Brennand Vento Forte I Relatrio de Impacto Ambiental

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RELATÓRIO DE IMPACTO

AMBIENTAL – RIMA
COMPLEXO EÓLICO
VENTO FORTE I

Campo Formoso
Sento Sé

Julho de 2021
RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL – RIMA
COMPLEXO EÓLICO
VENTO FORTE I

Campo Formoso
Sento Sé

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I EQUIPE TÉCNICA

REALIZAÇÃO Responsabilidade Técnica Fauna (Animais)

BRENNAND ENERGIA EÓLICA S/A Ricardo Hortélio da Cruz Rios Quirópteros (Morcegos)
COMPLEXO EÓLICO VENTO FORTE I MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Biólogo.
Sento Sé e Campo Formoso - Bahia. CRBio: 46177/5-D Vanessa Lessa Azevedo
Mestre em Ecologia e Biomonitoramento UFBA.
Coordenação de Meio Ambiente Consultora ambiental (Chiropterofauna).
Charlene Neves Luz Adami CRBio 77.363/08-D
Danielle Suziene Ferreira e Silva Doutora em Gestão Ambiental.
Engenheira Ambiental. Mestre em Engenharia Ambiental Urbana.
Engenheira de Segurança do Trabalho. Herpetofauna (Lagartos, serpentes e anfíbios)
MBA em Auditoria e Gestão Ambiental.
CREA: 74813/BA Engenheira de Segurança do Trabalho. Hugo Estevam de Almeida Coelho
Engenheira de Produção Mecânica. Urbanista. Mestre em Ecologia aplicada a Gestão Ambiental.
Coordenação de Desenvolvimento de Projetos Técnica em Meio Ambiente. Especialização em Ecologia e Intervenções Ambientais. Biólogo.
José Guilhermino dos S. Junior CREA: 46778 CRBio 67.261/08-D
Mestre em Energia Eólica.
Engenheiro Eletricista. Coordenação Técnica Mastofauna (Mamíferos terrestres)
CREA: 46075/PE
Leonídia Maria Serretti Cruz
Sara Montandon Marçal
Bióloga. CRBio 92.153/08-D
EXECUÇÃO Engenheira de Segurança do Trabalho. Engenheira Ambiental.
CREA: 76207
Avifauna (Pássaros)
PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL
Consultoria e Treinamento em Meio Ambiente, Mario Henrique Barros Silveira
Direção de Arte e Produção
Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho MSc. em Zoologia. Biólogo especializado em Avifauna.
Rua Esperança, nº 97, Portão, Lauro de Freitas, CRBio 59.682/08-D
Bahia, CEP: 42713-310. Cassiano Rios
Tel: (71) 3378-5323 Arquiteto e Urbanista. Designer Gráfico. Francisco Pedro da Fonseca Neto
E-mail: [email protected] CAU: 2305925 Biólogo. CRBio: 27.177/08-D
Home Page: www.somospapyrus.com.br
Matheus Ribeiro
Relações Públicas. MEIO SOCIOECONÔMICO
Direção de Projetos
Alexandro Gonçalves Rafael Issa Portinho
Charlene Neves Luz Adami Cineasta. Mestre em Estudos Latino-americanos (Economia Política). Sociólogo.
Doutora em Gestão Ambiental.
Mestre em Engenharia Ambiental Urbana.
MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Equipe Técnica Ciranda Campos Santana dos Santos
Engenheira de Segurança do Trabalho. MBA em Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa.
Engenheira de Produção Mecânica. MEIO FÍSICO Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo.
Urbanista. Técnica em Meio Ambiente.
CREA: 46778 Isadora Mello de Paiva Reis Reis
Maria da Conceição Barreto de Araujo Nogueira
Especialização Executiva em Petróleo e Gás. Geóloga.
Especialista em Gerenciamento e Auditoria Ambiental.
Direção Técnica CREA BA 41755-D
Zoologia. Bióloga.
CRBio: 36.780/08-D
Ricardo Hortélio da Cruz Rios MEIO BIÓTICO
MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Biólogo.
CRBio: 46.177/08-D Flora (Plantas) GEOPROCESSAMENTO

Maria Stella Dourado dos Santos André Caires Silva


Avaliação de Fauna e Flora em Estudos Ambientais. Bióloga. Geógrafo. CREA: 88085
CRBio: 67.138/08-D
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 6

INTRODUÇÃO 7

Geração de energia elétrica no Brasil 7


Geração de energia eólica 7

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO 8

Benefícios ambientais e socioeconômicos da produção de energia eólica 8


Potencial energético
Características Técnicas
Critérios para a escolha de localização
8
10
11
IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS
Vias de acesso 11

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO 12


Proprietário: Empresa Responsável pelo Estudo
MEIO FÍSICO 12 de Impacto Ambiental
Áreas de Influência 12
Clima e Relevo 14
Geologia (rochas e solos) 14
Recursos Hídricos 16 BRENNAND ENERGIA EÓLICA S/A PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL
MEIO BIÓTICO
Área de Influência
16
16 Avenida Engenheiro Domingos Ferreira, Rua Esperança, nº 97, Portão, Lauro de Freitas,
Flora 17 nº 2.589, 8º andar (parte). Bairro de Boa Viagem. Bahia. CEP: 42713-310
Fauna 24
MEIO SOCIOECONÔMICO 35 CEP 51.020-031. Recife/PE CNPJ: 07.946.358/0001-50 .
Áreas de Influência 35
Os municípios da AII 36 CNPJ: 09.547.578/0001-37 Tel: (71) 3378-5323
População e Dinâmica Populacional 36
Telefone: +55 (81) 2137-7000 Direção de Projetos: Charlene Neves Luz Adami.
Patrimônio histórico, cultural, arqueológico e espeleológico 36
Saúde Pública 39 Responsável Técnico pelo Projeto Básico do Direção Técnica: Ricardo Hortélio da Cruz Rios
Segurança Pública 39
Organização Social 39 Complexo Eólico Vento Forte I: José Guilhermino
Dinâmica Produtiva 39
Água e Saneamento 40 dos Santos Junior
Educação 40
Infraestrutura 41

RESTRIÇÕES AMBIENTAIS 42

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA) 43

Metodologia (Previsão, Descrição e Análise) 43


Critérios de Valoração 43
Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais 44
Prognóstico Ambiental 50
Avaliação dos Efeitos Cumulativos e Sinérgicos 50
A Região sem e com o Empreendimento 51
Medidas Mitigadoras e Compensatórias 53

CONCLUSÕES E GLOSSÁRIO 58

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO
Este documento tem como objetivo apresentar o Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA) do Complexo Eólico Vento
Forte I, que pretende se localizar em áreas pertencentes
aos municípios de Campo Formoso e Sento Sé, no Estado
da Bahia. O RIMA apresenta um resumo do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA), que visa à obtenção de Licença
Prévia (LP) do empreendimento junto ao Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).

O EIA analisou as condições ambientais, sociais e econômi-


cas da região onde se pretende instalar o projeto e os tipos
de impactos (positivos e negativos) que podem ocorrer na
região. Os resultados do EIA demonstram a viabilidade
ambiental de implantação do empreendimento, desde que
adotadas medidas que possam reduzir os impactos negati-
vos. Este RIMA, portanto, apresenta esses resultados de
modo resumido ao público em geral para que venha a
tomar conhecimento do empreendimento e agregar as
contribuições para o seu licenciamento.

06
INTRODUÇÃO Geração de energia eólica
A energia gerada através do sol e dos ventos foram as fontes de geração de
Geração de energia elétrica no Brasil energia elétrica que tiveram maior crescimento no país, em 2019, a geração
eólica ultrapassou a geração de eletricidade à biomassa. A partir de 2015, as
Um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de um fontes renováveis retomam uma trajetória de crescimento com a expansão
país é a capacidade de se gerar energia elétrica. As indústrias, as residências, das ofertas de derivados da cana, eólica e biodiesel, atingindo 48,4% em
os estabelecimentos comerciais e a iluminação pública, por exemplo, 2020. Segundo o BEN 2020, a fonte de energia eólica representa 8,8% da
demandam esse tipo de energia, o que contribui muito para o crescimento da matriz elétrica brasileira, atrás somente da hidráulica (65,2%), gás natural
soma das riquezas do país. (8,3%) e biomassa (9,1%).

O Brasil impressiona por ser um país moderno, de população majoritaria- A energia eólica contribui substancialmente para o desenvolvimento
mente urbana e industrializado, que, segundo o BEN 2020 (Balanço Energé- sustentável, pois, por ser gerada através da força dos ventos, é considerada
tico Nacional¹), tem um elevado consumo de energia renovável em sua energia limpa, que não polui o meio ambiente, e renovável, pois é uma fonte
matriz energética (48,4% em 2020). Se considerar apenas a produção de ilimitada. As características dos bons ventos brasileiros resultam no seu
energia elétrica, esses números surpreendem ainda mais, pois a participação ótimo aproveitamento.
das renováveis na matriz elétrica brasileira chegou a 84,8% em 2020, enquan-
to que essa participação no mundo foi de apenas 23% em 2018. Em 2020,
Brasil destacou-se pelo incremento da geração hidráulica, biomassa e eólica.

BRASIL (2020)

Derivados de Carvão e
Gás Natural Petróleo Derivados
2,1% Nuclear 2,7%
8,3% 2,2%

Solar
1,7%

Eólica
8,8%

Hidráulica
Biomassa 65,2%
9,1%

Oferta Hidráulica em 2020: 421,0 TWh

Oferta Total em 2020: 645,9 TWh

Matriz Elétrica Brasileira. Fonte: BEN, 2020.

¹ Balanço Energético Nacional. Vide site: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/pu-


blicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-601/topico-588/Relat%C3%B3rio%20S%C3%ADntese%20BEN%202021-ab%202020_v2.pdf Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO: Benefícios ambientais e socioeconômicos da produção de energia eólica

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

Benefícios ambientais e socioeconômicos da produção de energia eólica

Possui baixo impacto Gera renda e melhoria


ambiental em sua Geração de vida para proprietários
instalação e operação,
de emprego. de terra com arrendamento,
se comparado a outras
para colocação das torres.
fontes de geração de energia.

Realização de Permite que o Fomento ao turismo, arte,


projetos sociais, proprietário da terra gastronomia e cultura regionais
culturais, de saúde siga com plantações por meio de festivais, cursos
e ambientais. ou criação de animais. e treinamentos.

Potencial energético

A Bahia se manteve líder na geração de energia elétrica a partir de Sento Sé e Campo Formoso, o empreendimento possuirá
das fontes eólica e solar no país em 2020. Pelo segundo ano 546 aerogeradores, cuja potência instalada será de 1.638,00
consecutivo, o território baiano ocupa a primeira posição do MW. O complexo eólico será composto por 28 parques eólicos,
ranking nacional na produção em ambas as fontes renováveis. denominados Parque Eólico Vento Forte I a Parque Eólico
Juntas, a energia elétrica produzida a partir das fontes eólica e Vento Forte XXVIII, cada um com 60 MW de potência instalada,
solar no estado tem a capacidade de atendimento para 13,5 exceto para Parque Eólico Vento Forte XI, que possui 48 MW,
milhões de residências (SDE², 2021). Parque Eólico Vento Forte XV, que possui 51 MW e o Parque
Eólico Vento Forte XXVIII, com 39 MW de potência instalada. O
Diante desse cenário, o Complexo Eólico Vento Forte I contribuirá aerogerador utilizado é o modelo Vestas V90, que possui 3,0
com o desenvolvimento sustentável, no nível regional e nacional, MW de potência, 80 m de altura e 90 m de diâmetro do rotor.
ao não emitir poluentes atmosféricos. Localizado nos municípios

08
² http://www.sde.ba.gov.br/index.php/2021/01/05/bahia-se-consolida-na-lideranca-da-geracao-de-energia-eolica-e-solar-no-pais/
Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO: Características Técnicas

Características A energia eólica representa o aproveitamento da energia cinética (aquela a partir do


movimento das pás causado pelo vento), para produzir energia elétrica através de um
um rotor aerodinâmico, que a converte em potência mecânica de eixo (torque x rotação),
a qual é convertida, por sua vez, em potência elétrica (tensão x corrente) por um gerador

Técnicas gerador elétrico localizado em turbinas eólicas (aerogeradores). Os aerogeradores


absorvem parte da potência cinética do vento, que faz girar as pás da torre, através de
elétrico. A figura abaixo apresenta, esquematicamente, o princípio de funcionamento
de um aerogerador.

Energia Eólica Energia


(Cinética) Mecânica Energia Elétrica Os aerogeradores são constituídos
basicamente por quatro componentes:
1 - a torre (estrutura tubular);
Conversão
de Torque e
Conversão de
Energia Mecânica
4 2 - as pás (que giram conforme a
Velocidade em Energia Elétrica velocidade do vento); 3 - o rotor (que
converte o movimento das pás em
2 3 potência mecânica); e 4 - a nacele
(compartimento onde ficam instalados
Conversor o gerador elétrico e os sensores de
Vento Eletrônico velocidade e direção do vento).
e Proteção
Elétrica
Multiplicador Gerador
Mecânico Elétrico

Sistema de
Supervisão
e Controle
Transformador
Elevador 1
Turbina
Eólica

Conversão
Energia Eólica
Rede
Esquema geral de funcionamento de um
aerogerador Fonte: PAVINATTO (2005).
Adaptação: PAPYRUS (2019).
Elétrica
10
Critérios para a escolha de localização
A escolha da localização de um parque eólico ocorre a partir da consideração
dos seguintes critérios: 1) análise do recurso eólico; e 2) disponibilidade de
infraestrutura (terrenos, boas condições físicas e ambientais, interligação
com a rede elétrica, disponibilidade e proximidade de conexão com rede de
alta tensão). A justificativa de implantação de um empreendimento eólico
em uma determinada área ocorre pela caracterização dos ventos locais.

