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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS I – CAMPINA GRANDE


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

DANILO CAVALCANTI

ANÁLISE DE RISCO EM DEPÓSITO DE REVENDA AUTORIZADA DE


GLP

CAMPINA GRANDE
2022
DANILO CAVALCANTI

ANÁLISE DE RISCO EM DEPÓSITO DE REVENDA AUTORIZADA DE


GLP

Trabalho de Conclusão de Curso em


Engenharia Sanitária e Ambiental da
Universidade Estadual da Paraíba, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Sanitária e
Ambiental.

Área de concentração: Engenharia,


Ambiente, Análise de risco.

Orientador: Profa. Dra. Ruth Silveira do Nascimento.

CAMPINA GRANDE
2022
DANILO CAVALCANTI

ANÁLISE DE RISCO EM DEPÓSITO DE REVENDA AUTORIZADA


DE GLP

Trabalho de Conclusão de Curso em


Engenharia Sanitária e Ambiental da
Universidade Estadual da Paraíba, como
requisito parcial à obtenção do título de
bacharel em Engenharia Sanitária e
Ambiental.

Área de concentração: Engenharia,


Ambiental, Análise de Risco.

Aprovada em: 29 / 03 / 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Ruth Silveira do Nascimento (Orientadora)


Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

Prof. Dr. Rui de Oliveira


Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

Prof. Whelton Brito dos Santos


Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
À minha família, pela dedicação,
companheirismo e amizade, DEDICO.
AGRADECIMENTOS

À Neyliane Costa de Souza, coordenadora do curso de Bacharelado em


Engenharia Sanitária e Ambiental por seu empenho.
À professora Dra Ruth Silveira do Nascimento pelas leituras sugeridas ao
longo dessa orientação e pela dedicação.
Ao meu pai Vandimar Batista Cavalcanti, à minha mãe Rossandra Kerli Farias
Cavalcanti à minha irmã Rebeca Cavalcanti, pela compreensão por minha ausência
nas reuniões familiares.
Ao meu avô José Loidimar Cavalcanti (in memoriam), embora fisicamente
ausente, sentia sua presença ao meu lado, dando-me força.
A toda minha família e amigos, pelo apoio e torcida nos momentos mais
difíceis da graduação.
Aos professores do Curso de Bacharelado em Engenharia Sanitária e
Ambiental da UEPB, em especial, Rui de Oliveira e Whelton Brito dos Santos, que
contribuíram ao longo desse período da minha graduação, por meio das disciplinas e
debates, para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas de classe pelos momentos de amizade e apoio.
RESUMO

O gás liquefeito de petróleo (GLP) mais conhecido como “gás de cozinha” é sem dúvida
uns dos combustíveis mais utilizados no mundo. Sendo assim, é com este cenário que
o aumento da demanda por botijões de gás torna este trabalho extremamente
relevante. O botijão contendo 13 kg de gás liquefeito de petróleo (P13), é o mais
utilizado nos lares brasileiros e foi escolhido como foco do estudo, por este ser o de
maior predominância no processo de carregamento para a empresa em estudo, isto
é, o tipo de produto (botijão) que mais desgasta o desempenho dos funcionários por
exigir em alto grau da força física e ergométrica individual no dia a dia do trabalhador
ora aqui estudado. O GLP é um produto que deve ser manuseado com devido cuidado
devido sua alta capacidade de formar mistura explosiva com o ar. O presente trabalho
se propõe a identificar e avaliar os riscos diários que os trabalhadores estão expostos
na empresa VD GÁS Comércio de GLP LTDA. Foi feita uma análise de risco que é
uma ferramenta que deve estar alinhada com a rotina de qualquer empresa visando
sempre diminuir os riscos nos quais os colaboradores e o meioambiente possam estar
expostos. Por isso foi realizado um levantamento dos riscos presentes na empresa
em estudo utilizando metodologias de analises de risco, tais como: o método de
análise preliminar de perigos (APP), a análise dos diferentes tipos de perigos e riscos
encontrados no manuseio, armazenamento e transporte deste produto ajuda-nos a
prevenir acidentes e consequentemente a salvar vidas. Conclui-se através deste
trabalho que as medidas de segurança vigentes na empresa estão, a maioria, em
adequação com as normas vigentes, porém podem ser melhoradas e melhor
aplicadas para um uso realmente efetivo.

Palavras chaves: Análise de Risco. Comércio de gás. GLP.


ABSTRACT

Liquefied petroleum gas (LPG), better known as "cooking gas", is undoubtedly one of
the most widely used fuels in the world. Thus, it is with this scenario that the increased
demand for gas cylinders makes this work extremely relevant. The canister containing
13 Kg of liquefied petroleum gas (LPG) is the most used in Brazilian homes and was
chosen as the focus of the study because it is the most prevalent in the loading process
for the company under study, that is, the type of product (canister) that most wears out
the performance of employees because it requires a high degree of individual physical
and ergometric strength in the day to day of the worker studied here. LPG is a product
that must be handled with due care due to its high capacity to form an explosive mixture
with air. The present work aims at identifying the daily risks that the workers are
exposed to at the company VD GÁS Comércio de GLP LTDA. A risk analysis is a tool
that must be aligned with the routine of any company in order to always reduce the
risks to which employees and the environment may be exposed. Therefore, a survey
of the risks present in the company under study was performed using risk analysis
methodologies, such as the preliminary hazard analysis method (PHA). The analysis
of the different types of hazards and risks found in the handling, storage, and
transportation of this product helps us prevent accidents and, consequently, save lives.
It is concluded through this work that the safety measures in force in the company are
mostly in compliance with the current regulations, but they can be improved and better
applied for a really effective use.

Key words: Risk Analysis. Gas Trade. GLP.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente ................... 21


Quadro 2 – Classes de vasos de pressão ........................................................... 23
Figura 1 – Disposição dos botijões na plataforma .............................................. 29
Quadro 3 – Categorias de frequência de ocorrência ............................................ 32
Quadro 4 – Categorias de severidade das consequências .................................. 32
Quadro 5 – Categorias de risco ........................................................................... 33
Quadro 6 – Matriz de riscos. ................................................................................ 33
Quadro 7 – Classificação de riscos operacionais. ................................................ 34
Quadro 8 – Classificação dos riscos no amarzenamento ..................................... 35
Figura 2 – Utilização do carrinho para transporte dos botijões. ........................... 38
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Modelo de tabela para preenchimento na técnica APP ....................... 31


Tabela 2 – Resultado da média logarítmica das medições do nível de pressão
sonora................................................................................................ 37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APP Análise Preliminar de Perigos


