Marce Nari A

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Marcenaria

São Paulo
3ª Edição - 2010
Índice

aspectos legais da atividade

Atividade desenvolvida.............................................................................6
AS formas de atuação neste ramo de atividade................................6
Empresário e Sociedade Empresária.......................................................7
Idade mínima para ser empresário..........................................................8
Código de Defesa do Consumidor.......................................................8
A escolha do ponto para abertura da empresa..............................10
Licença da Cetesb......................................................................................11
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA..........................13
Corpo de Bombeiros - vistoria do imóvel.........................................13
Contrato de locação comercial........................................................14
Processo de abertura de empresa........................................................15
Contratação de empregado.................................................................22
Terceirização de serviços......................................................................24
Tributação e Encargos Sociais.............................................................25
Obrigações Acessórias............................................................................31
Encerramento da empresa......................................................................31
A importância do contabilista.............................................................33
Informações complementares..............................................................33
Endereços úteis.........................................................................................34
aspectos legais da atividade
Atividade desenvolvida
Esta atividade se caracteriza pela fabricação e reparação de móveis,
tais como: mesas, cadeiras, portas de armários, gaveteiros e outras peças
de madeira para uso em escritórios, residências e outros locais.

AS formas de atuação neste ramo de atividade


Se você pretende abrir uma MARCENARIA, saiba que você poderá
atuar com um ou mais sócios, ou individualmente, sem sócio.
Se você preferir assumir os riscos do negócio sozinho, você deverá
se registrar como EMPRESÁRIO. Porém, se você optar por montar
o empreendimento com outra pessoa, compartilhando os riscos do
negócio, você deverá constituir uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
O registro como EMPRESÁRIO, ou o registro da SOCIEDADE
EMPRESÁRIA, deverá ser feito na Junta Comercial do Estado de São
Paulo – JUCESP.
A vantagem de atuar individualmente como Empresário, é que
você terá toda autonomia para tomar decisões relacionadas ao
funcionamento da sua empresa sem ter que submetê-las à apre-
ciação de um sócio. Ocorre, porém, que a responsabilidade pelas
obrigações assumidas pelo Empresário é ILIMITADA. Isto quer dizer
que, caso a empresa não tenha recursos suficientes para honrar seus
compromissos com os credores (Fisco, empregados, fornecedores,
bancos etc.), o titular da empresa, no caso o Empresário, responde
com seus bens particulares para suprir o valor restante da dívida,
mesmo que este Empresário tenha agido com cautela e boa fé na
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condução dos negócios de sua empresa.


Por outro lado, se você preferir atuar com um ou mais sócios para
explorar a atividade, vocês (os sócios) deverão constituir uma socie-
dade em que todos deverão contribuir com recursos suficientes para
que possam constituir a empresa e dar início às atividades. Neste
caso, a Sociedade Empresária poderá ser LIMITADA. Aliás, este tipo
de sociedade é a preferida pelas pequenas empresas, pois os sócios
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não respondem com seus bens pessoais caso a empresa não possua
bens suficientes para honrar seus compromissos. Entretanto, se os
sócios tomarem decisões contrárias ao interesse da sociedade, ou
que manifestamente visem prejudicar interesse de terceiros, poderão
responder com seus bens pessoais para cobrir os prejuízos causados.
O novo Código Civil dispõe claramente que os sócios têm o dever de
exercer suas funções com responsabilidade, assim como costumam
empregar na administração de seus próprios negócios.

Empresário e Sociedade Empresária

Para melhor compreensão do que vem a ser Empresário e So-


ciedade Empresária, se faz necessário conferirmos os conceitos
trazidos pelo novo Código Civil brasileiro que está em vigor desde
janeiro de 2003.
EMPRESÁRIO:
O conceito de empresário encontra-se previsto no artigo 966 do
novo Código Civil:

“É empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica


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organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços”.

Você se lembra da figura da “Firma Individual”? Não? Pois bem,


eram as pessoas que atuavam, individualmente, sem sócio, somente
para exercer atividades relacionadas à indústria ou ao comércio. Com
o novo Código Civil, a Firma Individual deu lugar ao Empresário, com
a diferença que este, agora, também poderá atuar como prestador
de serviços, além das atividades de indústria e comércio.
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SOCIEDADE EMPRESÁRIA:
O conceito de Sociedade Empresária também é fornecido pelo
novo Código Civil em seu artigo 982:

“A Sociedade Empresária tem por objeto o exercício de atividade


própria de empresário sujeito a registro, inclusive à sociedade por
ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na
Junta Comercial do respectivo Estado”.

Deste modo, sociedade empresária é aquela em que duas ou


mais pessoas (empresários) exercem profissionalmente atividade
econômica organizada em estabelecimento próprio e adequado
para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo
elemento de empresa.

Idade mínima para ser empresário


Com o advento do novo Código Civil brasilei-
ro a capacidade civil para ser empresário passou
de 21 anos para 18 anos. A idade para emanci-
pação do menor também foi reduzida e agora
poderá se dar entre 16 e 18 anos. Lembramos
que podem exercer a atividade de empresário
os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.

Código de Defesa do Consumidor


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As empresas que fornecem serviços e produtos no mercado de
consumo devem observar as regras de proteção ao consumidor, es-
tabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). O CDC
foi instituído pela Lei no. 8.078, em 11 de setembro de 1990, com
o objetivo de regular a relação de consumo em todo o território
brasileiro, na busca do reequilíbrio na relação entre consumidor e
fornecedor, seja reforçando a posição do primeiro, seja limitando
certas práticas abusivas impostas pelo segundo.
É importante que você saiba que o CDC somente se aplica às ope-
rações comerciais em que estiver presente a relação de consumo, isto
é, nos casos em que uma pessoa (física ou jurídica) adquire produtos
ou serviços como destinatário final. Melhor dizendo, é necessário que
em uma negociação estejam presentes o fornecedor e o consumidor, e
que o produto ou serviço adquirido satisfaça as necessidades próprias
do consumidor, na condição de destinatário final. Portanto, operações
não caracterizadas como relação de consumo não estão sob a proteção
do CDC, como ocorre, por exemplo, nas compras de mercadorias para
serem revendidas por sua empresa. Observe que nestas operações, as
mercadorias adquiridas se destinam à revenda e não ao consumo de
sua empresa. Tais negociações se regulam pelo Código Civil brasileiro
e legislações comerciais específicas, e não pelo CDC.
A fim de cumprir as metas definidas pelo CDC, você deverá conhe-
cer bem algumas regras que sua empresa deverá atender, tais como:
forma adequada de oferta e exposição dos produtos destinados à
venda, fornecimento de orçamento prévio dos serviços a serem pres-
tados, cláusulas contratuais consideradas abusivas, responsabilidade
dos defeitos ou vícios dos produtos e serviços, os prazos mínimos de
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garantia, cautelas ao fazer cobranças de dívidas.


