Wisc-Interpretação Clínica

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WISC - I~TERPRETAÇAO

Clinical Interpretation of the WISC


A. J. Glasser - LL. Zimmennan

INFORMACÃO
.1i
1'1ede conhecimentos gerais. Exige memória, imediata compreensão,
interesses e leitur:a. Fornece dados sôbre a adaptação da personalidade.
Scores altos - Background bom, nível cultural elevado, boa memória, interêsse no
meio ambiente e ambição intelectual. Scores muito altos e muito elaborados, indica
r~
detalhismo obcessivo compulsivo, necessidade d~ "~Bnr~nç~ para a criançasque
-....- identificam conhecimento com segura
cores baixos - Limitação intelectual ou deficiência mental, ou falta ou falta de
estimulação do ambiente, tendências perfeccionistas (porque a resposta muito
eleborada pode não se ajustar á questão), hostilidade ao conhecimento. Indica
ansiedade quando erra no começo e acerta as mais difíceis.
COMPREENSÃO

Habilidade de usar julgamento prático na vida diária. Socialização e


maturidade da consciência e sentido moral. Requer senso comum no julgamento de
várias situações. Uso de experiências passadas de modo socialmente aceito, em
situações hipotéticas. Habilidade de verbalização. Reflete a estabilidade emocional da
qriança. Respostas estereotipadas revelam desadaptação,.
Indica as preocupações da criança e sua habilidade em lidar com elas; criança
passiva, impulsiva, hostil, com sentimentos de culpa ou distúrbios mais sérios.
Scores altos - Qualidades práticas, grande experiência, conhecimento organizado,
maturidade social, habilidade de verbalizar. Scores muito altos, traços compulsivos ou
alto nível de aspiração.
~-~" ""
Scores baixos - f-.imitações físicas ou Rsicológicas da habiliadde em lidar com o
'"
, '-' ê-mbiente; dependência exagerada, verbalização pob_.!:e. Perfec.Óonistas, estragam suas
respostas ajuntando coisas demais; pensamentos fóbicos.
ARITMÉTICA

Mede a habilidade em usar conceitos numéricos abstratos e operações


numéricas CJuesão medidas de desenvolvimento cognitivo. Mede também
concentração e atenção (factores não cognitivos) e como a criança r~tiona factores
cognitivõs e não cognitivos em tennos de pensamento e performance
Observar se a artitmética é traumatizante para a criança.
Scores altos - Pode indicar criança obediente, submissa ao professor. Também boa
concentração. Item 16 indica elevado nível intelectual.
Scores baixos - Falta de atenção, distração por ansiedade, pouco conhecimento
devido a revolta contra a autoridade ou desvantagem cultural. V cuiações devidas a
reações emocionais transitórias. Também disturbios emocionais e perda de contacto
com a realidade.

SEMELHANÇAS OU ANALOGIA:

Determina o aspecto qualitativo dos relacionamentos que o sujeito abstraiu do


meio. Exige memória mediata, compreensão, capacidade de pensamento associativo,
interesses. Detecta a criança muito concreta que não consegue abstrair ou está
limitada a um nível de conceitos superficial.
Scores altos - Criança que vive mais na fantasia e não se atém ao aqui e agora, ou
indício de inteligência. Analisar respostas concretas (tem casca), funcionais (se
come) e abstractas (são frutas). Crianças obsessivas podem ganhar pontos por
respostas a mais.
Scores baixos - Pensamento mais concreto, rigidez, negativismo (eles não são
parecidos) e distorção do pensamento por formação de conceitos atípicos,
desconfiança.
VOCABULÁRIO

