Fisiologia Vegetal
Fisiologia Vegetal
Fisiologia Vegetal
Fisiologia Vegetal
Maria Terezinha Silveira Paulilo
Ana Maria Viana
Áurea Maria Randi
Florianópolis, 2015.
Governo Federal de Macedo
Presidente da República Dilma Vana Rousseff Comissão Editorial Viviane Mara Woehl, Alexandre Verzani
Ministro de Educação Renato Janine Ribeiro Nogueira, Milton Muniz
Diretor de educação a Distância/CAPES Jean Marc
Projeto Gráfico Material Impresso e on-line
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Universidade Federal de Santa Catarina Equipe Henrique Eduardo Carneiro da Cunha, Juliana
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Vice-Reitora Lúcia Helena Martins Pacheco
Equipe de Desenvolvimento de Materiais
Núcleo UAB/UFSC Sônia Maria Silva Corrêa de Souza Cruz
Pró-Reitoria de Graduação Julian Borba Laboratório de Novas Tecnologias – LANTEC/CED
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Joana Maria Pedro Coordenação Pedagógica das Licenciaturas a Distância
Pró-Reitoria de Pesquisa Jamil Assereuy Filho UFSC/CED/CFM
Pró-Reitoria de Extensão Edison da Rosa Coordenação Geral Marina Bazzo de Espíndola
Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento Antônio Cezar Vice-Coordenação Carla Cristina Dutra Búrigo
Bornia Coordenação de Formação Carla Cristina Dutra Búrigo
Pró-Reitoria de Administração Antônio Carlos Coordenação de Desenvolvimento de Materiais
Montezuma Brito Impressos e Multimídias Juliana Cristina Faggion Bergmann
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis Denise Cord Coordenação de Avaliação Zenilde Durli
Secretaria de Aperfeiçoamento Institucional Marcelo Design Gráfico
Minghelli Supervisão Roberto Gava Colombo
Secretaria de Cultura Zilma Gesser Nunes Adaptação do Projeto Gráfico Laura Martins Rodrigues,
Secretaria Especial de Gestão de Pessoas Elci Terezinha de Thiago Rocha Oliveira
Souza Junckes Diagramação Laura Martins Rodrigues, Robson Willian
Centro de Ciências da Educação Nestor Manoel Habkost Fernandes.
Centro de Ciências Biológicas Sonia Gonçalves Carobrez Ilustrações Jean Menezes, Amanda Cristina Woehl, João
Antônio Amante Machado, Kallani Bonelli, Cristiane
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Amaral, Maiara Ornellas Ariño, Liane Lanzarin, Grazielle
na Modalidade a Distância S. Xavier, Tarik Assis Pinto, Rafael Naravan Kienen
Diretora Unidade de Ensino Sonia Gonçalves Carobrez
Coordenadora de Curso Viviane Mara Woehl Design Educacional
Coordenadora de Tutoria Leila da Graça Amaral Supervisão Sila Marisa de Oliveira
Coordenação Pedagógica LANTEC/CED Design Educacional Sila Marisa de Oliveira
Coordenação de Ambiente Virtual Michel Kramer Borges Revisão gramatical Mirna Saidy
S007d
SOBRENOME, Nome.
Título do livro/Nome e Sobrenome do autor. Florianópolis: Universidade
Federal de Santa Catarina, 2015. 182p. ilust.
inclui bibliografia.
ISBN:07.007.007-7
1.Temática 2.Temática - subtema 3.Temática I.Tema II.Tema
CDU 007.07
Catalogação na fonte elaborada na DECTI da Biblioteca Universitária da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Sumário
Apresentação ..................................................................................... 09
1. Relações Hídricas........................................................................... 13
1.1 Introdução....................................................................................................................15
1.2 Propriedades físico-químicas da água ................................................................ 18
1.3 Movimentação da água .......................................................................................... 21
1.4 O caminho da água pela planta ............................................................................ 24
1.5 O processo da transpiração é estritamente
dependente da anatomia foliar ............................................................................ 27
1.6 Fatores ambientais que afetam a transpiração ................................................. 29
Resumo .............................................................................................................................. 30
Referências ....................................................................................................................... 31
2. Nutrição mineral............................................................................ 33
2.1 Introdução................................................................................................................... 35
2.2 Métodos de estudo em nutrição mineral............................................................ 35
2.3 Elementos essenciais................................................................................................ 36
2.4 Determinação da concentração crítica de um
elemento mineral no tecido vegetal.................................................................... 38
2.5 Agentes quelantes.................................................................................................... 39
2.6 Função dos nutrientes e sintomas de deficiência.............................................. 41
2.6.1 Nitrogênio.......................................................................................................41
2.6.2 Fósforo.............................................................................................................42
2.6.3 Potássio...........................................................................................................42
2.6.4 Enxofre.............................................................................................................43
2.6.5 Nitrogênio.......................................................................................................43
2.6.6 Magnésio....................................................................................................... 44
2.6.7 Ferro................................................................................................................ 44
2.6.8 Boro................................................................................................................. 44
2.6.9 Cobre................................................................................................................45
2.6.10 Zinco...............................................................................................................45
2.6.11 Manganês.................................................................................................... 46
2.6.12 Molibdênio................................................................................................... 46
2.6.13 Cloro.............................................................................................................. 46
2.6.14 Níquel............................................................................................................ 46
Resumo............................................................................................................................... 48
Referências........................................................................................................................ 48
5. Fotossíntese.................................................................................... 75
5.1 Introdução .................................................................................................................. 77
5.2 A energia solar .......................................................................................................... 78
5.3 O mecanismo da fotossíntese ............................................................................... 80
5.4 Princípios básicos de captura de luz pelos
pigmentos fotossintetizantes .............................................................................. 82
5.5 Fixação do carbono atmosférico pelo processo fotossintético...................... 85
Plantas C3.................................................................................................................85
Plantas C4.................................................................................................................85
Plantas CAM............................................................................................................ 88
5.6 Fotorrespiração.......................................................................................................... 89
5.7 Fatores que afetam a fotossíntese......................................................................... 90
Resumo............................................................................................................................... 92
Referências........................................................................................................................ 94
6. Transporte no floema.................................................................... 97
6.1 Introdução................................................................................................................... 99
6.2 Carregamento no floema........................................................................................ 99
6.3 Descarregamento do floema............................................................................... 102
6.4 Transporte de substâncias pelo floema............................................................. 102
Resumo.............................................................................................................................104
Referências...................................................................................................................... 105
8. Fotomorfogênese........................................................................135
8.1 Introdução ................................................................................................................ 137
8.2 Os principais fotorreceptores............................................................................... 138
8.2.1 Os fitocromos...............................................................................................138
8.2.2 Pigmentos que absorvem luz azul..........................................................143
Resumo ............................................................................................................................ 147
Referências ..................................................................................................................... 148
Bibliografia recomendada........................................................................................... 148
9. Floração.........................................................................................151
9.1 Introdução................................................................................................................. 153
9.2 Indução da floração pelo fotoperíodo............................................................... 155
9.3 Indução da floração pela vernalização............................................................... 160
9.4 Hormônios envolvidos com floração.................................................................. 161
Resumo............................................................................................................................. 162
Referências......................................................................................................................164
Bibliografia recomendada...........................................................................................164
Este livro mostrará esse fascinante mundo dos processos vegetais, os quais
estão incluídos nos diversos capítulos que o compõem.
1.1 Introdução
A água é essencial à vida e é o principal constituinte dos seres
vivos. O vegetal necessita da água em todas as fases do seu cresci-
mento e do seu desenvolvimento, e seu conteúdo varia de acordo
com o tipo ou a idade do órgão vegetal. A água é o recurso mais
abundante, mas também o mais limitante; assim, tanto a distri-
buição das plantas como a produtividade agrícola são controladas
principalmente pela disponibilidade de água.
Sabe por que a água é essencial à vida das plantas? Porque a
água exerce inúmeras funções fisiológicas e ecológicas na planta.
Para que haja atividade metabólica normal, as células devem con-
ter pelo menos 65% de água.
Entre as principais funções fisiológicas da água para os vegetais,
temos o transporte de substâncias pelo vegetal. Nesse transporte,
uma proteína ou um nutriente vai da raiz às folhas ou vice-versa
levado pela água. É também a água que faz as células meriste-
máticas (células embrionárias) crescerem de tamanho, pois é
a força da água, quando a célula meristemática está túrgida (in-
chada), que estica suas paredes celulares, aumentando o tamanho
dessas células (Figura 1.1). Já em células adultas, não meristemá-
ticas, a força da água nas paredes celulares de uma célula túrgi-
da (Figura 1.2) permite que um tecido ou um órgão se sustente,
como se sustenta um balão de borracha cheio de água (Figura 1.3).
16 Fisiologia Vegetal
H2O
Parede
Membrana celular
plasmática Alongamento
da célula
XY + H2O → HY + XOH.
Ponte de hidrogênio
Ponte de hidrogênio entre
Ligações do átomo de hidrogênio de uma molécula de duas moléculas de água
água com o átomo de oxigênio de outra molécula de
água formando amontoados (clusters) de moléculas δ−
δ+
de água de vários tamanhos (Figura 1.7). O δ−
H
Calor latente O
de vaporização
É a quantidade de energia necessária para converter Figura 1.7 – Ponte de hidrogênio
um grama de um líquido em vapor, que no caso da entre duas moléculas de água.
água é 44 Kjmol-1.
20 Fisiologia Vegetal
Tensão superficial
Na Física, a tensão superficial é um efeito que ocorre animais podem pousar em cima da água sem afundar;
na camada superficial de um líquido que leva a sua su- c) a gota de água que se forma em uma torneira man-
perfície a se comportar como uma membrana elástica. tém sua forma devido à elasticidade na superfície da
As moléculas que estão no interior do líquido intera- gota (Figura 1.9).
gem com as demais em todas as direções (em cima,
embaixo, nos lados e nas diagonais), por isso a resul-
tante das forças que atuam sobre cada molécula é pra-
ticamente nula. Já as moléculas que estão na super-
fície só interagem com as moléculas que estão den-
tro do líquido porque não há nada em cima. Dessa for-
ma, cria-se a tensão superficial. A tensão superficial
está presente em situações interessantes: a) ao colo-
carmos cuidadosamente uma moeda pequena sobre
a superfície da água, observamos que ela pode per-
manecer sobre a película superficial sem afundar no
líquido, apesar de ser muito mais densa que a água; b) Figura 1.9 – Exemplos de situações que demonstram a
vários insetos (como os mosquitos), aranhas ou outros tensão superficial da água.
Relações hídricas 21
Tensão
Figura 1.10 – Ação Capilar resultante da adesão e
Superficial tensão superficial. A adesão da água nas paredes do
recipiente faz uma força para cima nas laterais do
T líquido e resulta num menisco voltado para cima.
A tensão superficial atua para manter a superfície
intacta. Assim, em vez de apenas as laterais
moverem-se para cima, a superfície toda do líquido
é levada para cima.
C Via transcelular
Figura 1.11 – Via apoplástica: entre as paredes das células (contornando externamente);
via simplástica: mediada pelos plasmodesmos (entre membranas); via transcelular:
através das membranas, isto é, pelas membranas plasmáticas e aquaporinas (difusão e
fluxo de massa microscópico = osmose). Ambas as vias permitem a passagem de água
pelo lado de dentro das células (internamente).
