A Psicopedagogia No Brasil - Nadia Aparecida Bossa-22-53
A Psicopedagogia No Brasil - Nadia Aparecida Bossa-22-53
A Psicopedagogia No Brasil - Nadia Aparecida Bossa-22-53
Fundamentos da Psicopedagogia
objeto de estudo, delimitar o seu campo de atuação; e, para isso, recorre à Psicologia,
à Psicanálise, à Linguística, à Fonoaudiologia, à Medicina à Pedagogia e atualmente
Creio que neste ponto do texto cabe apenas indagar: diante das
circunstâncias de vida atual, quando o estresse é o estado normal dos seres
humanos das gerações produtivas, haveria outra condição cerebral que não a
reconhecida como portadora do transtorno de de cit de atenção e
hiperatividade?
Para Kiguel,
(1991, p. 24).
Segundo Scoz,
Para Golbert,
... (o) objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois
enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de
Para Rubinstein,
que o aprendiz estabelece com a mesma, o objeto da Psicopedagogia passa a ser mais
abrangente: a metodologia é apenas um aspecto no processo terapêutico, e o
(1991, p. 6).
aporta um modelo da inteligência, mas não uma teoria sobre as fraturas no aprender,
acerca do sujeito que não aprende. Recorremos também à psicanálise, que nos
permite, entre tantas outras coisas, realizar uma leitura do inconsciente e nos
substituídos; que leis regem estes processos; que in uências afetivas e representações
Ainda de acordo com Alicia Fernández (1991), todo sujeito tem a sua
modalidade de aprendizagem, ou seja, meios, condições e limites para
conhecer. Modalidade de aprendizagem signi ca uma maneira pessoal para
aproximar-se do conhecimento e constituir o saber. Tal modalidade constrói-se
desde o nascimento, é como uma matriz, um molde, um esquema de operar
que vamos utilizando nas situações de aprendizagem. Essa modalidade é fruto
do seu inconsciente simbólico constituído na sua inter-relação com o outro e
de sua atividade estruturante de um universo estável: relação causa-efeito,
espaço-temporal, objetividade. Assim, organizam-se as operações lógicas de
classi cação e de relação que, de um nível de elaboração simples, passam a
outro cada vez mais complexo. Esse sujeito envolve, em um único personagem,
o sujeito epistêmico e o sujeito do desejo. Isso signi ca que a possibilidade de
aprender está situada no nível inconsciente, no desejo de conhecer,5 conforme
observa outro autor: “Este desejo de conhecer (epistemo lia) está ligado, em
movimento dialético, à busca de sua própria verdade (conhecer que é, e quem é
para os outros), e à busca do mundo cognitivo cultural, compartilhado
socialmente”. (MÜLLER, 1984, p. 8)
No trabalho clínico, conceber o sujeito que aprende como um sujeito
epistêmico-epistemofílico implica procedimentos diagnósticos e terapêuticos
que considerem tal concepção. Por exemplo, no processo diagnóstico,
interessa-nos saber como e o que o sujeito pode aprender e perceber o interjogo
entre o desejo de conhecer e o de ignorar. Para isso, é necessária uma leitura
clínica na qual, por meio da escuta psicopedagógica, se possam decifrar os
processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção: “Além do
sintoma que se deve ser reeducado, primeiramente existe uma mensagem que
deve ser ouvida” (MANNONI, 1976, p. 205).
ainda mais do que com o adulto, é com a criança que encontramos dúvidas
O CAMPO DE ATUAÇAO DA
PSICOPEDAGOGIA
NOTAS