Melhor medida do nível intelectual geral. Mostra a h~bilid.adeode


aprendiazgem, fundo informação, riqueza de ideias, qualidade da linguagem, grau de
pensamento abstrato e o carácter dos processos de pensamento. Reflete o nível
. educacional e o meio ambiente. Observar os aspectos qualificativos das definições.
Do ponto de vista clínico, ver o carácter semântico das definições, que reflete a
forma de pensamento. Importante em crianças não orientadas para a realidade
~ imediata (define urna palavra por outra que sôe parecida). Pode fornecer indícios do
auto-conceitp ou da vida familiar da criança. Acerto em ítens difíceis com erro nos
mais dificeis é comum em limítrofes com pais de nível cultural elevado.
Scores altos - Bom background cultural, ideias ricas, nível de abstarção de
pensamento, análise e síntese de ideias. Palavreado florido reflete intelectualização.
Scores baixos - Background pobre, falta de estimulação verbal. .

Oisturbios emocionais podem ser sugeridos por algumas palavras (ter tom de
voz, troca de palavras, respostas perseverativas).

NÚMEROS

M~mória auditiv_aimediata, atenção. alerta mental.


Scores baixos - Ansiedade e inabiliadde de auto-controle em operações mentais,
(excepto em casos de lesão cerebral). Indica também déficit de audição,
susceptibilidade á fadiga, ansiedade ou factores orgânicos que agem sobre a atenção.
Depressão. lmportancia das áreas de concentração entre dois tipos de dígitos sugere
rigidez de pensamento, e também lapsos de atenção devido á ansiedade (fuga á
situação). Discrepância de mais de dois pontos a favor dos nÚmeros na ordem directa
pode indicar que evita esforço. Habilidade nos nÚmeros invertidos melhor que nos
"'--' outros reflete obstinação, ou criança que se sente desafiada pelo mais difícil. Pode
indicar também independência de pensamento, falta de rigidez, gosto pelo mais difícil
e boa tolerância pelo stress. Algumas vezes indica negativismo (rejeição do mais
simples).
Scores altos - Memória automática imediata, capacidade de ficar calma. Pode
também indicar repressão de sentimentos.
n_-COMPLOETAR.FiGÜRÃ-S._.~-_O O-.O O_O-_m o.onoo...o - ___0__- . -

Identificação visual de objectos familiares, capacidade de isolar caracteristicas


essenciais, atenção e concentração.
Scores altos - Excessiva conformidade, obsessão por detalhes, prefeccionismo
compulsivo e percepção e concentração pouco comuns.
Scores baixos - Preocupação com detalhes não necessários indica ansiedade ou
negativismo. A necessidade de não ter nada faltando indica medo de ser prejudicado.
Scores muito baixos - Indica sérios distúrbios de personalidade (falta de apego á
rea~idade), pouca atenção e concentração por causa da ansiedade,! são os factores
mLUScomuns-
Observar a atitude da criança diante dos erros; quando procura! por a falha no
desenho (sentimento de culpa auto hétero dirigido), corno encara os erros. Introduzir
ou retirar objectos no desenho pode indicar excessiva í1uidez do pensamento.
Acerto em ítens difíceis e erro nos fáceis: ansiedade, problema emocional,
interferência de percepção, instabilidade.
ARRámOJ1E_FIGURAS

Entram factores como: percepção, compreensão visual, planejamento


(envolvendo acontecimentos casuais em sequência), síntese, estado de alerta, bom
senso e inteligência social apliacda em situações interpessoais, habilidade de
manipular detalhes logicamente. Comparar com completar figuras e cubos para
diferênciar defeitos puramente perceptuais de dificuldades, de organizar estímulos em
sequência progressiva. O modo de montar revela capacidade de planejamento: se olha
todos antes, se faz um por um. Histórias lógicas devem ser esperadas de crianças
acima de oito anos. Persevaração ou inabilidade de mudar o quadro de referências
indica dificuldade de percepção. Emabralhar as figuras indica interferência de
problema emocional.
Anotar o que a criança conta da história: pode ser capaz de perceber o tema
geral e não os detalhes. Temas bizarros revelam patologia. Vários estímulos das
histórias sugerem temas de punição e fuga: ver como a criança lida com isto.
' / Discrepancia entre história e sequência pode indicar afctores emocionais influindo no
pensamento ou impulsividade (a criança não verifica seu trabalho).
Scores altos - Sensibilidade a detalhes, capacidade de planejamento, pensamento
lógico, interesses nos outros em situações sociais.
Scores baixos - Problema de organização visual da realidade contrastando com falta
de realidade. Ansiedade, desatenção, impulsividade.
CUBOS

Mede percepção, análise, síntese, reprodução de desenhos abstractos.