Parede Celular
Citoplasma Coesão
H2O solo Vacúolo
H2O
CO2 H2O
CO2 Câmara
sub-estomática
Umidade
A umidade é o conteúdo de água do ar, a qual, como descrita
anteriormente, pode ser expressa como umidade relativa (UR). A
umidade relativa é a razão da quantidade de água real do ar pela
máxima quantidade de água que pode ser retida pelo ar a uma
determinada temperatura. A umidade relativa é expressa normal-
mente como UR x 100, ou umidade relativa percentual. O poten-
cial de água na atmosfera, que é dado pelo potencial de pressão
(pressão que a atmosfera exerce sobre a entrada de mais vapor
d’água nela) depende tanto da umidade relativa do ar como de sua
temperatura. Dessa forma, a umidade e a temperatura influenciam
a magnitude da diferença de potencial de água entre folha e atmos-
fera, a qual influencia a taxa de transpiração.
Temperatura
A temperatura afeta a taxa de transpiração devido ao seu efeito
no potencial de pressão da atmosfera. Com o aumento da tempe-
ratura, a atmosfera se expande, diminuindo o potencial de pressão
e, com isso, a pressão sobre a entrada de mais vapor d’água para a
atmosfera diminui, aumentando o fluxo de saída de vapor d’água
da folha para a atmosfera.
Alguns valores para o potencial hídrico (Ψw) em função da
umidade relativa (UR):
100% UR → Ψw = 0 MPa; 95% UR → Ψw = -6,9 MPa;
90% UR → Ψw = -14,2 MPa; 50% UR → Ψw = -93,5 MPa;
20% UR → Ψw = -217,1 MPa.
Vento
A velocidade do vento tem um efeito marcante na transpiração,
por modificar a velocidade da difusão das moléculas de água que
deixam a folha. Isso se dá devido à camada de ar adjacente à su-
perfície da folha, que é mais úmida que a camada de ar um pouco
30 Fisiologia Vegetal
Resumo
A água é uma molécula polar, e a maioria de suas propriedades
físico-químicas se deve a esse fato. A água exerce funções fisioló-
gicas, tais como: transporte de substâncias pelo vegetal, expansão
de células meristemáticas, sustentação de tecidos ou órgãos, res-
friamento vegetal, isolamento térmico entre o vegetal e o ambiente,
movimento de organelas, estabilização da estrutura de membranas
e compostos orgânicos e participação em reações químicas. Outras
propriedades da água, como coesão, tensão superficial, força tênsil
e adesão, deram suporte à teoria do fluxo transpiratório de Dixon, a
qual explica como a água sobe pela planta, das raízes às folhas.
Para entender esse movimento da água, é necessário, também,
que se entenda o que é potencial químico da água. O potencial
químico da água expressa a energia livre por mol de água. No estu-
do de relações hídricas, os fisiologistas vegetais criaram o conceito
de potencial de água, que é a diferença entre o potencial químico
da água num estado padrão e o potencial químico da água num
estado que não o do estado padrão. O potencial de água é depen-
dente do potencial de soluto (Ψл), do potencial de pressão (Ψp),
do potencial mátrico (Ψm) e do potencial gravitacional (Ψg), ou
seja: Ψw = Ψл + Ψp + Ψm + Ψg.
Além da influência das propriedades físico-químicas, a água
possui vários caminhos a serem percorridos dentro da planta. O
caminho da água a curta distância pela planta pode ser via trans-
celular, pelo simplasto ou através do apoplasto. O caminho a longa
distância, através do xilema, pode se dar por pressão de raiz ou
fluxo transpiratório. A pressão de raiz ocorre preferencialmente
Relações hídricas 31
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 2
C A P Í T U LO 2
Nutrição mineral
Neste capítulo, serão fornecidas informações sobre os mé-
todos utilizados para os estudos na área de nutrição mineral,
a conceituação do que são os elementos essenciais e a descri-
ção das funções e dos sintomas de deficiência que produzem
nas plantas.
Nutrição mineral 35
2.1 Introdução
As plantas são seres autotróficos e retiram da atmosfera o
dióxido de carbono (CO2) e do solo água e nutrientes minerais.
Com esses elementos conseguem montar todas as moléculas orgâ-
nicas que necessitam para o seu crescimento e desenvolvimento.
Para estudar os requisitos nutricionais das plantas, são usados
métodos de cultivo em que são utilizadas soluções nutritivas ou
substratos pobres em nutrientes, como areia lavada e vermiculita.
Apenas utilizando-se substratos pobres é possível manipular o for-
necimento dos diferentes elementos em concentrações que podem
induzir tanto a carência, no caso de estudos em que é o objetivo
conhecer o que a ausência de um determinado elemento provoca
na planta, até concentrações altas, no caso de estudos sobre o efei-
to tóxico que o elemento pode desencadear nos vegetais.
deficiência toxidez
(porcentagem do máximo)
100
50
0 Concentração crítica
Figura 2.3 – Gráfico que relaciona a concentração do nutriente no tecido vegetal com o
crescimento da planta, para a determinação da concentração crítica de um elemento no
tecido.
2.6.2 Fósforo
O fósforo está presente nas moléculas dos açúcares fosfatados
que participam da fotossíntese, nas moléculas dos nucleotídeos
do DNA e RNA, nos fosfolipídios presentes nas membranas, ATP,
ADP, fosfato inorgânico e ácidos orgânicos fosforilados.
Uma importante característica da deficiência em fósforo é o ver-
de intenso das folhas que podem se tornar malformadas e apresen-
tar manchas necróticas. Em alguns casos, pode haver acúmulo de
antocioaninas, e as folhas ficam com aspecto verde-avermelhado.
Como esse elemento é de alta mobilidade dentro da planta, ele se
desloca das partes mais velhas para as mais jovens, induzindo a
senescência rápida das folhas mais velhas. Os caules se apresentam
curtos, e a produção de frutos e sementes é reduzida.
O excesso de fósforo estimula o crescimento mais das raízes do
que da parte aérea, e em vários casos a aplicação de fertilizantes
fosfatados é utilizada durante o transplante de plantas para esti-
mular o estabelecimento de um sistema radicular forte.
2.6.3 Potássio
O potássio não parece fazer parte de nenhuma molécula no vege-
tal, mas é ativador de várias enzimas da fotossíntese e da respiração,
e a deficiência em potássio afeta a síntese de amido e de proteínas.
Está envolvido também nos mecanismos de osmorregulação, pois
o movimento do potássio para dentro e para fora da célula resulta,
respectivamente, na entrada de água nas células e na saída de água
das células, alterando a turgescência. Assim, por exemplo, a variação
na turgescência das células-guarda é que determina a abertura ou o
fechamento dos estômatos e os movimentos das plantas como o das
folhas da dormideira. Também influencia os movimentos de aber-
tura e fechamento das folhas durante o amanhecer e entardecer e as
mudanças diárias na orientação das folhas em relação ao Sol.
Na ausência de potássio, os estômatos não se abrem, impedindo
a entrada de carbono para a fotossíntese. Da mesma forma, com
os estômatos fechados, a corrente transpiratória que carrega todos os
elementos minerais do solo para as partes aéreas da planta fica preju-
dicada, o que pode comprometer toda a nutrição mineral do vegetal.
Nutrição mineral 43
2.6.4 Enxofre
O enxofre participa da estrutura dos aminoácidos cisteína e me-
tionina constituintes de várias proteínas. Faz parte da molécula da
coenzima A, importante na respiração e no metabolismo dos áci-
dos graxos além de ser constituinte das vitaminas tiamina e biotina.
A deficiência em enxofre produz clorose nas folhas inclusive
nos tecidos em volta dos feixes vasculares. A clorose é mais devido
à redução na síntese de proteínas, que interfere na produção de
complexos clorofila-proteínas estáveis que ligam as moléculas de
clorofila nas membranas do cloroplasto. O enxofre não se movi-
menta dentro da planta, por isso os sintomas de deficiência apare-
cem primeiro nas folhas mais jovens da planta.
2.6.5 Cálcio
O cálcio é mensageiro secundário nos mecanismos de ação hor-
monal e de respostas da planta a fatores ambientais, como a luz.
Além disso, é importante na divisão celular, pois está envolvido na
formação do fuso mitótico que orienta a deposição da lamela mé-
dia, além de fazer parte da própria lamela média como pectato de
cálcio. Também é necessário para a estabilização das membranas e
regula a atividade de numerosas enzimas.
Um sintoma característico da deficiência em cálcio é o apareci-
mento de folhas jovens deformadas (devido à divisão assimétrica das
células) e necróticas e morte dos meristemas. O crescimento das ra-
ízes também é prejudicado por causa do enfraquecimento da lamela
média e, como o cálcio é um elemento relativamente imóvel dentro
da planta, os sintomas aparecem primeiro nas folhas mais jovens.
44 Fisiologia Vegetal
2.6.6 Magnésio
O magnésio desempenha várias funções importantes na planta
como integrante da unidade de porfirina da molécula de clorofila
e estabilizador da estrutura dos ribossomos. Também é ativador de
várias enzimas, como as enzimas da fotossíntese ribulosebifosfato
e a fosfoenolpiruvato carboxilase, e liga as moléculas de ATP aos
sítios ativos das enzimas.
A deficiência em magnésio provoca clorose nas folhas devido
à degradação de clorofila nas regiões entre as nervuras, pois os
cloroplastos, nessa região, são menos sensíveis à deficiência em
magnésio e retêm a clorofila por mais tempo. É um elemento bem
móvel dentro da planta e se desloca das partes mais velhas para as
mais novas deixando as mais velhas cloróticas.
2.6.7 Ferro
O ferro é parte do grupo catalítico de muitas enzimas que par-
ticipam em reações de redução na fotossíntese, fixação do nitro-
gênio e respiração. Durante a transferência de elétrons, o cátion
ferro trivalente é reduzido a cátion ferro divalente. Também faz
parte de várias enzimas oxidases, como a catalase e a peroxidase.
Parece ser importante na síntese de constituintes dos cloroplastos,
especialmente das proteínas transportadoras de elétrons.
A deficiência em ferro induz perda de clorofila e degeneração
do cloroplasto. A clorose aparece primeiro nas regiões entre as
nervuras das folhas jovens, mas pode atingir as nervuras, e as fo-
lhas podem se tornar brancas se a deficiência for muito acentuada.
O ferro apresenta baixa mobilidade dentro da planta, não saindo
das folhas mais velhas.
2.6.8 Boro
De todos os nutrientes, a função fisiológica e bioquímica do
boro é a menos entendida, pois não existem evidências sólidas do
envolvimento do boro com enzimas específicas seja fazendo parte
da estrutura ou como ativador enzimático. O maior conteúdo de
borato é encontrado na parede celular, pois o borato forma ésters
Nutrição mineral 45
2.6.9 Cobre
Funciona como cofator de várias enzimas oxidativas, como a
plastocianina (carregadora de elétrons da fotossíntese), a citocro-
mo oxidase (a enzima oxidase final da respiração mitocondrial) e
a oxidase do ácido ascórbico.
A deficiência em cobre provoca baixo crescimento das plantas
além de folhas jovens deformadas e que caem precocemente, prin-
cipalmente em árvores de Citrus.