ANP Agência Nacional do Petróleo
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
NR Norma Regulamentadora
NPS Nível de Pressão Sonora
‘’
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................11
1.1 Objetivos ...................................................................................................11
1.1.1 Objetivo Geral ...........................................................................................11
1.1.2 Objetivo Específico ..................................................................................12
2 REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................13
2.1 Avaliação de Riscos .................................................................................13
2.2 Análise de Riscos e suas metodologias ................................................14
2.3 Programa de prevenção de riscos ambientais ......................................18
2.4 Agentes de Riscos ...................................................................................19
2.4.1 Agentes Físicos ........................................................................................20
2.4.1.1 Ruido ..........................................................................................................20
2.4.2 Agentes Químicos ....................................................................................22
2.4.3 Riscos Ergométricos................................................................................23
2.4.4 Risco de Acidente ....................................................................................25
2.4.5 Riscos de Incêndio ...................................................................................25
3 METODOLOGIA ........................................................................................28
3.1 Tipo de pesquisa ......................................................................................28
3.2 Caracterização do empreendimento .......................................................28
3.3 Avaliação do nível de ruído .....................................................................29
3.4 Análise de risco ........................................................................................30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................34
5 CONCLUSÃO ............................................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................40
11

1 INTRODUÇÃO

O gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de


cozinha,está presente no dia a dia dos brasileiros. Presente em 100% dos municípios
tem como vantagens sua versatilidade e economia. Encontra-se no mercado em
diferentes recipientes podendo atender o agronegócio, restaurantes, comércio e
principalmente as residências.
O GLP possui como vantagens o seu alcance em todo o território nacional
devidoà facilidade de transporte. É envasado em diferentes recipientes podendo ser
comercializado dependendo da necessidade do consumidor (MOURA, 2012).
O GLP é um produto que deve ser manuseado com cuidado, devido sua alta
capacidade de formar mistura explosiva com o ar. Conhecer os perigos relacionados
ao GLP é de fundamental importância para estabelecer as medidas de segurança.
Devido a esses perigos o GLP possui a Norma Nº 15514, da ABNT, que
estabelece os requisitos mínimos de segurança nas áreas de armazenamento dos
recipientes transportáveis de GLP, com capacidade nominal de até 90 kg de GLP
(inclusive), destinados ou não à comercialização.
A utilização da análise de risco nessas situações se mostra útil, para prever
e evitar acidentes no ambiente de armazenamento e usuários.
O método de análise de riscos utilizado no empreendimento foi o método de
análise preliminar de perigos (APP), o qual é um método estruturado pela
possibilidade de analisar a severidade e frequência de perigos existentes devido à
ocorrência de eventos indesejáveis. Este método pode ser para sistemas em início
de desenvolvimento ou em fase de projeto e como revisão geral de segurança de
sistemas que já estão em operação. Sabendo disso, o emprego da tecnica de APP
para a análise de risco no depósito de revenda de gás foi muito bem aproveitada e
atendeu à necessidade para levantamento de dados do trabalho.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Aplicar análise de risco e realizar o gerenciamento dos perigos ora existentes


na revendedora de GLP baseado nas normas reguladoras vigentes.
12

1.1.2 Objetivos Específicos

Avaliar o layout das instalações da empresa e riscos ambientais que os


colaboradores estão expostos;
Levantar os riscos ocupacionais existentes na empresa com base nas normas
e legislações vigentes;
Realizar medições para cada risco encontrado na empresa, bem como avaliar
o uso de EPI’s pelos funcionários.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Avaliação de Riscos


A motivação para a escolha do tema centrou-se na necessidade de conhecer
as metodologias e técnicas de avaliação e gerenciamento de riscos que favorecem a
análise do que representa um ambiente de riscos, bem como a sua classificação, os
tipos de acidentes ocupacionais, a mensuração da gravidade, da frequência e da
ocorrência.
Sob a perspectiva, a responsabilidade do empregador envolve diretamente o
ambiente laboral, a fim de criar as condições de segurança para serem aplicadas na
empresa de acordo com os mapas de riscos elaborados na avaliação de riscos em
cada atividade produtiva.
Os riscos ocupacionais mais comumente encontrados em uma inspeção de
segurança são:
• Falta de proteção nas máquinas;
• Falta de ordem e limpeza;
• Mau estado das ferramentas;
• Iluminação e instalações elétricas deficientes;
• Pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservação;
• Insuficiência ou obstrução nas portas de saída;
• Equipamento de proteção contra incêndio em mau estado ou insuficiente;
• Prática de atos inseguros.

Para evitar danos à saúde humana os países determinam normas de


biossegurança com o objetivo de implementar ações de prevenção e intervenção em
ambientes de trabalho que favoreçam os eventos de riscos no ambiente de trabalho.
Por meio dos conhecimentos das técnicas e métodos de gerenciamento de
riscos será possível dominar o sistema de segurança, monitorar as atividades, prever
as probabilidades de ocorrências de eventos perigosos e buscar soluções adequadas
para cada situação.
Portanto, justifica-se a realização desse estudo, com base no pressuposto de
que é necessária a prevenção de fatores de riscos em cada categoria de produção,
buscando fortalecer as orientações para que a empresa em estudo realize de forma
adequada um sistema de gestão em Segurança e Saúde do Trabalho (SST).
14

A identificação de risco compreende ações de avaliação de perigos em


instalações elétricas, ferramentas, máquinas e equipamentos de trabalhos que se
referem aos requisitos de segurança ergonômica e física do trabalhador (MALTA,
2007).
Em todos os métodos utilizados em avaliação de risco parte-se do ponto de
vista da identificação dos perigos existentes com o objetivo de estimar devidamente
as probabilidades de riscos em todas as categorias profissionais e de processos
produtivos (CUNHA, 2005)
Os riscos estão presentes em todas as situações, nas quais, a incerteza das
ações fazem parte. As interligações de condições adversas podem ser somadas,
gerando incidentes imprevistos. No caso dos riscos ligados à segurança no trabalho,
o desconhecimento dos fatores preponderantes causadores de danos decorridos das
atividades e do ambiente de trabalho ao qual o trabalhador está inserido, podem ter
como resultado o acidente de trabalho.