Lógica e raciocínio devem ser aplicados a relações especiais. Coordenação viso-
motora. Envolve uma manipulação verbal implícita an formação de conceitos não
verbais. Medida não verbal de raciocínio.
Se a criança coloca corretamente alguns cubos e para esperando ajuda indica
que talvez provenha de lar onde os pais não a deixam terminar a tarefa, fazendo-a eles
próplios. Distrações perceptuais sugerem problemas "organicos".
Observar o hábito de trabalho: ensaio e en"o,se acerta metade e não faz outra,
naõ perceber que a outra parte é igual; falta de planejamento indica tendência á
confusão. A criança pode passar de análise para ensaio e erro quando os desenhos se
'---" tornam mais difíceis indicando sllscetibilidade ás pressões e seu efeito na
performance. Permite observação da destreza ao nível dos dedos: limitações aqui
indicam dificuldades motoras. A criança pode ser incapaz de ver que tal desenho é um
quadrado o que sugere a falta de capacidade para formar conceitos simples.
Incapacidade para captar o conceito de diagonal indica falha no desenvolvimento
perceptllal que deveria existir aos sete anos. Girar de mais os cubos (um em cada
mão-)indiGa-ansied-ade-(expressa-por:-excessoode.acJiv.idade)'-oqu~J;)_m!~ gm.Qé~.s.~ _'0
ma~.ifestarpor rápida construção do desenho com um bloco errado que a criança não
cOl1lge.
Tentativa da criança em copiar também a aparência lateral dos cubos nos
exs.A, B, C, pode indicar uma abordagem por demais concreta ou um perfeccionismo
compulsivo, ou também hostilidade contra o examinador expressa por uma actividade
a mais (você disse para copiar, portanto copio de tOdosos modos possíveis).
Isto pode indicar também a atitude da criança diante da autoridade, ou
exagerada atenção a detalhes do ambiente por medo de errar.
Scores altos - Boa capacidade para conceituar, análise e síntese, rapidez e exatidão
em captar problemas, flexibilidade na suloção de problemas, boa coordenação dedo-
olho. Sucesso súbito indica contacto prévio com os cubos (Kohs).
Scores baixos - Problema perceptível, conceituação espacial dificiente, problema
visomotor, insegurança, tendência compulsiva (quando excessivamente lento e
metódico) ou cegueira para cores.
Crianças com sérios distúrbios tenta soluções bizarras, corno corno construção
vertical. Ansiedade - a criança volta os cubos sem planejamento, ou não consulta o
modelo. Falta de reflexão - rapidez exagerada e construção descuidada. Recusa em
tentar solução indica falha de orientação.
ARMAR OBJECTOS