2.6.10 Zinco
O zinco é ativador de várias enzimas incluindo a álcool desi-
drogenase, que catalisa a reação de acetaldeído, etanol e anidrase
carbônica, que catalisa a hidratação do dióxido de carbono para
formar bicarbonato. Também há evidências indicando que o zinco
é requerido para a síntese do triptofano, precursor dos hormônios
da classe das auxinas. Por isso, um sintoma de deficiência em zinco
é o encurtamento dos internos da planta e folhas pequenas. Quan-
do o zinco é fornecido, ocorre um aumento no nível de auxinas
assim como um aumento no crescimento da planta.
46 Fisiologia Vegetal
2.6.11 Manganês
O manganês é requerido como cofator de numerosas enzimas,
como descarboxilases e desidrogenases, as quais participam do
Ciclo de Krebs, e da enzima pertencente ao complexo que quebra a
molécula de água e libera oxigênio durante o processo fotossintéti-
co. A deficiência em manganês é caracterizada pelo aparecimento
de manchas verde-acinzentadas nas regiões basais das folhas jo-
vens de cereais. Pode causar clorose entre as nervuras das folhas
como também deformações em sementes de leguminosas.
2.6.12 Molibdênio
É o micronutriente requerido em mais baixa quantidade pelas
plantas e está relacionado com o metabolismo do nitrogênio. A
Enzima presente nas plantas
enzima dinitrogenase, presente nos microrganismos fixadores de que catalisa a redução do
nitrogênio atmosférico, e a nitrato redutase contêm molibdênio. nitrato a nitrito, primeiro
passo do processo de
Quando os suprimentos de nitrogênio são adequados, a deficiência assimilação do nitrogênio do
em molibdênio resulta em folhas jovens retorcidas e deformadas. nitrato em aminoácidos.
2.6.13 Cloro
Elemento requerido nas reações de liberação do oxigênio du-
rante a fotossíntese, ao lado do manganês, sendo também neces-
sário para a divisão celular de folhas e ramos. É um dos solutos
que participa ativamente dos processos osmóticos do vacúolo. A
deficiência em cloro se expressa nas plantas através de crescimento
reduzido, murcha das pontas das folhas e clorose geral. A deficiên-
cia em cloro raramente é detectada, pois a água do mar contendo
os íons cloreto é carregada pelo vento, e esses íons são depositados
nos solos pelas chuvas.
2.6.14 Níquel
Parte integrante da molécula da enzima urease, responsável pela
degradação da ureia, que pode ser tóxica para a planta quando se
acumula dentro das células. A ureia é produzida quando os ure-
ídeos são quebrados. Os ureídeos são compostos nitrogenados,
como o ácido alantoico e a citrulina, presentes nas leguminosas.
Nutrição mineral 47
Resumo
Os principais métodos que envolvem a utilização de soluções
nutritivas são conhecidos como hidroponia. Através dessa técnica
a planta pode ser cultivada com suas raízes imersas em solução
nutritiva em vasos, desde que a referida solução seja aerada, por
exemplo, com o auxílio de uma bomba de aquário. As soluções
nutritivas devem conter os elementos essenciais para as plantas.
Os elementos essenciais são aqueles em que na sua ausência as
plantas não completam o ciclo de vida. São agrupados em macro-
nutrientes e micronutrientes, dependendo da quantidade em que
são requeridos pelas plantas.
Referências
HOPKINS, W. J. Introduction to plant physiology. 2. ed. New
York: John Wiley & Sons, 1999.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 3
C A P Í T U LO 3
Assimilação e fixação biológica
do nitrogênio
Neste capítulo, iremos estudar a biologia e a bioquímica
dos sistemas de fixação biológica do nitrogênio e as vias de
assimilação dos íons amônio e nitrato pelas plantas que não
fazem associação simbiótica.
Assimilação e fixação biológica do nitrogênio 53
3.1 Introdução
O nitrogênio é um dos macronutrientes requeridos em gran-
des quantidades pelas plantas para a produção de proteínas, áci-
dos nucleicos, hormônios, clorofila e de vários outros compostos
importantes para o metabolismo celular. A atmosfera é rica (78%)
em dinitrogênio (N2), o nitrogênio que está na forma molecular,
mas as plantas não possuem enzimas capazes de converter esse
nitrogênio em moléculas orgânicas. Apenas os procariotos são ca-
pazes de efetuar tal processo; as plantas podem se beneficiar des-
se processo apenas quando estão em associação simbiótica com
tais organismos. As plantas que não fazem associações simbióticas
para fixar o nitrogênio absorvem o nitrogênio do solo na forma de
nitrato (NO3–) ou de íon amônio (NH4+). Mas o nitrato é facilmen-
te lixiviado do solo pelas águas da chuva e assim o nitrogênio, na
maioria dos casos, apresenta-se como fator limitante para o cres-
cimento das plantas.
Fixação
Nitrogênio na atmosfera
N2
Plantas
Assimilação
Bactérias
desnitri-
ficantes
Bactérias fixadoras
de N2 nos nódulos Nitratos (NO3-)
de raízes de
Decompositores
leguminosas (fungos e bactérias
aeróbicas e anaeróbicas)
Bactérias
Amonificação Nitrificação nitrificantes
Amônia (NH3) Nitritos (NO2-)
Bactérias fixadoras
de N2 no solo Bactérias nitrificantes
Fotossintato
(da folha) H+ H+
Cadeia respiratória
Membrana do
Glicólise bacterioide
NAD+
ATP
CAC N2 + 8H+
NAD+
fdred
8e-
2NH3
NADH Dinitrogenase Aminoácidos
+ H2
fdox
ADP + Pi Exportação
do nódulo
Figura 3.2 – Diagrama da fixação do nitrogênio, dentro do bacterioide, mostrando a relação com a fotossíntese da planta e com a
respiração do bacterioide.
58 Fisiologia Vegetal
2 moléculas 2 moléculas
de ácido glutâmico de glutamina
GS
2NH4+
2 ATP 2 ADP + Pi
Resumo
Embora a atmosfera seja rica em nitrogênio, as plantas não po-
dem aproveitá-lo, exceto as que fazem associação simbiótica com
microrganismos. A fixação simbiótica do nitrogênio ocorre nos
nódulos formados nas raízes das plantas hospedeiras através da
ação da dinitrogenase, presente nas bactérias fixadoras. A função
da planta é fornecer moléculas de carboidratos produzidas na fo-
tossíntese aos bacterioides para que esses viabilizem, através do
seu próprio metabolismo, a conversão do nitrogênio em íon amô-
nio. Esse íon é rapidamente incorporado em amidas (glutamina ou
asparagina), que depois são exportadas pelas células e utilizadas
nas reações de formação dos aminoácidos. As plantas que não se
associam geralmente absorvem o nitrogênio do solo na forma de
nitrato, que então é transformado em íon amônio e depois incor-
porado em moléculas orgânicas.
Referências
HOPKINS, W. J. Introduction to plant physiology. 2. ed. New
York: John Wiley & Sons, 1999.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
+ +
K+ I-
K+
K +
H+ I-
K+ K+ K+ I- I-
H+ I- I- I-
ATP ADP + P
H+
H+
C A P Í T U LO 4
C A P Í T U LO 4
Absorção de nutrientes minerais
pelas raízes de plantas
Neste capítulo, veremos como os íons minerais entram em
contato com as raízes, como são por elas absorvidos e quais
as proteínas envolvidas neste processo.
Absorção de nutrientes minerais pelas raízes de plantas 65
4.1 Introdução
Para que os nutrientes presentes no solo possam alimentar a
planta, é necessário que haja o contato entre os nutrientes e a raiz
e que eles sejam absorvidos pelas raízes das plantas. Esse contato
pode se dar por três diferentes processos, os quais ocorrem simul-
taneamente: fluxo de massa, difusão e interceptação pela raiz
(Figura 4.1).
H₂PO₄
Difusão Simplástico
Ca²
Interceptação
Fluxo de massa
Figura 4.1 – Contato do nutriente com a raiz e vias de entrada do nutriente no xilema.
66 Fisiologia Vegetal
Lipídios
Proteínas
ATP
Transporte Passivo
Quando os nutrientes entram A passagem de nutrientes pelas proteínas de canal pode receber
na célula a favor de um
gradiente de concentração. o nome de difusão facilitada. A difusão é facilitada pelo funciona-
mento da bomba de prótons que, ao colocar H+ para fora da célula,
permite o funcionamento das proteínas de canal.
70 Fisiologia Vegetal
Membrana celular
Resumo
Para que os nutrientes presentes no solo possam alimentar a
planta, é necessário que haja o contato entre os nutrientes e a raiz
e que eles sejam absorvidos pelas raízes das plantas. Esse contato
pode se dar por fluxo de massa, difusão e interceptação pela raiz.
Após haver o contato entre os nutrientes da solução do solo e as
raízes, o nutriente precisa chegar até o xilema para ser transporta-
do para a parte aérea dos vegetais. Como os nutrientes estão dis-
solvidos na água, a movimentação para dentro da planta segue os
mesmos caminhos descritos para a água. O caminho é percorrido
em parte por via apoplástica e em parte por via simplástica.
Os elementos absorvidos inicialmente via apoplasto, para que
cheguem até o xilema, precisam passar por dentro das células;
quando atingem a endoderme, percorrem o caminho simplásti-
co. Isso ocorre porque as paredes das células da endoderme apre-
sentam deposição de suberina, substância impermeável à água, a
qual forma uma barreira, denominada estrias de Caspary. O ca-
minho apoplástico do nutriente se faz passivamente, isto é, sem
gasto de energia, enquanto o caminho de entrada na célula através
da membrana plasmática (simplasto) necessita da energia do ATP,
sendo denominado ativo.
Pelo modelo proposto para absorção de nutrientes pelas mem-
branas celulares em vegetais, os nutrientes minerais atravessam a
membrana plasmática através de proteínas de canal ou transpor-
tadoras. Para ocorrer esse transporte, é necessário que as proteínas
catalíticas de hidrogênio bombeiem o próton hidrogênio (H+) de
dentro para fora da célula, o que cria um gradiente de potencial
eletroquímico entre os dois lados da membrana e facilita a ação
das proteínas de canal e transportadoras.
As proteínas de canal são específicas para determinados tipos de
nutrientes minerais (íons minerais), e os determinantes da especi-
ficidade são o diâmetro do canal e as cargas elétricas presentes no
canal. Uma vez aberto o canal da proteína, há a passagem de cá-
tions, como o K+, Ca2+, Mg2+, NH4+ e Na+, do meio extracelular para
o intracelular através da membrana. O meio intracelular costuma
72 Fisiologia Vegetal
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 5
C A P Í T U LO 5
Fotossíntese
Neste capítulo, veremos como o gás carbônico juntamente
com a energia da luz são transformados em energia química
e utilizados para formar açúcar nos vegetais. Veremos tam-
bém que fatores ambientais podem influenciar esse processo.
Fotossíntese 77
5.1 Introdução
A fotossíntese significa síntese pela luz e pode ser considera-
da como um dos processos biológicos mais importantes na Terra.