2.2 Análise de Riscos e suas metodologias

Às diretrizes da Agência Europeia para a Segurança e Saúde do Trabalho,


expedidas para a realização de uma eficiente avaliação de riscos, se incorporam
regras que devem ser estabelecidas de acordo com a legislação específica do seu
país em termos de avaliação de riscos.
A avaliação de risco é uma ação que ocorre a partir de um processo de avaliar
o risco no ambiente de trabalho para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores
decorrente das circunstâncias que possam produzir efeitos e eventos de risco
(LOPES, 2013).
Quando se trata da terminologia da expressão “avaliação de risco” se
reconhece que é confusa e ampla atingindo diversas áreas, além da Saúde e
Segurança Ocupacional assumindo, dessa forma diferentes visões, que, em termos
de significado, representa uma avaliação ou exame cuidadoso na busca de riscos.
Genericamente existem riscos financeiros ou corporativos e riscos ocupacionais no
caso de ambientes de trabalho.
Cunha (2005) analisa que a avaliação de risco pode ser conceituada como um
procedimento rigoroso no exame de ambientes de trabalho com o objetivo de detectar
riscos ocupacionais ou situações que possam produzir eventos que comprometam a
15

saúde física, psicológica e mental do trabalhador em função da natureza das


atividades produtivas.
Desse modo, a análise de risco é um conjunto de procedimentos que tem
como foco a avaliação das condições do trabalho e do ambiente, buscando identificar
os níveis de concentração, intensidade e exposição aos agentes ambientais, bem
como a análise da qualidade do ambiente e das condições de desenvolvimento das
atividades.
De acordo com Teixeira (2008) a análise de risco se realiza a partir de processo
sistemático de avaliação de impactos dos eventos possíveis e os eventos ocorridos
que geraram acidentes ou doenças ocupacionais.
O paradigma tradicional da doença ocupacional tem evoluído no ranking que
separa a economia da produtividade, as organizações reconhecem os efeitos dos
riscos do ambiente de trabalho existente em todas as atividades produtivas, cada
processo e meio ambiente que podem produzir riscos para a saúde do trabalhador e,
portanto, em sua maioria asseguram a disponibilidade de vestimentas e aparatos de
segurança e prevenção (CUNHA, 2005).
A descoberta das causas dos eventos de risco nos sistemas produtivos é
fundamental para determinar níveis de prevenção para compreender no ambiente de
trabalho os riscos e suas soluções:
• Informações sobre o acidente de trabalho;
• Uso correto das normas de segurança;
• Projetos de ergonomia para mobiliários;
• Manutenção e prevenção de máquinas e equipamentos;
• Melhoria das condições de trabalho;
• Higienização das condições ambientais;
• Qualidade na manutenção, transporte e manuseio de produtos e substâncias
perigosas.

Em todos os sistemas de gestão é necessário se desenvolver decisões


gerenciais e processos organizacionais em relação às condições de trabalho, bem
como a avaliação das verdadeiras condições de trabalho, as limitações e as falhas.
Os processos decisórios em gestão de risco deverão ser desenvolvidos de
modo que as falhas latentes nas decisões gerenciais sejam reduzidas para a melhoria
dos processos organizacionais no tocante à SST.
16

Segundo Duarte (2002, p.5) “falhas latentes são anteriores ao acidente –


criaram as précondições para a ocorrência. Elas são falhas de decisões gerenciais,
de organização administrativa e do modelo de gestão adotado na atividade. A não
correlação de classe de falhas, propicia a repetição da ocorrência indesejável”.
Segundo Cunha (2005) a análise de risco pode ser definida como um método
de análise qualitativo e quantitativo que tem a finalidade de projetar a avaliação dos
impactos e danos causados em uma decisão. Como todos os sistemas podem ter
falhas, a probabilidade de ocorrência de um evento e as suas consequências tomam
uma proporção maior.
De acordo com Quelhas e Lima (2006, p. 3) Os riscos de acidentes com lesão,
problemas ergonômicos e organizacionais podem ser identificados pela inspeção
sistemática do local de trabalho. As inspeções de segurança estão entre as medidas
preventivas mais importantes para assegurar um local de trabalho seguro. A natureza
do trabalho determinará com que freqüência as inspeções de segurança devem ser
realizadas.
Desse modo, as visitas ao ambiente de trabalho compreendem um
procedimento para análise de riscos e as soluções encontradas pelas empresas, bem
como a mensuração de resultados atingidos após a realização do plano de ação.
A partir de dois princípios básicos, a avaliação de riscos poderá se tornar uma
ferramenta eficiente nas organizações: Os cuidados com os equipamentos e
máquinas, controle sobre os equipamentos de proteção individual e coletiva, garantir
a supervisão de um profissional qualificado em todas as atividades de risco e
identificar no ambiente de trabalho todos os possíveis ricos que possam ocorrer
(TEIXEIRA, 2008).
Atualmente existem vários enfoques e abordagens para a avaliação de riscos
que geralmente é composta de etapas contínuas que têm como foco inicial o
planejamento de um programa de riscos em todos os setores e departamentos de
produção.
O processo de estruturação deverá se constituir de uma metodologia para a
tomada de decisões em perigos verificados, riscos possíveis situações de pessoas
em risco, equivalentes de exposição a fatores de risco, determinar dos recursos,
ferramentas e instrumentos para definir padrões de exposição inadequados e
probabilidades reais de danos e suas consequências
Segundo Freitas (2002, p. 1):
17

A avaliação de riscos tem se constituído em importante ferramenta,


com o objetivo de subsidiar os processos decisórios, de controle e
prevenção da exposição de populações e indivíduos aos agentes
perigosos à saúde que estão presentes no meio ambiente por meio
de produtos e processos produtivos ou resíduos. Trata-se de um
conjunto de procedimentos que possibilitam avaliar e estimar o
potencial de danos a partir da exposição a determinados agentes
presentes no meio ambiente. Sendo assim, embora tenha suas
origens relacionadas aos processos de produção, de produtos e
resíduos radioativos e químicos, essa avaliação pode, enquanto
ferramenta, ser estendida a outras situações, como as que envolvem
agentes biológicos, por exemplo. (FREITAS, 2002).

O desenvolvimento das ações da avaliação de risco envolve a identificação


dos perigos e possíveis consequências, a relação entre pessoas e a exposição aos
riscos, estimativa dos ricos evidentes e a valoração do risco por meio de técnicas de
mensuração de valor do risco em nível de capacidade de produzir um impacto na
saúde física, psicológica e ergonômica do trabalhador.
O papel da avaliação de riscos é identificar e avaliar as possibilidades de
eliminação de riscos e das gravidades e danos que possam causar nas pessoas em
atividades produtivas, bem como realizar medidas para implementação de controle
sobre os riscos ambientais, realizar o registro das avaliações, mensurar a eficiência
da aplicação de medidas e desenvolver o processo de monitoramento de programas
de riscos realizados nas empresas.
A avaliação de risco pode ser realizada com métodos e abordagens
diferenciados mas que funcionam nos casos de eliminação de riscos e em casos
complexos, portanto a escolha da abordagem e da metodologia deverá ser pautada,
levando em consideração as especificidades do ambiente de trabalho, os tipos de
processos desenvolvidos na atividade produtiva (e quais as ações que determinam
riscos ao trabalhador).
Deve-se considerar que nem todo trabalho produz a satisfação e as condições
de qualidades necessárias ao pleno conforto e adaptação do profissional. Existem
casos, em que profissões colocam muitos desafios e riscos ocupacionais aos
profissionais necessitando de proteção e prevenção contra os riscos existentes.
Nas relações de trabalho referentes à saúde, o próprio ambiente de produção
deverá ser um ambiente de cuidados preventivos, e sem vulnerabilidades que
impulsionam as suscetibilidades às doenças ocupacionais.
Na visão de Souza Porto (2008, p. 15):
18

Cada risco específico possui metodologias particulares de avaliação,


tanto quantitativa como qualitativamente, sendo muitas delas
extremamente complexas, o que pode implicar na assessoria ou
incorporação estratégica de especialistas em sua análise. Esta
incorporação é um dos elementos fundamentais para o sucesso das
ações preventivas. Às vezes, para podermos avaliar a legislação, um
risco precisa ser medido através de equipamentos e técnicas
específicas, que podem também ser bem caras. As medições
atmosféricas de várias substâncias químicas e de material radioativo
são exemplos de riscos deste tipo. Nem sempre as empresas e os
órgãos fiscalizadores possuem equipamentos apropriados ou se
dispõem facilmente a realizar tais medições (PORTO, 2008).