Requer percepção adquada, coordenação visomotora e capacidade de armar


coisas simples. Necessária antecipação visual de relação parte com todo, flexibilidade
no trabalho com um fim desconhecido, síntese visualJsensível, capacidade de ver
relações espaciais. Difere dos cubos porque aqui não há modelo.
Encerra maior carga emocional (por causa de significados e associações
prévias) e cultural que os Cubos (tarefa mais abstracta). Discrimina crianças normais
(de pensamento concreto e acção orientada) das retardadas.
Scores altos - Indica habilidade motora, liberdade de explorar novas soluções,
capacidade de usar ensaio e erro.
Scores médios podem sugerir background sócio-económico baixo. Mas para tais
, crianças pode ser resultado mais alto entre os vários sub-testes, porque não envolve
' /
factor verbal-cultural
Scores baixos - Falta de planejamento ou criança extremamente verbal. Falta de
interesse. Dificientes de percepção e visomotoras. Ansiedade - a criança sente-se
incapaz e sem vontade de realizar a tarefa (indica modo de reação á pressão).
Scores muito altos - Três ou mais pontos ponderados acima da média do suleito,
indica ansiedade ou agitação dirigida ou ênfase compensatória na manipulação do
ambiente (o que é um ~odo de lidar com a ansiedade).
Maneauim errado - E raro e significa sérios distúrbios. Trocar as pernas significa
rigidez, dificuldade de percepção, principalmente se não é corrigido depois de
estimulado. Omesmo para as pernas do cavalo, o que é menos significativo para
crianças abaixo de 8 anos.
O corpo do cavalo no lugar do pescoço é sem significação para crianças
menores de 8 anos.
O CaITOrepresenta ajustamento ao mundo diário e é raramente problema para
criança de 10 anos. Inverter a porta é desatenção a detalhes e assim talvez sinal de
ansiedade ou descuido impulsivo.
CÓDIGO
""

"---- Destreza visomotora. Manipulação de lápis principalmente. Habilidade de


absorver novo material apresentado num contexto associativo. Rapidez e precisão em
fazer associações. Exige rápida aprendizagem e cópia e subsÜtuiçaõ de novos
símbolos. Sendo performance sob comando, mede aceitação e internalização de
padrões sociais. Neste sentido o código indica medida de adaptação social e
maturidade. Como necessita de alto grau de energia concentrada e mantida, daí
-também a.medidadauadaptação-mentaLdosujeito.Re_queL~p.Egi!JlAÇ~gm-~~g~i.ic;El ~
que exige esforço e não permite nenhuma variação. Por isso costuma ser o resultado
mais baixo de crianças brilhantes e rápidas. Dificuldades nas áreas receptivas ou
expressivas (olhar versus copiar), pode indicar problemas perceptivo-motores em
nível orgânico e funcional.
Scores altos - Alta motivação (compulsividade) destreza e habilidade para memorizar
os sím bolos.
Scores baixos - Atribuível é ausência de desafio que a tarefa encerra para muitas
crainças. Defeitos visuais específicos, problema de coordenação visual-motora, e
dificuldade no contrôle do lápis.
Rigidez de associação leva a distorções dos símbolos. Distratividade
emocional leva a métodos precipitados ou sem cuidado e falta de atenção e
concentração. A perda de orientação an tarefa (simplifaçaõ dos símbolos ou
reproduçaõ dos símbolos em sequência) sugere distÚrbios severos, talvez factores
orgânicos, especialmente quando o contacto com a realidade foi bom nas tarefas
verbais. Saltar quadrados é raro salvo nas crianças pequenas. Ocorrendo uma ou duas
vezes numa performance indica ansiedade e desejo de realização em juízo da
exactidão. Ocorrrendo mais frequentemente sugere severa distorção de realização ao
nível da percepção, ou aos estímulos, isto é, perda de contacto com atarefa
apresentada. Rebeldia indica quando a criança pula quadrados a despeitos das
instruções (ex. faz todos os 2, depois os 3, etc.). Indica também, numa boa
performance, a tendência de alcançar sucesso por qualquer meio, apropriado ou não.
Perfeccionismo_- Reprodução muito exacta dos símbolos em detrimento da rapidez.
Indica necessidade de evitar falhas se atende exactamente aos padrões externos.
LABIRINTOS

Planejamento e previsão, atenção ás instruções (como a de não levantar o


lápis), bom contrôlo do lápis, coordenação visual-motora e também rapidez -
combinada com precisão. Permite observar o planejamento da criança em situações
novas.
Scores altos - Eficiente planejamento, o que está relacionado com a capacidade de
adiar acções impulsivas. Sugere também boa coordenação visual-motora.
' / Scores baixos - Impulsividade e dificuldade de coordenação visual-motora. Muito
baixo dos resultados dos outros sub-testes indica pobreza e orientação á realidade.

