TCC - Pós Psicopedagogia
TCC - Pós Psicopedagogia
TCC - Pós Psicopedagogia
Departamento de Psicologia
OSASCO
2021
Geslanny Kessy Andrade Martinez
OSASCO
2021
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DECLARAÇÃO DE ÉTICA E RESPEITO AOS DIREITOS
AUTORAIS
Declaro para os devidos fins, que a pesquisa foi elaborada por mim, e/ ou pelos
integrantes do meu grupo e que não há, nesta monografia, cópias de
publicações de trechos de títulos de outros autores sem a respectiva citação,
nos moldes da NBR 10.520 de ago/2002.
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Dedico este trabalho
primeiramente a Deus por me
permitir viver essa experiência.
Ao meu esposo Fernando e filho
Pedro que por noites não pude
estar presente, mas me deram
todo apoio para a conclusão
deste curso. Aos meus
professores que contribuíram
para minha especialização.
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RESUMO
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SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO
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São muitas as vantagens de se educar ludicamente e, dentre elas,
podemos citar: a melhoria da capacidade cognitiva da criança, a
potencialização da sua capacidade psicomotora, bem como, da sua
capacidade de relacionar-se com seus grupos de iguais. Diante disso,
o papel do educador se torna fundamental. (SILVA, 2019, p.8)
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OBJETIVO
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MÉTODO
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1 PSICOPEDAGOGIA
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Serviço de Orientação Psicopedagógica, tendo o objetivo de melhorar a relação
aluno professor.
A psicopedagogia foi uma ação subsidiária da medicina e da
psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e
complementar, possuidora de um objeto de estudo o processo de
aprendizagem e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos
próprios (Visca, 2007, p.23).
https://www.vittude.com/blog/quando-se-deve-procurar-um-psicopedagogo/
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1.2 Áreas de atuação
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necessidade e é preciso que se estabeleça uma relação segura e verdadeira
entre o psicopedagogo e a criança, afinal de contas, todo aprendizado ocorre
por uma relação.
A Psicopedagoga Sara Pain, faz uma boa delimitação sobre a atuação
do profissional de Psicopedagogia quando trata das relações entre educação e
aprendizagem:
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Na escola o psicopedagogo institucional trabalha em um espaço onde a
aprendizagem acontece de forma mais coletiva, os processos são semelhantes
ao clínico, para Bossa (2007):
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psicopedagogo pode também atuar junto aos pais na busca de
melhorias nas relações entre pais e filhos frente aos desafios de um
mundo em constante mudança. Terceira etapa: Diretamente com seus
alunos em sala de aula, o que favorece o relacionamento de
proximidade, de confiança, propiciando um melhor conhecimento das
possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos e intervindo no
sentido de prevenir ou minimizar possíveis dificuldades de
aprendizagem. (CORTES, 2012 apud ANGELO 2021)
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instrumentos específicos, testes e quaisquer formas de análise precisam
tramitar entre sua própria área, não fazendo uso de testes psicológicos,
psiquiátricos ou fonoaudiológicos. Porém, após um diagnóstico dado por outro
profissional, o psicopedagogo pode ser acionado, mas somente depois deste
dar o diagnóstico pertinente a sua área, e também, quando se nota que há
necessidade de outro profissional, o aluno deve ser encaminhado a este, o que
torna o trabalho escalonado em etapas.
Paín (1986), citada por Bossa (2007), entende que para cumprir os
objetivos, um psicopedagogo deve cumprir certas técnicas, sendo elas
organização de tarefas e graduação sobre a dificuldade destas, uma auto
avaliação após cada tarefa diante de sua finalidade, além da ciência do
histórico do processo de seu paciente, para então traçar a trajetória do
tratamento, informações devem ser angariadas para que possa ter substância
intelectual para o tratamento.
Quando um psicopedagogo inicia trabalho em uma escola, acredita-se
que este solucionará todos os problemas existentes, as dificuldades de
aprendizagem e ainda muitos além de sua intencionalidade, como indisciplina,
evasão escolar, desestímulo de professores, mas o profissional da
psicopedagogia não vem com todas as respostas, mas sim vem para
sistematizar e orientar um trabalho que deve acontecer em equipe, e deve
incluir todos da comunidade escolar, desde os gestores, equipe de apoio,
professores, alunos e familiares, o todo da instituição é o objeto de ação deste
profissional.