Por liberar oxigênio e consumir dióxido de carbono, a fotossínte-
se transformou o mundo no ambiente habitável que conhecemos
hoje. De uma forma direta ou indireta, a fotossíntese supre todas
as nossas necessidades alimentares e nos fornece um sem-número
de fibras e materiais de construção. A energia armazenada no pe-
tróleo, no gás natural, no carvão e na lenha, que são utilizados
como combustíveis em várias partes do mundo vieram a partir
do Sol via fotossíntese. Assim, a pesquisa científica da fotossíntese
possui uma importância vital. Se o homem conseguir entender e
controlar o processo fotossintético, será possível saber como au-
mentar a produtividade de alimentos, fibras, madeira e combustí-
vel, além de aproveitar melhor as áreas cultiváveis. Uma vez que a
fotossíntese afeta a composição atmosférica, o seu entendimento
é essencial para compreendermos como o Ciclo do CO2 e outros
gases, que causam o efeito estufa, afetam o clima global do planeta.
Todas as necessidades energéticas dos animais são fornecidas
pelos vegetais, seja diretamente ou através do consumo de animais
herbívoros. Os vegetais, por sua vez, obtêm a energia para sinte-
tizar os alimentos via fotossíntese. Embora as plantas retirem do
solo (nutrientes minerais e água) e do ar (gás carbônico) a matéria-
-prima necessária para a fotossíntese, a energia necessária para a
realização do processo é fornecida pela luz solar. Entretanto, a luz
78 Fisiologia Vegetal
0.25
Figura 5.1 – Espectro solar. A curva acima representa a irradiância por unidade de
comprimento de onda. FONTE: Ciência Hoje.
Fotossíntese 79
Radiação eletromagnética
Radiação eletromagnética é a definição dada às on- Assim, o comprimento de onda (λ) de uma onda
das que se propagam no vácuo ou no ar com velo- eletromagnética é o que irá diferenciá-las. Existem
cidade de 300.000 km/s, ou seja, com a velocida- ondas eletromagnéticas com grandes comprimen-
de da luz (c), que também é uma radiação eletro- tos de onda, tais como: as ondas de rádio (AM e
magnética. Outra característica das ondas eletro- FM) e TV (UHF e VHF). Por outro lado, existem radia-
magnéticas é a capacidade de transportar energia ções com comprimento de onda bem pequeno, tais
e informações. como: radiação-X e radiação γ.
Como dito anteriormente, existem vários tipos de O fato de o comprimento de onda ser grande ou
radiação eletromagnética, então o que as difere? pequeno influi na sua frequência (ν), que é a varia-
ção da onda por segundo, ou seja, é a “velocidade”
O que diferencia uma radiação eletromagnética da
na qual a onda se propaga. Quanto menor for o
outra é o seu comprimento de onda. Mas o que é
comprimento de onda (λ), maior será a frequência
comprimento de onda?
(ν) e, quanto maior for o comprimento de onda (λ),
Comprimento de onda (λ) é a distância entre dois menor será a frequência (ν).
pontos máximos de uma onda. Observe:
Comprimento
de onda (λ)
1m
10-5 nm 10-3 nm 1 nm 103 nm 106 nm (10-5 nm) 103 m
Luz visível
(P680) do fotossistema II, que perderam elétrons por ação da luz e ca-
minham por uma cadeia de transportadores de elétrons (plastoqui-
nona, citocromo bf e plastocianina) até chegar à clorofila (P700) do
fotossistema I. Do fotossistema I, o elétron é repassado ao NADP
com auxílio do transportador de elétrons ferredoxina e da enzima
NADP redutase, formando NADP–.
O próton hidrogênio (H+), por sua vez, atravessa a membrana do
tilacoide através de uma proteína transportadora, a ATP sintetase,
indo do lúmen do tilacoide ao estroma do cloroplasto para se jun-
tar, com auxílio da NADP redutase, ao NADP–. Enquanto a ATP
sintetase transporta H+, ela sintetiza ATP. A enzima ATP sintetase
é ativada pela diferença de potencial eletroquímico entre o lado
interno e externo da membrana do tilacoide. A diferença de poten-
cial eletroquímico entre o estroma do cloroplasto e o lúmen do tila-
coide é gerada pelo acúmulo de prótons H+ no lúmen do tilacoide.
Parte desses prótons H+ é produzida pela fotólise de uma molé-
cula de água, que libera 2 H+ dentro do lúmen do tilacoide, e dois
elétrons, que percorrem os transportadores de elétrons dos fotos-
sistemas para reduzir o NADP. A outra parte dos prótons é produ-
zida pela reação de oxidação da plastoquinona. Essa molécula tem
a função de transferir dois elétrons ao complexo de citocromos e
ao mesmo tempo deposita 2 H+ no lúmen do tilacoide.
Como consequência, o pH do lúmen do tilacoide torna-se áci-
do (pH 5,0) e o do estroma do cloroplasto torna-se alcalino (pH
8,0). Essa diferença é causada pela alta concentração de prótons H+
resultantes da fotólise da água e do transporte de H+ do estroma
para o lúmen do tilacoide pela plastoquinona, que tem esta ação
enquanto transporta elétrons do fotossistema II para o citocromo
bf (ver detalhes na Figura 5.4).
O NADPH e o ATP são utilizados na segunda fase da fotossínte-
se, a fase química, em que o gás carbônico é reduzido a um açúcar,
o gliceraldeído 3-fosfato, através do Ciclo de Calvin-Benson. As
Ver detalhes no Capítulo 4 reações do Ciclo de Calvin-Benson são controladas por uma série
do livro Biologia celular.
de enzimas, algumas delas ativadas por luz. Por essa razão, embora
essa fase da fotossíntese seja chamada também de fase escura da
fotossíntese, ela não ocorre na ausência de luz. Uma das enzimas
82 Fisiologia Vegetal
Átomo de hidrogênio de
uma molécula de clorofila +
Estado excitado
+
+ + + +
Átomo
oxidado
+
Figura 5.4 – A liberação da energia
Calor Luz de um fóton de luz absorvida
pelos pigmentos pode ocorrer
Transferência de excitação das seguintes maneiras: calor,
para molécula vizinha fluorescência, ressonância ou
deslocamento de elétrons.
Fotossíntese 83
Moléculas
Energia
de pigmentos
Luminosa
Transferência
de energia
Clorofila a Transferência de energia
durante a fotossíntese.
Organização das moléculas
Receptor de pigmentos na membrana
de elétrons e−
dos tilacoides.
Transportador de e−
Transportador de e− Transportador de e−
P700
Transportador de e− Transportador de e−
H+
P680 Transportador de e− 2e- Transportador de e−
H2O
2e− Transportador de e−
Complexo
2H + citocromo b6/f NADP++H+
Aceitador de e− NADPH
1/2O2
2e−
H+ P700
H+
H+
H+
ATP
Fotossistema II Fotossistema I
H+
Estroma do cloroplasto Pi
H+ ATP
NADPH ADP
NADP
Ferredoxina —NADP+—REDUTASE
hν H+ hν
Citocromo e− FNR ATP
Fd sintetase
P680 P700
e− PQ b₆f
e−
FSII PQH₂ e− FSI
EQA Plastoquinona PC
Plastocianina
H
+
H₂O O₂ H+ H+
Enzima de quebra
da água
Lúmen do tilacoide
Figura 5.6 – Caminho dos elétrons do fotossistema II até o fotossistema I. Quando fótons de luz incidem na antena coletora do
fotossistema II, elétrons são ejetados pelo P680 e repassados à plastoquinona. A plastoquinona (PQ) simultaneamente aceita
os íons H+ e fica reduzida a PQH2, e, então, libera prótons H+ para o interior do tilacoide (lúmen). Então, forma-se um gradiente
eletroquímico e de pH de um lado e de outro da membrana do tilacoide, gerando energia para a ativação da ATP sintetase e síntese
de ATP. A PQH2 transfere os elétrons para o citocromo bf, que os transfere para a plastocianina (PC) e esta para o fotossistema I,
repondo os elétrons perdidos pelo P700. O P700 perde elétrons quando fótons de luz colidem com a antena coletora do fotossistema
I e fazem o P700 ejetar elétrons que são capturados pela ferredoxina (Fd), a qual os transfere para uma enzima que reduzirá o NADP
(FNR). Enquanto isso, a ATP sintetase coloca prótons H+ no estroma, os quais formarão NADPH e simultaneamente ATP. Os elétrons
perdidos pelo P680 são repostos pelo hidrogênio da água, que é quebrada em O2 e H pela enzima de quebra de água (EQA).
Fotossíntese 85
Plantas C3
O primeiro produto estável da fase bioquímica da fotossíntese
que contém o carbono do CO2 atmosférico é um composto forma-
do por três carbonos, o ácido 3-fosfoglicérico (3-PGA). Nas plan-
tas C3, o carbono do gás carbônico é fixado através do Ciclo de
Calvin-Benson, em que o carbono de uma molécula de CO2, atra-
vés de uma reação de carboxilação, catalizada pela enzima RUBIS-
CO (ribulose bifosfato carboxilase-oxigenase), é colocado em uma
molécula de cinco carbonos, a ribulose 1,5-bisfosfato (RUBP), for-
mando um composto instável de seis carbonos. Esse composto é
transformado em duas moléculas de três, o ácido fosfoglicérico ou
fosfoglicerato (APG), e em cada molécula de APG é adicionado
um fósforo vindo do ATP e um hidrogênio vindo do NADPH, for-
mando duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (PGald), o pri-
meiro açúcar da fotossíntese. Essa fase do Ciclo de Calvin-Benson
é chamada de fase de redução do carbono. Através de reações de
regeneração, novas moléculas de RUBP são formadas, numa fase
do Ciclo de Calvin-Benson chamada de regeneração (Figura 5.7).
As plantas C3 são a maioria das plantas fotossintetizantes do nos-
so planeta e necessitam de boa disponibilidade de água e tempe-
raturas amenas para atingir as suas maiores taxas de fotossíntese
(Tabela 5.1).
Plantas C4
As espécies C4 são aquelas cujo primeiro produto formado após
a fixação de CO2 é o ácido oxalacético (AOA) que possui quatro
carbonos. As plantas C4 são principalmente gramíneas tropicais,
86 Fisiologia Vegetal
H₂O
o
uçã
ge
R ed
ra
* A taxa de fotossínte é dada pela concentração de CO2 fixado por área por segundo.
** Em codições ambientais, as plantas C4 não mostram saturação das taxas de fotossíntese, que podem
ser aumentadas mais um pouco se fornecermos mais luminosidade a essas plantas.
*** O O2 atmosférico aumenta a fotorrespiração e reduz a assimilação de CO2.
Fotossíntese 87
Xilema Epiderme
Cloroplasto
Células da
bainha vascular Floema
Células do
mesófilo
Epiderme
Figura 5.8 – Corte transversal de folhas de planta C4 evidenciando a bainha vascular com cloroplastos (à esquerda).
Corte transversal de uma folha de planta C3, evidenciando a bainha vascular (BV) sem cloroplastos (à direita).