WISC: ASPECTOS QUALITATIVOS


O WISC nos possibilita verificar:

1. Discriminacão do atraso mental atravésde uma descriçãode 5-eJ.lS-.Qrocessos


~tl!..ais e sua capacidade potencial.
2. Aprendizagem lenta: inefiCãi1ciõcaminhos para determin;1r OS-fU:.o.hkmasafectivos
ou osgânicos gu~ contribuelXJ..Jll.UãD-
tbase das deficiências escolares.
3. Transtornos de conduta: rebeldia, expressão de franca hostilidade, *.
4. Problemas de limites: Çrianças que aparentemente não se conduzem de acordo
com as suas cap'acidades.

\VTSC: Aspectos proje_ctiVDB


" '

1. ResIlQsLq~yacilantes

a) Reserva: certo grau de reserva, principalmente em crianças de idade escolar é


indicação de boa adaptação. A criança inicialmente sÓ responde ao que lhe perguntam
e se reserva até estar segura da situação ou do que se espera dela. Quando esta cautela
. ~-~- co n tioua-e-se-. to ma-exGessÍv a,m ostra-problemas~emxel<:lÇ_ãQ.11,o§.llc:iglJQ§_~it_sj!ll_açliQ.--
-- -
de autoridade ou mesmo uma retirada autista. . - . ------

b) Apreensão: certo grau de aprensão é sinal de acpacidade adaptativa visto que a


situação de exame é desconhecida e é ex.periênciamuito agradavél. Quando esta
ansiedade perdura após o período introdutório, pode-se supor que se trata de uma
criança com dificuldade de enfrentar qualquer situação nova e consequentemente a
sua ansiedade irá interferir no resultado do exame.

c) Auto-proteção: quando a criança se preocupa em não errar ou em tentar solucionar


elementos acima de sua idade cronolÓgica. A criança não tenta acertar na sorte, Leme
ser lidícula. Pode indicar passividade, resignação ou sentir-se ameaçada.
2. Res12Q~tq~,-a_ctivas

a) Cordialidade: é comum que a criança estabeleça rapidamente uma boa relação


com o examinador. Porém a hipercordialidade mostra uma relação mal adaptada que
representa imaturidade ou mesmo a necessidade da criança de se relacionar bem com
o adulto e assim senti-lo como menos perigo.

b) Iniciativa: como aborda sozinho os diferentes elementos á medida que aparecem e


avisa quando já terminou. Isto mostra boa adaptação.
Todavia há em que a criança tenta assumir o papel de examinador, nos sugerindo sua
incapacidade para freiar a conduta e tendência a exteriorizar sentimentos negativos.

c) Confiança: Uma criança que confia em si mesma não teme mostrar ao examinador
que é capaz de realizar algo. Isto é mostrado através da aceitação normal da
necessidade de fazer as coisas, tanto nas respostas quanto na relação com o
examinador. Isso pressupõe uma acção esforçada e a capacidade de an-iscar-se a um
fracasso ao tentar uma resposta na sorte. Também se pode ver a necessidade de uma
criança de impressionar. Os excessos dessa necessidade indicam insegurança,
"--/ necessidade de negar sua insuficiência i incapacidade para tolerar a frustração de "não
saber". Sua reação certamente será baseada na necessidade de impressionar ao seu
professor ou aos seus colegas.

d) Energia: É a conduta hiperativa de uma criança durante a aplicação do WISC. A


criançA não pára quieta, inclina a cadeira, mexe-se constantemente, empílhe os cubos
ao invés de esperar explicações e se mostra incapaz de ficar quieto. Esta conduta pode
estar ligada á lesão cerebral, mas a hiperatividade está associada principalmente com
a baixa capacidade de atenção e com uma ansiedade manifesta indicando imaturidade.