Portanto, fique atento ao CDC. Ele estabelece uma série de direitos
e obrigações ao fornecedor e ao consumidor. O Sebrae-SP dispõe
de informativos e palestras que tratam do assunto, orientando-o na
adoção de práticas preventivas que visam evitar que sua empresa
tenha problemas com clientes.

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A escolha do ponto para abertura da empresa

Antes de alugar um imóvel para abertura e mon-


tagem de sua MARCENARIA, você deverá observar
os seguintes detalhes:
a) Certifique-se de que o imó-
vel em questão atende as
suas necessidades operacionais
quanto à localização, capacidade de
instalação, características da vizinhança - se é atendido por serviços
de água, luz, esgoto, telefone etc. Veja, ainda, se o local é de fácil
acesso, se possui estacionamentos para veículos, local para carga e
descarga de mercadorias e se possui serviços de transporte coletivo.
b) Cuidado com imóveis situados em locais sujeitos a inundações ou
próximos às zonas de risco. Consulte a vizinhança a respeito.
c) Verifique se o imóvel está legalizado e regularizado junto aos órgãos
públicos municipais que possam interferir ou impedir sua futura
atividade.
d) Confira a planta do imóvel aprovada pela Prefeitura, e veja se não hou-
ve nenhuma obra posterior, aumentando, modificando ou diminuindo
a área primitiva, que deverá estar devidamente regularizada.
e) Verifique também na Prefeitura Municipal:
• se o imóvel está regularizado, ou seja, se possui HABITE-SE;
• se as atividades a serem desenvolvidas no local, respeitam a Lei
de Zoneamento do Município, pois alguns tipos de negócios
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não são permitidos em qualquer bairro;


• se os pagamentos do IPTU referente ao imóvel encontram-se
em dia;
• n o caso de serem instaladas placas de identificação do
estabelecimento, será necessário verificar o que determina a
legislação local sobre o licenciamento das mesmas.

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Licença da Cetesb
De acordo com o regulamento da Lei no. 997/76, aprovado pelo
Decreto no. 8.468/76 e alterado pelo Decreto no. 47.397/02, as indústrias
em geral estão sujeitas ao Licenciamento Ambiental (Licença Prévia,
Licença de Instalação e Licença de Operação).
As atividades e empreendimentos relacionados abaixo, que envol-
vem Fabricação de outros Produtos Alimentícios, são considerados
fontes de poluição e estão sujeitas ao Licenciamento Ambiental (Anexo
5 do Regulamento da Lei no. 997/76, aprovado pelo Decreto no. 8.468/76
e alterado pelo Decreto no. 47.397/02).

Fabricação de artigos de mobiliário


• Fabricação de móveis com predominância de madeira;
• Fabricação de móveis com predominância de metal;
• Fabricação de móveis de outros materiais;
• Fabricação de colchões.
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado
- inclusive móveis
• Desdobramento de madeira;
• Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira
compensada, prensada ou aglomerada;
• Produção de casas de madeira pré-fabricadas;
• Fabricação de esquadrias de madeira, venezianas e de peças de
madeira para instalações industriais e comerciais;
• Fabricação de outros artigos de carpintaria;
• Fabricação de artefatos de tanoaria e embalagens de madeira;
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• Fabricação de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e


material trançado - inclusive móveis.

Algumas atividades, entretanto, estão dispensadas do licenciamento.


Neste caso, o interessado pode solicitar o Certificado de Dispensa de
Licença – CDL, comparecendo à agência ambiental da CETESB, onde
receberá a orientação para a formalização do pedido de CDL.
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Licença Prévia
O planejamento preliminar de um empreendimento/atividade de-
penderá de licença prévia, que deverá conter os requisitos básicos a
serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação.
– Dependerão de licenciamento prévio, apenas no âmbito da Secre-
taria do Meio Ambiente, as atividades e obras sujeitas à avaliação
de impacto ambiental.
– As demais atividades que dependam exclusivamente do licencia-
mento da CETESB, terão a licença prévia emitida concomitante com
a Licença de Instalação.

Licença de Instalação
Permite a instalação de uma determinada fonte de poluição em um
local específico, quando esta atende às disposições legais. Por meio da
Licença de Instalação (LI), a CETESB analisa a adequação ambiental
do empreendimento ao local escolhido pelo empreendedor. Caso haja
alguma exigência técnica a ser cumprida antes do início das operações
do empreendimento, ela estará especificada na Licença de Instalação.
As exigências devem ser cumpridas pelo empreendedor para que ele
possa dar seqüência ao processo do Licenciamento Ambiental.

Licença de Operação
Deve ser requerida após a obtenção da Licença de Instalação auto-
rizando a implantação do empreendimento, para que a empresa possa
dar início às suas atividades.
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O ciclo do projeto envolve quatro fases: o Pré-Projeto, o Projeto, a


Construção/Instalação e a Operação/Funcionamento.

Licenciamento Municipalizado
Certas fontes poluidoras poderão submeter-se apenas ao licencia-
mento ambiental efetuado pelo município, mediante convênio a ser
assinado entre a Secretaria do Meio Ambiente e o Município, desde que
este tenha implementado o Conselho Municipal de Meio Ambiente,
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possua em seus quadros ou à sua disposição profissionais habilitados,
e tenha legislação ambiental específica e em vigor. Para tanto, verifique
em seu município esta possibilidade.
As microempresas e empresas de pequeno porte usufruem re-
dução significativa no preço da Licença.
(Fonte desta pesquisa: www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/Passo_Li-
cenc.htm).

Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA


Toda empresa que tem por atividades: serraria e desdobramento de
madeira, preservação de madeira, fabricação de chapas, placas de ma-
deira aglomerada, prensada e compensada, e fabricação de estruturas de
madeira e de móveis, deverá recolher a Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental - TCFA ao Ibama, para controle e fiscalização das atividades
potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. (Lei no
10.165, de 27 de dezembro de 2000).
As microempresas e empresas de pequeno porte usufruem de redução
significativa no preço da Licença.

Corpo de Bombeiros - vistoria do imóvel


Atendendo aos convênios com os municípios, toda
edificação no Estado de São Paulo, só consegue o “Habite-
se” da Prefeitura local, se possuir a aprovação do Corpo
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de Bombeiros.
Esta aprovação é baseada na análise prévia do projeto
do edifício, onde são exigidos níveis mínimos de segurança,
previsão de proteção contra incêndio da estrutura do edifí-
cio, rotas de fuga, equipamentos de combate a princípio de
incêndio, equipamentos de alarme e detecção de incêndio e sinalizações
que orientem a localização dos equipamentos e rotas de fuga.
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Na fase de vistoria, são verificadas no local as exigências dos projetos pre-
viamente aprovados durante a fase de análise no Corpo de Bombeiros.
(Informações extraídas do site: http://www.polmil.sp.gov.br/ccb/pa-
gina3.html).

Contrato de locação comercial

Neste item apontamos as principais providências que você deverá


observar antes de alugar um imóvel para instalar sua empresa.
Contrato de Locação: é o instrumento jurídico celebrado entre
locador e locatário que estabelece regras claras e objetivas no sentido
de que o locatário receba e utilize o imóvel cedido pelo locador, sob
determinadas condições, mediante o pagamento de um aluguel.
Partes Contratantes: No contrato de locação temos de um lado
o locador e de outro o locatário.
Locador é o proprietário ou o representante do proprietário que
dá o imóvel em locação.
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Locatário ou Inquilino é a pessoa que recebe o imóvel em locação.


Cláusulas do contrato: No contrato de locação deverá constar:
a qualificação das partes, o objeto, o valor do aluguel, o índice de
reajuste, duração da locação, forma e local de pagamento do aluguel
e outras que dizem respeito à garantia locatícia, benfeitorias a serem
realizadas no imóvel pelo inquilino, multa e juros que incidirão em
caso de atraso no pagamento do aluguel, obrigações do locador e
14 do locatário etc.
Lembre-se, estas cláusulas deverão ser previamente discutidas
e avaliadas pelas partes. Leia o contrato atentamente.
Documentação: Exija do locador, ou de seu representante, a
documentação atualizada comprobatória de propriedade do imóvel
expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis.
Prazo do Contrato: Muita atenção neste ponto! Você deverá
negociar um prazo de locação do imóvel que seja compatível com o
retorno do seu investimento. Saiba que após o término do prazo de
locação, o locador poderá pedir a restituição do imóvel. O locador
não está obrigado a prorrogar o prazo da locação e, caso o imóvel
não seja desocupado, ele poderá ingressar com ação de despejo.
Laudo de Vistoria: Verifique o estado de conservação do imóvel,
tire fotos e faça um relatório de vistoria juntamente com o locador e
assinem. Não deixem de relacionar tudo que se encontra no imóvel:
aparelho de telefone, torneiras, chaves, portas, janelas, luminárias,
mesas, vasos, armários, entre outros.
Caso seja necessário reformar o imóvel para adequá-lo às atividades
de sua empresa, verifique se são obras que impliquem na segurança
do imóvel e se são benfeitorias que requerem autorização expressa
(por escrito) do proprietário.

Processo de abertura de empresa


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Bem, após você ter escolhido o imóvel mais adequado às suas


necessidades e firmado o contrato de locação comercial com o
locador, você precisará constituir a sua empresa. Como vimos no
começo, você poderá atuar como “empresário” (sem sócio), ou como
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“sociedade empresária” (caso você prefira atuar com um ou mais
sócios). O processo de abertura de empresa é um pouco complexo,
pois e­xige análise e registro por parte de vários órgãos públicos. Para
tanto, sugerimos que você busque o auxílio de um contabilista.
Vejamos, agora, os procedimentos necessários, começando pelo
processo de abertura e legalização de uma “Sociedade Empresária”
e, em seguida, sobre o registro de “Empresário”.

Constituição de Sociedade Empresária


1o. Passo – A escolha do tipo societário:
A legislação brasileira estabelece 5 (cinco) tipos de sociedade que
a “sociedade empresária” deverá optar entre elas:
1. Sociedade em Nome Coletivo;
2. Sociedade em Comandita Simples;
3. Sociedade em Comandita Por Ações;
4. Sociedade Anônima;
5. Sociedade Limitada.
As sociedades Anônima e Limitada são as mais comuns no Brasil
em virtude da responsabilidade dos sócios ser limitada em relação às
o­brigações assumidas pela empresa. Os demais tipos societários possuem
sócios que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, portanto,
não são aconselháveis. Para se ter uma idéia, segundo dados divulgados
pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, aproxi-
madamente 99% das sociedades registradas entre 1985 e 2001, foram
do tipo “Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada”.
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A “Sociedade Anônima” é mais adequada aos grandes empre-


endimentos, ou seja, às grandes empresas, em virtude da rigidez
das regras que a regulamenta, portanto, não é uma boa opção para
as pequenas empresas. A melhor opção para a pequena empresa,
sem dúvida nenhuma, é o tipo “Sociedade Limitada”, uma vez que
possui regras mais simples que as demais, além de preservar melhor
a figura dos sócios.
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2o. Passo – O Nome da Empresa:
O passo seguinte é a escolha do nome da empresa. Dependendo
do tipo de sociedade escolhida, o nome da empresa pode ser em
forma de denominação social ou firma.
A sociedade limitada pode adotar tanto firma como denomina-
ção social, tanto faz, mas ao final do nome deve constar a palavra
“limitada” ou sua abreviatura “Ltda.”.
A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde
que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
Ex.: José Terra e Luis Marte Artigos de Marcenaria Ltda.