Vias de Acesso
Quatro vias foram analisadas, a fim de definir 02 acessos preferencias
e 02 não preferenciais para o Complexo Eólico Vento Forte I, que pode ser
acessado pelo norte, através da BA-210 (município de Sento Sé), ou pelo sul,
através da BA-144 (município de Campo Formoso).

Tipos de Acessos - Alternativos Extensão


*Foram consideradas, a título de referência, algumas localidades da área de influência do empreendimento.

ACESSO À PARTE Alternativa Preferencial 1 29.992,55 m


SUPERIOR DO
PROJETO (Norte) Alternativa Não Preferencial 2 34.324,59 m

ACESSO À PARTE Alternativa Preferencial 3 92.808,14 m


LEGENDA: Rodovias Alternativa Preferencial - 1
INFERIOR DO
PROJETO (Sul) Alternativa Não Preferencial 4 80.260,62 m
Limites Municipais Alternativa Não Preferencial - 2
Localidades Área dos Imóveis Rurais Alternativa Preferencial - 3
Acesso Interno 237.385,90 m

Resumo da extensão das Alternativas Locacionais. Parque Eólico Rio São Franscisco Alternativa Não Preferencial - 4

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Físico

DIAGNÓSTICO Áreas de Influência

AMBIENTAL DA ÁREA
A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde às porções territoriais que serão ocupadas
pelos aerogeradores e pelas estruturas físicas e de apoio do empreendimento, como canteiro de
obras, escritório administrativo, acessos internos e externos, áreas de empréstimo e bota fora.

DO EMPREENDIMENTO No caso do Complexo Eólico Vento Forte I, essa delimitação corresponde a uma área de 632,23
ha. A Área de Influência Direta (AID), por conseguinte, corresponde a uma área delimitada por
drenagens, engloba a ADA e abrange uma área de 238.102,59 ha. A Área de Influência Indireta
(AII), por fim, engloba tanto a ADA quanto a AID, e, no caso desse complexo eólico, foi delimitada
MEIO FÍSICO: o meio físico é a base onde a vida se ao norte pelo Lago Sobradinho, ao sul pelo Rio Preto, Riacho do Curral Feio e Riacho da Bazuá, a
leste pelo Rio Salitre, Rio Vereda da Tábua ou Salitre, Pacuí e Rio da Laje e a oeste pelo Riacho da
desenvolve. Esse meio é, portanto, o espaço que Bazuá. Essa delimitação corresponde a uma área de 422.495,45 ha.
suporta os outros meios (biótico e socioeconômico),
dando condições para a sustentabilidade da vida.

12
*Foram consideradas, a título de referência, algumas localidades da área de influência do empreendimento. Julho de 2021
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Físico

Clima e Relevo Geologia (rochas e solos) As rochas são encontradas em baixa profundidade, são duras, compactas e
pouco fraturadas. Os solos são pouco espessos, apresentando muitas
pedras e areia. A baixa capacidade de retenção de água e a fertilidade do
Os municípios de Sento Sé e Campo Formoso apresentam clima que varia de As rochas que ocorrem na região serrana, onde os aerogeradores serão solo limitam a pratica agrícola no topo da região serrana.
semiárido a árido, com período de estiagem entre os meses de maio a outubro e implantados, são da Formação Morro do Chapéu, Formação Caboclo e
período chuvoso de novembro a abril. A temperatura média mensal tem os Formação Tombador. Essas rochas são quartzo-arenitos, conglomerados,
maiores valores entre dezembro e março, com 36,2 °C, e tem os menores valores arenitos, siltitos, argilitos e encontram-se nas regiões mais elevadas do
entre agosto e outubro, com 20,1 °C. O valor da temperatura média anual é de relevo, com pouca ou nenhuma alteração.
28,2 °C. O regime pluviométrico, por sua vez, define-se pela escassez e irregulari-
dade das chuvas, além da concentração delas em períodos curtos. Os ventos na
região são constantes e com velocidade média anual que se mantém entre 6,5 e
7 m/s, cuja direção predominante é de sudeste a noroeste.

Quanto ao relevo, a região apresenta uma parte denominada de Chapada


Diamantina, representado por um conjunto de relevos serranos e planaltos
entalhados em rochas sedimentares, composto de grandes áreas planas, cujas
serras e encostas são bastante inclinadas, com exposição frequente das rochas,
onde foram identificadas pinturas rupestres, como as do Sitio Arqueológico de
Brejinhos e as do grotão da Fazenda São Pedro. Outra parte, em menor
proporção, pode ser subdividida em duas unidades: uma de área plana a
levemente ondulada, marcada por drenagens; e outra com relevo mais baixo,
formada por planos inclinados e marcada também por drenagens.

Afloramento de quartzo-arenitos da Formação Caboclo, em superfície com Solo arenoso em uma via de acesso interno.
muito pouca declividade.

Pintura Rupestre no Sítio Arqueológico de Brejinho.

Pinturas rupestres
14 encontradas em Grotão
na Fazenda São Pedro.
A região do empreendimento é rica em
sítios arqueológicos. Segundo o IPHAN,
Sento Sé tem 10 sítios registrados e
Campo formoso, 21. A Toca da Aguada
do Queixo Dantas é a cavidade natural
subterrânea mais próxima do
empreendimento distando 1.113,79 m.
A Toca da Boa Vista, que é a maior
caverna brasileira, localizada em Campo
Formoso, está a 8.394,39 metros de
distância do empreendimento.

*Foram consideradas, a título de referência, algumas localidades da área de influência do empreendimento. Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico

Recursos Hídricos MEIO BIÓTICO

As áreas de influência do empreendimento localizam-se na Bacia O meio biótico compreende os seres vivos, aqui sendo representados pelas
Hidrográfica do São Francisco. Os recursos hídricos existentes na região plantas (flora) e animais (fauna).
são rios, riachos, veredas, poços, olhos d’água e nascentes. Na ADA, esses
recursos hídricos são, em sua maioria, intermitentes, portanto ressurgem Área de Influência
em períodos de muita chuva, dentre os quais se destacam Riacho do
Angelim, Riacho da Cachoeira, Riacho do Angico, Riacho dos Pilões, Riacho
A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde às porções territoriais
Salobro, Riacho da Malhadinha e Rio Laje.
que serão ocupadas pelos aerogeradores e pelas estruturas físicas de apoio
do empreendimento. A Área de Influência Direta (AID) foi definida em
um raio de 5 km a partir da ADA, exceto para Avifauna, cujo raio é de 6 km
em relação às torres eólicas. A Área de Influência Indireta (AII) foi
definida em um raio de 2 km a partir da AID, exceto para Avifauna, cujo raio
é de 30 km em relação às torres eólicas.

Riacho da Cachoeira e Rio Laje.

As águas do subsolo ou subterrâneas chegam à superfície através de fontes,


nascentes ou poços tubulares construídos. As nascentes são utilizadas por
pessoas e animais que vivem em suas proximidades.

Nascentes nas localidades São Romão e Jacurutu.

16
Flora
A vegetação, na área do empreendimento, é composta pelos seguintes tipos:
caatinga arbustiva; caatinga arbórea, cerrado sentido restrito (stricto sensu),
campo rupestre, mata ciliar e área antropizada. Veja a seguir a explicação
de cada tipo.

Caatinga Arbustiva

A Caatinga arbustiva possui altura média variando de 2 a 4 m com aparência


emaranhada e aberta, com presença de bromélias, plantas suculentas,
gramíneas, fazem parte deste tipo de vegetação as seguintes espécies: icó
(Capparis yco) (A); castanheira (Pachira retusa) (B); pereiro-preto (Aspidosper-
ma pyrifolium) (C); mandacaru-facheiro (Pilosocereus pachycladus) (D);
rasga-calça (Mimosa irrigua) (E); angico-de-carrasco (Pseudopiptadenia
brenanii) (F); dentre outros.
A B C

D E F

Exemplares de icó (A), castanheira (B), pereiro-preto (C), mandacaru-facheiro (D), rasga-calça (E)
e angico-de-carrasco (F).

Aspecto da vegetação de caatinga arbustiva. Julho de 2021


Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Flora

C D E

Exemplares registrados no estrato herbáceo da caatinga arbustiva como macambira-de-cachorro (Bromelia laciniosa) (A), caroá (Neoglaziovia variegata) (B), canela-de-ema (Vellozia sp.) (C), cabeça-de-frade (Melocactus sp.) (D)
e macambira-de-flecha (Encholirium spectabile) (E).

18
Caatinga arbórea Cerrado sentido restrito (stricto sensu) Campo Rupestre

A caatinga arbórea apresenta altura entre 5 a 8 m. Esta vegetação é O cerrado sentido restrito (stricto sensu) apresenta árvores baixas, inclina- O campo rupestre apresenta uma vegetação predominantemente baixa e
comumente representada pelas seguintes espécies: umburana-de-cambão das, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, cuja vegetação é formada pelas seguintes espécies: batata-de-vaqueiro (Mandevilla tenuiflo-
(Commiphora leptophloeos); aroeira (Myracrodruon urundeuva); jurema representada pelas seguintes espécies: pau d’água (Vochysia thyrsoidea); ra) (A); quaresmeira (Tibouchina sp.) (B); cunanã (Euphorbia appariciana) (C);
(Piptadenia stipulacea); pereiro-branco (Aspidosperma pyrifolium); mandio- pau-de-leite (Himatanthus drasticus); pau-terrinha (Qualea parviflora); Micranthocereus flaviflorus (D); canela-de-ema (Vellozia sp.) (E); capim-estrela
ca-braba (Jatropha molissima); entre outros. mangaba (Hancornia speciosa); angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis); (Rhynchospora sp.) e carobinha (Jacaranda sp.); entre outros. Vale ressaltar a
Capororoba (Myrsine guianensis); Terminalia fagifolia; entre outros. existência de poucas árvores, como as seguintes espécies: mandioqueira-
-do-cerrado (Schefflera vinosa) (F); pau-terrinha (Qualea parviflora) (G);
candeia (Gochnatia polymorpha) (H); pau d’água (Vochysia thyrsoidea) (I); e
candeia-de-bolota (Paralychnophora reflexoauricula) (J).

A B
A

C D
B

E F C E

Exemplar de pau-de-leite (A), mangaba (B), Terminalia fagifolia (C), Exemplar de batata-de-vaqueiro (A), quaresmeira (B), cunanã (C),
pau d’água (D), pau-terrinha (E) e angico-de-bezerro (F). Micranthocereus flaviflorus (D) e canela-de-ema (E).

Aspecto da vegetação de caatinga arbórea com um


estrato subarbustivo bem formado.
Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Flora

Mata Ciliar

A vegetação de mata ciliar margeia os cursos d’água do empreendimento,


onde ocorrem exemplares das seguintes espécies: angico (Anadenanthera
colubrina); barriguda (Ceiba glaziovii); juazeiro (Ziziphus joazeiro); licuri
(Syagrus coronata); coco-de-bode (Hirtella glandulosa); sucupira-branca
(Bowdichia virgilioides); mutamba (Guazuma ulmifolia); mulungu (Erythrina
velutina); cambui (Myrciaria sp.); pé-de-caixão (Ruprechtia apetala); marme-
lada-de-cavalo (Alibertia edulis); entre outros.

F G

H I J

Exemplar de mandioqueira-do-cerrado (F), pau-terrinha (G), candeia (H), pau d’água (I) e candeia-de-bolota (J). Riacho intermitente e mata ciliar.

20
Área Antropizada

Refere-se à área que teve sua característica natural alterada pela ação
humana. Áreas antropizadas ocorrem na localidade conhecida como
Curralinho, porção central do empreendimento, onde se verifica a presença
de licurizeiros em meio a plantações de abacaxi e mandioca.

Licurizeiros mantidos em
meio a plantação de abacaxi.