e) Rapidez: A criança trabalha depressa, considerando o problema e começando


imediatamente a resolvê-lo, visto as provas serem cronometradas. Algumas vezes
certas crianças manipulam os objectos sem consideração prévia de seu significado ou
sem uma observação dos resultados, apresentando as respostas sem a devida
consideração. A rapidez se coverte em impulsividade ° que é caractetistico em
crianças muito pequenas. Nas maiores de 8 anos sugere imatmidade ou regressão,
uma forma de não tomar consciência dos sentimentos aClTegados de ansiedade.
Também revela atitudes emocionais digo emotivas que idealmente deveriam estar
ausentes.
"--/

3: Obediência

A situação de teste é basicamente uma pessoa que representa a autoridade


dando tarefas que a criança deve realizar. Assim, é esperado certo grau de obediência
o_~-~-poLparte_da_criança_~jS_SQ~J)_<iácJl_p~l.~3: .. o._.a -."'0
.-Q realizacão
'-' o_~ .
~~. ... W ISC.. . P orém essa
do
. . . ..

conduta pode chegar ao extemo, como uma dependência: Ac'ríàl1'çaaâresposfàsem~--- __0-


tom vacilanteou interrogativo, espera aprovação, fica temerosa em desobedecer ao
examinador, precisa de reforço e não aborda expontaneamente o material em
execução, tendo ° examinador de repetir o que fazer ou quando empregar o material.
Essa atitude pode revelar problemas emocionais como ansiedade ou revelar
imaturidade ou retardo. O tom passivo ou as formas interrogatovas sugerem uma
tendência passiva receptiva para evitar a responsabilidade. Se esta falta de iniciativa
continua durante todo o exame, sugere passividade, imaturidade e possível ansiedade
relacionada com a figura de autoridade.

Busca de Pistas: Uma variável que pode aparecer com respeito a atitude de
obediência -dependência é a busca de pistas que vai desde uam procura sensata de
pistas que permite a criança orientar-se até o excesso de perguntas. Isto é comum em
crianças que estão sempre a serem lembradas pelos pais: "cumprimente, dê a mão...",
!+
,
i

I
A tendência destas crianças é controlar continu~mente o examinador em geral com i;
uma olhada rápida para ver se estão indo bem. As vezes a criança pode chegar ao
extremo de perguntar se "está bem assim", ou mesmo que detioram respostas corretas !I
f-
que já deram porque interpretam o silêncio do examinador como crítico. Desses casos !
pensa-se em certos empobrecimentos do que já deveria ser conhecido, por causa de
um estado de grande ansiedade. A perplexidade e a impotência são sintomas clássicos
de lesão cerebral séria em adultos e podem ser a base desse tom interrogativo. I

Quando ele alcança grande intensidade sugere que a criança não pode aceitar fracasso I
1
em nenhum nível.'Os comentários sobre a estrutura do exame como: "há tempo j
1
limite?", "deve-se dar mais de uma resposta?", mostram a necessidade dedominar a "1"
situação, estabelecer regras e ganhar maior segurança. Esta conduta é característica de
1
~
f
4. Apreciação_da situacão
r
I
Para responder aos diversos testes do WISC, é necessário gue a criança tenha I
acumulado uma ampla variedade de informações e experiências. E claro que a criança
irá fazer algumas pausas para reunir forças e avaliar a situação, como a criança bem
'-..J
adaptada pode tomar alguns segundos para encontrar a resposta ou examinar o
problema. Porém pode também haver certas crianças que apresentem bloqueios
profundos de tal forma que o "não sei" seja constante. Nesse caso deve-se pensar na
existência de problemas. O problema, o temor em tentar uma resposta, pode indicar
tendência ao perfeccionismo, apatia, falta de interêsse na tarefa ou falta de energia
emocional para utilizá-la em tarefas intelectuais. Esse último caso é comum quando a
criança recebeu muita repressão, sendo necessário haver elogio e estimulação por
parte do examinador, para se verificar se a criança não responde por limitação de
conhecimento ou se por outros factores já expostos.

