Modalidades de Ensino
Modalidades de Ensino
Modalidades de Ensino
MODALIDADES DE ENSINO
TRADUÇÃO: ISABELA DE MARTINI RIVERA FERREIRA
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Educar na era Digital
b) blended learning, que engloba uma grande variedade de estilos,
incluindo:
— aprendizagem auxiliada por tecnologia (um exemplo típico
seria o uso de slides de PowerPoint em aulas);
— o uso de ambientes virtuais de aprendizagem para apoiar
aulas presenciais, armazenar materiais didáticos, organizar lei-
turas e talvez discussões online;
— o uso da captura de aulas para salas de aula invertidas;
— um semestre morando em um campus e dois semestres onli-
ne (o modelo Royal Roads University);
— um período reduzido de tempo no campus, com experiên-
cias práticas ou treinamentos precedidos ou seguidos de um
tempo concentrado no estudo online (um exemplo é o treina-
mento no estilo estágio para estudantes maduros no Vancouver
Community College, ou o que a University of British Columbia
chama de compressed classroom experience);
— aprendizagem híbrida ou flexível, que requer o redesign do
ensino para que os estudantes possam estudar a maior parte
do tempo online, dirigindo-se ao campus somente para aulas
muito específicas, como laboratórios ou trabalhos práticos que
não podem ser feitos satisfatoriamente online (para exemplos,
veja abaixo);
c) aprendizagem inteiramente online, sem sala de aula ou ensino no
campus, uma forma de educação a distância, incluindo:
— cursos para créditos, que normalmente cobrem o mesmo
conteúdo, habilidades e avaliações dos cursos presenciais;
— cursos sem créditos oferecidos exclusivamente online, como
cursos que dão continuidade à educação profissional;
— cursos inteiramente abertos, como os MOOCs;
— recursos educacionais abertos, disponíveis para download
gratuito online, que estudantes e professores podem ter acesso
como suporte ao ensino e à aprendizagem.
Há um desenvolvimento importante no blended learning que merece uma
menção especial: o redesign total de aulas presenciais que utiliza muito do
potencial da tecnologia, o que chamo de aprendizagem híbrida, com a com-
binação entre aprendizagem online e interações presenciais em pequenos
grupos ou misturando experiências em laboratórios online e físicos. Nesses
projetos, a quantidade de tempo para contato presencial é geralmente re-
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Educar na era Digital
duzida, por exemplo, de três aulas por semana para uma, permitindo aos
alunos um maior tempo de estudo online.
Na aprendizagem híbrida, toda a experiência de aprendizagem é redesenha-
da, com a transformação do ensino presencial em torno do uso da tecnolo-
gia. Por exemplo:
a) Carol Twigg, do National Center for Academic Transformation,
trabalha há muitos anos redesenhando programas com longas au-
las expositivas para melhorar o aprendizado e reduzir custos de
faculdades e universidades por meio do uso da tecnologia. Esse
programa tem tido sucesso desde 1999;
b) a Virginia Tech criou, há muitos anos, um programa de sucesso
voltado para o ensino da matemática de primeiros e segundos
anos, elaborado por meio do aprendizado auxiliado computado-
res 24/7, com a “rotação” de professores e assistentes (ROBINSON;
MOORE, 2006);
c) a University of British Columbia lançou em 2013 a chamada inicia-
tiva de aprendizagem flexível, focada no desenvolvimento, oferta
e avaliação de experiências de aprendizagem que promovam me-
lhoras efetivas e dramáticas nas conquistas dos alunos. O apren-
dizado flexível permite flexibilidade pedagógica e logística para
que estudantes tenham mais escolhas em suas oportunidades de
aprendizagem, incluindo quando, onde e o que querem estudar.
Assim, “blended learning” pode significar um repensar ou redesign mínimo
do ensino em sala de aula, como o uso de materiais de apoio, ou um rede-
sign completo, como no caso de cursos projetados com flexibilidade, que
tem como objetivo a identificação das características específicas do ensino
presencial, com a aprendizagem a distância proporcionando acesso flexível
para o resto do aprendizado.
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Educar na era Digital
Figura 9.1.2 O contínuo do ensino baseado em tecnologias
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Educar na era Digital
decidiu, quais foram as razões para a localização de cada curso no
contínuo?
c) você está satisfeito com a decisão?
