaco (FC, SatO2, PA, outros).
 Desfibrilador
 Gel
 Eletrocardiograma
 Selos autoadesivos para monitorização cardíaca.
 Insumos hospitalares de uso rotineiro (abocath, seringas e outros).
 Material para intubação endotraqueal (cânulas, laringoscópio e lâminas, fio guia).
 Prancha rígida para massagem cardíaca.
ABORDAGEM NA PCR

FASE 1 - RECONHECIMENTO E CONVOCAÇÃO

 Avalie a responsividade: chame-o em tom alto e claro realizando estimulação vigorosa;


 Verifique pulso carotídeo e/ou femoral em até 10 segundos (não constatado pulso nesse período
considere sem pulso);
 Verifique a ausência de respiração ou apenas gasping (respiração anormal);
 Detectado ausência de respiração e pulso acione código azul imediatamente;
 Chamar por ajuda em elevado tom: CÓDIGO AZUL + SETOR (Estabilização, enfermaria masculina, etc).

FASE 2 - RCP IMEDIATA

 Posicionar o paciente em decúbito dorsal (Assim que possível colocar a tábua ou prancha rígida abaixo do
tórax do paciente)
 Em gestantes, deve-se deslocar o útero para esquerda (aproximadamente 30°), pois o útero gravídico
comprime a veia cava inferior e a aorta abdominal, dificultando o retorno venoso.
 Iniciar compressões imediatas e de alta qualidade.
a) Posicionar-se adequadamente ao lado do paciente sobre uma escada permitindo que os braços
fiquem estendidos.
b) Entrelace as mãos e posicione entre a linha mamilar (metade inferior do esterno);
c) Com os braços esticados faça compressões rápidas e fortes abaixando o tórax cerca de 5 a 6cm,
permitindo o retorno total do tórax a cada compressão;
d) Realizar no mínimo de 100 e no máximo 120 compressões por minuto;
e) A cada 30 compressões realize 02 ventilações, cada ventilação em 01segundo. (Em paciente sem
via aérea avançada, utilizando máscara e unidade ventilatória – AMBU);
f) Para realização da ventilação deve hiperextender o pescoço e segurar a máscara com a técnica do
C e E (conforme figura abaixo);
g) Em paciente com via aérea avançada (tubo orotraqueal) realize 01 ventilação a cada 6 segundos,
sem interrupção das compressões cardíaca;
h) Não interromper as compressões por tempo superior a 10 segundos;
i) O ritmo é verificado após completado 5 ciclos de 30 compressões e 2 ventilações ou 02 minutos de
RCP ininterruptas;

Figura 1: Manobras de RCP. A) Adulto no chão. B) Adulto no leito. C e D) Manobras em crianças.


FASE 3 - MONITORIZACAO

MANUSEIO DO DESFIBRILADOR

• Conecte os eletrodos do monitor


BRANCO: RA (Right Arm) - Região subclavicular direita, próximo ao
ombro;
PRETO: LA (Left Arm) - Região subclavicular esquerda, próximo ao
ombro;
MARRON: V (Vertix) - 4o espaço intercostal;
VERDE: RL (Right Leg) - Região intercostal direita;
VERMELHO: LL (Left Leg) - Região intercostal esquerda.
Obs: Deixar região precordial e lateral esquerda para local de
administração do choque.

IDENTIFICACAO DOS RITMOS

• As PCR pode acontecer em 4 ritmos diferentes, como descrito abaixo:

RITMOS CHOCÁVEIS
FV (Fibrilação ventricular)

TVSP (taquicardia ventricular sem pulso)


Tanto a FV quanto a TVSP são tratadas com RCP, desfibrilação precoce e adrenalina, entre outras
medicações.

RITMOS NÁO CHOCAVEIS


AESP (atividade elétrica sem pulso)

Assistolia

São tratadas somente com RCP de alta qualidade e adrenalina, entre outras medicações, (NÃO
NECESSITA DE CHOQUE).
TERAPIA ELÉTRICA COM DESFIBRILADOR
TIPOS
 Bifásica: recomendação do fabricante (120 a 200 J); se desconhecida, usar máximo disponível. A segunda
carga e as subsequentes devem ser equivalentes, podendo ser consideradas cargas mais altas.
 Monofásica:360J.
Obs: Em gestante a desfibrilação deve seguir o mesmo protocolo para paciente não gravida.