88 Fisiologia Vegetal
Célula do mesófilo
NADPH + H+ AMP + 2P
Elas apresentam maiores taxas de Malato desidrogenase
fotossíntese que plantas C3. A enzi- Ácido
NADP ATP
Ácido
ma PEPcase funciona em altas tem- Málico Pirúvico
peraturas e essas plantas apresentam
as mais altas taxas de fotossíntese
Ácido Ácido
entre 30 e 47ºC. Esse fato ocasiona a Pirúvico
Célula da bainha
Málico
RUBISCO (Cloroplastos)
concentração de uma grande quan- NADP
CO2
tidade de CO2 onde está localizada
NADPH + H+ PGA (fosfoglicerato)
a RUBISCO, aumentando a afinida- RuBP Ciclo
de
de desta pelo CO2 e, assim, aumen- Calvin Hidrato de
Carbono
tando a formação de açúcar (Figura (hexose)
5.9). Como a primeira enzima tem
uma afinidade muito alta pelo CO2
Figura 5.9 – Metabolismo de plantas C4.
atmosférico, essas plantas são mais
eficientes no aproveitamento de
água que as plantas C3, pois podem fixar CO2 com os estômatos
parcialmente fechados e assim economizam água. Elas apresentam
maiores taxas de fotossíntese que plantas C3. A enzima PEPcase
funciona em altas temperaturas e essas plantas apresentam as mais
altas taxas de fotossíntese entre 30 a 47ºC (Tabela 5.1).
Fotossíntese 89
Plantas CAM
As plantas CAM (sigla em inglês) ou MAC (Metabolismo Ácido
Receberam esse nome por das Crassuláceas, sigla em português) apresentam o metabolismo
terem sido primeiro descritas
nesta família de plantas. ácido das crassuláceas. Nessas plantas, o gás carbônico atmosférico,
à semelhança do que ocorre em plantas C4, também é capturado
pela enzima PEPcase e o carbono colocado numa molécula de áci-
do fosfoenol pirúvico, formando ácido oxalacético. Além das cras-
suláceas, espécies de outras famílias também podem apresentar
metabolismo CAM. São espécies suculentas de deserto ou de ha-
bitats sujeitos a secas periódicas. As plantas do tipo CAM fecham
os estômatos durante o dia e os abrem durante a noite, estocando
neste período o CO2 absorvido na forma de ácido málico. Du-
rante o dia, o ácido málico é descarboxilado, transformando-se
Células Células
epidérmicas epidérmicas
HCO3− PEP Pi
carboxilase
Malato
PEP Oxalacetato CO2
NADH Ácido
NAD* málico
Triose fosfato
Ácido
Malato Piruvato málico
Amido RUBISCO
Cloroplasto Amido
Vacúolo Cloroplasto
Vacúolo
5.6 Fotorrespiração
A pesquisa científica em fotossíntese mostrou-nos que o pro-
cesso fotossintético é relativamente ineficiente. Por exemplo, a
eficiência de ganho de carbono em um campo de milho durante
a época de crescimento é apenas de 1 a 2% da energia solar inci-
dente. Nos campos não cultivados, a eficiência é de apenas 0,2%.
A cana-de-açúcar possui uma eficiência de 8%. A fotorrespiração
gera redução nas taxas de fotossíntese pois no processo ocorrem
perdas de CO2.
A fotorrespiração é decorrente da função da enzima RUBISCO
como oxigenase que leva à perda de CO2. Como essa enzima só é
ativa na presença da luz, essa perda de CO2 pela fotorrespiração só
ocorre durante o dia.
Na presença da luz, a RUBISCO pode funcionar como carboxilase
e oxigenase. Neste último caso, ela promove a incorporação do
oxigênio numa molécula de ribulose bifosfato, levando à formação
de uma molécula de dois carbonos, o ácido fosfoglicólico, e uma
molécula de três carbonos, o ácido fosfoglicérico. Este último é
utilizado no Ciclo de Calvin-Benson, mas o ácido fosfoglicólico
é rapidamente convertido em ácido glioxílico e este, em glicina.
Duas moléculas de glicina se unem para formar uma molécula
de serina, nas mitocôndrias, liberando um CO2 (Figura 5.11). O
CO2 e o O2 moleculares competem pelo sítio ativo da RUBISCO.
Em condições atmosféricas normais (0,04% ou 400 ppm de CO2 e
21% de O2) e sob temperaturas moderadas (20-25ºC), a proporção
entre as funções carboxilase e oxigenase é de cerca de 3:1. A fotor-
respiração pode ocasionar uma diminuição na assimilação líquida
de carbono de 20 a 50% nas plantas C3; nas C4, a diminuição não
Fotossíntese 91
Temperatura
Qualquer temperatura abaixo ou acima da ótima resulta em
condição limitante para as reações de fotossíntese. Abaixo da tem-
peratura ótima a energia cinética das moléculas reagentes (CO2,
H2O) é insuficiente para conseguir o rendimento químico. Acima
da temperatura ótima as enzimas vão se desnaturando, podendo
até parar as reações (Figura 5.12).
92 Fisiologia Vegetal
Concentração de CO2
No ar atmosférico, há uma mistura de gases composta por 78%
de dinitrogênio (N2); 21% de oxigênio (O2) e 0,04% de dióxido de
carbono (CO2). Entretanto, como pode ser visto na Figura 5.13, a
concentração ótima para a fotossíntese é de 0,2% de CO2, já que
acima dessa concentração a taxa de fotossíntese é estabilizada. En-
tão, na natureza há menos gás carbônico do que seria possível às
plantas utilizarem. Por isso, se diz que em condições naturais o gás
carbônico é limitante para a fotossíntese. A construção do gráfico
do efeito do gás carbônico na fotossíntese só foi possível em con-
dições experimentais de laboratório, em que pode ser elevada a
concentração de gás carbônico acima daquela que ocorre no am-
biente natural.
A concentração do CO2 no ar atmosférico exerce contribuição
importante para a temperatura ambiente. Os estudiosos estimam
que se essa concentração chegar em torno de 0,05% o calor será
suficiente para descongelar uma parcela das calotas polares, fazen-
do subir o nível dos mares, o que provocaria inundações catas-
tróficas. Entretanto a emissão de gás carbônico na atmosfera vem
aumentanto ano a ano devido à queima de combustíveis fósseis.
Entretanto a emissão de gás carbônico na atmosfera vem aumen-
tanto ano a ano devido à queima de combustíveis fósseis.
Taxa de Fotossíntese
Taxa de Fotossíntese
Intensidade luminosa
À medida que a intensidade de luz vai
aumentando, a taxa de fotossíntese vai au-
Taxa de fotossíntese
Resumo
No processo fotossintético, as plantas convertem a energia solar
em energia química, a qual pode ser armazenada e utilizada poste-
riormente. Isso ocorre nos cloroplastos em duas etapas, a fototoquí-
mica e a bioquímica. A etapa fotoquímica ocorre nas membranas
internas do cloroplasto, chamadas tilacoides. Nesses tilacoides, exis-
tem quatro complexos proteicos, o fotossistema I, o fotossistema II,
o citocromo bf e a ATP sintetase. Nos fotossistemas estão as antenas
coletoras de luz, compostas pelos pigmentos clorofilas e carotenoi-
des, e no centro de cada fotossistema está o centro de reação, onde
se localizam as clorofilas do tipo a, P700 (fotossistema I) e P680 (fo-
tossistema II). Na fase fotoquímica, os produtos finais são o ATP e o
NADPH. O hidrogênio do NADPH vem da fotólise da água, a qual
libera prótons H+, elétrons e oxigênio. Os elétrons caminham por
uma cadeia de transportadores de elétrons para reduzir o NADP, e o
próton H+ se junta ao NADP reduzido depois de passar do lúmen do
tilacoide para o estroma do cloroplasto através da enzima transpor-
tadora ATP sintetase. Enquanto a ATP sintetase transporta o H+ ela
sintetiza um ATP. O NADPH e o ATP são utilizados na segunda fase
da fotossíntese, a fase bioquímica, em que o gás carbônico é reduzi-
do a um açúcar, o gliceraldeído 3-fosfato, através do Ciclo de Calvin-
-Benson. Nesse ciclo, uma molécula de CO2, através de uma reação
de carboxilação, catalizada pela enzima RUBISCO, é colocada em
uma molécula de cinco carbonos, a ribulose 1,5-bifosfato (RUBP),
94 Fisiologia Vegetal
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
SALISBURY, F.B & ROSS. C.W. 2012. Fisiologia das plantas.
CENCAGE Learning, 774 p.
Taiz, L. & Zeiger, E. 2010. Plant Physiology Sinauer Associates,
Inc, Publishers, 792 pp.
C A P Í T U LO 6
C A P Í T U LO 6
Transporte no floema
Neste capítulo, veremos como ocorre o carregamento e o
descarregamento de substâncias no floema para serem por
ele transportadas e a principal teoria que explica como se dá
o transporte dessas substâncias pelo floema.
Transporte no floema 99
6.1 Introdução
O floema transporta diversos tipos de substâncias, mas o principal
soluto transportado é a sacarose. A concentração de sacarose trans-
portada varia entre 0,3 a 0,9 M. Além da sacarose, o floema transloca
outros açúcares não redutores (pois são menos reativos), tais como:
rafinose (sacarose + galactose), estaquiose (sacarose + 2 galactoses)
e verbascose (sacarose + 3 galactoses). Açúcares cujos grupos al-
deído e cetonas foram reduzidos a álcool (manitol, sorbitol) tam-
bém são translocados.
O floema também é um importante transportador de nitrogê-
nio. O nitrogênio ocorre no floema na forma de aminoácidos (glu-
tamato e aspartato) e aminas (glutamina, asparagina), mas nunca
na forma de nitrato. Proteínas essenciais para o funcionamento ce-
lular (tiorredoxina, quinases, ubiquitina, chaperonas) também são
translocadas. Além do nitrato, o floema também não transporta os
íons cálcio (Ca2+), sulfato (SO42–) e férrico (Fe3+), mas transporta
muitos nutrientes minerais, como os íons magnésio (Mg2+), fosfa-
to (PO43–), cloro (Cl–) e potássio (K+).
Proteína-P
citoplasmática
Retículo
endoplasmático
Plastídeo
modificado
Plasmodesmo
ramificado
Membrana
plasmática
Vacúolo
Célula
companheira
Parede celular
primária
Núcleo
Placa crivada
Mitocôndria
Figura 6.1 – Esquema evidenciando célula do elemento de tubo crivado e de uma célula
companheira.
Plasmodesmo Elemento
Células seiva
companheiras
Carregamento
ativo
Rota simplástica
Célula do parênquima
do floema
Célula da bainha vascular
Célula mesofílica Membrana plasmática
Figura 6.2 – Caminho de substâncias pela via apoplástica (substâncias caminham por fora das células) e simplástica (substâncias
passam de célula a célula via plasmodesmos).
H+ H+
Xilema Floema
Célula Fonte
companheira (célula folha)
Água
Sacarose
Recipiente A Recipiente B
Resumo
O floema transporta diversos tipos de substâncias, mas o prin-
cipal soluto transportado é a sacarose. Outras substâncias translo-
cadas são os açúcares rafinose, estaquiose e verbascose, açúcares
álcoois, como manitol e sorbitol. O nitrogênio é transportado, na
forma de aminoácidos (glutamato e aspartato), aminas (glutami-
na, asparagina) e proteínas essenciais para o funcionamento ce-
lular (tiorredoxina, quinases, ubiquitina, chaperonas). Muitos nu-
trientes minerais, como os íons magnésio (Mg2+), fosfato (PO43-),
cloro (Cl-) e potássio (K+), também são transportados.
Os elementos de tubo crivado sempre vêm acompanhados de
uma ou mais células companheiras, e esse fato é importante para
o carregamento de substâncias no floema. Os açúcares devem mi-
grar das células do mesofilo até o complexo célula companheira-
-tubo crivado. Para entrar nesse complexo, as substâncias podem
vir caminhando célula a célula, através dos plasmodesmos (via
simplástica) ou podem vir por entre as células e penetrarem no
complexo por transporte ativo (via apoplástica).