Muitas pesquisas apontam que a maioria dos professores ainda acredita que
a aprendizagem online ou educação a distância é inevitavelmente inferior em
relação ao ensino em sala de aula (ver, p. ex., JASCHIK; LETTERMAN, 2014).
Na verdade, não há nenhuma evidência de base científica que apoie essa opi-
nião. As evidências em geral mostram que não existem diferenças significati-
vas, e, quando mostram algum resultado, sugerem que a aprendizagem mista
ou híbrida possui algumas vantagens em relação ao ensino presencial em ter-
mos de desempenho de aprendizagem (ver, p. ex., MEANS et al, 2009).
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Educar na era Digital
University of London International Programmes, com mais de 50.000 estu-
dantes em todo o mundo.
Na América do Norte, historicamente muitas das universidades que tive-
ram apoio do poder público, como a Penn State University, University of
Wisconsin e a University of New Mexico nos Estados Unidos, e a Memorial
University, University of Saskatchewan e University of British Columbia no
Canadá, tinham responsabilidades em todo o estado ou província. Como re-
sultado, essas instituições têm oferecido programas de educação a distância
há muito tempo, principalmente para os agricultores, professores e profis-
sionais de saúde espalhados por todo o estado. Esses programas foram ago-
ra expandidos para cobrir graduação e estudantes de mestrados profissio-
nais. A Austrália é outro país com uma extensa história de EaD na educação
básica e superior.
As qualificações recebidas da maioria dessas universidades carregam o mes-
mo reconhecimento de diplomas presenciais. Por exemplo, a Universidade
de British Columbia, que vem oferecendo programas de educação a distância
desde 1936, não faz qualquer distinção em diplomas de cursos a distância e
presenciais, aplicando o mesmo exame para os dois tipos de alunos.
Outra característica da educação a distância, inaugurada pela Open
University britânica na década de 1970, mas mais tarde adotada e adaptada
por universidades norte-americanas que passaram a oferecer programas a
distância, é um processo de design de curso, com base no modelo ADDIE,
mas especialmente adaptado para servir a alunos que estudam a distância.
Isso enfatiza fortemente os resultados de aprendizagem definidos, a pro-
dução de materiais didáticos multimídia de alta qualidade, atividades estu-
dantis planejadas e envolvimento e forte apoio ao aluno, mesmo a distância.
Como resultado, as universidades que ofereciam programas de educação a
distância foram bem posicionadas no movimento para aprendizagem online
na década de 1990. Essas universidades descobriram que, em geral, os alu-
nos que estão cursando programas online conseguem resultados tão bons
quanto os alunos presenciais (taxas de conclusão do curso estão geralmente
entre 5 a 10% em relação aos estudantes presenciais — ver ONTARIO, 2011),
o que é um tanto surpreendente já que, muitas vezes, os alunos que estudam
a distância têm empregos de período integral e famílias.
É importante reconhecer a importância da educação a distância de institui-
ções de alta qualidade reconhecidas internacionalmente, já que fábricas de
diploma comerciais, especialmente nos Estados Unidos, deram uma reputa-
ção injustificada de qualidade inferior à EaD. Assim como todo o ensino, a
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Educar na era Digital
educação a distância pode ou não ter qualidade. Entretanto, onde a EaD tem
sido projetada profissionalmente e oferecida por instituições públicas de alta
qualidade, foi provado ser muito bem-sucedida, atendendo às necessidades
de muitos adultos que trabalham, estudantes em áreas remotas que de outra
forma seriam incapazes de ter acesso à educação ou alunos presenciais que
querem participar de um curso extra ou com empregos em tempo parcial,
com horários que não batem. No entanto, as universidades, faculdades e até
mesmo escolas têm sido capazes de fazer isso por conta do design de alta
qualidade.
Ao mesmo tempo, também existe um pequeno mas muito influente número
de professores e instrutores presenciais que, de forma totalmente indepen-
dente, têm desenvolvido melhores práticas de aprendizagem online ou com
apoio de computadores. Incluem Roxanne Hiltz e Murray Turoff, que esta-
vam experimentando a aprendizagem online ou mista no início dos anos
1970 no New Jersey Institute of Technology; Marlene Scardamalia e Paul
Bereiter, no Instituto Ontário de Estudos em Educação; e Linda Harasim, na
Universidade Simon Fraser, todos focados principalmente na aprendizagem
colaborativa e construção do conhecimento online em um ambiente presen-
cial universitário ou escolar.