A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo per-


mitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
Ex.: Marcenaria Imperador Ltda.

Cuidado! A omissão da palavra “Limitada”, ou de sua abreviatura


“Ltda.”, determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos ad-
ministradores que assim empregarem a firma ou a denominação da
sociedade.
A inscrição do nome da empresa (firma ou denominação social)
no respectivo órgão de registro (Junta Comercial), assegura o seu uso
exclusivo, no mesmo ramo de atividade, nos limites do respectivo
Estado em que a empresa for registrada. Entretanto, caso você queira
estender a proteção e o uso com exclusividade do nome (marca) de
sua empresa para todo o território nacional, você deverá requerer o
registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.
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Escolhido o nome da empresa, é preciso fazer o pedido de busca


na Junta Comercial para verificar se não há outra sociedade registrada
com o mesmo nome. Esta busca é realizada mediante o pagamento de
uma taxa. É muito importante também que você faça uma pesquisa
no INPI para saber se existe alguma marca registrada semelhante ao
nome da sua empresa.

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3o. Passo – Providenciar os seguintes documentos:
• Fotocópia do IPTU do imóvel onde será a sede da empresa;
• Contrato de locação registrado em cartório (se o imóvel for
alugado), ou declaração do proprietário (quando o imóvel for
cedido);
• Fotocópia autenticada do RG e CPF/MF dos Sócios;
•Fotocópia autenticada do comprovante de endereço dos Sócios;
• Verificar as exigências do Conselho Regional quanto à elaboração
do Contrato Social, especialmente sobre formação societária e
responsabilidades técnicas.

4o. Passo – Contrato Social:


Para o registro da sociedade, é preciso elaborar e apresentar o
contrato social da empresa na Junta Comercial. Para se ter uma idéia
sobre a importância do contrato social, ele representa para a empresa
(pessoa jurídica), o que a certidão de nascimento representa para as
pessoas físicas. Neste contrato devem constar cláusulas exigidas pela
legislação em vigor, que estabeleçam regras a serem observadas pelos
sócios, inclusive os direitos e deveres de cada um. Recomendamos
que ele seja elaborado por um advogado, entretanto, muitos con-
tabilistas possuem modelos para este fim. Ao final, o contrato deve
ser assinado por um advogado, exceto se tratar de microempresa ou
empresa de pequeno porte nos termos da LC no. 123/2006.

- Cláusulas necessárias de um contrato social:


a) Tipo societário;
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b) Qualificação completa dos sócios;


c) Endereço completo da empresa;
d) Nome empresarial (firma ou denominação social);
e) Objeto social (indicação da atividade da empresa);
f) Capital social (é a quantia necessária, representada por bens
ou dinheiro, necessária para que a empresa possa iniciar suas
atividades);
18 g) Valor da quota de cada sócio no capital social;
h) Responsabilidade limitada dos sócios;
i) Forma de convocação das reuniões ou assembléias;
j) Nomeação do administrador e seus poderes (no próprio con-
trato social ou em documento separado);
k) A participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
l) Exclusão ou falecimento de sócio;
m) Regulamentar a cessão de cotas sociais;
n) Foro de eleição (indicação do juízo em que deverá ser resolvida
qualquer controvérsia referente ao contrato social);
o) Prazo de duração da empresa.
Para obter informações complementares, consulte os técnicos do
Sebrae-SP ou solicite publicações sobre este assunto. Acesse também
o site do Departamento Nacional de Registro de Comércio – DNRC:
http://www.dnrc.gov.br - Clique em: Serviços-Código Civil/2002.
5o. Passo – Órgãos de Registro:
5.1. Registro na Junta Comercial:
O registro da Sociedade Empresária é feito na Junta Comercial e
deve seguir os seguintes passos:
Depois de escolher o nome da empresa, realizar a busca do nome e
providenciar a documentação mencionada, você deverá providenciar
4 (quatro) vias de igual teor do contrato social, com todas as folhas
rubricadas e a última assinada pelos sócios, testemunhas e advogado
(micro ou pequenas empresas estão dispensadas da assinatura de
um advogado). Em seguida, o contrato social deverá ser entregue na
Junta Comercial, juntamente com os demais documentos exigidos
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pelo órgão.
No Estado de São Paulo, a Junta Comercial – JUCESP, traz em
seu site todas as informações e documentos necessários para se
constituir uma empresa. Para tanto, basta acessar o seguinte en-
dereço: www.jucesp.sp.gov.br
Caso não seja possível acessar o site, dirija-se ao posto da Junta
Comercial mais próximo. 19
5.2. Receita Federal (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ):
Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas (empresário e
pessoa física equiparada à pessoa jurídica), estão obrigadas a se inscrever
na Receita Federal. Todas as informações e documentação necessárias ao
cadastro podem ser obtidas no seguinte endereço na internet: www.recei-
ta.gov.br. Procure no site: Cadastros da Receita Federal Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ Orientações ao Contribuinte.
Caso não seja possível acessar o site, dirija-se pessoalmente ao
posto da Secretaria da Receita Federal mais próximo.