Área de cultivo de mandioca. Julho de 2021


Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Flora

Espécies ameaçadas e proibidas de corte


Proibida de Corte
Família Nome Científico Nome Popular IUCN MMA SEMA
CEPRAM Lei Estadual IBAMA IN (2018.2) (2014) (2017)
Nº 1.009/1994 13.908/2018 Nº 191/2008

Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira

Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna

Spondias tuberosa Arruda umbuzeiro

Apocynaceae Hancornia speciosa Gomez mangaba LC

Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. licuri

Bignoniaceae Handroanthus spongiosus (Rizzini) S.Grose Sete cascas EN

Bromeliaceae Encholirium spectabile Mart. ex Schult.; Schult.f. macambira-de-flecha LC

Arrojadoa rhodantha (Gürke) Britton; Rose rabo-de-raposa LC

Cereus jamacaru DC. mandacaru LC

Facheiroa squamosa (Gürke) P.J. Braun; Esteves facheiro LC

Harrisia adscendens (Gürke) Britton; Rose rabo-de-raposa LC


Cactaceae Pereskia grandifolia Haw. quiabento LC

Melocactus zehntneri (Britton; Rose) Luetzelb. coroa-de-frade LC

Micranthocereus flaviflorus Buining & Brederoo - NT VU

Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles; Rowley xique-xique LC

Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P. Taylor; Stuppy quipá LC

Amburana cearensis (Allemão) A.C. Smith umburana-de-cheiro EN

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico

Chamaecrista cytisoides (Collad.) H. S. Irwin & Barneby chamecrista LC

Fabaceae Copaifera langsdorfii Desf. copaiba LC

Mimosa verrucosa Benth. jureminha NT

Pithecellobium diversifolium Benth. pau-de-rato LC

Pterogyne nitens Tul. madeira-nova NT

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby pau-de-serra LC

Legenda: IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza; MMA – Ministério do Meio Ambiente; SEMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente (BA); LC – Pouco preocupante NT – Quase ameaçada; EN – Em perigo; VU - Vulnerável

20
22
CURIOSIDADES
Das plantas registradas no
Diagnóstico, foram consideradas
de valor econômico o umbuzeiro
(Spondias tuberosa) e o
licurizeiro (Syagrus coronata).
O valor econômico do licurizeiro
está relacionado ao potencial de
exploração da planta. A partir das
folhas, são produzidas vassouras,
O umbuzeiro tem seu valor
chapéus e produtos de artesanato.
econômico associado ao
Os frutos são utilizados para
fruto, que é comercializado
alimentação humana e animal,
por comunidades no sertão
sendo o coco do licuri o principal
baiano. A planta é considerada
alimento da arara-azul-de-lear
como importante fonte de
(Anodorhynchus leari), ave
renda familiar.
ameaçada de extinção e alvo de
esforço nacional de conservação.

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Fauna

Fauna:

O estudo da fauna contemplou o grupo dos mamíferos terrestres


(mastofauna), morcegos (quiropterofauna), aves (avifauna) e
anfíbios e répteis (herpetofauna). Cada grupo foi estudado por um
biólogo especialista que aplicou técnicas especificas para registro
dos animais. Como resultado, foram identificadas 32 espécies de
mamíferos terrestres, 41 espécies de morcegos, 257 espécies de
aves e 33 espécies de anfíbios e répteis.

Mastofauna Avifauna
Mamíferos Terrestres Pássaros

Quiropterofauna Herpetofauna
Morcegos Lagartos, cobras, rãs,
sapos e pererecas

Tamanduá-mirim
Tamandua tetradactyla
24
22
Mastofauna (mamíferos terrestres)

Foram identificadas 32 espécies de mamíferos terrestres, dentre as quais


09 estão na lista das espécies ameaçadas de extinção internacional,
nacional e estadual: tatu-bola (Tolypeutes. tricinctus); jaguatirica (Leopardus
pardalis); gato-do-mato (Leopardus tigrinus); onça-parda (P. concolor);
gato-mourisco (P. yagouaroundi); onça-pintada (P. onca); mocó (K. rupestris);
tamanduá-bandeira (M. tridactyla); e queixada (Tayassu pecari).

A onça-pintada (Panthera onca) merece atenção especial,


já que se encontra em perigo crítico de extinção no
bioma Caatinga devido à ação humana. Espécie ameaçada

Tatu-bola-da-caatinga Sagui-de-tufos-pretos
Tolypeutes tricinctus Callithrix penicillata

Os mamíferos terrestres variam conforme os hábitos alimentares: os que se


alimentam de frutas (frugívoros), de vegetais (herbívoros), de carne
(carnívoros), de ambos (onívoros) ou os que têm hábito alimentar diversifi-
cado, como os seres humanos.

Toda essa diversidade de espécies


promove várias interações ecológicas
e serviços ambientais que contribuem
para a manutenção e o equilíbrio Sariguê Rabudo Tatu-peba
do ecossistema. Didelphis albiventris Thrichomys inermis Euphractus sexcinctus

Veado-catingueiro
Quanto às espécies de interesse epidemiológico, inúmeras espécies de Mazama gouazoubira
mamíferos atuam como reservatório de zoonoses (doenças transmissíveis),
entre elas a leishmaniose visceral e tegumentar, além da doença de chagas.
As espécies na área do empreendimento que podem contrair doenças e
transmitir às pessoas são as seguintes: mico (C. penicillatta); raposa (C. thous);
tatu (D. novemcinctus); felinos (P. onca, P. concolor); e sariguê (D. albiventris).

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Fauna

Das espécies registradas, trinta são alvo de caça por diferentes razões:
Animais Pressão Antrópica

Nome comum Nome científico Alimento Medicinal Estimação/ criação Prática religiosa Ornamentação Conflito (predação de lavouras ou de animais de criação)

veado-catingueiro Mazama gouazoubira X X X X X X

veado-mateiro Mazama Americana X X X X X X

queixada Tayassu pecari X X X X

caititu Pecari tajacu X X X X


raposa Cerdocyon thous X X X X

jaguatirica Leopardus pardalis X X X X X

gato-do-mato Leopardus tigrinus X X X X X

onça-parda Puma concolor X X X X X

gato-mourisco Puma yagouaroundi X X X X

onça-pintada Panthera onca X X X X X

cangambá Conepatus semistriatus X X X X X

irara Eira barbara X X X

furão Galictis cuja X X X X

quati Nasua nasua X X X X X

guaxinim Procyon cancrivorus X X X X X

tatu-verdadeiro Dasypus novemcinctus X X X X X

tatuí Dasypus septemcinctus X X X X X

tatu-peba Euphractus sexcinctus X X X X X

tatu-bola Tolypeutes tricinctus X X X X X

saruê Didelphis albiventris X X X X

tapiti Sylvilagus brasiliensis X X

tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla X X X X X X

tamandua-mirim Tamandua tetradactyla X X X X X X

Sagui-de-tufo-preto Callithrix penicillata X X

prea Galea spixii X X X X

capivara Hydrochoerus hydrochaeris X X X X X

moco Kerodon rupestris X X X X


paca Cuniculus paca X X X
cutia Dasyprocta prymnolopha X X X X

tapeti Sylvilagus brasiliensis X X

26
Mastofauna | Quiropterofauna (Morcegos)

Foram identificadas 41 espécies de morcegos, das quais 04 constam em listas de


espécies ameaçadas de extinção: Micronycteris sanborni; Tonatia bidens; Peropteryx
trinitatis; e o morcego-beija-flor (Xeronycteris vieirai), endêmico da Caatinga e
considerado de alta fragilidade.
Morcego Insetívoro
Neoplatymops mattogrossensis
A comunidade de morcego estudada utiliza uma grande variedade de recursos
alimentares, apresentando animais que se alimentam especificamente de frutos
(frugívoros), insetos (insetívoros), sangue (hematófago), o que indica a existência de
papéis ecológicos diversificados. Dentre os ambientes estudados, as fitofisionomias
caatinga arbustiva e mata ciliar contribuíram com o maior número de registro, tendo
em vista a oferta de abrigo, água e alimento.

Foram identificados 27 abrigos de morcegos


nas áreas de influência do empreendimento.

A região possui estruturas naturais, como


paredões rochosos com cavidades, frestas e
fendas, que favorecem o estabelecimento de
colônias de morcegos.

Entre as espécies de importância médica destacam-se as hematófagas Diphylla


ecaudata, Diaemus youngi e Desmodus rotundus, esta última considerada o principal vetor
da raiva. Neste contexto, as espécies Myotis nigricas e Histiotus velatus merecem
destaque por serem bem adaptadas a ambientes urbanos (sinantrópicas) e possuírem
diagnóstico positivo para a raiva. Essas espécies, como qualquer mamífero silvestre,
somente transmitem a doença quando infectados.

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Fauna

Os morcegos hematófagos
fazem parte do ciclo da raiva
e quando infectados podem
transmiti-la para os
animais domésticos e humanos
através do contato da saliva.

Morcego
hematófago

Espécie ameaçada

Morcego
insetívoro
Micronycteris sanborni

Espécie ameaçada

Desmodus rotundus

Morcego
Morcego-beija-flor nectarívoro
Glossophaga soricina
28 Xeronycteris vieirai
Avifauna (pássaros)

Foram identificadas 257 espécies de aves, das quais 09 estão categorizadas


como ameaçadas de extinção: ema (Rhea americana), jaó-do-sul (Cryptu-
rellus noctivagus), jacucaca (Penelope jacucaca), jacu-estalo (Neomorphus
geoffroyi), beija-flor-de-gravata-vermelha (Augastes lumachella), arara-azul-
-de-lear (Anodorhynchus leari), chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus
pectoralis), pintassilgo-do-nordeste (Spinus yarellii), pompeu (Hylopezus
ochroleucus) e 04 como quase ameaçadas de extinção: joão-chique-chique
(Gyalophylax hellmayri), maracanã-verdadeira (Primolius maracanã), formigueiro-
-do-nordeste (Formicivora iheringi) e cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata).

A fragmentação e perda de habitat é uma das principais ameaças as


Espécie ameaçada
espécies em risco de extinção, sobretudo para o jaó-do-sul, por ser uma
espécie dependente de floresta, e para o formigueiro-do-nordeste, por ser Bacurau Arapaçu-beija-flor
semi-dependente de floresta e muito sensível a distúrbios ambientais, Anthostomus rufus Campylorhamphus trochilirostris
além de ser um endemismo de caatinga.

Choca-barrada-do-nordeste
Thamnophilus capistratus

Rapazinho-dos-velhos Pica-pau-de-banda-branca
Nystalus maculatus Dryocopus lineatus
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Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Fauna

O jacu-estalo faz parte de um grupo de aves com poucos registros documenta- Por possuírem hábito de vôo que pode ultrapassar os 50 m de altura
dos, área de distribuição e biologia pouco conhecidas. Embora não seja conside- algumas espécies apresentam maior potencial de risco para colisão com
rado globalmente ameaçado, acredita-se que a espécie seja sensível ao desmata- aerogeradores e outras estruturas associadas, como o gavião-carijó
mento. (Rupornis magnirostris), carcará (Caracara plancus), carrapateiro (Milvago
chimachima), falcão-de-coleira (Falco femoralis), gavião-do-rabo-branco
O beija-flor-gravatinha foi observado utilizando os recursos florais no topo 1 2 (Geranoaetus albicaudatus), urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura),
Foto: Gilvan Moreira Foto: Ícaro Menezes
e nas vertentes da Serra das Grotas sendo considerado residente das áreas urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus), urubu-rei (Sarcoramphus
de topos de montanha da Cadeia do Espinhaço, classificado como quase papa), dentre outras.
ameaçado.
A águia-chilena merece destaque, pois além de ser a maior ave rapineira
Estando sujeita a efeito de barreira e de colisão a arara-azul-de-lear é uma que ocorre na caatinga, em geral apresenta poucos indivíduos, podendo
ave planadora com potencial para realizar voos acima de 50 m durante os manter dois territórios, um próximo ao ninho e outro mais afastado, em
deslocamentos entre dormitório(s) e área(s) de alimentação, tendo como geral um território de caça.
principal alimento o licuri (Syagrus coronata). Ainda que, o conhecimento
relativo à colisão de aves no Brasil esteja em fase inicial, estando restrito aos O hábito de algumas espécies dos grupos accipitriformes (gaviões), falconi-
relatórios de licenciamento ambiental e os resultados obtidos em diversos 4
3 formes (falcões), psitaciformes (papagaios e periquitos), strigiformes
estudos na Europa permitam concluir que o risco de mortalidade de aves Foto: Ícaro Menezes Foto: Heberty Adorno
(corujas) e passeriformes (andorinhas), de voar numa altura de risco em
por colisão em nosso pais seja reduzido. Espécies que apresentaram alta taxa de abundância nos dois períodos, seco relação às torres de aerogeradores, associado ao hábito de construírem seu
e chuvovo: 1. Azulão (C. brissonii), (Fêmea); 2. Azulão (C. brissonii)(macho); ninho em escarpas inclinadas e paredões rochosos aumenta o risco de
3. Sebinho-de-olho-de-ouro (H. margaritaceiventer); 4. Tem-farinha-aí (M. strigilatus).
colisão. Nesse sentido, foram identificadas algumas escarpas com
potencial para atrair espécies que utilizam esses locais como área de
reprodução ou abrigo e que possuem, também, potencial para abrigar
zonas de refúgio da fauna, por conta de suas características ambientais.

1 Foto: Gilvan Moreira


2 Foto: Ramona Soares

Espécie ameaçada

Os dois indivíduos de Arara-azu-de-lear (Anodorynchus leari) da população do


Boqueirão da Onça, se alimentando do coquinho do licuri (Syagrus coronata)
na região do Cercadinho (Foto: Thiago Filadelfo).
Águia-chilena
3 4 Geranoaetus melanoleucus
O conjunto de pássaros observados no período chuvoso é diferente do período Foto: Marcelino Dias Foto: Gilvan Moreira

seco, o que pode estar relacionado ao período reprodutivo das espécies,


destacam-se o azulão (Cyanoloxia brissonii), o sebinho-de-olho-de-ouro
(Hemitriccus margaritaceiventer) e o tem-farinha-aí (Myrmorchilus strigilatus) por
aparecerem entre as espécies mais abundante nos dois períodos.