Há também uma abundância de evidências de que os professores e instruto-
res em muitas escolas, faculdades e universidades iniciantes na aprendiza-
gem online não adotaram essas boas práticas, mas, pelo contrário, simples-
mente transferiram a prática da aula expositiva em sala para a aprendizagem
híbrida e online, gerando muitas vezes resultados pobres ou até mesmo
desastrosos.
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Educar na era Digital
sobre a aprendizagem do aluno ou seu desempenho. Por exemplo, Means et
al (2009), em uma grande meta-análise de pesquisas sobre o ensino híbrido e
online para o Departamento de Educação dos Estados Unidos, relataram que:
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Educar na era Digital
online (ver, p. ex., ANDERSON, 2008; PICCIANO et al, 2013; HALVERSON
et al, 2013; ZAWACKI; RICHTER; ANDERSON, 2014). Ironicamente, vere-
mos que o que nos falta é boa pesquisa sobre o potencial específico do ensino
presencial em uma era digital, quando tanto pode ser feito tão bem online.
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Educar na era Digital
9.3 De qual Modalidade os Alunos precisam?
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Educar na era Digital
e) a principal razão para a maioria dos alunos da UBC estudar to-
talmente online é a flexibilidade que isso proporciona, dados o
trabalho e compromissos familiares dos alunos e as dificuldades
causadas por conflitos de horários.
Isso sugere que os cursos totalmente online são mais adequados para os alu-
nos mais experientes, com uma forte motivação por causa do impacto que
têm sobre sua qualidade de vida. Em geral, os alunos online precisam de
mais autodisciplina para estudar e maior motivação para ter sucesso. Isso
não significa que outros tipos de alunos não possam se beneficiar da apren-
dizagem online, mas esforço extra deve ser colocado no design e no suporte
a esses alunos.
Por outro lado, os cursos totalmente online são adequados a alunos que tra-
balham. Em uma era digital, a base de conhecimento está em constante ex-
pansão, trabalhos mudam rapidamente e, portanto, há uma forte demanda
pela educação continuada, muitas vezes em áreas “nichos” de conhecimen-
to. A aprendizagem online é uma maneira conveniente e eficaz de fornecer
essa aprendizagem ao longo da vida. Aprendizes ao longo da vida em geral
trabalham e têm famílias, e assim realmente apreciam a flexibilidade de es-
tudar totalmente online. Muitas vezes já têm diploma de nível superior e,
portanto, aprenderam a estudar com sucesso. Podem ser engenheiros que
procuram formação em gestão ou profissionais que desejam manter-se atua-
lizados em sua área profissional. São muitas vezes mais motivados porque
podem ver uma ligação direta entre o novo curso de estudo e a possível
melhora em suas perspectivas de carreira. São, portanto, os alunos ideais
para cursos online (mesmo que sejam mais velhos e menos conhecedores da
tecnologia atual em relação aos estudantes que saem do ensino médio). A
área que mais cresce em cursos online é a de programas de mestrado desti-
nadas a profissionais que trabalham. O que é importante para esses alunos
é que os cursos sejam tecnicamente bem concebidos e não exijam grandes
conhecimentos de tecnologia.
Até agora, com exceção de MBAs e formação de professores, as universi-
dades públicas têm sido lentas no reconhecimento da importância desse
mercado, que na pior das hipóteses poderia ser autofinanciado, e na melhor
das hipóteses traria muitas receitas adicionais necessárias. As universidades
privadas com fins lucrativos, como Phoenix University, Laureate University
e Capella University nos Estados Unidos, foram rápidas para entrar nesse
mercado.
Outro fator a considerar é o impacto das mudanças demográficas. Em ju-
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Educar na era Digital
risdições onde a população em idade escolar está começando a declinar,
expandir mercados de aprendizagem ao longo da vida pode ser essencial
para a manutenção de matrículas de estudantes. A aprendizagem totalmente
online pode, portanto, vir a ser uma forma de manter alguns departamentos
acadêmicos vivos.