5.3. Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo


O fato de sua MARCENARIA realizar vendas de mercadorias faz com
que ela seja contribuinte do ICMS e, conseqüentemente, está obrigada
a se registrar na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Saiba
que para este registro será necessário que você indique o número do
CRC (registro no Conselho Regional de Contabilidade) do contabilista
responsável.
O registro na Secretaria da Fazenda para obtenção da Inscrição
Estadual (IE), destinada aos contribuintes do ICMS, deve ser feito junto
ao Posto Fiscal Eletrônico da Secretaria da Fazenda do Estado de São
Paulo pela internet, no seguinte endereço www.pfe.fazenda.sp.gov.
br Serviços Eletrônicos - “Abertura: Deca Inicial”. Caso você tenha
dúvidas sobre o procedimento, clique em “Treinamento” que o sistema
irá simular o preenchimento das guias necessárias ao registro.
“O Posto Fiscal Eletrônico também dispõe de outros serviços, tais
como: alteração de dados Cadastrais, a nova AIDF (Autorização para
a Impressão de Documento Fiscal), sua conta-corrente com o Fisco, a
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possibilidade de calcular e atualizar seu débito, incluindo a impressão


da respectiva GARE (Guia de Arrecadação do Estado) ou pagamento
por home-banking, transmitir sua GIA (Guia de Informação e Apuração
de ICMS) pela internet. Tudo isso com segurança devido ao sistema
rigoroso de controle de acesso e indecifrável sistema de geração e
distribuição de senhas.” (Informações obtidas no site).

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Caso não seja possível acessar o site, compareça ao posto da Se-
cretaria da Fazenda mais próximo.

IMPORTANTE
Cadastro Sincronizado de Contribuintes da Receita Federal e
da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (CNPJ e I.E.)
A partir de 20/03/2006, foi implementada a sincronização do Ca-
dastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e do Cadastro de Con-
tribuintes do ICMS (I.E.), prevista no convênio celebrado entre a
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e a Receita Federal.
A implantação desse novo sistema significa uma entrada única
de dados cadastrais e a simplificação dos procedimentos para
os contribuintes no âmbito das duas administrações tributárias.
Portanto, a partir dessa data, nos casos de inscrição, alteração e
baixa no CNPJ e na I.E., os contribuintes e contabilistas deverão
utilizar o Programa Gerador de Documentos (PGD), disponível no
site da Receita Federal, e os contribuintes do ICMS do Estado de São
Paulo ficam dispensados do preenchimento da Deca Eletrônica.
FONTE: SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Outras informações podem ser obtidas no seguinte endereço:
http://pfe.fazenda.sp.gov.br

5.4. Inscrição na Prefeitura Municipal de São Paulo


COMECE CERTO - Marcenaria

Estão sujeitas à inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários


(CCM) do Município de São Paulo, as pessoas físicas e jurídicas esta-
belecidas no município que desenvolvam algum tipo de atividade.
Se você pretende atuar neste município, visite o site da Secretaria
de Finanças de São Paulo e obtenha maiores informações:

21
http://www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/financas/servicos/guia_
do_contribuinte/tributos_mobiliarios_iss.asp.
A inscrição é gratuita, dispensa intermediários e deve ser procedida
no prazo de 30 (trinta) dias contados do início da atividade.
Se não for possível acessar o site, dirija-se ao Departamento de
Rendas Mobiliárias da Secretaria das Finanças do Município de São
Paulo (Rua Brigadeiro Tobias, 691 - São Paulo).

5.4.1. Inscrição em outro Município


Se sua empresa for constituída em outro município, consulte a Pre-
feitura local para obter informações sobre a inscrição da mesma.
Registro de Empresário
O interessado em obter personalidade jurídica como empresário
deverá seguir os mesmos passos relacionados no processo de consti-
tuição de uma sociedade empresária. Entretanto, ao invés do contrato
social, o interessado deverá apresentar uma declaração própria exigida
pela Junta Comercial.
A Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP, disponibilizou
em seu site (www.jucesp.sp.gov.br), o programa Cadastro Digital, que
permite ao usuário gerar em disquete informações cadastrais relativas aos
arquivamentos de constituições ou anotações do Empresário. O sistema
permitirá, também, que todos os formulários necessários sejam emitidos
corretamente, com o mínimo de trabalho para seu operador.
Caso não seja possível acessar o site, vá pessoalmente ao posto da
Junta Comercial mais próximo.
COMECE CERTO - Marcenaria

Contratação de empregado
Pode ser que você necessite contratar pessoas para auxiliá-lo
nos serviços essenciais de sua empresa, tais como caixa, balconis-
tas, vendedores, faxineiras, vigilantes, office-boy etc. Para realizar
estas e outras contratações você deverá observar o que dispõe a
legislação em vigor.
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Dependendo do tipo e da forma que os serviços forem prestados,
você terá que contratar estes auxiliares e colaboradores sob o regime da
CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), isto é, com carteira de trabalho
assinada. Neste caso, será preciso registrá-los com o salário mensal combi-
nado - não podendo ser inferior ao piso salarial previsto pela Convenção
Coletiva de Trabalho da respectiva categoria sindical, pagar o FGTS, férias,
13o. salário, Descanso Semanal Remunerado (DSR) etc.
Trata-se de uma autêntica relação de emprego, com vínculo em-
pregatício, em que figura de um lado o empregador e de outro, o
empregado.
Saiba que segundo a CLT o vínculo empregatício caracteriza-se
pela relação de trabalho sempre que estiverem presentes os seguin-
tes elementos: subordinação, horário, habitualidade e pessoalidade,
mediante pagamento denominado salário.
Subordinação: é a principal figura da relação de emprego. Na
subordinação hierárquica, o empregador mantém o empregado sob
suas ordens, distribuindo tarefas, modo de execução etc.
Horário Rígido: sempre que houver um controle no horário de
trabalho do empregado no que diz respeito à entrada, horário de
almoço e saída do estabelecimento ou fora dele.
Habitualidade: caracteriza-se pelo trabalho contínuo, realizado
por um mesmo trabalhador, de forma habitual. É o trabalhador que se
apresenta rotineiramente no local e horário estabelecido, colocando-
se à disposição do contratante.
Pessoalidade: configura-se a pessoalidade com a impossibilidade
do empregado se fazer substituir por outra pessoa. Significa dizer
COMECE CERTO - Marcenaria

que se o empregado não puder comparecer ao trabalho, não poderá


enviar outra pessoa em seu lugar.
Salário: é a contraprestação devida pelo empregador ao empre-
gado pelos serviços prestados por este em um determinado tempo.
Ou ainda, é o pagamento diário, semanal, quinzenal ou mensal feito
pelo empregador pelos serviços prestados pelo empregado.

