396-Uma RevisYo Acerca Dos MYtodos McKenzie Vs Williams
396-Uma RevisYo Acerca Dos MYtodos McKenzie Vs Williams
396-Uma RevisYo Acerca Dos MYtodos McKenzie Vs Williams
MANAUS
2016
ANNE DE SOUZA BEZERRA
MANAUS
2016
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Resumo
Este artigo visa revisar os métodos Mackenzie e Williams no tratamento de pacientes com
dores crônicas na coluna lombar. A coluna lombar é localizada na parte inferior da coluna,
compreendida pelo tórax e pelo quadril. É formada por cinco vértebras que possuem
características próprias. Na região da coluna lombar é muito comum as dores crônicas, na
maioria dos casos por sedentarismo. A lombalgia é uma dor relatada na região lombar, que
pode ocorrer sem motivo aparente, mas geralmente é relacionada a algum tipo de trauma com
ou sem esforço. O método Mackenzie de tratamento utiliza tanto exercícios de extensão
quanto de flexão. Já no método de Williams todos os exercícios são gerando flexões mais
precisamente no quadril, onde visa-se a descompressão.
1. Introdução
A busca por uma solução para as dores causadas pela utilização incorreta da
biomecânica humana, principalmente nas últimas décadas em que as tecnologias passaram a
fazer parte do cotidiano das pessoas, acarretaram também problemas de má postura que
necessitam de ajuda profissional.
A fisioterapia se depara com inúmeros métodos de procedimentos para sanar ou
mesmo minimizar as dores da coluna vertebral e seus atenuantes. Os métodos de Mackenzie e
os exercícios de Williams, estão sendo utilizados por mais de 6 décadas mesmo sem a
comprovação necessária de quais enfermidades um ou outro seja mais eficaz.
O diagnóstico da dor lombar muitas vezes é impreciso, acarretando também a
necessidade de experimentar a combinação de procedimentos diferentes para alcançar a
eficácia do tratamento (ABREU et al., 2007). O que leva a que alguns profissionais
combinem técnicas e métodos de diagnósticos.
2. Fundamentação teórica
Para entender melhor o comparativo, primeiramente temos que passar por alguns
entendimentos importantes para assim compreender do que se tratam esses métodos, e onde
eles são aplicados. Começamos pelo entendimento do que é a coluna, como ela é constituída e
sua função para o corpo humano.
A coluna lombar é localizada na parte inferior da coluna, compreendida pelo tórax e
pelo quadril. É formada por cinco vértebras que possuem características próprias. Possuem o
corpo volumoso, sendo seu diâmetro transverso maior que no sentido antero-posterior. O
forame vertebral é triangular, os pedículos são curtos e nascem na parte superior do corpo. Os
processos transversos se posicionam para trás e para cima, com um tubérculo acessório e
outro mamilar. As facetas articulares superiores são côncavas e dispõem no sentido póstero-
medial, enquanto as facetas inferiores são convexas no sentido antero-lateral. Os processos
espinhosos são longos, largos e horizontais (LEMOS, SOUZA e LUZ, 2005).
O suporte e a estabilidade da coluna lombar são feitos pelas facetas articulares, pelos
ligamentos, discos intervertebrais, fáscias e aponeuroses toracolombares (grande dorsal,
serrátil posterior inferior, oblíquos internos, abdominais transversos) e pelos outros músculos
que estabilizam dinamicamente a coluna (SANTOS e FREITAS, 2011).
Após vermos do que constituída a coluna, a imagem a seguir vem para visualizar
melhor o que Khale, Leonahardt e Platzer (2000) descreveu na definição citada.