No entanto, para fazer tais programas de aprendizagem online funcio-
narem, as instituições precisam realizar alguns ajustes importantes. Em
particular, deve-se incentivar o corpo docente a se mover nessa direção,
e é necessário que haja uma reflexão estratégica sobre a melhor maneira
de oferecer tais programas. A University of British Columbia tem desen-
volvido uma série de programas de mestrado profissional muito bem-su-
cedidos, totalmente online e autofinanciados. Os alunos podem inicial-
mente experimentar um ou dois cursos no Certificado de Graduação em
Reabilitação, antes de se inscreverem para o programa de mestrado. O
certificado pode ser concluído em menos de dois anos, enquanto os alu-
nos trabalham em tempo integral, e o aluno pode pagar por curso, em vez
de pagar por um ano inteiro de mestrado, proporcionando a flexibilidade
necessária aos alunos maduros. A UBC também tem uma parceria com a
Tec de Monterrey, no México, com o mesmo programa que está sendo ofe-
recido em inglês pela UBC e em espanhol pela Tec de Monterrey, como um
meio de começar seu bem-sucedido programa de mestrado em Tecnologia
Educacional, que ao longo do tempo dobrou o número de estudantes de
graduação na Faculdade de Educação da UBC. Veremos a importância des-
tes exemplos quando examinarmos o desenvolvimento de programação
modular na Seção 9.9.
A aprendizagem online também possibilita a oferta de programas em que
uma instituição tem experiência de pesquisa específica, mas número insufi-
ciente de estudantes locais para oferecer um programa de mestrado comple-
to. Ao oferecer programas online, talvez em parceria com outra universidade
com experiência semelhante, mas em uma jurisdição diferente, a instituição
pode ser capaz de atrair estudantes de todo o país ou mesmo internacio-
nais, possibilitando uma ampla divulgação da pesquisa e a construção de
um quadro de profissionais em áreas emergentes do conhecimento — mais
uma vez uma meta importante em uma era digital.
Muitas vezes também se supõe que os alunos que vivem em áreas isoladas
e remotas são o principal foco de programas online, já que estão distantes
de escolas, faculdades ou universidades locais. No Canadá, existem tais es-
tudantes e a capacidade de estudar online, em vez de viajar grandes distân-
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Educar na era Digital
cias, pode ser muito atraente. No entanto, é importante notar que a grande
maioria dos alunos online são urbanos, vivendo a uma hora de viagem de
um campus da faculdade ou universidade. É a flexibilidade, em vez da dis-
tância, que importa para eles, já que alunos que vivem em áreas isoladas ou
remotas podem não possuir boas habilidades de estudo ou acesso a banda
larga. Assim, podem precisar de uma introdução gradual à aprendizagem
online, muitas vezes com forte apoio presencial no início.
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Educar na era Digital
Muitos estudantes que vêm direto da escola secundária estarão em busca
de oportunidades culturais, sociais e desportivas que uma educação presen-
cial fornece. Também é provável que estudantes carentes de autoconfiança
ou experiência em estudar prefiram o ensino presencial, desde que possam
acessá-lo de uma forma relativamente pessoal. No entanto, as razões acadê-
micas para a preferência pelo ensino presencial por calouros e mulheres são
menos claras, já que os alunos enfrentam turmas grandes e relativamente
pouco contato com os professores nos primeiros anos de seus cursos. A esse
respeito, instituições regionais menores, que geralmente possuem classes
pequenas e mais contato cara a cara com professores, têm uma vantagem.
Veremos mais tarde, neste capítulo, que a aprendizagem híbrida e totalmen-
te online oferece a oportunidade de repensar toda a experiência do campus
para que o melhor suporte seja fornecido aos alunos em seus primeiros anos
de ensino superior. Mais importante, com mais cursos e programas online,
as universidades e faculdades serão cada vez mais desafiadas a identificar
as vantagens pedagógicas específicas de se ir ao campus, de modo que ainda
seja útil para os alunos entrar no ônibus para ir à universidade toda manhã.
Por isso, é muito importante saber a que tipos de alunos você ensinará.