23
Terceirização de serviços
Podemos conceituar a terceirização como sendo a contratação feita
por uma empresa (contratante), de serviços prestados por uma outra
pessoa (contratada), seja física (profissional autônomo) ou jurídica (em-
presa especializada), para que esta realize determinados serviços de
apoio da contratante (atividade-meio), sem a existência dos elementos
caracterizadores da relação de emprego: subordinação, habitualidade,
horário, pessoalidade e salário, conforme visto anteriormente.
Atividades-meio são todas aquelas não essenciais da empresa,
ou seja, aquelas que dão suporte às atividades principais constantes
em seus objetivos sociais. As atividades principais estão descritas na
cláusula objeto do contrato social das empresas e são chamadas de
atividades-fim.
Neste sentido, a justiça trabalhista firmou entendimento de que
a contratação de mão-de-obra terceirizada gera vínculo empregatí-
cio sempre que os serviços repassados envolvam a atividade-fim da
empresa contratante.
Lembramos que a contratação de empregado de forma irregular pode
gerar grandes aborrecimentos à empresa em questão, tais como:
• Reclamação trabalhista – em que o empregado poderá pleitear
todos os direitos e encargos trabalhistas previstos na CLT e
outras leis pertinentes;
• Autuação do Ministério do Trabalho (MTb);
• Ausência do seguro previdenciário em casos de acidentes.

Assim, você poderá contratar empresas especializadas para presta-


COMECE CERTO - Marcenaria

rem serviços de limpeza e vigilância para a sua MARCENARIA. Veja


que os exemplos que mencionamos são atividades que servem de
apoio aos objetivos sociais de sua empresa, e não tem qualquer rela-
ção direta com a atividade econômica realizada por ela. Portanto, sua
empresa FABRICA E COMERCIALIZA MÓVEIS E OUTROS ARTIGOS
DE MADEIRA, e esta é a sua atividade-fim.

24
Desta forma, com a terceirização das atividades-meio de sua empre-
sa, você poderá dedicar-se com mais afinco nas atividades essenciais
típicas de sua indústria de bijuterias. Mas lembre-se, nesta relação não
podem haver os elementos caracterizadores do vínculo empregatício,
certo? O vínculo empregatício é próprio da relação patrão-empregado,
conforme demonstramos anteriormente.

Tributação e Encargos Sociais

O sistema tributário brasileiro estabeleceu 4 (quatro) modalidades


diferentes de apuração e recolhimento dos principais tributos federais
aplicáveis às pessoas jurídicas em geral. Vejamos sucintamente estas
modalidades.
a) Simples Nacional (Super Simples): Trata-se de um sistema que
confere tratamento tributário diferenciado, simplificado e favorecido,
aplicável às microempresas (ME’s) e às empresas de pequeno porte
(EPP’s), nos termos da Lei Complementar no. 123, de 14 de dezembro
de 2006 (conhecida por Lei Geral das ME e EPP). O Simples Nacio-
nal implica o recolhimento mensal, mediante documento único de
arrecadação, dos seguintes tributos:
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
COMECE CERTO - Marcenaria

• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);


• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
• Contribuição para o PIS/Pasep;
• Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal);
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias
e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); 25
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
* Nota:
1. O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidên-
cia de outros tributos não listados acima.
2. Mesmo para os tributos listados acima, há situações em que o reco-
lhimento dar-se-á à parte do Simples Nacional.

Mas atenção: Algumas atividades de prestação de serviços não


foram recepcionadas pelo Simples Nacional, portanto, não podem
se beneficiar dos incentivos tributários por força do art. 17 da Lei
Complementar nº 123, de 14/12/2006 (Lei Geral da ME e EPP) e
Resoluções CGSN nº 4 e 6 de 2007, sendo que, esta última relaciona
os códigos CNAE impeditivos do exercício da opção pelo Simples
Nacional. Verifique com seu contabilista se a sua atividade de serviços
encontra-se nesta relação impeditiva.
Vale lembrar ainda, que a Lei Geral prevê outros benefícios que
a sua empresa poderá usufruir. A Lei Geral estabelece normas gerais
relativas às ME e EPP no âmbito dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo, não só o regime
tributário diferenciado (Simples Nacional ou Super Simples), como
também aspectos relativos às licitações públicas, às relações de tra­
balho, ao estímulo ao crédito, à capitalização e à inovação, ao acesso
à justiça, dentre outros. Quanto a estes outros aspectos da Lei Geral
(exceto tributário) a empresa poderá se beneficiar mediante registro
de ME ou EPP na Junta Comercial do seu Estado ou no Cartório de
Registro da Pessoa Jurídica.
b) Lucro Arbitrado: Regra geral, o lucro arbitrado é um mecanismo
COMECE CERTO - Marcenaria

adotado pela autoridade tributária que arbitra a base de cálculo do


imposto das pessoas jurídicas, sempre que estas deixam de cumprir
suas obrigações acessórias (escrituração, por exemplo). Desta forma,
esta modalidade não se apresenta como opção comum a ser adotada
por sua Marcenaria.
  Há também outras duas opções para sua Marcenaria apurar o impos-
to de renda devido, quais sejam, Lucro Real ou Lucro Presumido.
26
IRPJ - IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS
c) Lucro Real: É o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações estabelecidas em nossa legisla-
ção. Este sistema é o mais complexo de todos, entretanto, dependendo
de uma série de fatores que devem ser avaliados com seu contabilista,
o lucro real pode ser a melhor opção para a sua empresa.
  Para se chegar ao tributo devido, a empresa deverá aplicar a alíquota
de 15% sobre a base de cálculo (que é o lucro líquido). Haverá um
adicional de 10% para a parcela do lucro que exceder o valor de
R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses do período. O
imposto poderá ser determinado trimestralmente ou anualmente.
Neste último caso o imposto deverá ser recolhido mensalmente
sobre a base de cálculo estimada.
d) Lucro Presumido: É o lucro que se presume através da receita bruta
de vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços. Trata-se de
uma forma de tributação simplificada opcional, utilizada para deter-
minar a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição
Social sobre o Lucro (CSLL) das pessoas jurídicas que não estiverem
obrigadas à apuração do lucro real. No regime do lucro presumido
a apuração do imposto é feita trimestralmente.
A base de cálculo corresponde a 1,6%, 8%, 16% ou 32% da receita
bruta conforme a atividade desenvolvida pela pessoa jurídica. A alí-
quota é determinada em 15% a ser aplicada sobre a base de cálculo
encontrada. Haverá um adicional de 10% para a parcela do lucro
que exceder o valor de R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de
meses do período.
COMECE CERTO - Marcenaria