Transporte no floema 105
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 7
C A P Í T U LO 7
Regulação do crescimento e do
desenvolvimento
Neste capítulo, estudaremos os principais mecanismos de
ação e as principais funções dos hormônios vegetais, os men-
sageiros químicos primários, no controle das respostas de
crescimento e desenvolvimento das plantas.
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 109
7.1 Introdução
As sementes contêm as futuras plantas. O embrião é considerado
uma planta em miniatura. Vamos considerar que o primeiro pro-
cesso da vida de uma planta seja a germinação da semente. Esta vai
inicialmente originar uma planta jovem ou plântula. Essa plântula
que recém emergiu segue seu destino, ou seja, crescerá, produzirá
flores e sementes, suas folhas entrarão em senescência e finalmente
morrerá. Há espécies que podem viver durante séculos e outras
que morrem após florescerem. Essas são as etapas de crescimento
e desenvolvimento que constituem o ciclo de vida da planta.
O ciclo completo de vida de uma planta envolve uma série de
eventos, geneticamente programados, mas altamente controlados
por fatores ambientais ou exógenos e fatores intrínsecos ou endó-
genos. Por sua vez, os próprios fatores exógenos podem alterar a
síntese e os níveis de fatores endógenos.
Durante o ciclo de vida da planta, seus meristemas sofrerão di-
visão celular e produzirão novas células: estas sofrerão processos
de alongamento e diferenciação celular. Esses eventos ocorrem de-
vido à expressão de determinados genes, síntese de enzimas espe-
cíficas e sua ativação e estão sempre ocorrendo na organogênese
(formação de órgãos vegetais), no crescimento dos órgãos vege-
tais, na sua senescência (envelhecimento) e na sua morte.
Os principais fatores exógenos que controlam o ciclo de vida
de uma planta são: luz, temperaturas, água e nutrição mineral. Os
110 Fisiologia Vegetal
Espaço externo
PIP2 DAG
PLC
P P
P Resposta celular
P P
Citosol IP3 P Ca2+
N AIA
Os cinco grupos de hormônios primeiramente descobertos H
A substância recebeu o nome de auxina, por Fritz Went (1926, ABA — Ácido abscísico (C15)
Holanda), e é originada de uma palavra de origem grega auxein,
que significa “crescer” ou “aumentar”. Em 1946, foi isolado e carac-
terizado quimicamente o ácido indolil-3-acético (AIA), a auxina CH2 = CH2
7.3.2 Giberelinas
Na década de 20 do século XX, pesquisadores japoneses esta-
vam intrigados com uma doença que ocorria nos arrozais. Essa
doença causava um crescimento anormal das plantas que tom-
bavam na água, e havia perda dos grãos. A doença era chamada
de “doença da planta boba” ou bakanae. Eles descobriram que as
plantas estavam infectadas pelo fungo Giberella fujikuroi, que pro-
duzia substâncias capazes de estimular o crescimento das plantas.
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 113
7.3.3 Citocininas
Na década de 50 do século passado, um grupo de pesquisadores
liderados pelo Dr. Folke Skoog, da Universidade de Winsconsin
(EUA), trabalhava com métodos de propagação vegetativa de
plantas. Eles procuravam substâncias que fossem capazes de pro-
mover a divisão celular em células de medula caulinar de fumo.
Um pouco antes, na década de 40, J. van Overbeek observou que o
endosperma líquido de coco é rico em substâncias que promovem
a divisão celular. Skoog e seus colaboradores verificaram e confir-
maram os resultados de Haberlandt, que observou que células de
medula de fumo cresciam mais rapidamente quando se colocava
um pedaço de tecido vascular sobre a medula. Em 1955, Carlos
Miller, um colaborador de Skoog, conseguiu isolar uma substân-
cia, que foi chamada de cinetina, a partir de bases nitrogenadas do
esperma do peixe arenque. Essa substância foi identificada como
6-furfurilaminopurina (primeira citocinina sintética a ser produ-
zida). Usando meio básico de cultura (sacarose, íons, vitaminas
e aminoácidos) acrescido de diferentes substâncias, observaram
que DNA envelhecido acrescido de AIA apresentava a melhor res-
posta na indução da divisão celular. Eles concluíram que um pro-
duto de degradação do DNA deveria ser o fator que promovia a
divisão celular.
Na década de 60, essas substâncias foram denominadas de ci-
tocininas por Skoog e colaboradoes. Letham, em 1973, isolou de
sementes jovens de milho a zeatina (primeira citocinina natural) e
demonstrou, em 1974, que ela era também encontrada em endos-
perma de coco.
Quimicamente, as citocininas naturais são sintetizadas a partir
da base púrica adenina, que ocorre nas moléculas de DNA. Cine-
tina (6-furfurilaminopurina), 6-benziladenina (6-BA) e derivados
da ureia são citocininas sintéticas.
7.3.4 Etileno
O etileno é um hormônio gasoso. É um hidrocarboneto gasoso
insaturado. No início da civilização egípcia, o povo fazia incisões em
figos e verificava que esse procedimento acelerava sua maturação.
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 115
Auxinas
As auxinas são sintetizadas em meristemas apicais, folhas jo-
vens, embriões de sementes, frutos jovens e muito pouco em ápices O transporte de auxinas é
predominantemente basípeto,
de raízes. Um dos precursores é o aminoácido triptofano. O trans- ou seja, ocorre dos meristemas
porte de auxinas pode ser de célula a célula e também via floema. apicais para as regiões mais
basais dos coleóptilos e caules
Parece ser predominantemente basípeto, mas através de células da planta.
parenquimáticas adjacentes às bainhas vasculares (Figura 7.4).
Giberelinas
As giberelinas são sintetizadas em tecidos jovens da parte aérea
das plantas e também em sementes em desenvolvimento. O precur-
sor de sua síntese é o ácido mevalônico e o isoptentenil difosfato.
Podem ser transportadas tanto pelo xilema como pelo floema.
Parede celular
Figura 7.4 – O transporte basípeto de auxinas. O AIA é transportado dos ápices para as bases de coleóptilos e caules, por
difusão, na parte apical da célula e com o auxílio de proteínas transportadoras, na parte basal da célula. (Extraída RAVEN;
EVERT; EICHHORN, 2007)
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 117
Citocininas
As citocininas são sintetizadas principalmente em ápices de ra-
ízes, embriões de sementes em desenvolvimento, ápices caulinares
e folhas jovens e são derivadas de ATP ou ADP e de isopentenil
difosfato. Seu transporte na planta é feito via xilema, no sentido
raiz-parte aérea e de folhas velhas, senescentes. As citocininas são
transportadas para as partes jovens e em crescimento pelo floema.
Etileno
O etileno pode ser produzido em todas as partes da planta, mas
os mais altos níveis são produzidos em tecidos meristemáticos e
regiões nodais. Seu precursor é o aminoácido metionina. Determi-
nadas etapas da vida da planta, como a queda de folhas, processo
conhecido como abscisão foliar, produzem altos níveis de etileno.
Os processos de senescência de folhas, flores e o amadurecimento
de frutos estão intimamente relacionados com altos níveis de etile-
no. Há uma grande interação entre auxinas e etileno. A síntese de
etileno é promovida pelas auxinas. O transporte de etileno é feito
por difusão, a partir do local de síntese.
Ácido abscísico
O ácido abscísico (ABA) é sintetizado a partir do metabolismo
do carotenoide zeaxantina. É um hormônio cuja síntese aumenta
muito em plantas submetidas ao estresse hídrico. Todas as célu-
las vivas, desde o ápice caulinar ao ápice radicular, são capazes de
sintetizar esse ácido em determinadas circunstâncias. Ele pode ser
detectado em seivas de xilema, floema e em nectários. Em plantas
crescendo em condições de boa disponibilidade de água no am-
biente, os níveis de ABA nos tecidos vegetais são baixos, poden-
do haver poucos nanogramas por grama de tecido fresco. Porém,
quando plantas e sementes em desenvolvimento são submetidas
ao estresse hídrico, os níveis sobem para microgramas por grama
de tecido fresco. O ABA é a única forma natural e ativa, não exis-
tem moléculas análogas sintéticas. Seu transporte é feito das folhas
para as raízes via floema; de raízes à parte aérea via xilema; entre
células parenquimáticas.
118 Fisiologia Vegetal
Alongamento celular
As auxinas estimulam o alongamento celular (crescimento em
altura). Causam diminuição do pH do lado externo das paredes
pela ativação de H+ATPases da membrana celular ou síntese de no-
vas H+ATPases. Esta é chamada de hipótese do crescimento áci-
do. O baixo pH nas paredes celulares ativa hidrolases de polissaca-
rídeos de parede celular, como celulases, hemicelulases, glucanases
e pectinases, que causam o amolecimento de polissacarídeos que
compõem a parede celular. Os polímeros de polissacarídeos se des-
prendem e deslizam uns sobre os outros. O pH ácido ativa também
proteínas expansinas, que quebram pontes de H+ entre microfibrilas
de celulose e hemicelulose, tornando as paredes celulares mais ma-
leáveis e flexíveis. O pH ácido induz o aumento de absorção de
água e de solutos, principalmente K+ (Figuras 7.5 e 7.6).
Dominância apical
Outro processo controlado pelas auxinas é a dominância apical
de caules e ramos, em que a síntese intensa de auxinas no me-
ristema apical caulinar impede o crescimento das gemas axilares.
Quanto mais distantes as gemas axilares estiverem do ápice, me-
nor é sua inibição. Ocorre um bloqueio da divisão celular e alon-
gamento celular nas gemas axilares (Figura 7.8).
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 119
AIA + H+
+
ATP H+
ATP
AIA ATP H+
Hipótese de Ativação
+
ATP H+
Hipótese de Síntese
RNAm
ATP
Núcleo ATPase
H+
Expa ATP
nsin
as +
H+
Quinases dependentes
de ciclinas
Mudança de G1
para S
M
Microfibrilas Glucanases ou G1
G2
de celulose XET ( )
S
Giberelinas
Figura 7.6 – Atuação de auxinas e giberelinas no Figura 7.7 – A função das
afrouxamento das paredes celulares e no alongamento auxinas, giberelinas e citocininas
celular. (Extraída de KERBAUY, 2004) na ativação do ciclo celular.
120 Fisiologia Vegetal
Ápice caulinar
Ápice caulinar
(fonte de auxina)
removido
Gemas axilares
inibidas por Gemas axilares
A auxina B não mais inibidas
Gemas axilares em
desenvolvimento
Figura 7.8 – Dominância apical em Coleus. (Extraída de RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007)
Fototropismo e geotropismo
As auxinas são responsáveis pelas respostas de fototropismo,
curvatura de coleóptilos e caules causada quando esses órgãos re-
cebem luz aplicada lateralmente (ver Figura 7.2). Os ápices absor-
vem a luz por meio de receptores denominados de fototropinas.
Esses receptores alteram o transporte de auxinas de modo a con-
centrá-las em maior quantidade no lado mais sombreado, onde
desencadearão maior crescimento celular e consequentemente a
curvatura do órgão em direção à luz.