AÇÕES DE ENFERMAGEM
• Colocar o carrinho de PCR próximo ao paciente (monitorizar no carrinho assim que possível);
• Colocar gel condutor nas pás e deixar a disposição do médico;
• Carregar a carga solicitada pelo médico;
• Pedir para todos se afastar durante aplicação do choque;
• Retornar com RCP por mais 02 minutos antes do próximo choque (caso o paciente
continue em PCR);

Figura 7. Posicionamento das pás para a realização da desfibrilação.

FASE 4 - ABORDAGEM MEDICAMENTOSA


VIA DE ACESSO

• Puncionar 02 acessos calibrosos (jelco 18 ou maior) e mantê-los com SF 0,9%;


• Aspirar 01 ampola de adrenalina (sem diluir) em seringa de 10ml com identificação da seringa e administrar
conforme autorização médica;
• Sempre após administrar a adrenalina lavar o acesso com um bolus de 20ml de SF 0,9% rápido e elevar o
membro;
• Administrar 01 ampola de adrenalina a cada 3 a 5 minutos (conforme autorização médica – O que corresponde
na prática o uso da droga em ciclos aternados).

MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS E AÇÃO FARMACOLÓGICA

Epinefrina (Adrenalina): Ampola 1ml - 1mg/ml


Aumenta PA, FC, debito cardíaco e brocodilatador

Amiodarona: Ampola 3ml - 50mg/ml


Antiarritmico / Arritmia ventricular (tratamento e prevenção)

Sulfato de magnésio 50%: Ampola 10ml – 500mg/ml


Utilizado na hipomagnesemia e torsades de pointes

Fentanila: Ampola 10ml – 50mcg/ml


Analgésico e anestésico de ação rápida, IOT rápida

Atropina: Ampola 1ml – 0,5mg/ml


Tratamento de bradicardia

Midazolam 0,1-0,4mg/kg EV
Sedativo de ação rápida, IOT rápida
FASE 5 - INTUBACAO OROTRAQUEAL (VIA AÉREA AVANÇADA)
MEDIDAS PRÉ E PÓS INTUBAÇÃO
• Testar AMBU antes de usá-lo;
• Insuflar a máscara e conectá-la ao AMBU;
• Realizar teste do balonete do tubo endotraqueal, com seringa de 20ml, desinsuflar o balonete e manter a seringa
próximo, evitando contaminação do tubo;
• Manter o fio guia próximo, caso o médico opte por usá-lo;
• Caso necessário introduza o fio guia de forma asséptica e molde adequadamente o tubo;
• Após IOT insuflar balonete, realizar ausculta pulmonar e fixar o tubo.
• Pré-oxigenar o paciente antes da IOT.

MEDICAÇÕES PARA IOT


 Fetanil 6mg + 4ml AD: fazer 1ml/10kg
 Midazolam 4mg + 6ml AD: fazer 1ml/10kg.

SELEÇÃO DO TUBO ENDOTRAQUEAL


Os tubos endotraqueais estão disponíveis em diâmetros internos de 2,5 a 9,0 mm (variáveis a cada 0,5 mm). A
escolha de um tubo com o tamanho apropriado é de grande importância. O emprego de um tubo muito fino aumenta
o trabalho de respiração e pode levar a insuficiência respiratória, além de dificultar a toalete brônquica, já um tubo
muito calibroso pode causar dano a laringe. Em geral quanto maior o paciente maior o tubo a ser utilizado.