CSL - Contribuição Social sobre o Lucro


• Para as empresas que optantes pelo sistema do Lucro Presumido
(regra geral):
Base de Cálculo: 12% da receita bruta (indústria e comércio).
32% da receita bruta (serviços).
Alíquota: 9% - Apuração trimestral. 27
• Para as empresas que optarem pelo sistema do Lucro Real:
Base de Cálculo: Lucro líquido.
Alíquota: 9%, podendo a apuração ser trimestral ou anual. No caso
de apuração anual a empresa recolherá com base em estimativa.

PIS - Programa de Integração Social

Base de Cálculo: Faturamento Bruto.


Alíquota: 0,65% - Recolhimento Mensal - Formulário DARF - Código 8109.
Empresas tributadas pelo Lucro Real: Alíquota de 1,65%
- compensável.

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

Base de Cálculo: Faturamento Bruto.


Alíquota: 3% - Recolhimento Mensal - Formulário DARF - Código 2172.
Empresas Tributadas pelo Lucro Real: Alíquota de 7,6% -
compensável.

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Presta-


ções de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e
Comunicação.

Regra Geral: 18% - alíquota interna no Estado de São Paulo.


Atenção: alguns produtos ou serviços possuem alíquotas reduzidas
COMECE CERTO - Marcenaria

ou diferenciadas, bem como alguns produtos comercializados podem


sujeitar-se ao regime tributário da substituição tributária. Desta forma,
recomendamos que você analise com o seu contabilista a alíquota
correta. Vale dizer que o Estado de São Paulo tem promovido altera-
ções nas alíquotas, portanto, fique atento às possíveis mudanças.

28
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
Possui alíquotas diferenciadas, assim, recomenda-se verificar junto
ao seu contabilista a TIPI - Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados, a alíquota aplicável ao seu produto.
Observação:
Entende-se que se o material aplicado nos móveis encomendados
for fornecido pelo contratante, a marcenaria será contribuinte do ISS
e não do ICMS e IPI. Por outro lado, se o material aplicado for for-
necido pela própria marcenaria, será contribuinte do IPI e do ICMS
e não do ISS.

INSS - Previdência Social


• Valor devido pela Empresa - 20% sobre a folha de pagamento
de salários, pró-labore e autônomos;
• Contribuição a terceiros (entidades): variável, sendo, regra geral 5,8%;
• S.A.T - Seguro de Acidentes do Trabalho - alíquotas variam de
acordo com a atividade da empresa, de 1% a 3%.
• Valor devido pelo Empresário e Autônomo - A empresa também
deverá descontar e reter na fonte, 11% da remuneração paga
devida ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, ao
autônomo e empresário (sócio ou titular), observado o limite
máximo do salário de contribuição.
(O recolhimento do INSS será feito através da Guia de
Previdência Social - GPS).
COMECE CERTO - Marcenaria

ISS - Imposto sobre Serviços


Regra geral:
Base de Cálculo: valor dos serviços.
Alíquota: de 2% a 5% (verificar alíquotas da atividade na Pre-
feitura Local).

29
OUTROS ENCARGOS E TAXAS DEVIDAS PELAS EMPRESAS EM GERAL:
TFE- Taxa de Fiscalização de Estabelecimento
 Recolhimento anual - Verificar junto à Prefeitura o valor da taxa,
pois ela varia anualmente de acordo com a atividade.

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço


Base de Cálculo: Total das remunerações devida a cada trabalha-
dor no mês anterior ao depósito.
Alíquota de 8% sobre as remunerações mensais.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL


A contribuição sindical patronal é devida pelas empresas em geral,
em favor do sindicato representativo da respectiva categoria. Se não
houver sindicato da categoria, a contribuição deverá ser paga à Federação
correspondente. O valor da contribuição sindical patronal corresponde a
importância proporcional ao capital social da firma ou empresa, registrado
na Junta Comercial ou Cartório das Pessoas Jurídicas.
Há entendimentos da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do Mi-
nistério do Trabalho e Emprego de que as empresas optantes pelo Simples
Nacional não são obrigadas a recolher esta contribuição, entretanto os
sindicatos questionam esses posicionamentos e realizam a cobrança.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS


Seu recolhimento é obrigatório e o valor corresponde a um dia de
salário por ano, cabendo ao empregador realizar o desconto no mês de
COMECE CERTO - Marcenaria

março e efetuar o recolhimento no mês de abril de cada ano em favor


do respectivo sindicato da categoria profissional do empregado. Inexis-
tindo sindicato representativo, a contribuição será creditada à Federação
correspondente à mesma categoria econômica ou profissional.

ATENÇÃO: EMISSOR DE CUPOM FISCAL - ECF


Conforme artigo 251 do RICMS/SP é obrigatório o uso de Equi-
30
pamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF, por todo estabelecimento
que efetue operação com mercadoria ou prestação de serviços, cujo
destinatário seja pessoa física ou jurídica não-contribuinte do imposto.
As empresas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 120 mil
reais estão dispensadas da adoção do ECF.
Mas atenção: Entretanto, existem projetos no sentido de obrigar
todas as empresas independentemente de seu faturamento a adota-
rem o ECF. Assim, consulte seu contabilista.