As análises de risco envolvem o uso de medições e a classificação de


categorias de riscos ocupacionais: os riscos físicos, riscos químicos, ricos biológicos,
riscos ergonômicos e riscos de acidentes. Portanto, os riscos, não apenas para
sistemas tecnológicos e ergonômicos, mas também sociais, devem ser considerados
durante o processo de avaliação e gerenciamento.

2.3 Programa de prevenção de riscos ambientais

O Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) foi estabelecido como


obrigatório pela NR – 9 do Ministério do Trabalho e Emprego pela portaria 3214/78, o
mesmo também deve atender as diversas legislações do Ministério da Previdência na
íntegra (JACINTO, 2013).
Todas as empresas devem atender com obrigatoriedade e possuir um PPRA,
independentemente da quantidade de colaboradores ou da atividade que é exercida
na empresa. A mesma deve ainda implementar o PPRA, que tem como objetivo a
prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais, ou seja, a
prevenção e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos que são presentes no
ambiente de trabalho (MIRANDA; DIAS, 2004).
Ainda segundo Miranda; Dias (2004) a NR – 9 estabelece as etapas que
deverão ser seguidas no desenvolvimento do programa, os itens que fazem parte da
etapa de reconhecimento de riscos, os limites de tolerância da etapa de avaliação e
os conceitos que envolvem as medidas de controle. A norma ainda define como
obrigatória a existência de um cronograma que indique de forma clara cada etapa de
desenvolvimento do programa.
O programa deverá também estar articulado com o Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) e as demais Normas Regulamentadoras
19

(NRs). Conforme elenca Jacinto (2013), poderão ocorrer pelo menos três casos na
elaboração de um PPRA tais como:
- Empresas que estão elaborando o PPRA pela primeira vez;
- Empresas que já possuem o PPRA, porém não foram feitas medições dos agentes;
- Empresas que possuem o PPRA com as medições realizadas.
Na própria NR – 9 no item 9.2 é definida a estrutura básica necessária que o
documento deve ter como base:

9.2 Da estrutura do PPRA.


9.2.1 O programa de prevenção de Riscos Ambientais deverá conter,
no mínimo, a seguinte estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e
cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
(BRASIL, 2021).

Segundo Miranda; Dias (2004) uma característica deste programa é que o


mesmo pode ser elaborado dentro dos “conceitos mais modernos de gerenciamento
e gestão”, no qual o empregador tem a autonomia de definir quais as melhores
medidas a serem tomadas para garantir a saúde do seu trabalhador.
O PPRA pode ser feito, implementado e avaliado por qualquer pessoa ou
equipe de pessoas no que o empregador julga ser capaz de realizar cumprindo a
norma.
O PPRA deve ser desenvolvida de acordo com cada função, local e atividade
que exista na empresa, em cada âmbito ele terá uma profundidade e abrangência
necessária, pois depende dos riscos existentes no local de trabalho. A NR – 9
estabelece apenas o mínimo a ser observado na execução do programa, porém, o
mesmo pode ser ampliado.
Outro fator importante da NR – 9 é o fato que ela prevê algum tipo de controle
social, o que garante à informação e a participação no planejamento e no
acompanhamento da execução do programa (MIRANDA; DIAS, 2004).
Segundo Jacinto (2013) a avaliação dos agentes nocivos deverá considerar
as atividades necessárias para quantificar a concentração do mesmo ou intensidade
através de equipamentos e instrumentos compatíveis com cada risco.

2.4 Agentes de riscos


20

A NR – 9 no item 9.1.5 elenca como riscos ambientais os agentes físicos,


químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde do trabalhador.

2.4.1 Agente fisicos

Segundo Brasil (2004), define como agentes físicos “ as diversas formas de


energia a que possam estar expostos os trabalhadores”. Esta norma define como
físicos os seguintes agentes: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações ionizantes e não-ionizantes, infra-som e ultrasom.

2.4.1.1 Ruído

Segundo Ostrovski (2014) som é qualquer vibração ou conjuntos dessas que


podem ser ouvidas. Já o ruído, pode ser definido como, toda sensação de desconforto,
desagrado ou intolerância vindos da exposição de uma fonte sonora.
Saliba (2011) entende que ruído é o fenômeno físico de vibração com variação
de pressão em função da frequência, ou seja, sem um padrão de frequência é possível
uma variação no nível de pressão sonora (NPS).
Ainda segundo Saliba (2011) o NPS é calculado segundo uma relação
logarítmica entre a variação da pressão causada pela vibração e a pressão que atinge
o limite de audibilidade. A escala utilizada para medir este nível é o decibel (dB).
Segundo Ostrovski (2014) mostra que, conforme a faixa de frequência em que
é captada, a mesma vibração sonora possui diversos NPS’s. A resposta dos NPS ao
ouvido humano varia conforme muda sua frequência.
Portanto foram desenvolvidos estudos que mostram as curvas de decibéis em
suas várias frequências. Na NR – 15 são definidos os limites de tolerância para
exposição ao ruído, separando em dois tipos de ruído: ruído de impacto e ruído
intermitente. O ruído de impacto é aquele que apresenta “picos de energia acústica
de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo”
conforme Brasil (2014). O limite de tolerância para este ruído é de 130dB. Já o ruído
intermitente é definido na norma como o ruído que não seja o de impacto.
21

No Quadro 1 da NR – 15 são definidos os limites de tolerância para o ruído


intermitente.

Quadro 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA


DB (A) PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 30 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Brasil – NR 15 – Anexo 1 (2014).