Exemplos de representantes de famílias predominantes:


Gavião-carijó
1. Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado (M. tyrannulus); 2. Saíra-amarela (T. cayana);
5 6 Rupornis magnirostris
30 3. Choca-do-planalto (T. pelzelni); 4. Beija-flor-de-garganta-verde (A. fimbriata);
5. Avoante (Z. auriculata); e 6. Pica-pau-verde-barrado (C. melanochloros).
Foto: Ícaro Menezes Foto: Ícaro Menezes
Fim-fim Tico-tico
Euphonia chlorotica Zonotrichia capensis

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Tico-tico-rei-cinza Sanhaçu-de-fogo Caneleiro-preto


Coryphospingus pileatus Piranga flava Pachyramphus polychopterus

Periquito-da-caatinga
Eupsittula cactorum

Corrupião
Icterus jamacaii
32
Herpetofauna (lagartos, serpentes e anfibios)

Nas áreas de influência do empreendimento, foram identificadas 33


espécies representantes da herpetofauna, dentre as quais 15 são espécies
de lagarto, 09 são de serpente e 09 de anfíbio. Nenhuma dessas consta nas
listas de espécies ameaçadas de extinção, contudo espécies encontradas
somente na região onde foram observadas, como os casos da lagartixa
(Tropidurus cocorobensis) e da lagartixa-de-lajedo (Tropidurus semitaeniatus)
na região Nordeste, do papa-vento (Enyalius bibronii), do calango (Ameivula
nigrigula) e da salamanta (Epicrates assisi) no bioma Caatinga, e da perere-
ca-verde (Phyllomedusa bahiana) no estado da Bahia. O papa-vento
(Enyalius bibronii), a briba-do-folhiço (Gymnodactylus geckoides) e o sapo-da-
-caatinga (Proceratophrys cristiceps) são as espécies mais sensíveis à perda
de hábitat, por serem típicas de áreas com vegetação mais densa.

Lagartixa
Tropidurus cocorobensis

Cobra-arco-íris
Leptophis ahaetulla

Lagartixa-de-lajedo
Tropidurus semitaeniatus

Sapo-da-caatinga
Proceratophys cristiceps

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Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: Meio Biótico - Fauna

Perereca
Phyllomedusa bahiana

Calango
Ameiva ameiva

Papa-vento
Enyalius bibronii

Sapo-granuloso
Rhinella granulosa

Briba-do-folhiço
34 Gymnodactylus geckoides
MEIO SOCIOECONÔMICO
O meio socioeconômico corresponde ao espaço geográfico dinâmico cujas
ações sociais ocorrem de modo recíproco com o meio ambiente, onde é
possível identificar aspectos diversos da realidade em que atuam os
agentes da sociedade, que influenciam e são influenciados por fatos e
aspectos sociais, como cultura, estruturas, infraestruturas, economia,
educação, instiruições, grupos, etc.

Áreas de Influência
O estudo do meio socioeconômico do Complexo Eólico Vento Forte I
abrange análises das áreas de influência indireta (AII), influência direta
(AID) e diretamente afetada (ADA). A AII é composta pelos municípios de
Sento Sé e Campo Formoso.

A AID corresponde às sedes municipais e às localidades onde haverá


impactos sociais diretos, devido à disponibilidade de bens e serviços, à
contratação de mão de obra local e a outros aspectos. Grande parte dessas
localidades da AID coincide com aquelas situadas no acesso alternativo do
empreendimento. São consideradas como pertencentes à AID as localidades
de Piçarrão e São Pedro, pertencentes a Sento Sé; e Lage de Cima 1, Gamelei-
ra do Dida, Fazenda Várzea da Solta, Fazenda Cachoeira e Fazenda
Baraúna, pertencentes a Campo Formoso.

A ADA, por sua vez, refere-se às localidades que passarão por obras do
empreendimento, como readequação das vias e da infraestrutura local, ao
longo de sua implantação e operação, além dos imóveis rurais que terão suas
terras arrendadas para esse fim. Essas localidades estão situadas, portanto,
na via de acesso preferencial do empreendimento e são identificadas como
Tamburí, Cercadinho, Lage de Cima 2, Lage dos Negros, Fazenda Mocambo,
Fazenda Baixa, Borges, Lagoa do São Francisco, Queixo Dantas, Fazenda
Areia, Cacimbinha, Fazenda Queimada e Garajau, pertencentes ao
município de Campo Formoso; e Lagoinha, Morrinhos, Jacurutu e Fazenda
São Romão, pertencentes ao município de Sento Sé. Pertencem à ADA,
também, os proprietários rurais que terão suas terras arrendadas
pelo empreendimento eólico.

Imagem aérea da localidade de Gameleira do Dida (Campo Formoso).


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Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: MEIO SOCIOECONÔMICO

Os municípios da AII Os municípios da AII caracterizam-se por uma população jovem e pelo Patrimônio histórico, cultural,
crescimento da sua população economicamente ativa (PEA), em especial
Sento Sé, já que, no ano 2000, havia 10.242 pessoas economicamente ativas arqueológico e espeleológico
O município de Campo Formoso emancipou-se do município de Senhor do e, em 2010, houve aumento de 44% (14.707 pessoas). Esse crescimento da PEA,
Bonfim, em 28/07/1880, pela lei provincial nº 2.051. Em seus primórdios, a nos municípios estudados, acompanha o crescimento populacional A região de Campo Formoso recebeu, ao longo de sua história, grande
região era um aldeamento indígena e, hoje em dia, é conhecida pela existên- observado na comparação dos dois últimos censos. Grande parte dos influência da Igreja Católica. Um de seus personagens ilustres foi o Frei
cia de pedras preciosas. Há, no povoado de Tuíutiba, um garimpo com trabalhadores encontra-se sem carteira de trabalho assinada ou trabalhando Lino Graflage, que desejava fundar, no município, um colégio católico, uma
esmeraldas conhecidas pela sua qualidade, o que contribuiu para que Campo por conta própria, e o setor primário (agropecuária) destaca-se na região. vez que a cidade já dispunha de um colégio sob a orientação protestante.
Formoso recebesse a alcunha de “cidade das esmeraldas”, em que se destaca Frei Lino entrou em contato com a Madre Provincial das Irmãs Francisca-
a comercialização dessas pedras no centro da cidade, em uma feira nas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e expôs o objetivo: formar, por
conhecida como “feira do rato”. Além desse garimpo, é nessa cidade que se meio do evangelho, gerações campo-formosenses. No dia 6 de março de
encontra a maior caverna do Hemisfério Sul: a “Toca Boa Vista”. O município 1958, chegaram a Campo Formoso as pioneiras Franciscanas Hospitaleiras,
de Sento Sé, por sua vez, foi habitada, em seus primórdios, pelos índios dando início ao seu objetivo, o que resultou na fundação do Instituto
centossés e só seria elevado à condição de cidade, com a denominação de Educacional Nossa Senhora de Fátima, que educa criança e adolescentes,
Manoel Vitorino, pela Lei Estadual n.º 1.911, de 09/08/1926. do maternal até o ensino médio.
Segundo dados do Censo Demográfico IBGE (2010), o município de Campo
Formoso possui uma população total de 66.166 habitantes e a maioria da sua
população é constituída por moradores do sexo masculino (33.464) e da zona
rural (41.753); Sento Sé, por sua vez, possui uma população total de 37.425
habitantes, sendo 19.277 do sexo masculino e 18.148 do sexo feminino.
Diferentemente de Campo Formoso, a população de Sento Sé é majoritaria-
mente urbana (21.676 pessoas na zona urbana e 15.749 na zona rural). Em
ambos municípios, a taxa de crescimento da população urbana é maior do População e Dinâmica Populacional
que a rural, em que se destaca Sento Sé com a maior taxa de crescimento
populacional, acima, inclusive, da taxa estadual e nacional. O perfil das pessoas entrevistadas nas localidades indica que há proporção
equitativa na quantidade de homens e mulheres (51% feminino e 49% mascu-
lino). Quanto à idade, 69% dos entrevistados têm mais de 31 anos (21% na
faixa etária 31-40). Quanto à densidade demográfica, ainda que a área
territorial desses municípios tenha aumentado, o crescimento populacional
foi ainda maior.

Residência em estrutura de taipa em Cercadinho (Campo Formoso).

36 Monumento a Frei Lino (2017).


A partir do levantamento feito pelo IPHAN (2016), constatou-se a
presença de dois bens tombados como patrimônio cultural no municí-
pio de Campo Formoso: a Igreja Nossa Senhora do Burburi (Capela) e a
Igreja da Gameleira. A Igreja da Gameleira foi erigida em 1762 pelo padre
Manoel Monteiro, um devoto da Santa que tinha um Santuário em
Amoreira, município de Óbidos, Portugal. Devido a saques e destruição
temporal, a Igreja encontra-se, nos dias de hoje, em ruínas, sendo
conhecida também como Ruína da Igreja Velha de Pedra.
Ruína da Igreja da Gameleira (2017).
Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: MEIO SOCIOECONÔMICO

Como patrimônio turístico e natural, Boqueirão da Onça destaca-se como


uma importante unidade de conservação, que é gerida pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Parte da AID
e da ADA encontra-se na Área de Proteção Ambiental (APA) do Boqueirão
da Onça, em que populações quilombolas e comunidades de fundo de
pasto dependem dos seus recursos naturais para viver (ICMBio, 2018).
Segundo o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial,
Cláudio Maretti, "O Boqueirão da Onça é um lugar muito especial,
importante pela sua natureza, com destaque para as onças e a arara-azul-
-de-lear." (ICMBio, 2018). Acredita-se que o Boqueirão da Onça pode
contribuir, portanto, para a geração de renda na área do turismo ecológico
devido a suas atrações, em que se destacam as grutas.

Na região dos municípios da AII, cachoeiras e grutas merecem menção


como patrimônio natural e turístico, em que se destaca a Cachoeira do
Rio Campo Formoso, o Rio do Retiro e a Cachoeira da Minação, as quais
Boqueirão da Onça (Campo Formoso).
servem, inclusive, de ponto de lazer aos moradores locais em época de
chuvas. Destaca-se também a Toca da Boa Vista e as Serras que são
divulgadas pela secretaria de turismo de Campo Formoso: Serra do
Cruzeiro, Serra do São Francisco e Serra do Queixo Dantas. Campestre,
por sua vez, é também um local de potencial turístico e natural, situado
no acesso alternativo do empreendimento eólico e frequentado pelos
moradores da AID para lazer e turismo em épocas de chuvas, quando são
formadas corredeiras que servem de escorregador para diversão local.

38 Campestre (Campo Formoso).


Julho de 2021
Quanto a manifestações culturais, destacam-se as de caráter Organização Social
religioso (predominantemente católicas, com importantes
citações do candomblé, da umbanda e dos protestantes). Ao
todo, foram identificadas 42 manifestações culturais, cujas 10 Nas sedes municipais da AID, foram identificadas organizações sociais, cuja área de atuação é priorita-
principais são as seguintes: Cavalgada (ou Missa do Vaquei- riamente a área associativista, cultural, religiosa e educacional. Em Campo Formoso, há registros de
ro); Festa da Padroeira Nossa Senhora da Aparecida (12/10); comunidades quilombolas, como Gameleira do Dida (com certificado), Laje de Cima I, Laje de Cima II
Festa do Padroeiro Santo Antônio (13/06); Reizado (janeiro); (com certificado) e Laje dos Negros (com certificado); em Sento Sé, não houve registros. Não foram
Festa do Padroeiro São José (19/03); Roda de São Gonçalo; identificadas comunidades indígenas nas áreas de influência direta e diretamente afetada pelo
Festas juninas e quadrilha; Samba (de pé, de roda ou de empreendimento, nem a presença de assentamentos de reforma agrária ou do Movimento dos
"véio"); Festa do Padroeiro São Pedro (29/06); e Festa da Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Padroeira Nossa Senhora da Bakhita (13/07).

Unidade da Polícia Civil em Sento Sé (2017).