5. A tenç}io-cuidadosa

A atenção da criança durante o teste pode variar desde o cuidado com a tarefa,
sem se desorganizar frente as dificyldades até a dispersão quando a criança delibera-
se e distrai-se antes de responder. E claro que esse afeto prejudica o resultado visto as
provas serem cronometradas e deve-se portanto anotar. Os fracassos devido a
deliberação podem proceder do temor em cometer um eiTOou de parecer estúpido.
Quando a deliberação for extrema nos mostra uma dúvida obsessiva e ambivalente, e
" /
pode ser prognóstico de um sério problema de personaçlidade. O perfeccionismo pode
revelar-se desse modo e apresentar-se como indício de dificuladdes escolares como
capacidade para completar deveres de classe.

6. Perseveranca
~ .~.

Algumas crianças' insistem em resolver pro'5Temasacima desUascap.aê'iâaâes' ' '


dc maneira impulsiva. Quando a criança é incapaz de imitir que não sabe e qUe
precisa dc ajuda ela não pode aprender. A obstinação pode compreender desde o
simples esforço repetitivo e introdutivo até dar sempre a mesma resposta de modo
perseverativo a cada pregunta. Isso é indício de lesão cerebral. Em casos menos
extremos, a obstinação mostra a capacidade ou incapacidade da criança em organizar
suas actividades em tempo limitado.

7. Aceitacão das próprias limitacões

Há crianças que têm capaciade de admitir que não podem resolver certos
problemas, e, no outro extremo aqueles que os rechaçam sem fazer qualquer esforço,
mesmo frente a questões mais fáceis. Nesse último caso podemos mostrar problemas

--
'-
;;
~

significativos na aprendizagem. É provável que o abandono assinale um nívelpe


aspiração baixo ou insegurança e dúvida real sobre a sua própria capacidade. As vezes
certas dificuldades neurológicas específicas podem ter como resultado uma falta de
uniformidade nas capacidades (sair-se bem nas provas verbais e dar-se mal nas de
execução). Nessa situação pode ser difícil para a criança julgar adequadamente sua
própria capacidade. Por conseguinte a criança abandona simplesmente as tarefas em
vez de aITiscar-sea fracassar nas áreas que ainda não explorou. A mesma conduta
defensiva se verifica um pouco naquelas crianças que tendem a adotar uma atitude
agressiva-passiva (tendência a um conformismo e complacência acompanhada de
agressividade sútil, disfarçada). O examinador ao aceitar esse abandono da criança
por certa tarefa está reforçando a ideia da criança de que o mundo aceita a sua suposta
incapacidade. Outro aspecto desta atitude se vê an tendência em pôr a culpa de suas
próprias dificuldades nos outros, o que pode reflectir urna passiviadde mais básiac
que toma mais difícil a aprendizagem.
a) Reacão ao êxito: Algumas crianças não podem aceitar a aprovação ou o elogio do
examinador, nem sequer a clara evidência do seu próprio êxito, sentindo-se
incômodas e obrigando-se a novos esforços. Em contraste, há algumas que desfmtam
claramente sem êxito e estão desejosas de tentar novos problemas. A incapacidade da
"--./ criança para aceitar suas próprias habilidades, sugere que estão dominadas por urna
consciência que elimina o prazer na aprendizagem, ao elevar constantemente o nível
de aspiração sem desejar que a criança desfmte o êxito. Assim surge um impulso
exagerado em fazer bem as coisas, custe o que custar, impulso que ret1ete a
insatisfação crônica dos próprios resultados.
b) Reação ao fracasso: A reação frente ao fracasso pode aparecer de várias formas:
crianças que aceitam o fracasso ine vetá vel e os esquecem; o frac ass o é transferido de
urna situação para outra e não se esforça em uma prova pois não foi bem na anterior;
e no pior caso quando a criança só necessita de fracassar em muito POllCOSelementos
de uma prova antes de começar com elementos fáceis do seguinte. Se esse tipo de
desloca,mento do fracasso é frequente sugere um conceito de si mesmo extremamente
frágil. As vezes é importante estimular o êxito dessas crianças.