Para alguns alunos, será melhor se inscrever em um curso presencial, mas
ser gradualmente introduzido ao estudo online em um ambiente familiar
como a sala de aula. Para outros, a única maneira de fazer o curso é se es-
tiver inteiramente disponível online. Também é possível misturar e combi-
nar aprendizagem presencial e online para alguns estudantes que queiram
ter a experiência no campus, mas também precisem de certa quantidade
de flexibilidade nos estudos. Estar online pode permitir alcançar um mer-
cado mais amplo (crítico para os departamentos com matrículas baixas ou
em declínio) ou atender à forte demanda de profissionais que trabalham.
Quem são (ou podem ser) seus alunos? Que tipos de cursos funcionarão
melhor para eles?
Veremos que a identificação do mercado de estudantes de um curso ou pro-
grama é o fator mais forte na decisão sobre a modalidade de ensino.
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Educar na era Digital
seus estudantes? Idade, sexo, empregados ou desempregados,
com ou sem família, competências linguísticas? Se não, como po-
deria obter essa informação?
b) se você tivesse essa informação, mudaria sua maneira de ensinar?
c) se você está ensinando para uma turma presencial, existem outros
tipos de alunos que estariam interessados em participar do curso
se o mesmo fosse online?
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Educar na era Digital
Passo 1: Identificar a principal abordagem de ensino.
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Educar na era Digital
princípios, teorias e hipóteses sobre a coagulação do sangue, a relação entre
exames de sangue e doenças ou outros problemas e assim por diante. Em
particular, quais são os requisitos de apresentação do conteúdo desse curso?
Atividades dinâmicas precisam ser explicadas e representar conceitos-chave
ao vivo quase certamente será valioso. Observações de amostras de sangue
sob diversos graus de magnitude serão essenciais, o que vai requerer o uso
de um microscópio.
Existem hoje muitas maneiras de representar o conteúdo: texto, imagens,
áudio, vídeo e simulações. Por exemplo, imagens, um pequeno vídeo ou fo-
tografias por microscópio podem mostrar exemplos de células do sangue em
diferentes condições. Cada vez mais esse conteúdo está disponível na web
para uso educacional livre (p. ex., ver a página no YouTube da Sociedade
Americana de Hematologia). A criação desses materiais a partir do zero é
mais cara, mas está cada vez mais fácil criá-los com alta qualidade e bai-
xo custo de equipamento de gravação digital. Usar um vídeo de uma ex-
periência cuidadosamente gravada fornecerá, muitas vezes, uma visão me-
lhor, sem a aglomeração dos alunos em torno de equipamentos estranhos de
laboratório.
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Educar na era Digital
Isso significa identificar as habilidades necessárias, analisar como desenvol-
ver tais habilidades online (incluindo oportunidades para a prática) e como
avaliar essas habilidades.
Vamos chamar as etapas 2 e 3 de objetivos-chave para o ensinamento do
curso.
presencial online
Conteúdo
Habilidades
Inserir glicose x
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Educar na era Digital
trar algumas imagens adequadas e animações simples da estrutura molecular
do sangue, que pode adaptar, bem como a criação de suas próprias imagens,
com a ajuda de um designer gráfico. Na verdade, o professor descobriu que
precisava criar relativamente pouco material e conteúdo novos.
O designer instrucional também encontrou alguns softwares que permi-
tiram que os alunos projetassem o set-up de seu próprio laboratório para
determinados elementos de teste de sangue que envolviam a combinação
de equipamentos virtuais, inserindo valores de dados e executando um ex-
perimento. No entanto, ainda havia algumas habilidades que precisavam
ser desenvolvidas praticamente no laboratório, como a inserção de glicose
e o uso de um microscópio “real” para analisar os componentes químicos
do sangue. Porém, o material online permitiu que o professor passasse mais
tempo no laboratório com os alunos.
Pode-se perceber, neste exemplo, que a maior parte do conteúdo pode ser
oferecida online, assim como uma habilidade criticamente importante de
concepção de um experimento, mas algumas atividades ainda precisam ser
feitas presencialmente. Isso pode exigir uma ou mais sessões de noite ou
fim de semana em um laboratório, proporcionando, assim, a maior parte do
curso online, ou pode haver muito trabalho prático, fazendo com que o curso
tenha de ser um híbrido de 50% de trabalho presencial no laboratório, e os
outros 50%, aprendizagem online.