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como em conselhos de classe, trazendo sua contribuição para a avalição dos
professores, acompanhar as relações existentes na escola, entre alunos, aluno
e professor, alunos e demais profissionais escolares, bem como com qualquer
outra visita que aconteça, sugerindo ainda atividades e estratégias de apoio
para todos neste contexto.
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Seabra 2020 nos apresenta os principais problema de aprendizagem,
onde acreditamos que todo profissional da psicopedagogia deva ter em mente,
entender e saber diagnosticar, são eles:
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representações gráficas. Estudos apontas seis tipos diferentes de discalculia: a
discalculia verbal, que a dificuldade é em nomear quantidades, termos,
relações, símbolos e números; a discalculia practognóstica, onde a dificuldade
se encontra em enumerar e comparar matematicamente; a discalculia léxica,
quando a dificuldade é na leitura dos símbolos matemáticos; discalculia gráfica,
quando se torna difícil a escrita de símbolos matemáticos; a discalculia
ideognística, onde o indivíduo tem dificuldade com operações mentais e a
discalculia operacional, que apresenta dificuldade na execução de operações e
cálculos. (Garcia, 1998 apud Seabra 2020). Para o atendimento a esse aluno,
as instruções precisam ser claras e breves, de vocabulário fácil, a utilização de
muitos exemplos pode dificultar a compreensão, um único exemplo bem
realizado é melhor aproveitado, não colocar muitas atividades em uma mesma
folha, cores, desenhos e símbolos podem ajudar na memória de curto e longo
prazo, canções e outras formas lúdicas de memorizar as regras matemáticas
são muito bem vindas.
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Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: O TDAH é um
transtorno de difícil diagnóstico, por ter comportamentos semelhantes a outros
transtornos, e tem sido muito estudado por isso. Este transtorno se caracteriza
por inadequação comportamental, além destes comportamentos serem
impulsivos e hiperativos, tendo associação com a dificuldade de manter
concentração e atenção em algo. Não é um problema de aprendizagem em si,
mas causa grande influência sobre essa aprendizagem. Muito se aprendeu
sobre este transtorno até hoje, e mudanças foram entendidas, hoje se entende
que meninos tem tendência à comportamentos agressivos, enquanto as
meninas tendem a ter comportamentos mais retraídos. É classificado em três
tipos diferentes conforme os sintomas de apresenta segundo Hudson (2019),
citado por Seabra (2020): TDAH predominante desatento; TDAH hiperativo e
TDAH mito. A conduta pedagógica para o aluno com este transtorno necessita
de muita atenção e planejamento, a rotina facilita o processo de aprendizagem
e traz confiança e segurança à criança, as atividades a serem realizadas ao
longo do dia devem estar evidentes para que o aluno não se perca;
abordagens multissensoriais ajudam muito, além da contextualização das
atividades e exemplos. O aluno com TDAH deve sentar na frente e tem a
necessidade de se movimentar em alguns momentos das aulas, atividade que
o ajudem a executar sua criatividade e atividades onde o aluno saia da sala de
aula devem ser executadas, mas tudo isso só irá funcionar se as regras da sala
de aula e de convívio forem bem claras a ele. Atividades lúdicas são muito
valiosas para este público, a prática da dança, dos esportes, do faz de conta
podem ser de grande interesse e a criança precisa ter autonomia para realizar
suas atividades.
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condutas incendiárias e roubos. Este aluno precisa ter regras claras,
combinados devem ser feitos com toda turma, as abordagens multissensoriais
também são boas nesse contexto, vale tentar identificar se a criança se
encontra em situação de risco ou vulnerabilidade que possam justificar o
comportamento opositor.
2 LÚDICO
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Lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus”, que significa "jogo.
Forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de
jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e
interagindo com os outros. O primeiro significado do jogo é o de ser
lúdico (ensinar e aprender se divertindo). O Lúdico é eminentemente
educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa
curiosidade a respeito do mundo e da vida. (SILVA, 2019, p.10)
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- Lazer: do latim significa “tempo livre”, sendo associado ao ócio, à
liberdade, ao momento de fazer o que se deseja;
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economia, a ludicidade não é mais considerada útil, haja vista que não gera
riqueza, e ainda tira o foco do principal, que é a produção.
