Lesão Por Pressão - H.R

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Acadêmica de Enfermagem

Ludymila Pereira Inocêncio

LPP
(Lesão por pressão)

Goiânia

2021
CONCEITO:

Segundo o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) define a lesão por
pressão (LPP) como: “um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes,
geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico
ou a outro artefato. A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e
pode ser dolorosa”. A LPP ocorre devido uma pressão, atrito, e cisalhamento do tecido
cutâneo, onde ocorre a morte dos tecidos, em decorrência da ausência de oxigênio no
local de pressão.

A manutenção da integridade da pele dos pacientes restritos ao leito tem por base
o conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples. A maioria
das recomendações para avaliação da pele e as medidas preventivas podem ser
utilizadas de maneira universal, ou seja, tem validade tanto para a prevenção de lesão
por pressão (LPP) como para quaisquer outras lesões da pele.

RESPONSABILIDADES:

• Identificar e classificar o perfil de risco do cliente hospitalizado, na unidade para


subsidiar os indicadores e as intervenções (antes e durante a internação),
registrando no AGHU e impressos específicos.
• Prescrever e implementar ações preventivas e de identificação precoce para LPP,
de maneira individualizada.
• Notificar o desabastecimento de insumos padronizados para prevenção e as
lesões estágios 2 e 3 noVIGIHOSP no ítem desbastecimento de tecnologias em
saúde.
• Avaliar os resultados e reavaliar o plano de intervenções individual, de acordo
com a Prática Baseada em Evidências (PBE).
• Divulgar a incidência de LPP e reavaliar as ações de prevenção, mensalmente.
• Supervisionar o cumprimento das ações e promover capacitação contínua a
equipe de enfermagem.
• Registrar as ações de intervenção e de monitoramento.
• Notificar as LPPs desenvolvidas na instituição no VIGIHOSP (linl disponível na
área de trabalho dos computadores).
• Técnico/Auxiliar de Enfermagem
• Implementar o plano de intervenções prescrito pelo enfermeiro.
• Identificar a LPP precocemente e comunicar ao enfermeiro.
• Registrar as ações de intervenção e de monitoramento.
Classificação da Lesão por pressão:

• Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não
embranquece
• Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com
exposição da derme.
• Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total.
• Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e
perda tissular.
• Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura
total e perda tissular não visível.
• Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura,
marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.

Definições adicionais:

• Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico

A Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico resulta do uso de


dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos.

• Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há histórico de


uso de dispositivos médicos no local do dano.
Escala de Braden:

A Escala de Braden é o método de prevenção e para avaliar a potencialidade dos


fatores de riscos para os clientes, sendo elaborada no contexto da fisiopatologia da LPP,
a qual faz uso de fundamentos importantes como a intensidade, o período da LPP e a
condescendência dos tecidos. A escala apresenta seis padrões numéricos onde são
avaliados a percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e
cisalhamento. Na Escala de Braden quanto menor for a pontuação maior será o risco
para o paciente desenvolver a LPP. Nessa escala ao classificar os riscos, a divisão de
pontos se dá de modo contrário, isto é, quanto maior o número de pontos obtidos na
escala melhor será a classificação do paciente em relação aos riscos e a pontuação
menor encontrada significa uma ameaça para o surgimento da LPP.

• Altíssimo risco: 6 a 9 pontos;


• Alto risco: 10 a 12 pontos;
• Risco moderado: 13 a 14 pontos;
• Risco médio: 15 a 18 pontos; e
• Sem baixo: 19 a 23 pontos.
Curativos

O tratamento dessas feridas é realizado por meio de curativos, que são, de acordo
com Harding, Morris e Patel (2006) “um meio terapêutico que consiste na limpeza e
aplicação de material sobre uma ferida para sua proteção, absorção, e drenagem, com
o intuito de melhorar as condições do leito da ferida e auxiliar sua resolução”.

Os curativos são classificados por Fan et al. (2011) em: curativos passivos,
curativos com princípios ativos, curativos inteligentes e curativos biológicos. Smaniotto
et al. (2010) separou cada tipo de curativo comumente utilizado no mercado brasileiro.

Coberturas (curativos passivos)

Nome Composição Mecanismo de Indicações Contra


Ação Indicações
Curativo Tela de Livre fluso de Queimaduras Feridas
aderente acetato de exsudato. de infectadas e
(Raynon) celulose com profundidade com grande
vaselina ou parcial, áreas volume de
SF doadoras e exsudato.
receptoras de
enxerto e
lacerações.
Filme Polímero de Cobertura Feridas com Feridas com
transparente poliuretano, permeável a fechamento exsudação.
com adesivo gases e por primeira
de acrílico em impermeável intenção sem
uma das à água e exsudato e
faces. microorganis áreas
mos. doadoras de
Manutenção enxerto.
do leito
úmido. Alívio
da dor.
Fonte: Smaniotto et al. (2010)
Curativos Passivos