Obrigações Acessórias
Saiba também que sua empresa deverá cumprir ainda uma série
de obrigações acessórias exigidas pelas legislações fiscais, trabalhistas,
previdenciárias e empresariais, tais como:
a) Escrituração e registro dos Livros Fiscais e Contábeis;
b) Levantar Balanços Patrimonial e de Resultado Econômico;
c) Escriturar os Livros Empresariais;
d) Emissão de Notas Fiscais;
e) Emissor de Cupom Fiscal;
f) Entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica;
g) Entrega da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);
h) Entrega do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED);
i) Instituir o Programa de Prevenção a Acidentes (CIPA);
j) Realizar Exames Médicos nos empregados (PCMSO), análise do Meio
Ambiente do Trabalho (PPRA), e elaborar relatório final (PPP);
COMECE CERTO - Marcenaria

k) Livro de Inspeção do Trabalho;


l) Adotar Livro, Fichas ou Sistema Eletrônico para controle da
jornada de trabalho.

Encerramento da empresa
Há vários motivos que podem levar uma empresa a encerrar suas
atividades: 31
a) O final do prazo de duração estipulado em contrato social;
b) Por deliberação dos sócios;
c) Falta de pluralidade de sócios (a continuidade da sociedade
pressupõe a existência de dois ou mais sócios), não reconstituída
no prazo de 180 dias;
d) Extinção de autorização para funcionar;
e) Em virtude de requerimento judicial;
f) Pela declaração da falência (em caso de sociedade empresária);
g) Outras causas, conforme previsão contratual.
Se a extinção da sociedade for de interesse dos sócios, estes deve-
rão se reunir para deliberar sobre tal interesse. A decisão dos sócios se
dará em reunião ou em assembléia, conforme o caso, especialmente
convocada para deliberar sobre este assunto, quando será lavrada
uma ata de dissolução relatando a decisão final.
Conforme dispõe o novo Código Civil, o processo de encerramen-
to da sociedade somente se concluirá após o cumprimento de três
etapas distintas e sucessivas:
A primeira, refere-se ao ato de decisão dos sócios (seja ela socie-
dade empresária ou sociedade simples) em encerrar as atividades, o
qual a legislação denomina de DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE.
A segunda etapa refere-se a todo um procedimento pré-esta­
belecido e organizado a ser seguido pela sociedade, denominado
LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE.
A terceira e última etapa denomina-se EXTINÇÃO DA SOCIEDADE,
COMECE CERTO - Marcenaria

que é o ato que finda todo o processo mencionado, possibilitando, con-


seqüentemente, efetivar a baixa da empresa nos órgãos de registro.
De forma sucinta, relacionamos as obrigações que a empresa terá
que cumprir neste processo:
Em primeiro lugar, a sociedade deverá nomear um liquidante, que
normalmente será o próprio contabilista. Este liquidante deverá arre-
cadar os bens, livros e documentos pertinentes à sociedade; deverá
32 elaborar inventário e balanço geral. Deve ainda ultimar os negócios
da sociedade, realizar assembléia semestral e de encerramento e,
finalmente, proceder a averbação da ata de reunião.

A importância do contabilista
Toda e qualquer empresa deverá contar com a assessoria de um
escritório contábil. Como você deve saber, a nossa legislação esta­
belece várias obrigações que as empresas devem cumprir, tais como:
obrigações comerciais, tributárias, fiscais, trabalhistas, previdenciárias
etc. Portanto, é fundamental que você procure um contabilista para
que ele possa lhe auxiliar nesta importante e difícil tarefa.
Nunca contrate um profissional levando-se em conta somente
o preço cobrado. A importância do contabilista para a empresa
se equipara à do médico para as pessoas. Procure indicações com
amigos ou parentes sobre um bom profissional que lhes prestam ou
já prestaram serviços. Converse com o contabilista e veja os serviços
que ele pode lhe oferecer. Uma vez escolhido o profissional, exija
um contrato escrito que estabeleça todas as obrigações das partes,
valor dos serviços, forma de pagamento etc.
Saiba que sua empresa será a responsável por qualquer problema
que venha a ter com o Fisco, mesmo que o erro seja causado por
culpa do contabilista. Neste caso, primeiro você terá que se acertar
com ele para, somente depois, ingressar com ação judicial a fim de
se apurar eventual responsabilidade do profissional. Portanto, escolha
bem o contabilista que irá cuidar da “saúde” de sua empresa. Afinal
de contas, este é o procedimento que você deve adotar sempre
que for contratar um profissional para lhe prestar serviços, seja ele
COMECE CERTO - Marcenaria

contabilista, médico, advogado, engenheiro, ou mesmo empresas de


cobrança, informática, vigilância, limpeza etc.

Informações complementares
Você poderá obter informações mais detalhadas diretamente
nos órgãos mencionados ao longo desta cartilha, nos endereços
da internet listados abaixo, pessoalmente, ou ainda no Escritório 33

do Sebrae-SP mais próximo.


O Sebrae-SP possui várias cartilhas, materiais impressos, fôlderes,
livros, além de auxiliá-lo em atendimentos pessoais realizados em
nossos escritórios, palestras, cursos e seminários.
Atenção: Este manual tem por objetivo alertá-lo sobre as principais
obrigações que sua empresa está sujeita, entretanto, existem outras
exigências legais que você deverá atender. Portanto, fique alerta!
Informe-se, consulte o Sebrae-SP, seu contabilista e os órgãos envol-
vidos e, sempre que necessário, contrate um profissional qualificado
que possa lhe assessorar nos casos mais difíceis. Lembre-se de que
o barato pode sair caro.

Endereços úteis
CETESB: www.cetesb.sp.gov.br;
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo:
http://www.polmil.sp.gov.br/ccb/pagina3.html;
Departamento Nacional de Registro de Comércio - DNRC – Re-
gistro na Junta Comercial dos Estados: www.dnrc.gov.br/ - Clique
na margem direita em: Serviços-Código Civil/2002;
Estado de São Paulo: www.saopaulo.sp.gov.br/home/index.htm;
Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI: www.inpi.gov.br;
Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP:
www.jucesp.sp.gov.br;
Poupatempo – São Paulo: www.poupatempo.sp.gov.br/;
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Prefeitura Municipal de São Paulo: www.prefeitura.sp.gov.br/;


Procon – São Paulo: www.procon.sp.gov.br/;
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo:
www.pfe.fazenda.sp.gov.br;
Secretaria da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br;
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo:
34
www.sebraesp.com.br/
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