Com o desenvolvimento de animações, simulações e laboratórios remotos
online, em que o equipamento real pode ser manipulado remotamente, está
se tornando cada vez mais possível realizar até mesmo o trabalho de labora-
tórios tradicionais online. Ao mesmo tempo, não é sempre possível encon-
trar exatamente o que é preciso online, embora isso irá melhorar ao longo
do tempo. Em outras áreas, como ciências humanas, ciências sociais e de
negócios, ensinar online pode ser muito mais simples.
Este é um método simples para determinar o equilíbrio entre o ensino pre-
sencial e online para um curso de aprendizagem híbrida, mas pelo menos é
um começo. Percebe-se que essas decisões têm de ser relativamente intuiti-
vas, com base no conhecimento dos professores da área sobre o assunto e
sua capacidade de pensar criativamente sobre como alcançar resultados de
aprendizagem online. No entanto, temos experiências suficientes de ensino
online para saber que na maioria das áreas, uma grande quantidade de ha-
bilidades e conteúdos necessários para alcançar os resultados de aprendiza-
gem de qualidade pode ser ensinada online. Já não é possível argumentar
que a decisão padrão deve ser sempre ensinar presencialmente.
387
Educar na era Digital
Assim, cada professor tem agora de fazer a pergunta: se eu posso ensinar a
maior parte do tempo online, quais são os benefícios específicos da experiên-
cia no campus que preciso desenvolver em meu ensino presencial? Por que
os estudantes devem estar na minha frente, e, quando estão, estou usando o
tempo corretamente?
388
Educar na era Digital
ao ensino, use-os. Esses funcionários são muitas vezes qualificados em ciên-
cias da educação e computação. Possuem conhecimentos e habilidades que
podem facilitar sua vida ao ensinar online (isso será discutido mais adiante,
no Capítulo 11.)
O nível de disponibilidade e habilidade do suporte da instituição é um fator
crítico. Você pode obter o apoio de um designer instrucional e produtores
de mídia? Se não, é provável que muito mais será feito presencialmente, a
menos que você já seja muito experiente na aprendizagem online.
9.4.2.5 Dinheiro
Existem recursos disponíveis para que você possa tirar um semestre e fo-
car no desenvolvimento de seu curso? Muitas instituições têm fundos de
desenvolvimento para o ensino e a aprendizagem inovadores, e pode ha-
ver doações externas para a criação de novos recursos educacionais abertos,
por exemplo. Isso irá aumentar a viabilidade e, portanto, a probabilidade de
mais ensino online.
Veremos que à medida que mais e mais materiais de aprendizagem se tor-
nam disponíveis como Recursos Educacionais Abertos (REA), professores
e instrutores serão liberados da apresentação de conteúdo e poderão focar
mais na interação com os alunos, tanto online quanto presencial. No entanto,
embora os recursos educacionais abertos estejam se tornando cada vez mais
disponíveis, podem não existir para determinado assunto, ou podem não ser
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Educar na era Digital
de qualidade adequada tanto em termos de conteúdo quanto de normas de
produção (ver Seção 9.7 para mais informações sobre REAs).
A quantidade de recursos disponíveis ajudará e irá orientá-lo sobre a pro-
babilidade de ensinar online e atingir padrões de qualidade. Em particular,
você deve pensar duas vezes se deve mesmo oferecer um curso online se
nenhum dos recursos listados acima estiver disponível.
Cada vez mais se torna difícil separar mercados para cursos ou programas
específicos. Embora a maioria dos estudantes do primeiro ano de um cur-
so universitário provavelmente tenha vindo direto do ensino médio, alguns
não. Pode haver uma minoria de estudantes que abandonou o ensino médio
por conta do trabalho ou fez um curso técnico para obter formação profis-
sional, mas agora acham que precisam de um diploma. Especialmente em
programas de pós-graduação profissional, os alunos podem ser tanto aque-
les que acabaram de concluir o curso de bacharel e ainda são estudantes
em tempo integral, como aqueles que já estão no mercado de trabalho mas
precisam da qualificação especializada. Há uma mistura de tipos de estu-
dantes em cursos de terceiro e quarto anos de graduação, alguns dos quais
trabalham mais de 15 horas por semana, e outros que estudam em tempo
integral. Em teoria, pode ser possível identificar determinado mercado para
a aprendizagem híbrida, online e presencial, mas, na prática, a maioria dos
cursos possuem estudantes com necessidades diferentes.