Segurança Pública
Os municípios da AID do empreendimento eólico possuem
Missa do Vaqueiro em Piçarrão (Sento Sé). equipamentos e equipe policial (civil e militar), concentra-
das em suas sedes municipais. Nas localidades da AID, por sua
vez, não há equipamentos policiais, no entanto rondas são
realizadas para o devido controle ostensivo de prevenção,
ainda assim muitos moradores indicaram, durante atividade
Saúde Pública de campo, a necessidade de uma maior presença de policiais
na região por meio das rondas ou da construção de postos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - CRAS-PAIF – Quilombola.
Gameleira do Dida (Campo Formoso).
A rede de estabelecimento das sedes municipais e povoados policiais. Em Piçarrão, há um posto da polícia militar, porém
da AID e ADA é constituída, preferencialmente, por unidades se encontra desativado.
de saúde mantidas pelo setor público. Algumas unidades de
Dinâmica Produtiva
saúde privadas funcionam na região. As comunidades são Percebe-se que a segurança pública na região, sobretudo em
carentes de leitos, o que indica que as sedes municipais, que Sento Sé, é deficiente, visto que a região é vulnerável por estar No que se refere às atividades desenvolvidas especificamente nas comunidades da ADA, verifica-se o
os possuem, tendem a polarizar o atendimento de sua localizada no denominado “polígono da maconha”, que predomínio de desempregados (32,6%), agricultores (23,5%) e comerciantes (5,3%). Entre os proprietários,
população. Esta situação contribui para a queda da qualidade inclui 13 cidades do sertão baiano e pernambucano. Segundo 50% são empresários. Todas as propriedades entrevistadas possuem algum tipo de produção, em que se
dos serviços, o que repercute de forma negativa sobre alguns relatos dos moradores, o cultivo da maconha (Cannabis sativa) destaca a pecuária, com 100% de incidência (06 propriedades). Entre as propriedades com pecuária, a
dos principais indicadores sociais. Na região do empreendi- foi facilitado pelo uso das margens do Rio São Francisco. criação bovina e de caprinos aparecem em 05 propriedades (83%), seguida de equinos, caprinos e aves
mento eólico, Piçarrão, Gameleira do Dida e Lage dos Negros (17%), e ovinos (17%). Outra fonte de renda importante são os programas sociais do governo, pois 63%
são as principais referências locais para aqueles que buscam dos entrevistados possuem alguém da família que tem acesso a esses programas.
atendimento médico local, além das sedes municipais.
A agricultura irrigada possui grande potencial hortifrutífero nos municípios da AID. Em Campo
formoso, esse potencial é favorecido por meio de projetos no vale do Salitre, com plantio de melão, uvas,
mangas e pinhas. A região do Baixo Salitre, em especial em Juazeiro, recebe investimentos em agricul-
tura irrigada por meio do Projeto Salitre, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco
Posto de Saúde em Lage e Parnaíba (CODEVASF). Nas comunidades da ADA, há o uso de poço profundo para tal finalidade, sem
dos Negros (Campo Formoso). maiores investimentos por meio de projetos específicos.
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO: MEIO SOCIOECONÔMICO

Água e Saneamento Educação

Quanto ao abastecimento de água, destaca-se o uso da rede geral de Nas entrevistadas realizadas na AID e ADA do empreendimento eólico,
distribuição. Dos domicílios urbanos de Campo Formoso e Sento Sé, 97% e constatou-se que 10,6% dos entrevistados são analfabetos. As localidades
98,6%, respectivamente, utilizam essa rede. Dos 6.997 domicílios urbanos de situadas nas proximidades da área onde será implantado o empreendimento
Campo Formoso contabilizados, 12 abastecem-se por meio de poço ou (entorno), como estão situadas na zona rural, são atendidas por escolas
nascente na propriedade e, em Sento Sé, apenas um domicílio urbano municipais. Atualmente, oferecem-se cursos na educação formal (ensino
abastece-se dessa maneira. Nas localidades situadas na AID e ADA do infantil, pré-escolar e ensino fundamental) normal e em turmas multisseria-
empreendimento eólico, 61,6% dos entrevistados disseram que não possuem das na zona rural (do pré-escolar à 4ª série do ensino fundamental).
água tratada em casa, e 18,4% consomem água clorada. A principal fonte de
abastecimento de água ocorre por meio de rede geral (54,7%), de poço profun- Piçarrão, Gameleira do Dida e Lage dos Negros são as principais localidades
do (40%) e de água comprada em localidades vizinhas, como Gameleira com instituições de ensino para atender moradores das demais localidades
do Dida, região de Cachoeirinha, Sangradouro e Sobradinho (25,3%). da AID e ADA do empreendimento. Lage dos Negros atende principalmente
a educação dos alunos originários de Lage de Cima I e II e Fazenda Baraúna,
pois há escola quilombola pré-escolar, há o Colégio Luiz José dos Santos
(ensino médio), e a extensão universitária de ensino particular.

Dos 245 entrevistados, 65,3% (160 pessoas) alegaram alguma razão para ter
desistido de estudar antes de alcançar ou de concluir o ensino médio. Desse
grupo, 49,4% desistiu de estudar para poder trabalhar, e 20,6% alegaram falta
de oportunidade. Segundo informações obtidas por meio de entrevistas nas
localidades da AID e ADA, 28% (68 pessoas) disseram que participou de
Plantação Irrigada em Morrinhos (Sento Sé). algum programa ou curso de qualificação profissional. Entre aqueles que
fizeram algum curso profissionalizante, 29,4% afirmaram que fizeram curso
Na fase de implantação do empreendimento, deverão ser gerados, aproxi- de informática, 8,8% curso na área educacional (ex: EJA, PROFA, Projovem) e
madamente, 4.300 empregos diretos e indiretos, movimentando a 7,4% curso de manejo e/ou criação de animais.
economia na região. O tipo de profissional para a execução das atividades
de obra é bem diversificado, envolvendo equipe técnica especializada de
engenharia civil, elétrica e mecânica, operação e manutenção de sistema
elétrico, pedreiro, ajudante, pintor, carpinteiro, cozinheira, auxiliar do
serviço de limpeza, vigilante, dentre outros. O empreendimento poderá
absorver mão de obra dos municípios de Campo Formoso, Sento Sé e da
região. Na fase de operação do complexo eólico, estima-se que serão Venda de Água Potável em Gameleira do Dida (Campo Formoso).
necessários, aproximadamente, 40 empregos diretos, e 150 indiretos. Para
essa fase serão consideradas atividades de administração, operação e
manutenção do empreendimento. Nas sedes municipais, principalmente
em Sento Sé, serão demandados serviços de hospedagem, alimentação,
transporte, lazer, administrativo e escritório. Atualmente, deverá haver um
incremento de novos estabelecimentos nos municípios da AII para atender
à demanda esperada.
Escola Quilombola de Lage dos Negros (Campo Formoso).

40 Sistema de Abastecimento de Água na Fazenda Barauna.


Infraestrutura Quanto a aspectos de tecnologia e comunicação, 64 entrevistados (26%)
disseram possuir computador, notebook, netbook ou ultrabook. Quanto à
internet, 63% dos entrevistados disseram que têm acesso e, desse grupo, 72,3% a
A energia elétrica consumida na área em estudo deriva de uma subestação usam em casa e 18,1% em casa de conhecido. Quanto ao telefone fixo ou celular,
da CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) sob a Gerência 80% dos entrevistados disseram que fazem uso e, desse grupo, 47% disseram
Regional de Sobradinho (GRB). O sistema de fornecimento de energia é que usam celular simples, 41% possuem smartphone e 11% usam telefone fixo.
complementado pela distribuição efetivada pela COELBA, empresa conces- Alguns moradores utilizam celulares de vizinhos ou de algum morador local de
sionária do referido serviço. Conforme as informações obtidas por meio da referência, que acopla antena ao aparelho para uso comunitário.
aplicação de questionários aos moradores da AID do complexo eólico,
quanto à disponibilização de energia elétrica em suas casas, 97% a possuem.

Painel de Energia Solar em São Pedro (Sento Sé).

Antena do sistema de telecomunicação em Piçarrão (Sento Sé).

A malha viária prioritária da área em estudo é atendida diretamente por


seis rodovias (4 estaduais e 2 federais). Além dessas rodovias, há um
encontro de duas rodovias federais no caminho que conecta as duas sedes
municipais atendidos pela AII (BR 235 com a BR 407). Quanto ao sistema
viário aéreo, conforme os dados de 2016 da Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC), há 04 aeródromos que podem servir aos municípios da AII,
sendo que 02 públicos e 02 privados. Em Sento Sé, há 01 aeródromo
público homônimo. O aeródromo público de Petrolina, Senador Nilo
Peçanha, devido à proximidade, atende aos municípios da AII e aos demais
da região entre Bahia e Pernambuco. O aeródromo público de Sobradinho,
também devido à proximidade, pode servir aos municípios da AII como
Painel de Energia Solar e sistema de telecomunicações em estações de transporte aéreo. Campo Formoso não possui aeródromo
Gameleira do Dida (Campo Formoso). público, porém consta nos registros da ANAC um aeroporto privado. Telefone Público em Lagoa do São Francisco (Campo Formoso).

40
Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I RESTRIÇÕES AMBIENTAIS

Duas Áreas de Proteção Ambiental


(APA) são interferidas pelo
empreendimento: a APA do Lago
do Sobradinho, onde uma parte
dos acessos externos preferencial
e alternativo está inserida; e a APA
do Boqueirão da Onça, onde se
encontra toda a porção sul do
empreendimento.

O Parque Nacional do
Boqueirão da Onça é a unidade
de proteção integral mais próxima
do empreendimento, a uma
distância dele de 250m.
A segunda unidade mais próxima é
a do Refúgio Silvestre da Ararinha
Azul, a uma distância de 108 km; e
a terceira é a do Parque Estadual
Morro do Chapéu, a uma
distância de 112 km.

*Foram consideradas, a título de referência, algumas localidades da área de influência do empreendimento.


Critérios de Valoração Critérios de Valoração da AIA Resultantes do Complexo Eólico Vento Forte I
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS (AIA) Critério Definição

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é uma ferramenta importante para


identificar, prever, avaliar e gerenciar os impactos gerados nas fases do
empreendimento (planejamento, implantação, operação e desativação), Importância Característica do impacto que traduz o significado ecológico do ambiente a ser atingido.
tendo como objetivo principal antecipar as possíveis consequências de uma
ação e identificar, portanto, os prováveis impactos provocados. A partir da
identificação, é possível propor medidas de controle, como a redução dos
impactos negativos (mitigadoras), a compensação ambiental (compensató-
rias) e potencialização dos impactos positivos (maximizadoras).

Duração Característica do impacto que traduz a sua temporalidade no ambiente. É o registro de tempo de permanência
Metodologia (Previsão, Descrição e Análise) do impacto depois de concluída a ação que o gerou.

O método utilizado inicialmente consistiu em uma pesquisa bibliográfica


acerca do tema, para uma melhor compreensão das características da área a
ser estudada. Em seguida, aplicou-se uma metodologia para identificação e
avaliação dos impactos ambientais, que resultou em uma matriz de
impactos relacionados às fases do empreendimento (planejamento, implan- Traduz a capacidade de o ambiente retornar ou não à sua condição original após cessar a ação impactante,
Reversibilidade
tação, operação e desativação), o que inclui classificação dos impactos no curto médio e longo prazo.
quanto à natureza, importância, abrangência, probabilidade, duração e
reversibilidade, sendo assim possível determinar a sua magnitude.

Os impactos ambientais podem ser positivos


ou negativos, mas para AIA é importante Probabilidade Refere-se ao grau de incerteza de ocorrência de um impacto.
que se conheçam as definições: de ocorrência

Positivo: característica do impacto


ambiental benéfico à área de influência
do empreendimento.

Abrangência Traduz a extensão de ocorrência do impacto levando em consideração a


Negativo: impacto ambiental Área Diretamente Afetada (ADA), de Influência Direta (AID) e Influência Indireta (AII).
prejudicial ou danoso à área de
influência do empreendimento.

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais

A seguir, estão apresentadas


as principais atividades e
impactos previstos por fase.

Fase de Fase de Fase de Fase de


Planejamento Implantação Operação Desativação

Identificação A identificação e a avaliação dos impactos foram realizadas por meio da relação entre
e Avaliação as atividades potencialmente geradoras de impactos ambientais e os diferentes aspectos dos
dos Impactos meios físico, biótico e socioeconômico, conforme as fases do empreendimento.
Ambientais
Cada atividade tem como consequência um ou mais efeitos dos aspectos ambientais.

44
Fase de Planejamento: trata-se da execução de serviços de sondagem
necessários na elaboração do projeto básico de localização dos aerogeradores e
definição do local do canteiro de obras e vias de acesso. Também são realizados
estudos ambientais para caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico
da área de implantação do Complexo Eólico, bem como do seu entorno.

MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO SÓCIO

Atividade/Aspecto: Abertura de Picada para Atividade/Aspecto: Abertura de Picada para Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos Atividade/Aspecto: Abertura de Picada para Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos
realização de Sondagem / Processos Erosivos. realização de Sondagem / Perda de cobertura ambientais do meio biótico. realização de Sondagem / Via de acesso. ambientais do meio socioeconômico / Aquecimento
Impacto: Alteração das características físicas vegetal. Impacto: Aumento do Conhecimento científico. Impacto: Melhoria de Infraestrutura local. do Mercado Imobiliário.
do solo. Impacto: Danos à flora. Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, Avaliação: Impacto positivo, de baixa importância, Impacto: Valorização de imóveis do entorno do
Avaliação: Impacto negativo, de média Avaliação: Impacto negativo, de média abrangência regional, com certeza de ocorrência, abrangência pontual, com certeza de ocorrência, empreendimento.
importância, abrangência pontual, com importância, abrangência pontual, com certeza duração permanente e irreversível. duração cíclica e reversível a médio prazo. Avaliação: Impacto positivo, de média importância,
ocorrência ocasional, duração temporária de ocorrência, duração temporária e reversível abrangência local, com ocorrência provável, duração
e reversível a curto prazo. a médio prazo. cíclica e reversível a médio prazo.