Nome Composição Mecanismo Indicações Contra


de Ação indicações
Hidrocolóide Poliuretano Absorção de Proteção de Feridas com
semipermeáv pouco proeminência grande
el (ext.) e exsudato. óssea (lesões exsudação e
celulose, Mantém meio de pressão) e infectadas.
gelatina e úmido. Alívio lesão parcial
pectina (int.). da dor. da pele.
Estimula a
granulação
do tecido.
Hidrogel Álcool de Ambiente Lesão parcial Feridas
polivinil, hidrófilo. de pele e infectadas.
poliacrilamida Retem feridas com
s e polivinil. umidade. tecidos
Liquifação de desvitalizados
necrose. .
Alginato de Fibras de O cálcio induz Feridas Lesões
cálcio algas hemostasia. abertasexsud superficiais
marinhas Absorção de ativas, com pouca
impregnadas exsudatos. cavitárias e exsudação e
com cálcio. Mantém o sangrantes. limpas.
meio úmido
(debridament
o autolítico)
Fonte: Smaniotto et al. (2010).
Curativos com princípio ativo

Mecanismos Contra
Nome Composição Indicações
de Ação indicações
Ação de
cisteína em Hipersensibilid
Enzima
dissolver Tecido ade à
proteolítica do
seletivamente desvitalizado, formulação ou
Papaína látex do
substratos necrose úmida dor. Feridas
Carica
necróticos ou seca. limpas e
papaya.
(debridante secas.
enzimático).
Enzima Tecido
Degrada
proteolítica desvitalizado, Feridas limpas
Colagenase colágeno da
Clostridiopepti necrose úmida e secas.
ferida.
dase. ou seca.
Fonte: Smaniotto et al. (2010).
Curativos inteligentes

Mecanismos Contra
Nome Composição Indicações
de Ação indicações
Absorção de
Fibras de
exsudato.
carvão Feridas
Carvão Diminuição Feridas
ativado fétidas,
ativado com do odor. Prata limpas e
impregnado exsudativas e
prata é secas.
com prata infectadas.
bacteriostátic
0,15%.
a.
Alta absorção
Poliuretano com
ou silicone isolamento Feridas
entremeadas térmico. exsudativas, Feridas
Espuma com por bolhas de
Aderência do colonizadas, limpas e
prata ar silicone ao superficiais secas.
impregnadas leito. Prata é ou profundas
com prata. bacteriostátic
a.
Prata iônica
causa
precipitação
de proteínas e
Feridas com
Placa de age na Hipersensibili
Saís de prata. infecção
prata membrana dade a prata.
superficial.
citoplasmátic
a da bactéria
(bacteriostátic
a)
Fonte: Smaniotto et al (2010).
Curativos biológicos

Mecanismos Contra
Nome Composição Indicações
de Ação indicações
Agrega
Colágeno
sinalizadores, Feridas
bovino ou
que crônicas e
suíno Experiência
Matriz de coordenam a anérgicas (ex:
decelularizad clinica
colágeno ativação de diabéticos,
o com limitada
fatores de úlceras,
celulose
crescimento venosas).
oxidada.
endógenos.
Membrana de
celulose
produzida por Manutenção
Acinetobacter da umidade Área doadora
Feridas muito
Matriz de xylinum da ferida e de enxerto e
exsudativas e
celulose desidratada, ativação de feridas
infectadas.
acrescida de fatores de superficiais.
poros crescimento.
artificialmente
.
Grande
Lâmina de
queimado,
pele humana Substituto Limitação de
feridas
Pele alógena de doador temporário da bancos de
complexas
decelularizad pele humana. tecido.
com perdas
a.
extensas.
Fonte: Smaniotto et al. (2010).
Medidas utilizadas na prevenção de lesão por pressão

Feita a avaliação desse quadro pelo profissional de saúde, e verificado o risco, deve-se
partir para a estratégia preventiva da lesão por pressão, como sugerimos aqui:

• Higiene corporal e íntima com sabonete neutro, hidratação da pele com creme
emoliente e uso de creme barreira para as partes íntimas.
• Mudança da posição do paciente em intervalos em até duas horas; se possível,
usar algum dispositivo visual que sirva como lembrete/alerta.
• Avaliação diária da pele para intervenção ao menor sinal de lesão.
• Utilização de dispositivos como o colchão piramidal (caixa de ovo) ou de ar.
• Aplicação de espumas com silicone para proteção em regiões de proeminência
óssea que façam a manutenção do microclima da pele, previna o cisalhamento
(causado pela combinação da gravidade e da fricção) e faça a distribuição da
pressão.
• Intervenção da nutricionista para adaptar a alimentação do portador da ferida.
• Não arrastar o paciente na cama ou leito e sim, movimentá-lo através do
posicionamento do lençol.
• Manter o lençol livre de rugas e garantir que seja macio ao toque.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1- National Pressure Ulcer Advisory Panel. Classificação das lesões por pressão -
Consenso NPUAP 2016 Adaptada culturalmente para o Brasil. Divulgado em 13 de abril
de 2016 [cesso em 04 out 2017]. Disponível: http://www.sobest.org.br/textod/35
2 -CALIRI, Maria Helena Larcher. Uso da escala de Braden e de Glasgow para
identificação do risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de
terapia intensiva. Rev Latino-Am Enfermagem, v. 16, n. 6, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n6/pt_06. Acesso em: 12 abril. 2016.

3- SMANIOTTO, Pedro Henrique de Souza et al. Sistematização de curativos para o


tratamento clínico das feridas. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 27, n. 4,
p. 623-626, 2012.

4- CARMAGNANI, Maria I. S. et al. PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM: GUIA


PRÁTICO. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

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