Percebe-se que a partir deste quadro não é permitido ao trabalhador estar


exposto a níveis de ruído superiores a 115 dB sem estar com o uso de EPI. Caso o
trabalhador esteja exposto acima deste nível de ruído, seu risco é grave e iminente.
Conforme explica Ostrovski (2014) quando durante a jornada de trabalho, o
trabalhador esteja por dois ou mais períodos expostos a diferentes níveis de ruído,
deverá ser feito um cálculo da dose de exposição. Na Equação 1 é mostrado como é
feito o cálculo, sendo C (C1, C2, C3, etc.) o tempo que o trabalhador ficou exposto a
determinado ruído e T (T1, T2, T3, etc.) o limite de tempo permitido pelo Quadro 1
para o ruído medido, conforme Anexo 1 da NR – 15 (BRASIL, 2014).
22

𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛
Eq. 1 = + + …+
𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇𝑛
Fonte: Anexo I da NR 15 – Brasil (2014).

O resultado desta somatória não pode ser superior a 1 (um), conforme explica
Ostrovski (2014), caso contrário a condição se encontra em estado de insalubridade.

2.4.2 Agentes Químicos

Segundo Truccolo (2013) que cita a NR – 9 são “consideradas produtos ou


substâncias compostas que possam penetrar no organismo, em forma de poeira,
fumos, neblinas, névoas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo ou por ingestão”.
Na empresa em estudo o produto de venda é gás comprimido, portanto se
dará ênfase neste tipo de agente.
Gases comprimidos são armazenados em botijões de vários tamanhos que
possuem paredes grossas e dimensionados para este fim. Os riscos envolvendo
gases comprimidos estão principalmente relacionados a energia que é armazenada e
comprimida dentro dos botijões. Quando esta energia é liberada de forma indevida, a
liberação do gás pode causar ferimentos sérios, sendo que, o risco pode ser ainda
maior se o gás for tóxico, corrosivo ou inflamável.
Por isto, deve-se tomar as devidas providências e cuidados ao utilizar e
guardar botijões de gases comprimidos. O gás quando em seu estado comprimido,
possui características tanto de líquido quanto de sólidos, como por exemplo:
- Baixo ponto de ebulição, o que pode causar queimaduras a frio quando em contato
com a pele.
- Baixo ponto de fulgor, pode gerar riscos de explosões devido à rápida mistura de ar
com gás.
- Pressão, este fator é diretamente ligado ao risco de explosão da cabeça do cilindro
através de uma descompressão
- Difusividade, expressa a capacidade do gás em se espalhar por todo o meio
especifico, caso o gás seja tóxico ou explosivo pode criar uma atmosfera tóxica ou
explosiva no local.
Segundo a NR – 13 no item 13.5.1.1 vasos de pressão são “equipamentos
23

que contêm fluidos sob pressão interna ou externa diferente da atmosférica”.


No item 13.5.1.2 da NR – 13 são classificados os vasos de pressão de acordo
com suas classes conforme indica o Quadro 2:

Quadro 2 – Classes de vasos de pressão

Fonte: NR – 13 – Brasil (2014).

Na NR – 13 item 13.5.1.3 são elencados quais itens de segurança todo vaso


de pressão deve ter sendo eles:
a) Válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em
valor igual ou inferior a Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA),
considerados os requisitos do código de projeto relativas a aberturas escalonadas e
tolerâncias de calibração;
b) Dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando este não
estiver instalado diretamente no vaso;
c) Instrumento que indique a pressão de operação, instalado diretamente no vaso ou
no sistema que o contenha.
No caso dos botijões, os mesmos devem ser armazenados em locais de áreas
secas e bem ventiladas, sem o armazenamento de produtos inflamáveis no mesmo
ambiente. Os botijões devem ser armazenados na posição vertical sempre.

2.4.3 Riscos Ergométricos


24

Segundo Amaral (1997) ergonomia é “é o estudo do relacionamento entre o


homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos
conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos
desse relacionamento”.
Sendo assim Ostrovski (2014) diz que ergonomia está voltada para dois
objetivos, o primeiro está focado nas organizações e seu desempenho voltado à
produtividade e o segundo relacionado as pessoas em questões principalmente de
saúde e segurança.
Na questão da saúde e segurança Couto (1995) elenca várias situações não
favoráveis a ergonomia no trabalho que envolva cargas físicas e a capacidade do
trabalhador:
- A carga do trabalho físico é excessivamente pesada ao trabalhador;
- Peso da carga de trabalho que ultrapasse 1/3 da capacidade aeróbica do pessoal
(capacidade física máxima de um trabalhador em jornada de trabalho de 8 horas);
- Quando um trabalhador recém contratado, com baixa capacidade aeróbica, realiza
funções que trabalhadores com alta capacidade aeróbica exercem;

De acordo com Mattos et al. (2011) neste contexto surge a biomecânica


ocupacional que irá avaliar as posturas dos trabalhadores no exercício de sua função,
quais cargas são aplicadas a seu corpo, o que irá determinar se há ou não a
possibilidade de causar lesões corporais em músculos, tendões, etc, no exercício de
sua função.
De acordo com Ostrovski (2014) durante o período laboral a postura do
trabalhador pode ser constante ou variar ao longo da jornada de trabalho, conforme
sua atividade, sendo que a melhor postura é aquela que é escolhida de forma natural.
Segundo Ostrovski (2014) o artigo 198 da CLT define como 60 kg o peso
máximo que um trabalhador pode remover de forma individual. Já no caso das
mulheres, o artigo 390 da CLT define como peso máximo permitido de 20 kg para
trabalhos contínuos e 25 kg para trabalhos ocasionais.
Na empresa estudada o peso máximo removido de forma individual é de 28kg,
este valor é referente a 01 vasilhame completo gás+botijão.
Ainda de acordo com Ostrovski (2014) na NR – 17 não é definido “valores
quantitativos” para estes casos, porém o item 17.2.2 são definidos que “não deverá
ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso
25

seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança” (BRASIL, 2014).

2.4.4 Risco de Acidente

Máquinas e equipamentos podem ser fontes de perigos graves em indústrias


caso não estejam de acordo com as normas de segurança de uso e com seus devidos
equipamentos de proteção instalados.
Na NR 12 são tratados alguns fundamentos e medidas de proteção com
relação a máquinas e equipamentos. No item 12.1.7 é definido que:

O empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em


máquinas e equipamentos, capazes de resguardar a saúde e a
integridade física dos trabalhadores. (BRASIL, 2019).

No caso da empresa em análise, não há máquinas no ambiente de trabalho


com quais possam ocorrer acidentes. Porém, os caminhões que transportam o gás
podem ser considerados um equipamentos com riscos, visto que na NR – 16 no item
16.6 diz:

As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos


liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em
condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas
quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis
líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis
gasosos liquefeitos. (BRASIL, 2019)

Portanto os motoristas destes equipamentos têm o direito de receber


periculosidade devido ao transporte de gases comprimidos, como apresentado no
Anexo 2 da NR 16, que mostra quais são as atividades e operações perigosas com
inflamáveis. Mostrando que “motoristas e ajudantes que trabalham com o transporte
de vasilhames (em caminhão de carga), contendo inflamável líquido, em quantidade
total igual ou superior a 200 litros” são considerados atividades periculosas
(BRASIL,2004).