Se, no entanto, como parece provável, mais e mais cursos se tornarem híbri-
dos, então vale a pena pensar sobre como cursos podem ser projetados para
servirem a múltiplos mercados. Se tomarmos como exemplo nosso curso de
hematologia, poderia ser oferecido aos alunos no terceiro ano de gradua-
ção de tempo integral estudando biologia, ou também por conta própria ou
junto de outros cursos relacionados, como, por exemplo, um certificado em
gestão de sangue para os enfermeiros que trabalham em hospitais. O curso
pode também ser útil para estudantes de medicina que ainda não o tenham
feito, ou mesmo para pacientes com condições relacionadas a seus níveis
sanguíneos, tal como diabetes.
Se, por exemplo, nosso professor desenvolvesse um curso onde os alunos
passassem aproximadamente 50% do seu tempo online e o restante no cam-
pus, eventualmente poderia ser possível projetar isso para outros mercados,
talvez com um trabalho prático para enfermeiros sendo feito no hospital sob
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Educar na era Digital
supervisão, ou apenas a parte online oferecida como um curto MOOC para
os pacientes. Alguns cursos (talvez não hematologia) podem ser oferecidos
totalmente online, em formato híbrido ou totalmente presencial. Isso permi-
tiria que o mesmo curso chegasse a vários mercados diferentes.
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Educar na era Digital
ra que desejo? Posso adaptar espaços existentes ou vou precisar de
grandes mudanças antes que possa ensinar da maneira adequada?
j) analisando as respostas a todas essas perguntas, que tipo de ensino
faz mais sentido?
Você pode responder às perguntas acima tendo como base um possível novo
curso que gostaria de ensinar? Esse curso substituiria um já existente ou am-
bos correriam lado a lado?
À medida que o ensino muda para o mundo online, pensar sobre a função
das aulas presenciais e o uso do espaço do campus se torna cada vez mais
importante.
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Educar na era Digital
da aprendizagem no campus, já que é difícil termos isso online, embora haja
um número crescente de desenvolvimento de laboratórios remotos e o uso
de simulações. A oportunidade de namorar e encontrar futuros cônjuges é
outra concorrente. Provavelmente a mais importante, porém, é o acesso aos
contatos sociais que podem alavancar sua carreira.
Deixo que você julgue se essas são características específicas do ensino pre-
sencial, ou se as principais vantagens de uma experiência no campus são
mais específicas em instituições de elite caras e altamente seletivas. Para a
maioria dos professores e instrutores, porém, vantagens pedagógicas mais
concretas e mais gerais para o ensino presencial precisam ser identificadas.
393
Educar na era Digital
salas de aula. De certa forma, isso pode vir a ser uma bomba-relógio para
escolas, faculdades e universidades.
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Educar na era Digital
riores em pensar nas implicações da aprendizagem online para o projeto de
salas de aula. Os relatórios publicados em seu site são documentos que todas
as instituições de educação básica e superior deveriam explorar. O relatório
Active Learning Spaces afirma:
É preciso levar em conta o fato de que os alunos fazem grande parte dos
trabalhos online (e muitas vezes fora da sala de aula). Isso significa oportuni-
dades de acesso, compartilhamento e demonstração de conhecimento tanto
dentro quanto fora da sala de aula. Assim, se a sala de aula está organizada
em “clusters” com móveis e equipamentos organizados para apoiar o traba-
395
Educar na era Digital
lho em pequenos grupos, esses clusters também precisam de energia para
que os alunos possam ligar seus dispositivos, acesso à internet sem fios e
capacidade para transmitir trabalhos para telas compartilhadas em torno da
sala (em outras palavras, uma classe Intranet). Os alunos também precisam
de lugares tranquilos ou espaços de fuga onde possam trabalhar individual-
mente, bem como em grupos.