Oliver e Middleditch (1998, p.1) identificam que a coluna possui 3 funções “suporta
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Vista de perfil, a coluna vertebral exibe cinco curvaturas na postura ereta, duas em
nível cervical e as três restantes ocupando cada uma os níveis torácico, lombar e
sacral. A forma destas curvaturas é variável e frequentemente alterada por distúrbios
patológicos. Curvatura Cervical. Há normalmente duas curvaturas na coluna
cervical: a cervical superior, que se estende do occipital ao áxis, e a curva lordótica
mais extensa da coluna cervical inferior, que se estende do áxis até a segunda
vértebra torácica. A curvatura cervical inferior é convexa em sentido anterior e é
direcionada inversamente em relação a curvatura cervical superior. Nesta porção
cervical a coluna sustenta o crânio e tem que estar situada o mais perto possível do
centro de gravidade do crânio. Curvatura Torácica. Côncava em sentido anterior,
estendendose de T2 a T12. A concavidade é devida a maior depressão da porção
posterior dos corpos vertebrais neste nível. Na parte superior há, frequentemente,
uma ligeira curvatura lateral com a convexidade diregida para um dos dois lados,
direito ou esquerdo. Nesta porção a coluna é empurrada para trás pelos órgãos do
meastino, em especial pelo coração. Curvatura Lombar. Convexa em sentido
anterior e se estende de T12 até a junção lombossacra. Nesta região, a coluna que até
então sustenta o peso de toda a parte superior do tronco, reintegra-se a uma posição
central, fazendo saliência na cavidade abdominal. Curvatura Sacral. Estende-se da
junção lombossacra ao cóccix. Sua concavidade anterior dirige-se para frente e para
baixo.
2.2 Lombalgia
A lombalgia é uma dor relatada por pacientes na região lombar, que localiza-se na
altura mais abaixo da coluna, que pode ocorrer sem motivo aparente, mas geralmente é
relacionada a algum tipo de trauma com ou sem esforço, também pode ter motivo de
sedentarismo. A lombalgia pode ter origem em várias regiões: em estruturas da própria
coluna, em estruturas viscerais; pode ainda ter origem vascular ou origem psicogênica
(CORRIGAN e MAITLAND, 2000). Podendo ser classificada como estática, quando é
causada por uma má postura, e cinética quando é decorrente da uma biomecânica de forma
incorreta ou por sobrecargas cinéticas (MCKENZIE apud CAILLIET, 1999).
São classificadas de acordo com suas patologias, as mecânicas degenerativas
(protusões discais, osteoartrose), as espondilites, as doenças ósseas metabólicas (osteoporose),
as neoplasias (tumores), as dores referidas (pélvicas, renais), e as não específicas
(fibromialgias) (CARVALHO e MOREIRA, 1996).
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A coluna vertebral, assim como todas as articulações do corpo humano, está sujeita a
repetidas cargas e estresses que podem ser brevemente indolores. Porém, estas mesmas cargas
podem favorecer o processo de degeneração de uma articulação, o que causará as dores. No
caso da coluna lombar, podem ocorrer disfunções somáticas, resultam em um processo
degenerativo que interferirá na biomecânica articular, levando a dias de dor e dores crônicas.
FIGURA 2: LOMBALGIA
Fonte: https://www.google.com.br/search?
O Dr. Robin Mckenzie acreditava que as dores lombares tinham três mecanismos
responsáveis. A primeira, Síndrome de Postura, causada por uma deformação mecânica dos
tecidos moles adjacentes aos segmentos vertebrais. A segunda, Síndrome de Disfunção,
causada por um encurtamento ou aderência tecidual causada pela má postura ou por
contratura do tecido fibro-colagenoso desenvolvido após um trauma. E a terceira, a Síndrome
do Desarranjo causada por um deslocamento do disco intervertebral (ALECRIM, 2014).
manutenção dos maus hábitos posturais, excesso de flexões e posições relaxadas, ou seja,
qualquer posição onde a coluna lombar tende a retificar-se. Outras causas comuns que podem
ocorrer são as forças externas aplicadas na coluna provocando tensão nas estruturas,
levantamento de objetos excessivamente pesados e posição curvada enquanto trabalha. Entre
todas estas causas, a posição sentada de forma incorreta representa a maior causa de dor
lombar (ALECRIM, 2014).
incômodo.
Entretanto, em alguns casos um evento traumático, na ausência da disfunção
preexistente, é suficiente para causar desarranjo do disco intervertebral.
Essas são feitas durante o processo de avaliação e são necessárias para estabelecer o
diagnóstico correto. A teoria responsável pela abordagem de Mckenzie pode e deve ser
apresentada em toda e qualquer referência sobre terapia manual vertebral, porém somente
após frequentar um curso intensivo sobre as teorias de Mckenzie que o terapeuta terá uma
compreensão real sobre essa abordagem ímpar baseada em problemas para os pacientes com
patologias vertebrais (MAKOFSKY, 2005).