2.4.5 Risco de Incêndio

A NR – 23 junto com as NBRs e legislações estaduais e municipais e


instruções dos corpos de bombeiros são as principais normas que regem a segurança
do trabalho com relação aos riscos de incêndio. Dentre estas, todas devem ser
seguidas, tomando como base sempre a que for mais rígida e rica em detalhes para
26

proporcionar maior segurança à empresa e aos trabalhadores.


No item 23.1.1 da NR -23 é dito que:

O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores


informações sobre:
a) Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
b) Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com
segurança;
c) Dispositivos de alarmes existentes. (BRASIL, 2011).

No quesito das instalações de uma empresa a NR -23 exige alguns itens como
obrigatórios como as saídas de emergência. Estas devem ter largura mínima de 1,20m
assim como os corredores que dão acesso a ela. Devem também estar sinalizadas e
identificadas para que em caso de emergência, o local possa ser evacuado de forma
rápida e com segurança.
É ainda necessário, conforme diz a norma, que escadas e portas corta-fogo
devem ser resistentes ao fogo e que as portas corta-fogo cessem um incêndio de
forma automática.
No item 28.8 da NR – 23 é dito que os exercícios de combate ao fogo deverão
ser feitos periodicamente. O fogo ele pode ser classificado de acordo com seu
combustível conforme diz Saliba (2011). A classificação é a seguinte:
- Classe A: São materiais de fácil combustão que queimam em superfície e
profundidade. Exemplos: tecidos, madeiras, fibras, papel;
- Classe B: São os materiais que queimam somente em superfície sem deixar
resíduos. Exemplos: Óleos, graxas, gasolina;
- Classe C: São materiais energizados suscetíveis a incêndio. Exemplos:
transformadores, motores, fios elétricos;
- Classe D: São materiais pirofóricos. Exemplos: magnésio, zircônio e titânio.

Conforme mostra Ostrovski (2014) para a extinção de incêndios de fogo tipo


A, deve ser ser utilizado água. Para a classe B e C, pode ser utilizado água apenas
quando pulverizada em forma de neblina.
Conforme mostra Ostrovski (2014) apud Barbosa et al. (2013), há alguns tipos
de extintores que são próprios para a classe de fogo que se quer extinguir. São eles:
- Extintor de espuma: Utilizados para fogos de classe A e B;
- Extintor de gás carbônico: Utilizados para fogos de classe B e C, podendo também
ser utilizado em inícios de fogos de classe A;
27

- Extintor de pó químico seco: Utilizados para fogos de classe B e C;


- Extintor de água pressurizada: Utilizados para fogos de classe A.
28

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

O trabalho apresentado se caracteriza como uma pesquisa de campo,


quantitativa, bibliográfica e analítica. Segundo Lakatos (2003) a pesquisa de campo é
utilizada para obter-se conhecimentos acerca de um problema e consiste na
observação de fatos juntamente com a coleta de dados de forma relevante para a
pesquisa.
Lakatos (2003) define ainda que a ciência é dita quantitativa quando são
tratados por meio de métodos matemáticos ou estatísticos, os fenômenos estudados.
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia
já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico
(LAKATOS,2003).

3.2 Caracterização do empreendimento

Durante o período de 2021/2022 foram realizadas visitas técnicas ao local da


empresa estudada. Estas visitas foram realizadas com o intuito de identificar quais
são os agentes e riscos presentes na empresa.
A empresa escolhida para fazer a análise de risco tem como principal
atividade o comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP), localizada na cidade
de Alagoa Grande-PB, Agreste Paraibano, na rua José Mariano da Silva 105,Centro.
Atuante em todas as cidades circunvizinhas.
O empreendimento possui área com autorização da Agência Nacional do
Petróleo (ANP), com capacidade para 960 botijões de 13 kg, um total de 12480 kg de
GLP, sendo assim classificado como uma revenda de gás GLP classeIV, dentro das
normas estabelecidas pela ANP. A VDGás, é uma revenda autorizada da marca
Ultragaz.
A empresa conta com dois caminhões e duas motos para abastecimento dos
botijões e também para entrega dos gases. O processo de abastecimento dos gases
nos caminhões é feito diariamente pelos funcionários ao fim do expediente. O estoque
29

de botijões é posicionado e separado em cima de uma plataforma que é utilizada para


carregar e descarregar o caminhão, conforme Figura 1.

Figura 1 – Disposição dos botijões na plataforma

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

O quadro de funcionários é composto por um gerente, dois motoristas, dois


auxiliares de carga e descarga e dois motoqueiros. A empresa possui todos os
certificados necessários para a comercialização do GLP, são eles: certificado de
aprovação do corpo de bombeiros, alvará da prefeitura, certificado de autorização
ponto de revenda de GLP, emitido pela ANP, licença de operação da SUDEMA, ficha
de inscrição do contribuinte (FIC), cadastro nacional da pessoa jurídica (CNPJ), pela
República Federativa do Brasil.

3.3 Avaliação do nível de ruído


30

Para avaliação dos níveis de ruído esteve a disposição um decibelímetro


digital da marca AKSO modelo AK-820 previamente calibrado, operando na curva de
compensação “A” e circuito de resposta lenta (slow).
Como não há máquinas operando na empresa e o período de maior nível de
pressão sonora é no período de carga e descarga dos botijões dos caminhões, foram
realizadas medições de 5 minutos em cada local, durante 5 dias da semana, sendo
que o resultado apresentado pelo decibelímetro é a média logarítmica de todos os
níveis de ruído captados durante este período de 5 minutos.
Com os dados medidos, calculou-se a dose diária de exposição para cada
posto de trabalho, considerando-se jornadas de 8 horas de trabalho. Após o cálculo
das doses diárias de exposição, foram comparados os resultados obtidos com os
limites de tolerância para uma jornada de 8 horas de trabalho que estão expostos no
anexo I da NR 15.