Atividade/Aspecto: Abertura de Picada para Atividade/Aspecto: Abertura de Picada para Atividade/Aspecto: Implantação das estruturas Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos Atividade/Aspecto: Arrendamento de
realização de Sondagem / Assoreamento, erosão realização de Sondagem / Perda de cobertura vegetal. da torre anemométrica / Interferências na Área ambientais do meio socioeconômico. propriedades.
e compactação do solo. Impacto: Danos à fauna. de Soltura de Animais Silvestres (ASAS). Impacto: Geração de expectativas desfavoráveis Impacto: Incremento de renda para os proprietá-
Impacto: Alteração das características físicas dos Avaliação: Impacto negativo, de média importância, Impacto: Aumento da probabilidade de colisão quanto ao empreendimento. rios com terras arrendadas.
recursos hídricos. abrangência regional, com ocorrência ocasional, da fauna com a estrutura (torre anemométrica). Avaliação: Impacto negativo, de média Avaliação: Impacto positivo, de alta importância,
Avaliação: Impacto negativo, de média duração temporária e reversível a curto prazo. Avaliação: Impacto negativo, de alta importância, importância, abrangência regional, com certeza de abrangência pontual, com certeza de ocorrência,
importância, abrangência local, com ocorrência abrangência pontual, com ocorrência remota, ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo. duração cíclica e reversível a médio prazo.
ocasional, duração temporária e reversível a duração cíclica e reversível a médio prazo.
curto prazo. Atividade/Aspecto: Instalação da Torre
Anemométrica / Perda de cobertura vegetal. Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos Atividade/Aspecto: Identificação Proprietários
Impacto: Perda de habitats. ambientais do meio socioeconômico. de Terras / Arrendamento e/ou Aquisição das
Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos Avaliação: Impacto negativo, de média Impacto: Mobilização das organizações políticas Propriedades.
ambientais do meio físico. importância, abrangência regional, com certeza e sociais. Impacto: Regularização Fundiária.
Impacto: Aumento do Conhecimento científico. de ocorrência, duração temporária e reversível a Avaliação: Impacto positivo, de média Avaliação: Impacto positivo, de alta importância,
Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, médio prazo. importância, abrangência regional, com abrangência pontual, com certeza de ocorrência,
abrangência regional, com certeza de ocorrência, ocorrência provável, duração permanente e duração permanente e irreversível.
duração permanente e irreversível. reversível a médio prazo.
Atividade/Aspecto: Pagamento de Tributos.
Atividade/Aspecto: Elaboração dos estudos Impacto: Incremento na arrecadação de
ambientais do meio socioeconômico. impostos.
Impacto: Aumento do Conhecimento científico. Avaliação: Impacto positivo, de alta importância,
Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, abrangência regional, com ocorrência provável,
abrangência regional, com certeza de ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo.
duração permanente e irreversível.

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais

Fase de Implantação: consiste na etapa de obras do empreendimento


e instalação da infraestrutura necessária, como vias de acesso,
canteiro de obras, usina de concretagem, instalação dos aerogeradores, etc.

MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO

Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação de Atividade/Aspecto: Implantação da Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação de Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação das Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação das
Vias de Acesso internas e externas, implantação infraestrutura necessária / Movimentação de Vias de Acesso internas e externas e demais vias de acesso internas, canteiro de obras, usina vias de acesso internas, canteiro de obras, usina
do canteiro de obras, usina de concretagem e veículos e máquinas. estruturas do empreendimento de concretagem, pátios de manobra/ Perda da de concretagem, pátios de manobra /
pátio de manobras/ Início e/ou intensificação dos Impacto: Alteração na qualidade do ar / Geração Impacto: Alteração do patrimônio espeleológico. cobertura vegetal. Movimentação de Veículos.
processos erosivos. de Material Particulado (MP). Avaliação: Impacto negativo, de alta Impacto: Perda de habitats. Impacto: Desequilíbrio ambiental nas áreas
Impacto: Alteração das características físicas Avaliação: Impacto negativo, de alta importância, abrangência local, com ocorrência Avaliação: Impacto negativo, de média protegidas por lei: Reserva Legal, Área de
do solo. importância, abrangência local, com certeza de remota, duração temporária e irreversível. importância, abrangência local, com certeza de Preservação Permanente, Zona de Vida
Avaliação: Impacto negativo, de média ocorrência, duração temporária e reversível a ocorrência, duração cíclica e reversível a Silvestre - ZVS e Unidades de Conservação.
importância, abrangência local, com ocorrência curto prazo. médio prazo. Avaliação: Impacto negativo, de alta
provável, duração cíclica e reversível a médio prazo. importância, abrangência regional, com certeza
de ocorrência, duração cíclica e reversível a
Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação do
médio prazo.
Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação de Atividade/Aspecto: Terraplenagem (cortes e acesso interno, canteiro de obras, usina de
Vias de Acesso internas e externas, implantação aterros) do terreno, com execução de supressão concretagem, pátios de manobra/ Perda da
do canteiro de obras, usina de concretagem e da vegetação natural e execução de cortes e cobertura vegetal. Atividade/Aspecto: Implantação das estruturas
pátio de manobras / Geração de resíduos sólidos aterros, para Implantação dos aerogeradores / Impacto: Interferências na biodiversidade, com do Complexo Eólico (torres, acessos, SEs, etc) /
e efluentes líquidos. Instabilidade de encostas; Processos Erosivos. destaque para as espécies protegidas por lei. Interferências na Área de Soltura de Animais
Impacto: Alteração da Qualidade dos recursos Impacto: Alteração da paisagem e surgimento Avaliação: Impacto negativo, de alta Silvestres (ASAS)
hídricos. de processos erosivos. importância, abrangência local, com certeza de Impacto: Redução das áreas de uso.
Avaliação: Impacto negativo, de alta importância, Avaliação: Impacto negativo, de média ocorrência, duração permanente e irreversível. Avaliação: Impacto negativo, de média
abrangência local, com ocorrência ocasional, importância, abrangência local, com certeza de importância, abrangência local, com ocorrência
duração temporária e reversível a curto prazo. ocorrência, duração temporária e reversível a ocasional, duração cíclica e reversível a médio prazo.
médio prazo. Atividade/Aspecto: Implantação dos
aerogeradores e acessos / Supressão da
Vegetação.
Impacto: Redução da composição florística local.
Avaliação: Impacto negativo, de alta
importância, abrangência pontual, com certeza
de ocorrência, duração temporária e reversível a
médio prazo.

46
MEIO SÓCIO

Atividade/Aspecto: Implantação do Empreendi- Atividade/Aspecto: Presença e Movimentação Atividade/Aspecto: Pagamento de Tributos. Atividade/Aspecto: Implantação do Atividade/Aspecto: Implantação do
mento / Contratação da Mão-de-obra local. dos agentes empreendedores (trabalhadores, Impacto: Incremento na arrecadação de empreendimento. empreendimento.
Impacto: Aumento do emprego e renda local na fase terceirizados, consultores) / Modificação do impostos. Impacto: Valorização das terras causada Impacto: Contribuição do empreendimento
inicial e de pico da obra. cotidiano da população. Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, diretamente pela atuação do empreendimento. como indutor no desenvolvimento sustentável da
Avaliação: Impacto positivo, de alta importân- Impacto: Incômodo na população local, abrangência regional, com certeza de ocorrência, Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, região.
cia, abrangência regional, com certeza de alteração dos modos de vida tradicionais. duração cíclica e reversível a médio prazo. abrangência local, com certeza de ocorrência, Avaliação: Impacto positivo, de alta importância,
ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo. Avaliação: Impacto negativo, de alta duração cíclica e reversível a médio prazo. abrangência regional, com certeza de ocorrência,
importância, abrangência local, com certeza de duração cíclica e reversível a médio prazo.
ocorrência, duração temporária e reversível a
médio prazo.

Atividade/Aspecto: Alteração da Qualidade do Atividade/Aspecto: Migração de trabalhadores Atividade/Aspecto: Implantação do Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação das Atividade/Aspecto: Implantação do
ar ocasionado por meio da Movimentação de para Área de Influência do Empreendimento, empreendimento. vias de acesso externas e internas do Complexo empreendimento / Uso de poço artesiano.
máquinas e veículos utilizados na implantação como Piçarrão e Lage dos Negros e demais Impacto: Desenvolvimento de pesquisa em Eólico. Impacto: Interferência na disponibilização e/ou
do empreendimento (canteiro, vias de acessos) / comunidades da área de influência do projeto na área social. Impacto: Melhoria de Infraestrutura local. usos da água.
Emissão de Material Particulado. empreendimento / Indução de fluxos Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, Avaliação: Impacto negativo, de alta
Impacto: Intensificação dos Problemas migratórios. abrangência local, com ocorrência provável, abrangência local, com certeza de ocorrência, importância, abrangência local, com certeza de
Respiratórios na População Local. Impacto: Sobrecarga sobre a demanda de duração cíclica e reversível a médio prazo. duração cíclica e reversível a médio prazo. ocorrência, duração temporária e reversível a
Avaliação: Impacto negativo, de alta infraestrutura. médio prazo.
importância, abrangência local, com certeza de Avaliação: Impacto negativo, de alta
ocorrência, duração temporária e reversível a importância, abrangência regional, com certeza
curto prazo. de ocorrência, duração temporária e reversível a
médio prazo.

Atividade/Aspecto: Melhorias/implantação das Atividade/Aspecto: Migração de trabalhadores


vias de acesso internas, externa, canteiro de para Área de Influência do Empreendimento,
obras, usina de concretagem, pátios de manobra como Piçarrão e Lage dos Negros e demais
/ Alteração ou perda de sítios de interesse comunidades da área de influência do
cultural ou turístico. empreendimento / Indução de fluxos
Impacto: Risco de perda de referências migratórios.
espaciais à memória e à cultura popular. Impacto: Aumento do consumo de drogas licitas
Avaliação: Impacto negativo, de média e ilícitas, prostituição e violência.
importância, abrangência regional, com Avaliação: Impacto negativo, de alta
ocorrência ocasional, duração permanente e importância, abrangência regional, com
irreversível. ocorrência provável, duração cíclica e reversível a
médio prazo.

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Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais

Fase de Operação: corresponde ao início


da geração de energia elétrica através dos
aerogeradores implantados.

MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO SÓCIO

Atividade/Aspecto: Operação do Complexo Eólico Atividade/Aspecto: Presença de aerogeradores Atividade/Aspecto: Operação do Complexo Eólico. Atividade/Aspecto: Aerogeradores em Atividade/Aspecto: Operação dos Aerogeradores.
/ Geração de Efluentes sanitários e resíduos sólidos. e movimentação das hélices. Impacto: Dinamização da economia. operação/ Arrendamento de terras. Impacto: Alteração da Paisagem Original.
Impacto: Alteração das características físicas do Impacto: Interrupção de Rotas Avaliação: Impacto positivo, de média Impacto: Incremento de renda para os Avaliação: Impacto negativo, de alta
solo e dos recursos hídricos superficiais e de Migração de avifauna e acidente por colisão. importância, abrangência regional, com proprietários com terras arrendadas. importância, abrangência local, com certeza de
subterrâneos. Avaliação: Impacto negativo, de alta ocorrência ocasional, duração cíclica e reversível Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo.
Avaliação: Impacto negativo, de média importância, importância, abrangência a médio prazo. abrangência pontual, com certeza de ocorrência,
abrangência local, com ocorrência ocasional, regional, com ocorrência remota, duração cíclica e reversível a médio prazo. Atividade/Aspecto: Operação do Complexo
duração temporária e reversível a médio prazo. duração cíclica e reversível a curto prazo. Eólico / Manutenção dos Aerogeradores.
Atividade/Aspecto: Operação do Complexo Eólico.
Impacto: Aumento na arrecadação de impostos. Atividade/Aspecto: Geração de Energia Eólica Impacto: Aumento de investimentos em
Atividade/Aspecto: Geração de Energia Eólica Atividade/Aspecto: Presença de aerogeradores Avaliação: Impacto positivo, de média no Complexo Eólico. Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e
no Complexo Eólico. e movimentação das hélices. importância, abrangência regional, com certeza Impacto: Contribuição do empreendimento como Inovação dos equipamentos.
Impacto: Redução da Emissão de CO² por MW Impacto: Acidentes por Colisão das Espécies da de ocorrência, duração cíclica e reversível a indutor no desenvolvimento sustentável da região. Avaliação: Impacto positivo, de alta importância,
de Energia Gerada. Quiropterofauna. médio prazo. Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, abrangência regional, com ocorrência provável,
Avaliação: Impacto positivo, de alta importância, Avaliação: Impacto negativo, de alta abrangência regional, com certeza de ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo.
abrangência regional, com certeza de ocorrência, importância, abrangência regional, com Atividade/Aspecto: Aerogeradores em duração cíclica e reversível a médio prazo.
duração permanente e irreversível. ocorrência remota, duração cíclica e reversível a operação/ Emissão de ruído.
médio prazo. Impacto: Poluição Sonora.
Avaliação: Impacto negativo, de média
Atividade/Aspecto: Operação do Empreendi- importância, abrangência local, com certeza de
mento / Presença de cabos aéreos energizados. ocorrência, duração cíclica e reversível a médio prazo.
Impacto: Colisão e eletrocussão de Aves nos
cabos energizados.
Avaliação: Impacto negativo, de alta
importância, abrangência local, com ocorrência
remota, duração cíclica e reversível a médio prazo.

48
Fase de Desativação: constitui
a etapa de desativação do complexo eólico,
bem como a desativação dos aerogeradores
e a retirada das estruturas do empreendimento.

MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO SÓCIO

Atividade/Aspecto: Retirada das estruturas do Atividade/Aspecto: Retirada das estruturas do Atividade/Aspecto: Aerogeradores em Atividade/Aspecto: Desativação do Atividade/Aspecto: Desmobilização do
Complexo Eólico / Movimentação do solo. Complexo Eólico / Movimentação de máquinas e desativação / Arrendamento de terras. Complexo Eólico. Complexo Eólico / Demissões.
Impacto: Alteração da qualidade dos recursos veículos. Impacto: Perda da renda extra para os Impacto: Diminuição na arrecadação de Impacto: Desemprego na fase final (Perda de
hídricos e do solo. Impacto: Atropelamento da fauna. proprietários das terras da impostos. meios de sobrevivência).
Avaliação: Impacto negativo, de alta Avaliação: Impacto negativo, de alta Área Diretamente Afetada. Avaliação: Impacto negativo, de alta Avaliação: Impacto negativo, de alta
importância, abrangência local, com ocorrência importância, abrangência local, com ocorrência Avaliação: Impacto negativo, de alta importância, abrangência regional, com certeza importância, abrangência regional, com certeza
ocasional, duração temporária e reversível a remota, duração temporária e irreversível. importância, abrangência pontual, com certeza de ocorrência, duração permanente e de ocorrência, duração permanente e reversível
médio prazo. de ocorrência, duração permanente e rreversível. irreversível. a curto prazo.

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Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Prognóstico Ambiental

Prognóstico Ambiental
100 85%
80 Meio Do total de impactos cumulativos analisados do
Prognóstico Ambiental é a parte do estudo que analisa os impactos do 60 Físico
empreendimento sobre o meio ambiente, de modo a fazer projeções futuras
Complexo Eólico, pode-se observar que
40 Meio
desses impactos. Conforme o estudo, de um total de 93 impactos ambien- Biótico 14% correspondem aos impactos cumulativos no
20 10%
tais identificados nas diferentes fases do empreendimento, 27 (29%) 0
5% Meio
Socioeconômico
meio físico, 27% no meio biótico e
impactos foram na fase de planejamento. Na fase de implantação, foram 1 2 3 04% impactos comuns aos meios físico e
quantificados 38 (41%) impactos. Na fase de operação, foram analisados 19 socioeconômico. A maior parte dos impactos
(20%) impactos. Na fase de desativação, foram identificados 09 (10%) Relação dos impactos positivos gerados por meio do Complexo Eólico. cumulativos pode ser visualizada neste último
impactos entre positivos e negativos. Observa-se que a maior parte dos meio, com 55% dos impactos.
impactos ambientais encontrados está na fase de implantação, com 41% do A relação da magnitude entre os impactos ambientais previstos para o
total de impactos identificados. empreendimento e a realidade ambiental observada no meio físico, biótico
e socioeconômico da área de estudo mostrou que, de um total de 93
impactos ambientais elencados na Matriz de Aspecto e Impacto Ambien-
tal, 22 (24%) foram classificados como sendo de baixa magnitude, 47 (51%)
foram de media magnitude e 24 (25%) de alta magnitude.
4%
14% Meio Físico
20% Meio Biótico
29% 55% 27%
Meio Sócio
10% Avaliação dos Efeitos Cumulativos e Sinérgicos
Meios Sócio/Físico
Os impactos acumulativos ou cumulativos são aqueles que se acumulam
41% no tempo ou no espaço, resultando em uma combinação de efeitos
Relação dos impactos cumulativos por meio do Complexo Eólico.
decorrentes de uma ou diversas ações. Foi aplicada uma metodologia de
ordenar a relação de impactos, identificando, nas fases do empreendimen-
to, os meios afetados, a atividade, o impacto do Projeto Inicial, a descrição
Fase de Planejamento Fase de Operação deste, a identificação de ações de outra natureza que potencializam este Do total de efeitos sinérgicos identificados nos
Fase de Implantação Fase de Desativação efeito, os Outros Impactos Presentes e Futuros de empreendimentos meios físico, biótico e socioeconômico, entre as
existentes na região, a importância, a avaliação do potencial efeito cumula- fases do Projeto, 5% correspondem aos efeitos
Total dos impactos em porcentagem dos tivo e as características. sinérgicos no meio físico e 34% no meio biótico.
impactos positivos e negativos gerados por fase.
A maior parte dos efeitos sinérgicos ocorre no
Já os efeitos sinérgicos podem ocorrer por meio da alteração significativa meio socioeconômico, com 61%.
Dos 61 impactos negativos identificados nas quatro fases do empreendi- na dinâmica ambiental a partir da acumulação de impactos locais provoca-
mento, 16% serão gerados na fase de planejamento, 53% na fase de implan- dos por mais de um empreendimento. Para a avaliação dos efeitos sinérgi-
tação, 18% na fase de operação e 13% na fase de desativação. cos, foi elaborada a Matriz de Interação de Impactos Sinérgicos entre os
efeitos da implantação do Complexo Eólico em estudo e empreendimento
Quanto aos impactos positivos gerados por meio, dos 32 impactos positivos instalados na região, coincidente a Área de Influência Direta (AID) do
identificados nas fases de planejamento, implantação, operação e desativa- empreendimento.
ção do empreendimento, 10% correspondem aos impactos positivos que
serão gerados no meio físico e 05% do meio Biótico. A maior parte dos Foram avaliados os impactos mais significativos, identificados e classifica-
impactos positivos pode ser visualizada no meio socioeconômico, com 85% dos na AIA com médio ou alto grau de importância, considerando a análise Efeitos sinérgicos identificados por meio
dos impactos positivos. da presença Complexo Eólico. entre as fases do Projeto Complexo Eólico.

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A Região sem e com o Empreendimento
Componente Ambiental do Meio Físico Sem o Empreendimento Com o Empreendimento

Geomorfologia/relevo: Vantagens: o relevo não sofrerá alterações significativas, portanto não se observam
Vantagens: o cenário atual será mantido, enquanto que ações diretamente voltadas aos
Com relação às unidades geomorfológicas, a área vantagens ao se tratar desse cenário. Porém, a partir dos programas ambientais
aspectos de modificações físicas destes domínios sofrerão interferências apenas pelo
de Influência Indireta (AII) é composta por dois previstos pelo empreendimento, as áreas com taludes expostos à erosão deverão
tempo geológico.
compartimentos geomorfológicos de expressão ser recuperadas a fim de evitar a ação de processos erosivos e movimento de massa.
regional: a Chapada Diamantina, as Depressões Desvantagens: os locais onde ocorrem indicadores de erosão em processo de evolução,
Periféricas e Interplanálticas e as Regiões de Desvantagens: ocorrerá intervenção em APP no topo de morro, com escavações e
como as ravinas, voçorocas, sulcos, movimento de massa ao longo das vias de acessos e
Acumulação. cortes, seja no topo da serra, como em talude e em vias de acesso, que poderão
taludes de corte não serão remediados, e poderão se propagar e se intensificar.
tornar o solo exposto aos processos erosivos e ao movimento de massa.

Solos: Os principais tipos de solos que ocorrem Vantagens: o cenário atual será mantido. Não ocorrerá retirada da camada do Vantagens: Não há vantagens.
na região estudada são os Neossolos Litólicos solo, que poderia expô-lo à erosão em novas áreas, e nem sua compactação, o que
Distróficos, Neossolos Litólicos Eutróficos, os potencializaria os processos erosivos. Desvantagens: poderá haver o início de processos erosivos e o
Latossolos Vermelho-Amarelo Distrófico,
empobrecimento desses solos devido à retirada da vegetação para a
Planossolo Háplico Eutrófico Solódico, Argissolo Desvantagens: as plantações poderão se estender, aumentando assim as áreas abertura de vias de acesso visando à instalação das torres, o que
Vermelho-Amarelo Eutrófico, Cambissolos susceptíveis aos processos erosivos e contaminação do solo por agrotóxicos. torna os solos vulneráveis às chuvas.
Háplicos, Luvissolo Crômico Órtico.

Vantagens: o cenário atual será mantido, os recursos hídricos existentes na região não Vantagens: existirá a preocupação do empreendimento em monitorar os cursos
sofrerão nenhuma interferência com o empreendimento, mantendo-se apenas a d’água para garantir a sua qualidade a partir dos programas de preservação de
Recursos hídricos: A área do Complexo intervenção por meio de ação antrópica. nascentes e monitoramento de recursos hídricos. As nascentes dos rios e riachos
Eólico, em se tratando de ADA, AID e AII que forem afetadas na área de implantação do complexo eólico deverão ser
está inserida nas RPGA’s do Lago de Desvantagens: aumento da degradação dos cursos d’água devido à falta de consciência recuperadas por esses programas.
Sobradinho e do Rio Salitre. ambiental e da ausência dos seguintes fatores: órgão ambiental, profissionais da área ambiental;
execução de programas de educação ambiental; preservação e monitoramento de recursos Desvantagens: captação da água do local, por meio de poços, o que pode tornar o
hídricos que o empreendimento irá implantar, etc. ambiente propenso à contaminação.

Componente Ambiental do Meio Biótico Sem o empreendimento Com o empreendimento

Vantagens: Não haverá interferência na composição das comunidades da fauna Vantagens: Criação de programas específicos para
silvestre e seus processos ecológicos. conservação da fauna e flora local.
Fauna/Flora
Desvantagens: Não haverá programas específicos para conservação da fauna e Desvantagens: Alterações e intervenções na comunidade da fauna e flora
flora. Bem como não haverá contribuição para o meio científico através de coleta de local e seus habitats, como: A perda de cobertura vegetal; Afugentamento da
dados de biogeografia e ecologia das espécies ocorrentes na região do projeto. fauna e interferências nas rotas migratórias da avifauna e quiropterofauna.

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50
Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Prognóstico Ambiental - A Região Sem e Com o Empreendimento

Componente Ambiental do
Sem o empreendimento Com o empreendimento
Meio Socioeconômico

Vantagens: Não há vantagens.


Ruído ambiental: na área de influência direta
Vantagens: Não é esperada mudança significativa ao longo do tempo.
do empreendimento, as fontes significativas de
Desvantagens: o ruído relacionado às atividades de implantação do
ruídos se associam apenas à movimentação de
Desvantagens: Não há Desvantagens. empreendimento, principalmente devido ao aumento da circulação de veículos
veículos, animais e pessoas nas proximidades.
ao longo das vias de acesso e à operação dos aerogeradores.

Uso e ocupação do solo da região: na área


Vantagens: aquisição e/ou arrendamento das terras. No período de negociação,
diretamente afetada do empreendimento, o
Vantagens: Não há vantagens. haverá valorização e regularização fundiária das terras dos proprietários que forem
uso e ocupação do solo se dão basicamente por
beneficiados.
meio de plantações e pecuária de subsistência.
Na região da ADA, dentre as propriedades Desvantagens: Não há Desvantagens.
Desvantagens: conflitos pela posse da terra e perda de cultivo nas áreas
pesquisadas, constatou-se que estes utilizam a
arrendadas onde ficarão implantados os aerogeradores e vias de acesso interno.
propriedade para finalidade de pecuária.

Vantagens: Poderá ser implementado o Programa de Educação


Ambiental e Saúde, que auxiliará na formação educacional da
população frente ás questões de saúde básica.
Mudanças no quadro de saúde com a
Vantagens: o cenário atual será mantido, não há vantagens.
incidência de novas doenças: o quadro de
Desvantagens: com a chegada de prestadores de serviços e
saúde se manterá sem aumento de incidências
Desvantagens: o cenário atual será mantido, não há Desvantagens. trabalhadores durante a fase de implantação do empreendimento,
em curto espaço de tempo.
poderá haver interação desses com a comunidade local e, caso não haja
cuidados, poderão surgir doenças oportunistas. Isso levaria a uma
sobrecarga na infraestrutura de saúde.

Vantagens: qualificação profissional do pessoal a ser contratado. O maior número


Geração de empregos diretos e indiretos: de contratação de mão de obra local está previsto durante a implantação do
Em todos os municípios, a administração Vantagens: o cenário atual será mantido, não há vantagens. empreendimento.
pública tem grande participação no que tange
os empregos formais seguidos pelo setor de Desvantagens: o cenário atual será mantido, não há Desvantagens. Desvantagens: O aumento de expectativa local decorrente da geração de
comércios e serviços. emprego pode alterar dinâmicas sociais locais. E a não realização do esperado,
pode resultar em conflitos.

Aumento da arrecadação de impostos: em Vantagens: haverá aumento da arrecadação de impostos para os


função das pequenas fontes de arrecadação de Vantagens: o cenário atual será mantido, não há vantagens.
municípios de Sento Sé e Campo Formoso, principalmente durante a
impostos na região do empreendimento, limita-se implantação do empreendimento.
também o aumento da mesma para os Desvantagens: Não haverá incremento na economia regional advindo da
municípios de Sento Sé e Campo Formoso. arrecadação de impostos.
Desvantagens: Não há Desvantagens.

52
Medidas
Mitigadoras e
Compensatórias
A execução dos programas ambientais tem como objetivo mitigar, maximi-
zar ou compensar os impactos identificados nas fases de planejamento,
implantação, operação e desativação do empreendimento. Esses progra-
mas asseguram, por meio de ações concretas, a boa qualidade ambiental
das áreas de influência direta e indireta do empreendimento em todas as
suas fases.

O Plano de Controle Ambiental (PCA) foi concebido de modo a atender às


exigências legais do órgão ambiental INEMA, Estado da Bahia. De acordo
com a análise da legislação e a Avaliação dos Impactos Ambientais, foram
identificados os planos e programas ambientais a serem implementados.
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Medidas Mitigadoras e Compensatórias

Programas Ambientais de Gestão e Controle


Programas Ambientais Objetivo

Plano de Aquisição e/ou Arredamento das Terras e Medidas Definir procedimentos para aquisição e ou arrendamentos das terras e medidas de regularização ambiental das
de Regularização Ambiental dessas Áreas propriedades na ADA do Complexo Eólico.