As auxinas estão também envolvidas nas respostas de geotropis-
mo ou gravitropismo. Nessas respostas, quando as raízes são colo-
cadas na posição vertical, após algumas horas, se curvam em dire-
ção ao solo. A gravidade é percebida pela coifa da raiz, que contém
células especiais denominadas estatocitos. Essas células contêm
amiloplastos móveis, os estatolitos. A sedimentação dos estatolitos
em direção ao solo produz um aumento da concentração de AIA
onde há sedimentação dos estatolitos devido à pressão mecânica
sobre o retículo endoplasmático das células. Nesse caso, ao con-
trário do que ocorre em coleóptilos e caules, aumentos nos níveis
de AIA causam redução de crescimento nas células das raízes que
apresentam sensibilidade aos maiores níveis de AIA (Figura 7.9).
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 121
A remoção da coifa da
A Orientação vertical
raiz vertical estimula um Estatocisto
pequeno crescimento
por alongamento.
Raiz
B Orientação horizontal
Crescimento de frutos
As auxinas promovem o desenvolvimento do
receptáculo floral dos frutos do morango. Os
aquênios de morango, que são os frutos verda-
deiros, são fontes de auxinas, assim como o grão
de pólen durante a polinização fornece auxinas
para o desenvolvimento de frutos. Se todos os
Sementes aquênios forem removidos, o receptáculo não se
Desenvolvimento Sementes
normal removidas
removidas e desenvolve (Figura 7.10).
aplicação de AIA
Figura 7.10 – Os aquênios de morango produzem AIA, que
induz o crescimento do pseudofruto. (Extraída de TAIZ;
ZEIGER, 2008)
122 Fisiologia Vegetal
Crescimento de frutos
Giberelinas produzidas nas sementes induzem o crescimento de
frutos, como uvas e maçãs.
Coleóptilo
Camada de aleurona
Endosperma amiláceo
GA
3 2
Enzimas GA 1
4 hidrolíticas 1
Solutos no 5
endosperma
Testa-pericarpo Escutelo
• Esquerdo tratado com água. • Esquerdo tratado com cinetina. • Esquerdo não tratado.
• Direito tratado com aminoácido • Direito tratado com aminoácido • Direito tratado com aminoácido
14
C e cinetina. 14
C e água. 14
C e cinetina.
• Radioatividade concentrada no • Esquerdo concentrou radioativi- • Radioatividade concentrada no
lado direito (pontilhado preto). dade e tornou-se dreno. lado direito (pontilhado preto).
Figura 7.13 – Efeito de cinetina (citocinina sintética 50 mM) no movimento de aminoácidos em plântulas de pepino.
(Extraída de TAIZ; ZEIGER, 2008)
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 125
Crescimento de frutos
As citocininas também participam do crescimento de alguns
frutos, por exemplo, a maçã. A aplicação de mistura de citocininas
com giberelinas (®PROMALIN) pode aumentar o tamanho do fru-
to e também alongar o fruto.
Resposta tríplice
+ Síntese de etileno
AIA AdoMet +
Sintase AIA
+ do ACC
Planta mutante
AIA ACC
Oxidase
Etileno do ACC
Etileno
Alongamento
celular inibido
Gancho plumular
Figura 7.14 – Formação de gancho plumular induzida pelo etileno. AdoMet = adenosil metionina; ACC = ácido
1-aminociclopropano 1-carboxílico, precursor de etileno. Resposta tríplice de plantas de Arabidopsis thaliana crescendo no
escuro na presença de etileno (10 partes por milhão). É possível observar redução de alongamento de caule, crescimento
lateral, intumescimento de caules ou hipocótilos e gancho plumular. O crescimento horizontal é anormal, reforçando as paredes
celulares, e as plantas tornam-se curtas e largas. (Adaptada de KERBAUY, 2004 e TAIZ; ZEIGER, 2008)
Amadurecimento de frutos
É um tipo especial de senescência que se caracteriza por uma
série de transformações sofridas pelo fruto. Primeiramente, o fru-
to começa a produzir mais etileno e, a seguir, nos chamados frutos
climatéricos, haverá um abrupto aumento da respiração do fruto
(Tabela 7.1).
Regulação do crescimento e do desenvolvimento 127
Etileno
Figura 7.15 – Funções do etileno e das auxinas na abscisão e senescência foliar. (Adaptada de TAIZ; ZEIGER, 2008)
K+ Ca2+ K+
ABA A-
Pré-despolarização
Receptor Membrana celular
de célula-guarda
Ativação de canais Inibição de canais
Ativação de canais
de efluxo de K+ de influxo de K+
de efluxo de ânions
Citosol Ca2+
Estômato
Células-guarda
Figura 7.16 – Modo de ação do ABA em células-guarda de estômatos de folhas submetidas a estresse hídrico. (Adaptada de
KERBAUY, 2004)
Megagametófito
Eixo embrionário
16
A
Conteúdo de ABA
12 a
a
mg g-1
8
Estágios de b
desenvolvimento:
4 b b b b b
1) Torpedo 0
B
Conteúdo de proteínas
2) Pré-cotiledonar a a
27
2) Cotiledonar ab
b
4) Maduro 18
mg g-1
c c
9 d
d
0
1 2 3 4
Estágio do desenvolvimento
Resumo
O ciclo de vida de uma planta compreende a germinação da
semente, o crescimento vegetativo, a floração, a frutificação, a se-
nescência de órgãos ou de toda a planta e a morte de órgãos ou de
toda a planta. Esses processos são controlados pelos hormônios
vegetais, os mensageiros primários. Os primeiros hormônios a se-
rem descobertos foram as auxinas, as giberelinas, as citocininas, o
etileno e o ácido abscísico. Para atuar, um hormônio geralmente é
produzido em células meristemáticas e pode ser conduzido a ou-
tras partes da planta, de célula a célula, via xilema ou floema. No
local de ação, o hormônio liga-se a uma proteína receptora e induz
a formação e liberação de substâncias chamadas de mensageiros
secundários. A Tabela 7.2 apresenta um resumo das principais
funções dos hormônios vegetais.
Referências
ARTECA, R.N. Plant growth substances: principles and
applications. Chapmam & Hall. 1995. 332 p.
BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds: physiology of development
and germination. Plenum Press, 1994. 445 p.
DAVIES, J. P. Plant hormones: physiology, biochemistry and
molecular biology. 2. ed. Kluwer Academic Publishers, 1995. 833 p.
FERREIRA, A. G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao
aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. 323 p.
FOSKETT, D. E. Plant growth and development: a molecular
approach. Academic, 1994. 580p.
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
LANG, G. A. Plant dormancy: physiology, biochemistry and
molecular biology. CAB International, 1996. 386 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
132 Fisiologia Vegetal
Bibliografia recomendada
FERREIRA, A. G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao
aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. 323 p.
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 8
C A P Í T U LO 8
Fotomorfogênese
Neste capítulo, estudaremos os efeitos das luzes azul, ver-
melha e vermelho longo, a sua percepção pelos receptores
criptocromos, fototropinas, zeaxantinas e fitocromos, bem
como a percepção do ambiente pela planta e as suas respostas
a essas qualidades de luz.
Fotomorfogênese 137
8.1 Introdução
A luz é um sinal ambiental que induz mudanças de forma em
plântulas que cresceram no escuro e que são depois iluminadas. As
respostas induzidas pela luz são chamadas de respostas de fotomor-
fogênese. A luz induz alterações nos padrões de expressão gênica
que causam alterações de forma, altura e coloração das plantas.
Por exemplo, plântulas de feijão e milho cujas sementes germi-
naram no escuro são estioladas, ou seja, são alongadas, não exi-
bem clorofilas nem antocianinas, as folhas não se expandem e, no
caso das plântulas de feijão, o hipocótilo forma o gancho plumular.
Quando as sementes germinam na luz, as plântulas são mais curtas,
as folhas se expandem, ocorre síntese de clorofila e antocianinas e,
no caso do feijão, o gancho plumular já desenrolou (Figura 8.1).
Quando plântulas que cresceram no escuro são transferidas
para a luz, ocorre o processo de desestiolamento, que se caracte-
riza: pela redução do crescimento de seus caules em altura; pela
ativação da síntese de clorofilas e antocianinas; pela ativação da
síntese de enzimas da fotossíntese, como a RUBISCO; pela expan-
são e pelo crescimento foliar.
Essas respostas dependem da qualidade da luz, da intensidade
e duração da luminosidade. Outro exemplo é a floração, que pode
ser controlada pelo comprimento do dia ou fotoperíodo.
138 Fisiologia Vegetal
Plantas que crescem na luz apresentam Plantas que crescem no escuro não
folhas expandidas e verdes, não apresentam expansão foliar, não contêm
apresentam gancho plumular ou clorofila e não apresentam gancho plumular
gancho apical. ou gancho apical.
8.2.1 Os fitocromos
Nos anos 30 do século XX, o pesquisador norte-americano Flint e
seus colaboradores observaram que sementes de alface apresentavam
alto percentual de germinação quando irradiadas com luz vermelha
(V – 650 a 680 nm), mas não germinavam ou germinavam muito
pouco quando mantidas no escuro ou irradiadas com vermelho lon-
go, vermelho distante ou vermelho extremo. (VE – 710 a 740 nm)
(Figura 8.2).
Fotomorfogênese 139
Escuro V V Ve
V = Vermelho
V Ve V V Ve V Ve Ve= Vermelho longo
Absorbância
0,6
cromoproteínas de cor azul, portan-
Fv
to, pigmentos ligados às proteínas. 0,4
Os fitocromos também são capazes Fve
de absorver a luz azul, mas em pro- 0,2
porção menor do que a absorção de
0
luz vermelha e de vermelho longo. 300 400 500 600 700 800
pelo cromóforo, que absorve luz, Figura 8.3 – Absorção de luz pelo fitocromo vermelho (Fv) e pelo
e por uma proteína. O cromóforo fitocromo vermelho longo (Fve).
H H
O
O O
A NH O A
D
NH HN S-polipeptídeo D
HN S-polipeptídeo
15 5 15 5
N HN N HN
C B C B
10 10
COO COO COO COO
Fv Fve
Luz V
Fv Fve Destruição
VE Transdução de sinal
Fotomorfogênese
Reversão no escuro
Figura 8.4 – As formas do fitocromo e a reversão do fitocromo pela luz V e pelo VE.