3.4 Análise de risco

Para os riscos de acidentes com máquinas e equipamentos, foi observado


como que acontecia a utilização dos carrinhos manuais que auxiliam no transporte
dos botijões para carga e descarga.
Para os riscos de incêndio, foi analisado o ambiente, efetuando a identificação
de possíveis combustíveis presentes no local que poderiam ser fonte de um incêndio
e através disto foi observada a disposição dos extintores no local.
Posteriormente, buscando aprofundar as ideias e priorizar os perigos mais
significativos identificados, optou-se pelo uso da técnica de análise preliminar de
perigos (APP), em conjunto com a elaboração da matriz de riscos, tendo em vista que,
será realizada uma análise qualitativa no projeto e essa técnica se encaixa de forma
mais adequada.
A análise preliminar de perigos tem como foco identificar da forma mais
completa possível, os eventos de riscos significativos relacionados a execução das
atividades realizadas pelo estabelecimento, envolvendo falhas que sejam de origem
mecânica ou até mesmo, as que envolvam erros humanos. Após realizar à
identificação dos riscos e suas possíveis consequências, é feita uma avaliação
qualitativa da frequência de ocorrência e da consequência desses perigos, a partir do
31

estabelecimento de algumas categorias de frequência (F) e severidade das


consequências (S).
Essas técnicas utilizadas na análise, mostram-se práticas e bem eficazes em
função do nível de informação disponível para o nosso projeto. Com o auxílio da matriz
de riscos, é possível visualizar os eventos de maior impacto para a segurança do
empreendimento e, a partir daí, implementar alterações de projeto e/ou medidas
mitigadoras, baseadas nos riscos identificados.
As informações referentes às hipóteses acidentais são inseridas em uma
planilha específica (planilha da APP):

Tabela 1 - Modelo de tabela para preenchimento na técnica APP

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

O conteúdo da tabela pode ser descrito da seguinte forma:

 Identificação da instalação: local ou empreendimento alvo de estudo.


 Risco: hipótese acidental que está relacionada com o seu potencial de gerar
danos pessoais e/ou materiais.
 Consequência: possíveis prejuízos ligados a um determinado risco.
 Medidas corretivas: possíveis medidas para se corrigir determinado risco.
 Medidas preventivas: possíveis medidas para se evitar/prevenir determinado
risco.
 Frequência de ocorrência (F): nível de frequência de ocorrência de um
determinado risco, classificado de acordo com a Tabela 2.
 Severidade das consequências (S): nível das consequências ligadas a um
determinado risco, classificado de acordo com a Tabela 3.
 Categoria de risco (R): grau de risco ligado à hipótese acidental, resultado
da combinação de frequência de ocorrência e severidade das
consequências, de acordo com os critérios estabelecidos na matriz de riscos.

Foram estabelecidas algumas categorias para melhor classificar os riscos


32

identificados. Os Quadros de 3 a 5 representam as categorias de frequência,


severidade e categoria de risco, todas essas estabelecidas previamente.

Quadro 3 - Categorias de frequência de ocorrência

Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.

Quadro 4 - Categorias de severidade das consequências

Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.


33

Quadro 5 - Categorias de risco

Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.

No Quadro 6 é apresentado a matriz de riscos, que é um resultado da


combinação das categorias de frequência de ocorrência, severidade das
consequências e categoria de risco.

Quadro 6 - Matriz de riscos

Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.


34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da identificação dos riscos no empreendimento e da elaboração da


matriz,é possível enquadrá-los nas categorias de frequência e severidade, para que
assim estes riscos identificados sejam classificados. O grau de risco que está
associado ao cenário acidental, é o resultado da relação das categorias de frequência
e de severidade, que vai variar de acordo com o critério estabelecido na matriz de
riscos. A partir dessa classificação passa-se a buscar soluções, traçar medidas
corretivas e preventivas para cada um dos riscos identificados.
Os perigos identificados e classificados como de baixo risco apresentam uma
probabilidade muito remota de acontecer, não sendo necessário assim maiores
investigações para eles, pois se trata de eventos muito improváveis. A partir da
aplicação do método serão apresentados apenas os riscos classificados como
moderados e altos. Os riscos que se enquadram na classificação moderada,
necessitam de mais atenção para sua análise, visando identificar medidas capazes
de diminui-los. Já se tratando da classificação de alto risco, é imprescindível que se
realize uma investigação mais detalhada, para que se adote o maior número de
medidas mitigadoras possíveis.
Após a análise preliminar dos perigos, elaboração da matriz de riscos e a
realização de uma análise criteriosa, foi possível avaliar os resultados obtidos. Nos
Quadros 7 e 8, consecutivamente, seguem os parâmetros e classificações na
avaliação de riscos operacionais e riscos no armazenamento identificados no
trabalho e que se enquadram nas classificações moderada e alta.

Quadro 7 - Classificação de riscos operacionais


Risco Consequências Medidas Medidas Classificação
corretivas preventivas
Comunicação Apenas o motorista
imediata com a
empresa e com os
habilitado
treinado poderá
e
F
órgãos de socorro. conduzir o
caminhão C
Isolar e sinalizar a carregado com
1. Tombament
o de
Hemorragias,
Fraturas expostas
área. GLP. S
Caminhão e fechadas, lesões Identificar vitimas e Respeitar o limite
diversas. afastar-se da de velocidade e as IV
2. Colisão carga. leis de trânsito.
entre
Veículos. Atender as Atenção redobrada
35

orientações do ao transitar com


FISPQ do produto. pista molhada. C
Aguardar a Observar o exame RA
chegada dos de acuidade visual
órgãos de socorro dos motoristas.
para averiguação e
solução do
problema.
Comunicação com
o gerente e/ou Somente F
responsável. funcionários
capacitados devem D
3. Manuseio Lesões diversas Utilização de kit de realizar as tarefas
inadequado do
(ferimentos leves, primeiros socorros operacionais. S
moderados e/ou existentes no
produto. graves). estabelecimento. Uso de II
equipamento de
Se necessário, proteção individual
entrar em contato (EPI)
C
com o serviço de
emergência. RM

Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.

Legenda: Frequência (F); Severidade (S); Categoria de risco (C); Marginal (II);
Catástrofica (IV).

Quadro 8- Classificação dos riscos no amarzenamento

Risco Consequênc Medidas Corretivas Medidas Classificação


ia Preventivas
Comunicação imediata Apenas o motorista
com a empresa e com
os órgãos de socorro.
habilitado e treinado
poderá conduzir o
F
caminhão
Isolar e sinalizar a carregado com B
área. GLP.
4. Presença
de centelha
Princípio de
Incêndio; Identificar vitimas e Não fumar perto da
S
na carroceria Explosão. afastar-se da carga. carga de GLP.
do caminhão. IV
Atender as orientações Evitar estacionar o
do FISPQ do produto. caminhão próximo a C
fontes de calor.
Utilizar o extintor de RA
incêndio para eliminar
o principio de incêndio.
Comunicação imediata
com a empresa e com Somente
os órgãos de socorro. funcionários
capacitados devem
5. Presença Principio de Isolar e sinalizar a realizar as tarefas F
incêndio; Risco área. operacionais.
de vazamento de Explosão. C
de GLP. Afastar-se da carga. Uso de
equipamento de S
Atender as orientações proteção individual
do FISPQ do produto. (EPI) III
36

Utilizar o extintor de Não fumar perto da


incêndio para eliminar carga de GLP. C
o principio de incêndio.
RA
Aguardar a chegada
dos órgãos de socorro
para solução da
emergência.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.

Legenda: Frequência (F); Severidade (S); Categoria de risco (C); Crítica (III);
Catástrofica (IV).