Programa de Desativação do Canteiro de Obras, Obras Complementares, Fornecer elementos técnicos para que a desativação das infraestruturas do Complexo Eólico seja realizada sem gerar alterações
Áreas de Empréstimos, Jazidas e Bota-Fora ao meio ambiente, bem como propor medidas de mitigação durante a execução desse procedimento.

Realizar o gerenciamento adequado dos possíveis riscos identificados durante a implantação do empreendimento, para
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR)
que sejam evitadas prováveis perdas.

Aplicação e estabelecimento de ações para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos a serem gerados durante
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS a implantação do empreendimento, em atendimento a legislação ambiental vigente, contribuindo assim para o bom
desempenho ambiental do complexo eólico.

Definir procedimentos para implantação da sinalização e controle de tráfego das vias de acesso
Plano de Sinalização e Controle de Tráfego
presentes na ADA e AID do Complexo Eólico.

Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Eliminar risco, realizar avaliação, controle na origem, adaptação do trabalho ao homem, organização
Indústria da Construção – PCMAT e Programa de Controle do trabalho e prioridade da proteção coletiva sobre a individual, tendo em consideração a proteção
Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) do meio ambiente e dos recursos naturais.

54
Programas Ambientais do Meio Físico
Programas Ambientais Objetivo

Promover o controle do nível de ruídos gerados na área do empreendimento por meio da aplicação de
Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos
medidas mitigadoras e de controle, as quais deverão atuar diretamente na fonte emissora.

Estabelecer ações para minimizar e controlar a ocorrência de emissões atmosféricas, proporcionando


Programa de Controle de Emissão de Material Particulado conforto aos trabalhadores durante o período de obra. Acompanhar a eficiência das medidas
adotadas e reduzir ao máximo a interferência das atividades da obra na comunidade situada na área
de influência do complexo ou ao longo dos acessos a serem utilizados.

Programa de Proteção e Monitoramento de Recursos Hídricos, Propor medidas preventivas e estratégias para a proteção e monitoramento da qualidade das águas nas áreas de
incluindo Subprograma de Preservação de Nascentes influência do complexo eólico durante as fases de implantação do empreendimento.

Controlar os processos erosivos nas áreas de influência das atividades do Complexo Eólico, bem como propor medidas
Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento para evitar a ocorrência dos mesmos.

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA): Medidas Mitigadoras e Compensatórias

Programas Ambientais do Meio Biótico


Programas Ambientais Objetivo

Programa de Monitoramento da Fauna (Herpetofauna, Realizar o monitoramento da fauna nas áreas de influência do empreendimento durante as fases de implantação e
Avifauna, Mastofauna terrestre e Quiropterofauna) operação avaliando as condições de adaptabilidade destes animais.

Orientar a atividade de supressão da vegetação, retirando estritamente o necessário para a implantação do complexo eólico,
Plano de Supressão de Vegetação aproveitando os acessos já existentes, a fim de diminuir o impacto do empreendimento sobre a vegetação local.

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), incluindo o Definir diretrizes e ações a serem executadas, tendo em vista a conservação dos solos, a prevenção de focos erosivos e
Programa de Revegetação - PREV e paisagismo seus efeitos (perda de solos, assoreamento de canais fluviais e alteração de qualidade das águas superficiais), bem como
a reintegração das áreas degradadas ao seu contexto paisagístico circundante.

Acompanhar a supressão de vegetação nas áreas de intervenção do empreendimento, providenciando o resgate de


Plano de Resgate e Monitoramento de Flora espécimes passíveis de adaptação e reprodução ou a translocação de espécies identificadas como sensíveis, raras ou
ameaçadas durante a execução da supressão vegetal, quando necessários.

Definir estratégias para afugentar e resgatar as espécies da fauna existente na área prevista para implantação do
Plano de Afugentamento e Resgate da Fauna
Complexo Eólico, principalmente durante a atividade de supressão vegetal.

Plano de conectividade entre componentes da paisagem, áreas


remanescentes de vegetação, reserva legal, áreas prioritárias para Realizar o mapeamento das intervenções na paisagem na Área Diretamente Afetada e na Área de
conservação, por meio de corredores ou algumas propostas de Influência Direta para identificação de áreas que necessitam de recuperação e conservação para o
interligação que seja estruturalmente similar ao habitat primário, restabelecimento da conectividade ambiental do empreendimento.
permitindo a movimentação e a dispersão entre fragmentos e
reduzindo os impactos sobre a fauna

56
Programas Ambientais do Meio Sócio
Programas Ambientais Objetivo
Sensibilizar os atores envolvidos na execução das diferentes fases do complexo eólico, bem como aqueles inseridos nas
Programa de Educação Ambiental: (i) comunidade local e (ii)
áreas de influência do empreendimento para questões ambientais, fazendo-os compreender a estreita relação entre
trabalhadores do empreendimento
qualidade de vida e meio ambiente.

Repassar informações sobre as mais importantes etapas e ações de implantação e operação do Complexo Eólico,
Programa de Comunicação Social
constituindo um canal de comunicação permanente e de fácil acesso entre o empreendedor e o público-alvo.

Compensar os danos ambientais resultantes da implantação do empreendimento. Essa compensação é viável por meio da
Programa de Compensação Socioambiental
implantação de ações que visam a atender as necessidades deliberadas no diagnóstico dos indicadores socioeconômicos.

Programa de Prospecção e Salvamento


Coordenar as atividades de prospecção e salvamento do patrimônio arqueológico.
do Patrimônio Arqueológico

Programa de Educação em Saúde para a Comunidade e


Assegurar a manutenção das condições de saúde existentes da população local e dos trabalhadores da obra, bem
Trabalhadores da Obra, Incluindo Prevenção Contra a
como disseminar informações e conhecimentos que propiciem a melhoria das condições atuais.
Disseminação de Prostituição, Drogas, Violência, Alcoolismo

Plano de Contratação, Capacitação e Treinamento da Mão Definir as diretrizes para aproveitar ao máximo a capacitação e contratação da mão-de-obra local para as obras de
de Obra Local, com ênfase na população local; implantação do Complexo Eólico.

Programa de Apoio aos municípios, com Projetos socioambientais para a


rede pública de ensino e de infraestrutura, com proposta de parceria com
Apoiar aos municípios existente na área de influência do empreendimento, no que diz respeito à Projetos relacionados a
o poder público local, nas esferas municipal, estadual e federal,
rede pública de ensino e de infraestrutura, com proposta de parceria com o poder público local.
considerando-se a pertinência em cada caso para atendimento às futuras
demandas devido ao fluxo migratório propiciado pelo empreendimento

Julho de 2021
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: Complexo Eólico Vento Forte I CONCLUSÕES E GLOSSÁRIO

CONCLUSÕES GLOSSÁRIO
Ação antrópica: É a ação realizada pelo homem. Efeitos sinérgicos: Quando a associação de dois ou
O estudo elaborado para o Complexo Eólico Vento Forte I demonstra que o mais produtos causa um maior controle de plantas Pintura Rupestre: É a representação gráfica e os
ADA: Área Diretamente Afetada. daninhas em relação à soma de seus efeitos desenhos que se encontram em rochas ou cavernas e
empreendimento poderá ser instalado nos municípios de Sento Sé e Campo individuais o efeito é sinérgico. que foram realizados na pré-história.
Formoso. Vale ressaltar que a implantação de empreendimentos traz impactos AID: Área de Influência Direta.
ambientais em suas diversas fases (planejamento, instalação, operação e Efluentes sanitários: Os resíduos provenientes das Poços tubulares: É um poço circular de diâmetro
AII: Área de Influência Indireta. indústrias, dos esgotos e das redes pluviais, que são reduzido, perfurado com equipamento especializado
desativação). Durante a fase de instalação, a maioria dos impactos negativos lançados no meio ambiente, na forma de líquidos ou formando uma estrutura hidráulica que permite a
foram para os meios físico e biótico, e para a fase de desativação foram apenas Anfíbios: Classe de animais vertebrados, que inclui os de gases. extração econômica de água de camadas profundas
para o meio socioeconômico. sapos e as salamandras entre outros, de pele lisa, sem do subsolo constituídas por um ou mais aquíferos.
escamas, rica em glândulas de veneno e muco. Energia hidráulica: É a energia obtida a partir da
energia potencial de uma massa de água. Répteis: Classe de animais vertebrados, de sangue
Foram considerados como impactos negativos para o meio físico, durante a APP: Área de Preservação Permanente. frio e respiração pulmonar, que caminham arrastando
instalação do empreendimento, as alterações das características do solo, dos Fitofisionomia: É o aspecto da vegetação de um o corpo como o lagarto, a cobra, o crocodilo, etc.
Arrendamento: É um contrato de cessão de um fator lugar.
recursos hídricos, da qualidade do ar e da emissão de ruído. Esses impactos de produção, pelo qual seu proprietário o entrega a RPGAs: Região de Planejamento e Gestão das Águas.
podem ocorrer pela movimentação de máquinas pesadas durante a fase de outro para ser explorado, mediante determinada Epidemiológico: Que pode se referir à epidemiologia.
obra. Após a instalação do empreendimento, esses impactos deixariam de remuneração. Rochas sedimentares: São aquelas rochas formadas
Estiagem: É um fenômeno climático causado pela pela deposição e compactação de diversos tipos de
existir. Já para o meio biótico, durante a fase de instalação, foram considerados Assoreamento: É o acúmulo de sedimentos (areia, insuficiência de chuva, numa determinada região por sedimentos ao longo de milhões de anos.
impactos negativos a retirada da vegetação para a instalação das estruturas do terra, rochas), lixo e outros materiais levados até o um período de tempo muito grande.
empreendimento. Para amenizar esse impacto, foram recomendados os Planos leito dos cursos d'água pela ação da chuva, do vento Subestação de energia: É uma instalação elétrica de
ou do ser humano. Estrato herbáceo: Plantas de pequeno porte, com alta potência, contendo equipamentos para
de Resgate de Fauna e Flora e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. caule não lenhoso e flexível, ervas. transmissão e distribuição de energia elétrica, além de
Biodiesel: É um biocombustível líquido considerado equipamentos de proteção e controle.
Foram considerados como impactos negativos do meio socioeconômico, uma fonte de energia renovável, que substitui o uso Fotovoltaica: É a energia elétrica produzida a partir
de combustíveis fósseis. de luz solar, e pode ser produzida mesmo em dias Taxonômicas: Taxonomia é o estudo científico
durante a fase de desativação, a remoção das estruturas do Complexo Eólico, o nublados ou chuvosos. responsável por determinar a classificação sistemática
término dos contratos de locação de terras e as demissões. Para compensar esse Biogeografia: É o estudo da distribuição das espécies de diferentes coisas em categorias.
impacto, foi proposto o desenvolvimento de novas atividades econômicas e ecossistemas no espaço geográfico e através do Hematófagos: São animais cuja alimentação se
tempo geológico. baseia, principalmente, em sangue, como alguns Territórios de Identidade TI: Regionalizar do
potenciais da região. mosquitos e algumas espécies de morcegos. território com base em similaridades de aspectos
Clima árido: É aquele encontrado em regiões de socioeconômicos.
Quanto aos impactos positivos, esses foram evidentes nas fases de planejamen- desertos. Nele o volume das chuvas é menor que a Intermitente: São os cursos d'água que, em geral,
taxa de evaporação e transpiração, e tem elevada escoam durante as estações de chuvas e secam na Torre anemométrica: Torre responsável pela
to e operação. A fase de planejamento é a etapa de elaboração dos estudos amplitude térmica e baixíssima umidade relativa do ar. estiagem. medição do vento.
ambientais para os meios físico, biótico e socioeconômico nas áreas de influên-
cia do complexo eólico. Durante a fase de implantação e operação, as comuni- Clima semiárido: É um dos tipos de clima que Material particulado: São partículas muito finas de Veredas: É um ambiente natural úmido, típico do
apresenta longos períodos de estiagem (seca), altas sólidos ou líquidos suspensos no ar. domínio do Cerrado, que se caracteriza comumente
dades localizadas próximas ao Complexo serão beneficiadas com melhoria da temperaturas (média anual de 27°), onde as chuvas pela presença do Buriti, palmeira que ocorre em meio
infraestrutura local, aumento da oferta de emprego e renda, dinamização da são escassas e mal distribuídas. Medidas mitigatórias: São estabelecidas a agrupamentos de espécies vegetais de porte
economia, aumento na arrecadação de impostos e geração de renda extra para previamente à instalação de um empreendimento, e arbóreo e arbustivo.
Drenagem: É o ato de escoar as águas de terrenos comportam ações que visam a diminuição dos
os proprietários de terras na Área Diretamente Afetada. encharcados por meio de tubos, túneis, canais, valas e impactos no meio ambiente. Vias vicinais: Estradas de terra.
fossos. Os canais podem ser naturais (córregos) ou
Diante dos resultados obtidos, conclui-se como vantajosa a instalação e operação artificiais (de concreto simples, concreto armado ou
gabião). Patrimônio espeleológico: São cavernas, grutas,
do Complexo Eólico Vento Forte I nos municípios de Sento Sé e Campo Formoso. cavidades, etc.
O empreendimento, portanto, deverá contribuir para o desenvolvimento susten- Efeitos cumulativos: É o efeito cuja quantidade,
tável da região, a atender aos requisitos legais aplicáveis. valor, número aumenta com o tempo.

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