A visão contemporânea de lúdico e jogo se multiplica, dependendo do
autor que a estuda, Huizinga (2008, apud Massa 2015), entende que toda
atividade humana é jogo, que jogo e cultura estão diretamente ligados, já que
todos nós fazemos parte de uma sociedade, de determinada cultura, além de
ver o jogo sempre ligado à um propósito, o jogo em si não é o próprio motivo
para o mesmo.
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fala através de grandes nomes da psicologia (Vygotsky, Piaget e Freud), como
a brincadeira é um baú cheio de novas experiências e novas constituições do
ser.
No início do século XX, a criança é vista como um mini adulto, como
alguém que está em preparação, um alguém imaturo, que por essa imaturidade
não está pronto para o processo de aprendizagem, seja através do brincar, das
trocas com as outras crianças no momento da brincadeira, ou no contato e
significação com os objetos, o brinquedo era visto outrora, apenas como lazer e
fonte de “descanso” para os cansados pais. Em contradição total a esse
movimento, Vygotsky, alerta sobre o bem que a brincadeira traz na
transposição mental entre os significados e significantes, ele considera
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Urna condição muito interessante surge quando a criança, envolvida
em momentos de brincadeira, inclui nestas ações e objetos reais (da
sua vida e do mundo que a cerca). Esta é urna das características da
natureza de transição da atividade do brincar: é um estágio entre as
restrições puramente situacionais da primeira infância e o
pensamento adulto que pode ser totalmente desvinculado de
situações reais. (JORGE, 2006, p87)
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reprimida é algo terrível, causa de futuros problemas, e a melhor forma de
construir um processo de canalização saudável dessa energia, através de
estímulos, através das brincadeiras, que são proporcionam momentos de afeto,
sociabilidade, e de realização dos sonhos infantis. (Antunes, 2003)
Diante de tudo isso,
Pinho (2007) entende que o jogo tem em sua estrutura uma grande
função simbólica, e através deles então, podemos entender e recriar diversos
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símbolos de nossa cultura, podemos nos encontrar com a linguagem oral,
escrita, das artes, história, matemática, enfim, de diferenciadas áreas, então,
se a brincadeira fornecer um bom estímulo e for bem organizada, auxiliam sim
a aprendizagem infantil, em todas as funções corporais, mas especialmente
nas funções psíquicas.
Além das funções desenvolvimentistas sobre a importância do brincar,
precisamos abordar o benefício desta prática na manifestação da criatividade,
habilidade tão importante e presente na vida de qualquer criança, que
infelizmente, por não ser valorizada de forma própria acaba diminuindo
conforme a pessoa cresce, e oferecendo ao mundo pessoas cada vez menos
criativas.
A criança é um pensador lógico, ele diverge em seus pensamentos
encontrando as resoluções mais lógicas possíveis para cada situação e
conflito, o que nos remete à facilidade de criação deste público. A criatividade
se situa na cognição, porém sofre grande influência do domínio afetivo, tendo
relação direta com as emoções, relações e expressões da criança, ela é a
capacidade de responder de forma intelectual e emocional à suas experiências
sensoriais, o ser artístico da criança também está intimamente ligado ao
conceito de criativo, e este está intimamente ligado ao brincar.
Precisamos notar que várias são as formas de criatividade, e que aquele
que é bom em determinada forma de expressão, pode não ser bom em outra,
assim sendo, nas mais diversas formas de brincar, existem várias riquezas,
várias oportunidades, vários talentos, todos relacionados à nossa história,
nossa experiência de vida e nosso desenvolvimento. Temos então a variação
da aprendizagem e a variação das inteligências, o que nos remete ao conceito
de Inteligências Múltiplas que deve ser respeitado e incluído no planejamento
de aulas, nas estratégias de aula e também nas avaliações do processo de
aprendizagem.
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esse lúdico é bem diferente, vai muito além de uma importância simbólica, hoje
se tem estudos que revelam a efetiva ação sobre a criança.
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viso-motora ou auditiva, se utilizando de músicas, desenhos ou brinquedos.
Esta sistematização do lúdico não se torna significativa para a criança, parece
que é apenas o professor impondo seu saber até na forma mais pura de
manifestação de uma criança, seu brincar. É de fundamental importância que a
escola tenha espaço e momento propício para o lúdico, este deve ser
estimulado e não imposto, só assim conseguiremos obter o máximo de todos
os benefícios que esta prática nos oportuniza.