8. Capaciade de utilizar adequadamente a experiência

a) Intelectualidade: Para obter êxito no WISC, a criança deve ser capaz de utilizar
suas capacidades intelectuais, colocando de um lado aspectos emocionais e resolver
' /
seus problemas mediante raciocínios lógicos. Porém, esse aspecto pode chegar ao
extremo que conduza a rechaçar os sentimentos e emoções. Quando as respostas são
pedantes e excessivamente extensas, abrangendo todos os aspectosa possíveis ( dando
além da resposta um fato histórico), pode interir-se a necessidade de controlar
"situações perigosas" através da inteligência e o cOITespondentetemor dos
---~-~~ sgntim~ntos-e-emoçõeLEara_s.c'Lerifiç_flce_s_~~-Carac terís tiac devei11os observar atég~~- -----------------
ponto a criança crê que a situação de exame requer respostas tão cuidadosas, pois ----
pode ser que a criança se utiliza de uma intelectualização extrema e não inapropriada.
A necessidade de dar respostas completas, cobrindo todas as eventualidades sugere
que os aspectos intelectuais posuem um carácter ameaçador e o intento de dar todas as
rsepostas possíveis para evitar o en-o pode chegar ao extremo da preocupação
obsessiva e indicar o grau de dúvida e ambivalência que caracterizam o pensamento
da criança. -

b) Utilização de experiência pessoal: As experiências passadas são muito utilizadas


pelas crianças para responder ás provas do WISC. Essas experiências podem .ser
recordadas e sua essência pode ser captada e aplicada para auxiliar na solução do
problema actual. Todavia há crianças que recordam experiências pessoais mas são
incapazes de se desligarem de suas implicação para responder ,ls perguntas. Assim
quando o material da prova desperta repetidamente referências da própria vida e das
actividades da criança, em vez de ajudá-la na resoluçãodas tarefas, pode-se deduzir
que existem problemas neste terreno. Os elementos da prova de Compreensão,
podem fazer surgir respostas que demonstrem certos traumatismos devido ao seu
conteúdo hostil ou culpabilização. Uma dificuldade excessiva no manejo de toda uma
provapode ilustraro mesmo problema.No períodopréviodo exame (li RAPPORT"), é
importante averiguar as preocupações actuais e reais da criança para se poder
compreender as referências que a criança dá sobre suas experiências pessoais.
c) Abertura ás experiências: Para ter êxito no "VISC, a criança geve ser capaz de
reunir os dados apreendidos numa situação e aplicá-los a outra. As vezes, há crianças
que podem fazer associações intensas e irrelevantes que aparecem dispersas durante
todo o protocolo e que podem manifestar preocupações actuais ou simplesmente sua
incapacidade para rechaçar os estímulos não pertinentes que o rodeiam (por exemplo:
teste Informação "quantos dias há na semana?"-sete, eu tenho um vestido vermelho
como essas flores."). Esse tipo de conduta só se pode esperar em crianças muito
pequenas que elaboram com um fluxo de ideias livremente associadas. A capaçidade
limitada de atenção e imaturidade egocêntrica estão implicadas nesta atitude. As
vezes alguns estímulos desencadeam associações livres nas crianças, mostrando-nos
~ claramente a presença de sérios problemas de personalidade.

d) Fantasia: A liberdade de usar a própria imaginação pode chegar ao extremo, que é


a perda da realidade. A criança que pode utilizar sua imaginação para propôr novas
soluções aos problemas, pode ser inconstante no manejo de situações novas. Uma
imaginação impetuosa e desenferada pode levar a criança a ignorar a tarefa e dar
vasão ás suas próprias ideias. Essa atitude pode ser por pura verbalização de uma
criança egocêntrica que não atende as ordens dos demais. Porém quando as respostas
parecem bastante estranhas e estravagantes podem indicar uma séria distorção.

"--./

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