Escoliose e Suas Formas de Tratamento

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A Escoliose e suas Formas de Tratamento

? *Lucia Alves Vital Sampol


? ** Antonio Vital Sampol

*l–Fisioterapeuta formada UNIGRANRIO

** Professor Unifoa e Celso Lisboa na Disciplina de Órteses e Próteses

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo Informar o que é Escoliose, suas


causas, classificação e formas de tratamento. A metodologia utilizada foi a
revisão da literatura em livros. A conclusão do trabalho é que a fisioterapia
tem evoluído através de suas técnicas manuais e associado ao uso do colete
Milwalkee permitem um bom controle da curva escoliótica.

PALAVAS-CHAVE: Escoliose, Idiopática, Milwalkee.

INTRODUÇÃO

A escoliose é uma deformidade vertebral muito comum e de grande


importância social. A escoliose afeta principalmente as adolescentes do sexo
feminino, é uma idade em que origina verdadeiros problemas psicológicos,
pois pode desenvolver-se previamente sadias, sem que até a presente data
conheça-se a causa da maioria dos casos.

Sabe-se pelas pinturas cupestes da idade da pedra, que existe escoliose


desde os tempos mais remotos. Hipócrates foi o primeiro em uilizar o termo
escoliose, embora que com este nome englobara todas as curvas raquidianas.
Durante o século XVI, Pare descobriu as escolioses como são conhecidas
hoje e já então utilizou couraças de ferro que aplicava nas costas dos doentes
de deter a deformidade vertebral.

Nos anos seguintes o progresso ficou detido, até o final do século XIX,
quando resurgiu grande vontade de conhecer a patogenia da lesão, coincidindo
com o desenvolvimento da ciências morfológicas que deram como resultado
descrições muito preciosas da anatomia patológica das curvas.
Em 1946, Blount e Schmidt, desenharam o colete de Milwalkee, o qual
continua sendo a base do tratamento não cirúrgico da escoliose (Pericé e co
l,
1989).

O que é Escoliose?

É um desvio da coluna no plano frontal acompanhado de uma rotação e


de uma gibosidade. (Dimeglio, 1990)

A escoliose é uma deformidade vertebral de diversas origens. Apesar de


que seu aspecto físico pode ser parecido. As escolioses de um ou outro grupo
etiológico podem ter prognósticos muito diferentes, pela destinta
progressividade e gravidade de suas curvas (Pericé e col, 1989)

Para melhor entender a definição de uma escoliose é preciso opô


- la à
atitude escoliotica:

a) sem gibosidade

b) sem rotação vertebral

A atitude escoliótica deve


-se, em 8 entre 10 casos, a uma desigualdade
de comprimento dos membros e desaparece com o paciente na posição
horizontal (Dimeglio, 1990)

Quando pensar na possibilidade de escoliose?

1) na puberdade
a) Exame sistemático das costas de toda criança
2) Diante de antecedente familiar
3) Diante de qualquer:
a) assimetria dos ombros
b) obliqüidade da bacia
c) Impressão de membros muito curtos
d) Assimetria dos flancos (Dimeglio, 1990)
4) Diante de uma cifose, de uma deformidade torácica
5) Diante da criança que se equilibra mal (Dimeglio, 1990)
Quais são as causas?

1) Idiopática: 75% dos casos. Existem diversos tipos de escoliose.


Felizmente, a maioria é rara. O tipo habitual é a " Escoliose Idiopática",
assim chamada porque se desconhece sua causa.

a) Um caso em quatro é de origem familiar


b) Apesar de sua freqüência, este diagnóstico não deve ser o
primeiro a ser admitido. Deve-se considerar a escoliose,
quando associada a outro sinal clínico, qualquer que seja,
como podendo não ser uma escoliose idiopática. (Dimeglio,
1990)

2) Congênita: 10% dos casos


a) secundariamente por uma má formação raquidiana presente ao
nascimento . Diante de toda escoliose congênita é preciso
procurar outras más formações: rins( urografia escretora
sistemática, 20% de más formações urinárias). Coração, surdez.
(Dimeglio, 1990)

3) Paralítica:
a) A poliomielite diferencia as escoliose torácicas, que diminuem a
capacidade respiratória das escolioses lombares, que criam
condições para uma bacia oblíqua e ameaçam o quadril.
b) A enfermidade motora cerebral principalmente em crianças de
cama, principalmente em crianças quadriplegicas.
c) Miopatia: o risco de escoliose aumenta quando a criança fica de
cama
d) A espinha bífida
e) A artroglipose(Dimeglio, 1990)

4) Outras causas:
a) Doença neurológica: Charcot Mari, Recklinghausen, Friedreich
b) Doença cromossômica: Trissomia 21
c) Síndromes raras: Ehlers Danlos, willi prader
d) Toxogenica: depois de uma intervenção na caixa
torácica(Dimeglio, 1990)

CURVATURA DA COLUNA VERTEBRAL

Posteriormente a coluna vertebral é vertical, mantendo o alinhamento


quando o indivíduo flete o tronco. De perfil a coluna apresenta curvas
fisiológicas anteriores e posteriores.

As curvas fisiológicas permitem que a coluna aumente a sua


flexibilidade e a capacidade de ab
sorver os choques, enquanto mantém a
tensão e estabilidade adequada das articulações intervertebrais.

Quando aumentamos ou eliminamos as curvaturas fisiológicas da nossa


coluna, estamos nos pré dispondo aos riscos de dor nas costas, podendo haver
uma contratura muscular (HALL, 2000).