O papel da educação, é a formação de pessoas críticas, criativas,
inventivas, desbravadoras, que sejam ativos e não meros replicadores de
cultura e conhecimento, tendo em vista esse objetivo, a escola precisa formar
desde cedo crianças com essas características, repetições, neste caso, não
são bem vindas, o desenvolvimento deve acontecer em todas as esferas da
educação, especialmente no contexto da educação infantil, onde ela precisa do
maior número possível de estímulos, tendo em vista sempre a bagagem que a
criança traz consigo, o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de
Vygotsky, que influi diretamente em quem aquele aluno é, e em quem ele pode
ser, este aluno tem muito a contribuir e também muito a aprender, mas a escola
por vezes negligencia esse fato, trata a criança como um ser inacabado,
incompleto que precisa ser preenchido de conhecimento, e mais, do
conhecimento que o professor ache necessário para ele, sem considerar
nenhum outro fator. Quando isso ocorre, a criança se sente bloqueada, sua
naturalidade, seu imaginário e sentimentos ficam reclusos, ela não se percebe
como o ser que é, mas sim como o ser que deveria ser. “O brincar corresponde
a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois
o ser humano apresenta uma tendência lúdica”. (RIZZI e HAYDT, 1987, p.14).
Outro fator atraente no lúdico aplicado à prática escolar é a contribuição
para aulas e momentos mais prazerosos, mais dinâmicos, que, como já vimos,
é uma indicação para alguns transtornos de aprendizagem. É preciso que as
brincadeiras contribuam para o desenvolvimento da criança de forma
bio-psico-afeto-social, se manifestando sobre o todo que deseja trabalhar, para
o indivíduo total que se deseja obter. O lúdico não pode estar ligado apenas ao
prazer e diversão, ele precisa ser visto como forte estratégia para a
aprendizagem, seu carácter educativo deve ser evidenciado. O aprendizado na
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criança se dá de forma lúdica, o brincar é um ato que adultos e crianças
buscam para explorar diversas situações.
O brincar ainda hoje é visto como uma tarefa pós trabalho, como uma
compensação ou um momento apenas para diversão, o que diminui muito seu
fator educador, e o pior, ainda se vê nas escolas quem entenda o brincar como
algo ruim, desnecessário e que causa situações problemas, barulhos e
bagunça, atrapalhando a aula. Este tipo de concepção não pode mais existir,
precisamos quebrar esse conceito e valorizar tudo de bom que possa existir no
mundo do brincar.
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A educação, especialmente na primeira infância, precisa ser permeada
de lúdico, a criatividade leva a criança a alçar voos, representar de forma
concreta seus sonhos e internalizar as mais diversas sensações oriundas de
todo esse processo de socialização.
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sobre situações diversas que as rodeiam, no brincar dirigido de forma correta e
levando em conta os objetivos a serem alcançados, a criança tem uma outra
gama de aprendizagem, portanto trazer o melhor destes dois universos é o
mais indicado, o estímulo para que todas as potencialidades daquele ato
aconteçam precisa existir, e toda forma de brincar precisa ser considerada.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
(Angélica Freitas)
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ao professor que estuda a ludicidade e toma pra si sua teoria, sua prática e
seus aspectos específicos, pode utilizá-lo como recurso pedagógico,
aumentando sua gama de abordagens, além de se utilizar de uma premissa
aceita literalmente pelo mundo acadêmico. Cabe a esse educador também,
enquanto propagador de conhecimento, veicular de forma constante as funções
educativas do lúdico, de acordo com cada grupo e suas necessidades
pedagógicas.
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ai, então a figura importantíssima do psicopedagogo, sendo aquele que vai
guiar aos membros da escola para uma real prontidão no aceite dessas
mudanças e também no auxílio deste caminhar tão árduo, porém necessário,
além de atuar diretamente com os alunos, ajudando-os a descobrir a riqueza
de seu potencial, a entender seus problemas e dificuldades, e estimulá-los na
busca por outras formas de aprender.
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REFERÊNCIAS
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BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da
prática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
JORGE, Ana Soares. Ludicidade e educação infantil. N.4, p.74 - 99, Avesso do
Avesso, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
http://www.feata.edu.br/downloads/revistas/avessodoavesso/v4_artigo04_ludici
dade.pdf. Acesso em: 28 fev 2021.
38
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/151202/001011515.pdf?sequ
ence=1. Acesso em 06 fev 2021.
39
em:http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/253417/1/Schirmer_AnaCr
istinaFagundes_D.pdf. Acesso em: 09 abr 2021.
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