Com outra visão, o Dr. Paul Williams desenvolveu seu método, observando que a
maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares crônicas, possuíam alterações
degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos discos intervertebrais. Também acreditava
que o homem forçava seu corpo para se manter ereto, levando a uma deformação da coluna,
redistribuindo o peso pelo corpo nas proximidades dos discos intervertebrais da coluna
cervical e lombar. Essa permanência do homem em pé, aumentaria a lordose lombar,
comprimindo a parte posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo. Utiliza
como princípio do tratamento, exercícios de flexão da coluna e quadril. Com o propósito de
reduzir a dor e estabilizar o tronco, desenvolve ativamente os músculos flexores e alonga
passivamente os músculos extensores lombosacros. Williams dá muito enfoque na questão da
inclinação posterior da pelve, sendo essencial para obter ótimos resultados no tratamento
(BLACKBURN e MCKENZIE 1981).
Os exercícios de flexão de Williams são bastante utilizados para o tratamento de
grande variedade de problemas lombares. Em muitos casos o método é utilizado quando a
causa da desordem ou as características não são bem compreendidos por fisiatras e
fisioterapeutas. Constantemente os exercícios são ensinados com modificações próprias dos
terapeutas (BLACKBURN, 1981). Quaisquer modificações dos exercícios devem ser feitas
sob muita consideração da ação muscular, porque os exercícios que violam o mecanismo de
inclinação posterior da pelve, podem ser suficientes para prolongar os sintomas clínicos
(WILLIAMS, 1998). Os exercícios em geral visam o fortalecimento dos músculos
abdominais, glúteos e o alongamento de parte da cadeia posterior.
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3. Metodologia
Para o estudo proposto, foi necessária uma revisão da literatura sobre o assunto
tratado, revisar significa olhar novamente, retomar os discursos de outros pesquisadores, mas
não no sentido de visualizar somente, mas de criticar. Os trabalhos de revisão são definidos
por Noronha e Ferreira (2000, p. 191) como:
A revisão da literatura consultada nos leva a afirmar que os dois métodos escolhidos
para estudo apresentam contradições na sua base, já que cientificamente não existem
pesquisas capazes de comprovar a eficácia de um ou outro método. Observa-se que o objetivo
de cada um dos métodos propostos, é diferente. Williams retifica e o Mckenzie lordosa
segundo (FARFAN, 1981), um se preocupa bastante com o núcleo e o outro com a
musculatura.
Os estudos de McKenzie indicam existirem fatores algumas atitudes que se repetitivas,
predispõem à lombalgia, destacando-se a postura sentada, a perda da extensão e o número de
flexões, segundo indicam Lemos, Souza e Luz (2003). Por outro lado, Williams observou
“[…] que a maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares crônicas, possuíam
alterações degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos discos intervertebrais”
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Embora não existam pesquisas com credibilidade sobre tais tratamentos, os métodos
Mackenzie e Williams, biomecanicamente opostos, são usados por décadas por
fisioterapeutas em todo mundo (LEMOS; SOUZA; LUZ, 2003).
5. Conclusão
Quanto ao método de Mackenzie pode-se afirmar com base não estudo, que é um
método não-invasivo, que em muitos casos permite ao paciente curar-se. No entanto, é
importante definir um programa de tratamento personalizado, por haver diferenças
importantes entre pacientes que sofrem da mesma síndrome ou enfermidade.
6. Referência
LEMOS, T. V.; SOUZA, J. L.; LUZ, M. M. M. Métodos McKenzie vs. Williams: uma
reflexão. Fisioterapia Brasil, v. 4, n. 1, 2003.
MACKENZIE RA. Prophylaxis in Current Low Back Pain. New Zealand Medical Journal
1997.
MARKOLF KL, MORRIS JM. The Intervertebral Disk. In: Mckenzie. The Lumbar Spine.
New Zealand: Spinal Publications,1981.
WILLIAMS PC. The Lumbosacral Spine. New York: McGraw Hill Book Co, 1998.
TENÓRIO, Mizz Yara Larissa Cavalcante e VIEIRA, Luiz Carlos Rabelo. Aspectos
associados à lombalgia. Revisão da literatura. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos
Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. Disponível em
http://www.efdeportes.com/efd173/aspectos-associados-a-lombalgia-revisao-da-literatura.htm
. Acesso em 15 de fevereiro de 2016.