A A, V, VE
• Germinação de sementes
• Indução de florescimento
• Desenvolvimento de cloroplastos
Crescimento do hipocótilo
Reversão no escuro Destruição
A, V • Germinação de sementes
B
Núcleo • Expansão de cotilédones
VE • Desenvolvimento de cloroplastos
• Indução de florescimento
Germinação de Reversão no escuro • Crescimento do hipocótilo
sementes
Inibição Promoção
Figura 8.5 – Principais funções dos tipos A e B (C, D, E) dos fitocromos. (Adaptada de KERBAUY, 2004)
escuro luz
Fotoperiodismo
Fototropismo Desestiolamento Floração
Fototropina
Flavina mononucleotídeo
NH 2 Kinase COOH
Criptocromo
Flavina dinucleotídeo
NH 2 COOH
H3C OH
H CH3 H CH3 H H H H H
H3C CH3
C C C C C C C C C
C C C C C C C C C
H3C CH3
H H H H H CH3 H CH3 H
HO CH3
Zeaxantina
Figura 8.8 – Estrutura da zeaxantina, um carotenoide do grupo das xantofilas. (Adaptada de TAIZ; ZEIGER, 2008)
Fotomorfogênese 145
Coleóptilos de milho
B Mutantes
Luz azul
Deficientes em fototropinas
Fototropismo em plântulas de Arabidopsis
Figura 8.9 – Fototropismo em milho e em Arabidopsis. Mutantes de Arabidopsis deficientes em fototropinas não apresentam
fototropismo. (Adaptada de TAIZ; ZEIGER, 2008)
Essa resposta pode ocorrer pela absorção da luz azul pelos cripto-
ψπ, ψos, ψs ou sim-
cromos ou pela absorção de luz V pelos fitocromos. Algumas respos-
plesmente π são símbo-
tas de fotomorfogênese podem ser desencadeadas por mais de um los utilizados para fazer
fotorreceptor. Isso sempre garante à planta uma adaptação ao seu referência ao potencial
ambiente e o melhor aproveitamento da qualidade da luz disponível. osmótico de uma solu-
ção, que é originado pela
No mecanismo de abertura estomática, a luz azul absorvida pela presença de solutos nes-
zeaxantina, presente nos tilacoides dos cloroplastos das células- sa solução. Quanto maior
-guarda, ativa as H+ATPases das membranas celulares dessas cé- a concentração dos solu-
tos e menor o número de
lulas. Essas enzimas bombeiam prótons H+ para fora das células,
moléculas de água, mais
propiciando a abertura de proteínas canais de íons K+ e Cl- nas pri- negativo fica esse poten-
meiras horas da manhã para dentro das células-guarda. Isso causa cial e consequentemen-
redução de ψπ (o potencial osmótico fica mais negativo) das célu- te mais negativo será o
potencial hídrico.
las-guarda e entrada de água. Durante o dia, a luz vermelha induz a
fotossíntese nos cloroplastos das células-guarda, que passam a sin-
tetizar sacarose, a qual contribui para a redução de ψπ. A sacarose
aumenta lentamente pela manhã e torna-se dominante em relação
ao K+ durante o dia.
Estudos realizados com plantas mutantes de Arabidopsis
thaliana L. comprovam que a luz azul pode também ser absor-
vida pelos crioptocromos e fototropinas que agem juntamen-
te com as zeaxantinas no processo de abertura dos estômatos.
Fotomorfogênese 147
Tipo selvagem
2.8
npq 1 (mutante
sem zeaxatina)
2.4
WT cry1 cry2
2.0
50 100 150
Luz vermalha de fundo (μmol m-2s-1)
Figura 8.11 – Abertura estomática em plantas selvagens e mutantes de Arabidopsis thaliana. (Adaptada de MAO et al., 2005)
Resumo
As respostas induzidas pela luz são chamadas de respostas de
fotomorfogênese. Essas respostas dependem da qualidade da luz,
da intensidade e duração da luminosidade. Os principais fotor-
receptores são os fitocromos, os criptocromos, as fototropinas e
a zeaxantinas. Esses fotorreceptores com exceção das zeaxantinas
148 Fisiologia Vegetal
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
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RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
Bibliografia recomendada
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. 452 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 9
C A P Í T U LO 9
Floração
Neste capítulo serão estudados os principais sinais endóge-
nos e exógenos envolvidos com a indução da floração, prin-
cipalmente o fotoperiodismo e a vernalização, bem como a
influência dos hormônios na floração.
Floração 153
9.1 Introdução
A floração é um dos eventos fisiológicos mais complexos da
vida das plantas. Embora as pesquisas em Biologia Vegetal tenham
avançado muito nas últimas décadas, esse complicado processo
está longe de ser desvendado.
A floração pode ocorrer em poucas semanas após a germinação
das sementes nas plantas não perenes (monocárpicas), que apre-
sentam um ciclo de vida curto e florescem apenas uma vez na vida.
Por outro lado, a floração pode ocorrer muitos anos após a ger-
minação da semente, após a planta completar sua fase juvenil ou
período de juvenilidade e estar madura e apta para o florescimento.
É o que acontece com diversas espécies arbóreas (Tabela 9.1).
24 h
Fotoperíodo
crítico
Figura 9.1 – Plantas de dias curtos e plantas de dias longos e o fotoperíodo crítico.
156 Fisiologia Vegetal
Plantas de dias longos (PDL) São plantas de dias curtos: Glycine max (soja), Cry-
santhemum morifolium, Kalanchoe blossfeldiana,
As plantas de dias longos são aquelas que flores-
Zea mays (só algumas variedades), Helianthus an-
cem quando recebem um número mínimo de horas
nus, Gossypium hirsutum.
de luz (fotoperíodo crítico) ou horas de luz acima do
número mínimo a cada ciclo de 24 horas. Florescem no início da primavera ou do outono.
Como exemplo, citaremos algumas espécies de in-
São plantas de dias longos: Avena sativa, Nicotiana
teresse agronômico que florescem apenas durante
sylvestris, Raphanus sativus.
o outono: crisântemos, café, bico-de-papagaio (Eu-
Florescem principalmente no verão. Como exem- phorbia spp), morangos, prímulas.
plo, citaremos algumas espécies de interesse agro-
Plantas de dias neutros (PDN)
nômico que florescem na primavera e no verão: es-
pinafre, algumas batatas, certas variedades de tri- As plantas de dias neutros são indiferentes ao foto-
go, alface, aveia, cravo, ervilha. período e não precisam de tratamentos fotoperió-
dicos especiais.
Plantas de dias curtos (PDC)
As plantas de dias curtos são aquelas que flores-
cem quando recebem um número máximo de
horas de luz (fotoperíodo crítico) ou horas de luz abai-
xo do número máximo a cada ciclo de 24 horas.
Florescimento Vegetativa
Vegetativa Florescimento
Vegetativa Florescimento
Vegetativa Florescimento
Vegetativa Florescimento
Florescimento Vegetativa
24 h
Figura 9.2 – Efeito de lampejos de luz no período noturno em plantas de dias curtos e
plantas de dias longos. (Adaptada de TAIZ; ZEIGER, 2008)
Inflorescência
masculina
sementes
Resumo
Uma planta para estar apta para florescer precisa passar por um
período de desenvolvimento vegetativo conhecido como período
juvenil, que é altamente variável. Após esse período, a planta acha-
-se apta a florescer desde que esteja se desenvolvendo em condi-
ções de boa disponibilidade de água, nutrição e luz para realizar a
fotossíntese. Algumas plantas vão florescer sem a necessidade de
estímulos ambientais. Essas plantas florescem por mecanismos au-
tônomos. Outras só irão florescer se receberem estímulos ambien-
tais específicos, como o fotoperíodo adequado ou a vernalização.
O fotoperíodo é percebido pelo sistema de fitocromos e cripto-
cromos, por mecanismos que ainda não são bem conhecidos. A
vernalização é percebida pelos meristemas apicais de embriões de
sementes ou caules. Esses mecanismos atuam por meio da repres-
são de genes inibidores e da indução de genes indutores da flora-
ção. Os hormônios vegetais participam da promoção da floração.
As giberelinas promovem a floração em plantas fotoperiódicas de
dias longos (PDL) ou de plantas que necessitam de vernalização.
Número Temperatura Sacarose Giberelinas
de folhas baixa
Luz
Fotoperiodismo Receptor de GA
GENES DO RELÓGIO ?
LOCUS C DO FLORESCIMENTO ?
Inibe o “Florígeno”
florescimento (floema)
GENES DE
CONSTANS ÓRGÃOS FLORAIS
Indução
Inibição
Floração
Figura 9.6 – Interação entre luz, fitocromos, criptocromos, mecanismos autônomos, vernalização, sacarose e giberelinas na indução
de genes envolvidos com a formação de órgãos florais. (Adaptada de TAIZ; ZEIGER, 2008)
163
164 Fisiologia Vegetal
Referências
CERDAN, P. D.; CHORY, J. Regulation of flowering time by light
quality. Nature, 423, p. 881-885, 2003.
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Artmed, 2008. 820 p.
C A P Í T U LO 10
C A P Í T U LO 10
Germinação de sementes
Neste capítulo, estudaremos a estrutura das sementes, os
fatores necessários à germinação, os principais eventos meta-
bólicos durante a germinação e os mecanismos de dormência
em sementes.
Germinação de sementes 169
10.1 Introdução
A germinação de sementes é o processo pelo qual essas unida-
des de dispersão, que são geralmente dispersas da planta-mãe com
baixa ou nenhuma atividade metabólica, retomam seu metabolis-
mo quando recebem as condições ideais. Durante esse processo,
os embriões se desenvolvem e dão origem a uma pequena planta
ou plântula. Para entendermos um pouco sobre a germinação de
sementes, é importante conhecermos um pou-
co de sua estrutura, dos requisitos necessários
à germinação e dos mecanismos de dormência
Tegumento Endosperma e controle da germinação.
Cotilédone Gêmula
Antera Grão de
pólen
Estigma
Tubo
Receptáculo polínico
Sépala
Antípodas
Núcleos
Nucelo polares
Núcleo
Oosfera
Saco embrionário
Tegumentos
Sinérgides
Micrópila
Óvulo
Figura 10.2 – Partes de uma flor, grão de pólen germinado, óvulo e saco embrionário.
Antípodas
Núcleos polares
Sinergídes
Oosfera
Pericarpo
Tegumentos
C
B cot sm
A
pd
ut hc
ult
ac lt
llt
bc hy
rt
su
co quanto agrícola. Ecologicamente as plântulas formadas dessa Figura 10.5 – O abacate (Persea
americana Mill, Lauraceae) é um
maneira não sobrevivem, e do ponto de vista agrícola a produção
exemplo de fruto tipo baga que
de grãos, como o trigo, para a fabricação de farinha, é perdida. apresenta apenas uma semente.
Aveia 13 8 66 Endosperma
Cevada 12 2 76 Endosperma
Trigo 12 2 75
Fava 23 1 56 Cotilédone
Leguminosas
Ervilha 25 6 52 Cotilédone
Amendoim 31 48 12 Cotilédone
Soja 37 17 26 Cotilédone
Outras
Canola
21 48 19 Cotilédone
(Brassica napus)
60
contagens em intervalos regulares,
40 por exemplo, a cada dois dias, uma
20 vez por semana ou outro intervalo.
Os resultados devem ser transforma-
0
0 4 8 12 16 20 dos em porcentagens e podem ser ex-
Dias de cultivo pressos na forma de curvas de germi-
Figura 10.7 – Modelo de curva de germinação. nação, que geralmente são sigmoides
(em forma de S) (Figura 10.7).
80
ψπ
Conteúdo de água
9
20 1
Tolerante Intolerante
à dessecação à dessecação
Tempo de embebição
Macroesclereídes com
Testa lignina e taninos
Osteosclereídes
Endosperma
Células de aleurona
Resumo
As sementes são geralmente formadas por um embrião, pelo en-
dosperma ou perisperma e pelo tegumento, testa ou casca. Para que
uma semente germine, são necessários água, oxigênio e temperaturas
amenas. Esses requisitos são necessários para ativar o metabolismo
182 Fisiologia Vegetal
Referências
BASKIN, C. C.; BASKIN, J. M. Seeds: ecology, biogeography and
evolution of dormancy and germination. San Diego: Academic
Press, 1998. 666 p.
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v. 9, 1997, p. 1055-1066.
BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds: physiology of development
and germination. Plenum Press, 1994. 445 p.
FERREIRA, A. G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao
aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. 323p.
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
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