Diâmetro de tubos endotraqueais (adultos)


 Homens - 7,5 a 9,5
 Mulheres - 7,0 a 8,5
 Pediatria
o Tamanho do tubo endotraqueal sem manguito = 4 + (idade / 4)
o Tamanho do tubo endotraqueal com manguito = 3,5 + (idade / 4)

FASE 6 - CUIDADOS PÓS-PCR

• Manter paciente monitorizado com ECG, PNI, SAT, TAX;


• Investigar causas de PCR (5H e 5T)
5H: Hipovolemia, Hipóxia, H+ (acidose), Hipotermia, Hipo/Hipercalemia.
5T: Tamponamento cardíaco, Tromboembolismo pulmonar, Trombose coronariana, Pneumotórax
hipertensivo e Tóxicos.
• Iniciar drogas vasopressoras e arrítmicas conforme prescrição médica;
• Comunicar ao médico imediatamente episódios de hipotensão, arritmias e dessaturação;
• Encaminhar paciente para serviço habilitado aos casos de pós-PCR.

ASPECTOS ORGANIZACIONAIS DO MANEJO

• Toda a ação deve ser ordenada e direcionada pela orientação médica.


• A equipe necessária para a realização de uma RCP eficaz é composta por: 1 médico, 1 enfermeiro (registrador
das medicações e do tempo) e 4 técnicos de enfermagem (um na ventilação, um na compressão torácica, um na
manipulação dos medicamentos e um na monitorização e manuseio do desfibrilador).
• A distribuição das funções deve ser feita previamente pelo enfermeiro segundo o perfil de cada funcionário no
inicio de cada turno de trabalho. Sendo afixada tal distribuição em Painel de Distribuição de Funções.

REFERÊNCIAS

AEHLERT, B. ACLS - Suporte Avançado de Vida em Cardiologia: Emergências em Cardiologia. 8 ed., Editora
Elsevier, 2018.

AMERICAN HEART ASSOCIATIN. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2015 para RCP e
ACE. Edição em português: Hélio Penna Guimarães. EUA: Amerian Heart Association, 2015
CRAIG-BRANGAN, Karen Jean; DAY, Mary Patricia. Update: 2017/2018 Aha Bls, Acls, and Pals
guidelines. Nursing2019 Critical Care, v. 14, n. 1, p. 33-35, 2019.

KLEINMAN, Monica E. et al. 2017 American Heart Association focused update on adult basic life support and
cardiopulmonary resuscitation quality: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary
resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation, v. 137, n. 1, p. e7-e13, 2018.

OLIVEIRA, Sarah Fernanda Gonçalves et al. Conhecimento de parada cardiorrespiratória dos profissionais de
saúde em um hospital público: estudo transversal. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 8, n. 1, p. 101-109, 2018.

SANTOS, Éldina Rodrigues; DE OLIVEIRA, Lauro César; MACHADO, Regimar Carla. Análise retrospectiva dos
treinamentos de reanimação cardiorrespiratória. Enfermagem Brasil, v. 13, n. 1, p. 34-41, 2019.

WEINER, Gary M. et al. Textbook of neonatal resuscitation (NRP). American Academy of Pediatrics, & American
Heart Association. 2019.
ANEXOS

RECURSOS NECESSÁRIOS NA RCP


®
Dispositivo bolsa-válvula-máscara (AMBU ): adulto,
pediátrico e neonatal.

Cânulas traqueais (Cânula de Guedel).

Sondas nasogástrica, vesical e endotraqueal.

Aspirador

Carrinho de PCR

Monitor cardíaco (FC, SatO2, PA, outros).


Desfibrilador

Eletrocardiograma

Selos autoadesivos para monitorização cardíaca.

Material para intubação endotraqueal (cânulas,


laringoscópio e lâminas, fio guia).

Prancha rígida para massagem cardíaca.


FLUXOGRAMA RCP – AHA (2015)

QUADRO DE FUNÇÕES PARA A EQUIPE DE ENFERMAGEM NA SALA DE ESTABILIZAÇÃO

FUNÇÃO PROFISSIONAL

MÉDICO (LIDERANÇA)

ENFERMEIRO (REGISTRO DE TEMPO)

TEC ENF (VENTILAÇÃO)

TEC ENF (COMPRESSÃO TORÁCICA)

TEC ENF (MEDICAÇÃO)

TEC ENF (MONITOR E DESFIBRILADOR)

Você também pode gostar