Segundo BERGAMINI JUNIOR (2005), a tabulação dos riscos em uma matriz


permite a clara e ordenada identificação dos riscos que podem afetar a empresa, tanto
em termos de frequência quanto de severidade. Em geral, adota-se uma classificação
qualitativa para os níveis de frequência e de impacto, que poderá variar em função do
processo avaliado, do porte da empresa, do segmento de mercado de atuação da
empresa, entre outros fatores (MARSHALL, 2002).
Com base em todas as análises e informações coletadas, bem como todo o
embasamento teórico adquirido através dos estudos bibliográficos, foi desenvolvida a
APP, como mostram as Quadros 7 e 8. Com a APP, foi possível descobrir os riscos
no ambiente de trabalho da revenda de gás em estudo, bem como conhecer um pouco
do ambiente de trabalho e seus processos. Nesta análise foi possível também ter o
conhecimento acerca das causas dos riscos, suas consequências e propostas de
medidas mitigadoras. Analisando os riscos físicos existentes no local de estudo e
baseado nos resultados mostrados nos Quadros 7 e 8, foi identificável que as
severidades dos riscos são consideradas entre marginal (II) a catastrófica (IV).
Por outro lado, observando os processos operacionais, a utilização dos
caminhões e a permanência dos colaboradores no ambiente, percebe-se a grande
frequência que estes se expõem aos riscos, sendo classificados na categoria C
(Provável). Após os quadros anteriores, através da matriz da classificação dos riscos
resultantes, chega-se em resultados variados ocorrendo entre os níveis de risco
moderado (RM) e alto (RA).
Na tabela 2, são apresentados os resultados obtidos das medições dos níveis
de pressão sonora para o ambiente, durante um tempo de 5 minutos. Foram
realizadas medições no setor do escritório e na plataforma de carga e descarga.
Foram realizadas também medições de nível de pressão sonora enquanto acontecia
37

a carga e descarga dos botijões do caminhão. Os resultados obtidos foram descritos


após realização da média logarítmica das medições feitas pelo decibelímetro.

Tabela 2 – Resultado da média logarítmica das medições do nível de pressão sonora


Nível de pressão sonora Nível de pressão sonora
Posto de trabalho (dB) – Horário normal (dB) – Durante carga e
descarga.
Escritório 63,8 69,3
Plataforma de carga 70,2 83,7
e descarga.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022.

Analisando a tabela 2, é possível notar que durante o horário normal de


trabalho todos NPS’s estão abaixo do limite de tolerância de 85 dB conforme diz a NR
15 – Anexo 1. Durante o processo de carga e descarga que é realizado no início do
expediente, que dura aproximadamente uma hora, os responsáveis por realizar esta
carga e descarga não estão também sujeitos a NPS’s acima do limite de tolerância.
O valor de 83.7 dB medido durante o período de carga e descarga dos
caminhões não ultrapassa o limite de tolerância da NR – 15 que não há restrições
para exposições ao ruído até 85 dB, porém, é fornecido aos trabalhadores protetores
auriculares do tipo auricular de inserção com taxa de redução de ruído de 16 dB para
ser usado durante toda a jornada de trabalho.
Portanto, percebe-se a necessidade de treinamentos dos trabalhadores a fim
de conscientizá-los sobre a importância da utilização de EPI’s para prevenir futuros
danos à saúde.
A seguir, como mostrado na Figura 2, há para o uso dos funcionários o
carrinho para transporte dos botijões entre locais, o mesmo foi encontrado nas visitas
técnicas sendo utilizado corretamente pelos funcionários. Sendo assim, foi constatado
que a possibilidade de risco de acidente é remota.
38

Figura 2 – Utilização do carrinho para transporte dos botijões

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

A partir dos resultados obtidos com a elaboração da análise preliminar de


perigos fica nítida a necessidade de adoção de medidas mitigadoras e cuidados para
situações emergenciais. Abaixo estão enumerados alguns cuidados que devem ser
tomados no exercício das atividades realizadas pelo empreendimento e que
englobam todas as situações de riscos identificadas na análise.

 Instalação de um sistema de combate a incêndio;


 Eliminação de todas as possíveis fontes de ignição, tais como: chama
aberta, cigarros,aparelhos elétricos, inclusive lanternas e rádios comuns;
 Sinalização e isolamento do botijão;
 Uso de EPI e EPC;
 Presença de extintores e kit de primeiros socorros no empreendimento;
 Acionamento dos órgãos de emergência, caso necessário.
39

5 CONCLUSÃO

Através dos métodos apresentados ao longo deste trabalho foi possível


apontar os principais aspectos a serem seguidos em uma análise de risco, com ênfase
na revendedora de gás VDGás, seja no transporte de gás, assim como na
acomodação e manuseio do mesmo.
Conclui-se, através deste trabalho, que as medidas de segurança vigentes na
empresa estão, na maioria, em adequação com as normas vigentes, porém podem
ser melhoradas e melhor aplicadas para um uso realmente efetivo. Foi também
analisado no local da empresa, nas visitas técnicas realizadas durante o ano, que a
empresa também apresenta algumas inconformidades em alguns dos pontos
analisados. É de suma importância reforçar que a elaboração de avaliações de risco
depende principalmente do nível de informações disponíveis, gerando assim uma
maior confiabilidade para a tomada de decisões após a realização da análise.
A eficácia da análise está intimamente ligada a interação existente entre à
equipe de análise de risco e a equipe responsável pelo projeto operacional, sendo
esta relação fundamental para se obter resultados consistentes e, assim, permitir que
se alcancem os objetivos traçados pelo projeto. Na verdade, essa é a grande intenção
da análise de riscos, buscar medidas preventivas e dar o auxílio devido ao
empreendimento para que o mesmo caminhe em direção à segurança, buscando
minimizar, cada vez mais, os cenários acidentais.
Notou-se também uma boa sinalização em todo o ambiente visando uma boa
segurança em casos de falta de energia, ou eventuais problemas. Há também uma
boa sinalização de extintores no chão com faixas demarcadas de 1 metro por 1 metro,
placas de saída, não fume e demais placas necessárias em cada ambiente.
Além das medidas corretivas e preventivas apresentadas, se faz necessária
a capacitação e o treinamento adequado dos funcionários e de todas as pessoas
envolvidasno processo operacional da empresa, passando as devidas orientações e
informações sobre os riscos e as medidas de segurança envolvidas em todas as
etapas dos processos de manuseio, transporte e armazenagem do GLP.
40

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Armazenamento. Aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978,
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BRASIL. NR-15 – Atividades e Operações Insalubres. Anexo n.º 1 Limites de


Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente. Aprovada pela Portaria MTb n.º
3.214, de 8 de junho de 1978, alterada pela Portaria MPT n.º 426, de 07 de outubro
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