Tawnya Means e Jason Meneely, da University of Florida at Gainsborough,
relataram na conferência UBTech de 2013 que vários departamentos rede-
senharam seus espaços nas salas para permitir a aprendizagem ativa em
grupo, tanto formal quanto informal. Mesas pequenas que podem ser mo-
vidas e têm entradas para uma variedade de dispositivos móveis, e softwa-
res que permitem que o professor e os estudantes tenham controle sobre
o compartilhamento de tela e projeção, são usados para apoiar estudos de
caso, aprendizagem baseada em problemas e projetos e colaborativa. Uma
antiga cozinha e sala de aula foram também transformadas em uma área
de aprendizagem em grupo, com uma cafeteria e uma zona de descan-
so para estudo individual, permitindo assim que os alunos combinem de
forma transparente socialização, estudo em grupo e estudo independente
em um mesmo espaço global. Meneely, citando Winston Churchill, disse:
“Moldamos nossos espaços e, em seguida, nossos espaços nos moldam”.
Meneely afirma que, quando professores são apresentados a esses novos
espaços, naturalmente adotam abordagens de aprendizagem mais ativas.
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Educar na era Digital
serão necessários. Os espaços dessas salas grandes não devem ser repletos
de bancos alinhados, como ocorre na maioria dos grandes auditórios.
A Steelcase está fazendo também uma pesquisa sobre espaços apropriados
para o corpo docente. Por exemplo, se uma universidade ou departamento
planeja uma área comum para estudantes, por que não colocar os escritórios
dos docentes na mesma área geral, em vez de em um prédio separado? A
integração do espaço do corpo docente com áreas abertas de estudantes seria
uma boa ideia.
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Educar na era Digital
todos de pedagogia/ensino. Isso significaria a reunião de acadêmicos, equipe
de TI, designers instrucionais, pessoal das instalações, bem como arquitetos
e fornecedores de móveis. Em segundo lugar, concordo plenamente com a
afirmação de que moldamos nossos espaços e nossos espaços nos moldam. Ao
proporcionar um ambiente de aprendizagem flexível aos professores e instru-
tores, podemos encorajar mudanças importantes no ensino; ao colocá-los em
salas retangulares com fileiras de mesa, estaremos fazendo o oposto.
Talvez o mais importante de tudo: as instituições precisam começar a reexa-
minar seus planos de crescimento futuros para os espaços do campus. Em
particular:
a) precisaremos de salas de aula e espaços adicionais, como anfitea-
tros, se os estudantes passarem metade do seu tempo estudando
online ou em salas de aula invertidas?
b) temos áreas de aprendizagem suficientes para que um grande nú-
mero de estudantes possa trabalhar em pequenos grupos e se reu-
nir rapidamente?
c) temos instalações técnicas que permitirão que os alunos trabalhem
e estudem de forma transparente, tanto presencial quanto online, e
possam compartilhar e capturar suas atividades quando trabalha-
rem presencialmente juntos no campus?
d) seria melhor investir na transformação do espaço existente ou
construir novos espaços de aprendizagem?
O que está claro é que as instituições precisam refletir seriamente sobre a
aprendizagem online, seu provável impacto sobre o ensino no campus e,
acima de tudo, que tipo de experiência queremos que os alunos tenham nes-
se local, quando podem estudar online. É esse pensamento que deve moldar
nosso investimento em espaços, mesas e cadeiras.
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Educar na era Digital
universidades urbanas, tornaram-se viajantes, indo ao campus apenas para
assistir aulas, talvez estudando em alguma área entre as aulas, comendo
algo e, em seguida, indo para casa. Ao “massificar” nossas universidades, os
aspectos culturais mais amplos foram perdidos.
A aprendizagem online e híbrida fornece a oportunidade de repensar toda
a utilidade do campus, assim como o que deve ser feito em sala de aula
quando os alunos podem estudar online a qualquer hora e em qualquer lu-
gar. Poderíamos fechar e nos mudar definitivamente para o mundo online (e
economizar uma grande quantidade de dinheiro), mas é preciso explorar o
que seria perdido antes de tomarmos essa decisão.
Principais Lições
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Educar na era Digital
rados ao decidir a modalidade de ensino e, em particular, os dife-
rentes usos do ensino presencial e a distância em cursos híbridos:
— características e necessidades do estudante;
— sua estratégia de ensino preferida, em termos de métodos e
resultados de aprendizagem;
— os requisitos pedagógicos e de apresentação do assunto, em
termos de conteúdo e habilidades;
— o material disponível para você como professor (incluindo
seu tempo);
d) a mudança para a aprendizagem mista ou híbrida em particular
significa repensar o uso do campus e as instalações necessárias
para apoiar a aprendizagem de modo híbrido.
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