Classificação:

1) Escoliose não estruturadas:

a) Escolioses posturais: freqüentes em adolescentes, as curvas são leves e


desaparecem por completo com a flexão da coluna vertebral ou bem
com o decúbito.
b) Escolioses secundárias e dismetria: a diferente longitude dos membros
inferiores levam a uma obliqüidade pélvica e secundariamente a uma
curva vertebral. A curva desaparece quando o paciente senta-se ou ao
compensar a dismetria com a alça do sapato correspondente.

2) Escoliose estruturada transitoriamente:


a) Escoliose ciática: secundária a uma hérnia discal, pela irritação das
raízes nervosas. Com a cura da lesão desaparece a curva
b) Escoliose histérica: requer tratamento psiquiátrico
c) Escoliose inflamatória: em casos de apendicite uo bem abscessos
perinefrítico

3) Escoliose estruturada:

a) Escoliose idiopática: hereditária na maioria dos casos. Provavelmente se


trata de uma herança multifatorial. É o grupo mais freqüente das
escolioses. Segundo a idade de aparição há três tipos:

ª1) infatil – antes dos três anos de idade (Pericé, e col, 1989)

e) Geramente são muito graves, pois ao final do crescimento


podem vir a apresentar uma angulação superior a 100
graus(Dimeglio, 1990).

a,2) Juvenil desde os três até os 10 anos(Pericé, e col, 1989)

Escoliose juvenil I entre 3 a 7 anos, escoliose juvenil II, entre 7 e 11


anos, escoliose juvenil III, entre 11 e a primeira menstruação (Dimeglio,
1990).

ª3) do adolescente: desde os 10 anos até a maturidade(Pericé, e col, 1989)

Após a primeira menstruação e ao final da puberdade antes da maturidade


óssea completa(Dimeglio, 1990).

b) Escoliose congênita: provavelmente não é hereditária, se não o


resultado de uma alteração ocorrida no período embrionário – tipos:
(Pericé, e col, 1989)

b.1) Defeito de forma vertebral

b.2) vértebra em cunha

b.3) Hemivertébra

b.4) Defeito de segmento vertebral

b.5) Unilateral (barra)


b.6) Bilateral (bloco vertebral)

b.7) Funções costais congênitas

c) b.8) Complexas (Pericé, e col, 1989)

Tratamento Conservador:

A escoliose é uma das lesões de mais difícil tratamento. A variação no


desenvolvimento e progressão de cada curva vertebral em cada idade faz
desta afecção um tema complexo, que exige do cirurgião especializado
conhecimentos muito específicos a fim de poder oferecer a cadapaciente o
tratamento mais eficaz no momento ideal(Pericé, e col, 1989)

O objetivo da escoliose estruturado consiste principalmente em prevenir o


avanço da deformidade.

Não há que se esquecer que a escoliose estruturada é sempre


progressiva durante os anos de desenvolvimento ósseo, especialmente
durante o crescimento repentino da pré-adolescência.

O melhor tratamento da escoliose consiste na sua determinação precoce.


Tratando as curvas precocemente, sem esperar que se volte rígidas e
acelere-se sua progressão, poder-se-á, em muitos casos, evitar a cirurgia.

Durante muito tempo tem-se acreditado que a escoliose era o resultado de


um desequilíbrio muscular que poderia corrigir -se por meio de uma
fisioterapia , em forma de exercícios de reforço da musculatura do tronco.

d) Um programa de exercícios específicos em combinação com um


colete dá muita flexibilidade às curvas e facilita sua correção
(Pericé, e
col, 1989).

Indicação do Colete Milwaukee

Idealizado em 1957 por Blount, permite, através de uma força corretiva,


uma atuação constante de distração, sem impedir as atividades e os
exercícios do usuário.

As indicações mais claras do colete de Milwalkee são as curvas


flexíveis e de mediana intensidade (20º a 40º) do adolescente. A partir dos
40º duvida-se da efetividade do colete. A partir dos 60º as curvas devem
sempre ser operadas(Pericé, e col, 1989).

O colete deve ser usado 23 horas por dia; há uma hora para a realização
de exercícios e higiene. O tempo de uso, em anos, depende da regressão da
curvatura. A retirada definitiva do colete deve ser gradativa, até que o
emprego da órtese seja somente no período noturno, até o amadurecimento
do esqueleto.

Este aparelho permite, através de almofadas, corrigir as deformidades


das escápulas, costelas e ombros. Seus apoios são na espinha ilíaca, no
queixo e occiput, nas escolioses torácicas

Colete Milwakee utilizado


para correção da escoliose
entre 20 a 30 graus

CONCLUSÃO

A Escoliose é um problema comum, que geralmente requer somente


observação com exames regulares durante os anos de crescimento do
indivíduo. A detecção da Escoliose logo em seu estágio inicial é muito
importante para assegurar a não progressão da curva. É relativamente pequeno
o número de casos que necessitam de intervenção médica, pois os avanços em
técnicas modernas de ortopedia tem tornado a Escoliose uma condição
altamente controlável.

A fisioterapia com suas variadas técnicas manuais tem permitido uma


excelente evolução dos pacientes que apresentam o quadro de escoliose e que
quando sua angulação alcança parâmetros acima de 20 graus, se faz necessário
o uso de colete milwalkee que facilitará o controle da curva e melhor evolução
do tratamento fisioterapêutico
BIBLIOGRAFIA

1. Dimeglio, A. Ortopedia Pediátrica, São Paulo, Editora Santos, 1990


2. Hall, J.S., Biomecânica Básica,Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2000
3. Pericé, R.V., Riambau, O. C, Paloma, S.C., Órtese e prótese do
aparelho locomotor coluna vertebral, Editora Santos, 1989

Tel: 0xx021 Cel 9688-1168


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